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O desafio da continuidade operacional em sistemas críticos

Uma governança de suporte bem definida é essencial para garantir a eficácia das ações proativas. Isso começa com a formulação de objetivos claros, como a redução de incidentes repetitivos, a prevenção de indisponibilidades e a melhoria do desempenho do sistema. A adoção de ferramentas de monitoramento é crucial para acompanhar logs, filas, jobs e integrações, além de monitorar indicadores de negócio críticos como pedidos sem nota e lotes presos.

A complexidade do ambiente tecnológico atual apresenta desafios significativos. Integrações externas, atualizações não programadas e dependências de infraestrutura exigem uma estratégia de gestão holística. A resposta está na implementação de processos rigorosos de controle de mudanças e na manutenção de procedimentos operacionais padronizados.

A continuidade operacional em sistemas críticos requer uma infraestrutura resiliente. Ambientes redundantes, seja em cloud ou on-premise, combinados com planos de contingência robustos, fornecem a base necessária para manter a disponibilidade dos serviços essenciais.

O ciclo de melhoria contínua fecha o loop da governança efetiva. Por meio de avaliações periódicas e métricas objetivas, como redução de incidentes e melhorias no tempo de resposta, as organizações podem refinar constantemente suas estratégias de sustentação.

Este modelo de gestão proativa não apenas minimiza disrupções operacionais, mas também otimiza recursos e reduz custos associados a incidentes críticos. Em um mundo onde a disponibilidade de sistemas é sinônimo de continuidade dos negócios, esta abordagem estruturada torna-se um diferencial competitivo fundamental.

A evolução constante da tecnologia, a crescente complexidade dos ambientes empresariais e constantes mudanças legislativas demandam vigilância contínua e adaptabilidade. O sucesso na manutenção de sistemas críticos depende da capacidade de equilibrar processos rigorosos com a flexibilidade necessária para responder a um cenário tecnológico em constante mudança.

A importância da alta disponibilidade no cenário digital

Com a crescente adoção de serviços online e ambientes híbridos, as empresas precisam garantir que suas infraestruturas suportem aumentos significativos nas cargas dos sistemas. 

Assim, os sistemas de alta disponibilidade são fundamentais para manter os padrões operacionais. Esses sistemas devem ter metas claras e quantificáveis. Um dos objetivos mais conhecidos é alcançar os cinco noves (99,999%), garantindo praticamente nenhum tempo de inatividade, como é o exemplo do setor de serviços financeiros e indústrias, que exigem esse padrão rigoroso por questões de conformidade e competitividade.

Entretanto, muitas outras empresas já consideram essencial manter níveis de disponibilidade entre 99,9% e 99,99%, especialmente para assegurar o acesso contínuo aos seus colaboradores remotos e clientes.

Superapps redefinem o delivery no Brasil e exigem plataformas mais sofisticadas

O mercado de delivery no Brasil entrou em uma nova fase com a consolidação dos chamados superapps. A união entre iFood e Uber, somada à chegada da chinesa Keeta, sinaliza um novo padrão de consumo, em que diferentes serviços se concentram em uma única plataforma. A estimativa é que esse setor movimente mais de US$ 21 bilhões até o final de 2025, de acordo com projeção da consultoria Statista. Neste cenário, empresas de tecnologia que atuam nos bastidores do setor ganham protagonismo ao desenvolver soluções personalizadas para atender um consumidor cada vez mais exigente.

“Os superapps mudaram completamente a lógica de desenvolvimento. Hoje, não falamos mais apenas de uma vitrine de cardápio com botão de pagamento. É preciso integrar promoções em tempo real, múltiplos métodos de pagamento, programas de fidelidade e notificações personalizadas. Tudo isso com estabilidade, mesmo nos horários de pico”, explica Rafael Franco, CEO da Alphacode, empresa especializada no desenvolvimento de plataformas digitais para marcas como Domino’s Pizza, Madero e Grupo Burguês.

A evolução do setor elevou o nível de exigência técnica. A arquitetura dos aplicativos precisa garantir escalabilidade e performance em larga escala. Além disso, a integração entre módulos como logística, CRM e antifraude tornou-se obrigatória. “A experiência do consumidor depende de um back-end robusto, capaz de conectar todos esses sistemas de forma fluida e segura”, afirma Franco.

Integração entre gigantes e novos entrantes movimentam o setor

A recente aliança operacional entre iFood e Uber alterou a dinâmica do mercado. Grandes redes de alimentação começaram a investir em plataformas próprias como forma de manter autonomia sobre a jornada do cliente e ampliar o relacionamento com sua base. Em paralelo, a entrada da Keeta no país acirra a concorrência em regiões ainda pouco exploradas, reforçando a necessidade de diferenciação por meio da tecnologia.

De acordo com Franco, essas mudanças afetam diretamente o comportamento do consumidor e a estratégia das marcas. “O consumidor quer praticidade, promoções personalizadas e um atendimento rápido. As marcas que não conseguirem oferecer isso de forma integrada correm o risco de ficar para trás”, analisa.

Back-end se torna ativo estratégico

A operação de um superapp demanda uma base tecnológica que vá além do layout funcional. Plataformas como a desenvolvida pela Alphacode priorizam uma estrutura modular que permite ajustes rápidos em campanhas promocionais, rotas de entrega e métodos de pagamento. Também é comum o uso de inteligência artificial para prever demandas, sugerir produtos e automatizar o atendimento.

“Aplicamos IA para entender padrões de consumo e adaptar a experiência do usuário em tempo real. Essa inteligência aumenta a taxa de conversão e o ticket médio dos pedidos”, explica o CEO da Alphacode.

Outro ponto-chave é a segurança. Com milhões de usuários simultâneos, os aplicativos precisam adotar camadas de proteção contra fraudes e vazamento de dados. Biometria, autenticação multifator e sistemas antifraude integrados são apenas algumas das soluções aplicadas nas plataformas mais modernas.

Caminhos possíveis para o futuro do delivery

A consolidação dos superapps abre dois caminhos estratégicos para os players do mercado: integrar-se a plataformas dominantes ou investir em aplicativos próprios com alto nível de personalização. Em ambos os casos, o desenvolvimento tecnológico se torna o diferencial competitivo.

“O back-end deixou de ser invisível. Hoje ele é parte ativa da experiência. Quem domina essa estrutura consegue oferecer um serviço mais eficiente e fortalecer a relação com o cliente”, conclui Rafael Franco.

Datas comerciais impulsionam o varejo, mas a tecnologia por trás das vendas precisa evoluir

As grandes datas comerciais, como o Dia dos Namorados, que estão chegando, além da Black Friday e Dia do Consumidor, representam picos de venda que impulsionam o varejo digital e físico. No entanto, o crescimento exponencial das transações pode gerar desafios operacionais para as empresas que desenvolvem software para o setor. Estabilidade dos e-commerces, integração com PDVs e eficiência na emissão de notas fiscais são desafios críticos para software houses que desenvolvem soluções para o varejo.

De acordo com a Associação Brasileira de Comércio Eletrônico (ABComm), o e-commerce brasileiro arrecadou R$ 204,3 bilhões em 2024, um aumento de 10,5% em relação ao ano anterior. Além do faturamento positivo, foram 414,9 milhões de pedidos contabilizados, representando ticket médio de R$ 492,40. Ao todo, o número de compradores online chegou 91,3 milhões. Para 2025, prevê-se que o faturamento do e-commerce brasileiro ultrapasse R$ 234 bilhões, com crescimento de quase 15%, ticket médio de R$ 539,28 e três milhões de novos compradores, segundo a ABComm. 

Já a Associação Brasileira das Empresas de Cartões de Crédito e Serviços (Abecs) aponta que a Páscoa deste ano deve movimentar R$ 5,3 bilhões, 26,8% a mais do que no ano passado. Em um mercado competitivo, a inteligência artificial se destaca como ferramenta essencial, sendo adotada por 70% das lojas virtuais para análises de dados e automações que garantem experiências mais personalizadas e eficazes, conforme pesquisa da Ebit/Nielsen.

“Datas comemorativas impulsionam o varejo, e a tecnologia desempenha um papel essencial para garantir o sucesso das vendas. Em nosso hub de soluções, práticas como a integração entre sistemas de gestão e marketplaces, automações de processos financeiros — incluindo pagamentos e transferências dentro do próprio ERP — e a emissão ágil de Nota Fiscal do Consumidor Eletrônica são adotadas com o objetivo de impulsionar o desempenho dos varejistas. O desafio é evoluir continuamente essas tecnologias para acompanhar os picos de demanda sem comprometer a experiência do consumidor. Discutir essas tendências e inovações é fundamental para garantir estabilidade, escalabilidade e segurança nas operações digitais”, afirma Jonathan Santos, CEO da TecnoSpeed.

Bain & Company anuncia parceria global com Palantir para entregar transformações de IA de alto impacto e ponta a ponta para clientes

A Bain & Company, uma das principais empresas globais de consultoria em gestão, anunciou sua parceria com a Palantir, fornecedora líder de sistemas de inteligência artificial. A combinação dos Sistemas Operacionais de IA de última geração da Palantir com a profunda expertise setorial da Bain e suas amplas capacidades em transformação estratégica de negócios, permite alavancar ganhos concretos na tecnologia rapidamente.

“Na Bain, ajudamos nossos clientes a liderar na era da IA – não apenas com estratégia, mas com implementação que gera resultados mensuráveis”, explica Chuck Whitten, sócio e líder global das práticas e capacidades digitais da empresa. “Essa parceria une nossa profunda experiência setorial e trajetória em transformação com as plataformas de ponta da Palantir para desbloquear impacto de IA de ponta a ponta. É uma combinação poderosa, e estamos entusiasmados em contribuir para que nossos clientes acelerem mudanças reais.

“”As organizações que adotam nossos Sistemas Operacionais de IA mudam radicalmente sua estrutura de custos e receitas por unidade, muitas vezes com uma reorganização em torno de nossas tecnologias. Acreditamos que a Bain pode ajudar nossos clientes a acelerar seu ritmo de adoção e, como resultado, liderar seus respectivos setores”, disse Sameer Kirtane, Diretor de Vendas Comerciais da Palantir.

A Bain conta com mais de 1.500 especialistas em IA, dados, análises, arquitetura e engenharia na prática de IA, Insights e Soluções. Essa equipe multidisciplinar combina expertise técnica, algorítmica e de negócios para resolver os desafios mais complexos enfrentados por líderes empresariais. Isso inclui a implementação de aplicações de machine learning, entrega de insights de negócios, arquitetura e engenharia de tecnologia, desenvolvimento organizacional e estratégia analítica. O time trabalha de forma integrada com as práticas setoriais e funcionais da consultoria para entregar soluções holísticas de negócios e tecnologia

Como humanizar a IA para melhorar a relação com o cliente?

Há alguns anos, quando falávamos sobre a IA, o grande foco era como utilizá-la para robotizar e automatizar muitas tarefas corporativas, como o atendimento ao consumidor. Hoje, o cenário já é outro: não prezar apenas pela incorporação dessa tecnologia, mas trazer junto um lado mais humanizado que melhore a conexão com as pessoas e eleva sua satisfação e retenção à marca. Mas, como gerar um comportamento em uma tecnologia que é apenas pertencente aos seres humanos? Através de muitos pontos de atenção que partam da empatia, sensibilidade e transparência com o cliente.

De acordo com dados divulgados pela HiverHQ, empresas que adotam uma comunicação personalizada orientada por IA podem ter um aumento de 30% nas taxas de retenção de clientes – e não faltam argumentos que justificam isso. O consumidor moderno não quer mais interagir com uma tecnologia robotizada, fria e impessoal, porque sabem quanto que esses recursos podem contribuir para um atendimento muito mais personalizado e aderente às suas necessidades.

Sua expectativa, agora, é ter interações mais significativas que promovam uma experiência mais humana, o que pode trazer enormes benefícios para ambos os lados. Sua satisfação com a marca, certamente, será melhorada, se sentindo mais compreendidos e valorizados, com chances ainda maiores de se fidelizarem ao negócio pela conexão emocional bem mais positiva. Para as empresas, além de terem essa maior retenção de clientes, que serão menos propensos a buscar um concorrente, poderão melhorar sua imagem no mercado pela preocupação em atender essa demanda e tendência latente dos consumidores.

Internamente, essa estratégia também trará uma maior eficiência operacional e redução de custos, liberando os agentes humanos para resolverem problemas mais complexos; além de permitir a coleta de insights mais valiosos a respeito do comportamento e expectativa de seu público-alvo, para que aprimorem, constantemente suas estratégias a favor de um crescimento contínuo em seu segmento.

Observar esses benefícios brilha os olhos de todo empreendedor, porém, conquistá-los não é tão simples assim. A falta de um planejamento estruturado sobre essa estratégia pode fazer com que a IA vire uma armadilha no atendimento, ao invés de um recurso valioso, não atingindo uma verdadeira humanização que atenda as necessidades dos clientes e compreenda suas emoções. Sem o devido cuidado em levar a identidade e tom da marca a essa tecnologia, sua autenticidade e confiabilidade no mercado podem ser bem abaladas.

Superar as limitações tecnológicas internas também é um desafio comum enfrentado por muitas empresas, uma vez que o sucesso da humanização da IA envolve aspectos como a complexidade da linguagem humana, contexto cultural, algo que, na extensa territorialidade do nosso país, com tantas culturas e sotaques, é ainda mais complexo. Isso, sem falar na segurança e privacidade dos dados, uma vez que a IA processa informações sensíveis que precisam ser resguardadas tecnologicamente.

Os custos que envolvem tudo isso costumam ser elevados, dependendo da complexidade do projeto desenhado. Por isso, para que as empresas consigam humanizar essa tecnologia e obter as vantagens destacadas, é necessário, primeiramente, compreender os níveis de humanização que podem ser incorporados na IA e no seu atendimento, que irão nortear os próximos passos nesse sentido.

Eles passam pela linguagem e tom de voz (do mais sério ao amigável, dependendo do perfil da marca), personalização (adaptando a interação com base no histórico capturado e no aprendizado da IA), inteligência emocional (reconhecendo e respondendo, de forma apropriada, as emoções dos usuários, detectando frustrações, impaciência, irritação ou felicidade, como exemplo), transparência (explicando o porquê de cada resposta fornecida como forma de elevar a confiança e conexão com o cliente) e prezando por um design centralizado no humano, sendo intuitiva e considerando as necessidades e limitações das pessoas.

Todos os níveis acima devem ser levados em consideração ao seguir essa estratégia, utilizando os dados dos clientes para personalizar a IA sempre prezando pela empatia na leitura das emoções, transparência nas respostas fornecidas, criando fluxos fáceis de serem seguidos e, acima de tudo, monitorando todas as ações constantemente, identificando ajustes que devem ser feitos e melhorias frequentes assegurando o bom desempenho dessa tecnologia.

Não implemente essa humanização de uma vez só em toda a empresa. Identifique as áreas ou atividades em que essa estratégia é mais urgente e que trará um impacto mais significativo, que faça sentido ser adotada primeiramente. Isso será extremamente favorável para escalar essa tecnologia mantendo a qualidade, eficiência operacional e personalização em larga escala.

Estamos diante de uma tendência que veio para tomar cada vez mais conta do mercado, onde a automação robotizada já não faz mais sentido para as necessidades dos consumidores. Suas expectativas quanto à forma como são atendidos serão cada vez maiores e, mais do que nunca, é necessário unir o que há de melhor na IA com nosso lado humano, contando com uma ferramenta que otimizará essa tarefa em uma experiência muito mais personalizada e enriquecida a cada cliente.

E-commerce | IA conquista espaço das estratégias SEO

O segundo semestre de 2025 ainda não começou, mas o cenário já aponta novidades determinantes para o setor de negócios, e-commerce, varejo e marketing. Superpotência do setor, a Meta antecipou as tendências e, entre as mais evidentes, é que a Inteligência Artificial (IA) está ganhando mais espaço do que estratégias de SEO (Search Engine Optimization) quando o assunto é impulsionar mercados. As técnicas de aprimoramento dos mecanismos de busca abrem espaço para o LLM (Large Language Models) ou o LLMO, na versão otimizada. “A IA tem sido treinada para processar um enorme volume de dados, analisar e compreender textos, imagens e vídeos, com um ‘olhar’ mais próximo do humano”, avalia a especialista em Marketing Estratégico e Inteligência Artificial, Camila Renaux.

A profissional cita como exemplo a IA LLama 4, que foi demonstrada “em ação” durante o Summit da Meta. Na mostra, usaram como case uma poltrona amarela de uma marca específica. Com poucos e simples prompts, a ferramenta leu, descreveu e achou o produto. “Ou seja, a grande tendência do próximo semestre será como otimizar a presença da sua marca nos modelos de linguagem e, para isso, será necessário muito mais do que criatividade. É preciso análise, organização e conhecimento para ativação”, explica a especialista. 

Camila conta que essa vertente já tem se concretizado nos últimos meses com uma tendência de mercado que migrou dos motores de busca, para o uso de agentes, como o ChatGPT. “As pessoas não perguntam mais ao Google, passaram a questionar a IA. Por isso, o mercado não precisa mais ser notado pelo ‘search’, mas sim pelo GPT, fazendo com que o próprio Google, por exemplo, tenha inserido no topo das buscas uma resposta mais pronta, feita pela sua IA”, exemplifica.

Essa migração também se comprova através dos números. Na pesquisa apresentada pela Meta, as redes sociais (que passaram a contar com IAs nos últimos meses) se tornaram o principal canal de busca de marcas e produtos, sendo apontadas por 47% dos entrevistados. Elas superaram os buscadores de internet, que nos últimos seis anos eram apontados como os grandes meios de pesquisa. 

Camila conta que quem apostou tudo nas táticas SEO não precisa recalcular a rota com afobação ou adotar toda e qualquer solução milagrosa que aparecer. “O mais importante agora é entender mais sobre essa inovação e que produzir conteúdo estratégico, coerente com seus objetivos, multiplataforma e multiformato – textual e audiovisual – segue como a melhor estratégia para estar indexado em motores de busca ou por agentes de IA”, indica. Para finalizar, a especialista ainda sugere apostar na união das redes sociais da marca com outros meios de comunicação. “Hoje não existe mais um canal principal. É a integração estratégica que muda o jogo e garante atingir com precisão quem realmente tem interesse pelo seu produto ou serviço”, revela. 

Maturidade digital: como sair da informatização pontual para uma transformação estruturada

Apesar de tantos avanços, a transformação digital no Brasil ainda está em seus estágios iniciais. Segundo o Mapa de Maturidade Digital 2024, elaborado pela Agência Brasileira de Desenvolvimento Industrial (ABDI) e Sebrae, o índice médio de maturidade digital das micro e pequenas empresas brasileiras é de apenas 35 pontos em uma escala de 0 a 80. Nesse contexto, apenas 27% dessas empresas têm sistemas de gestão integrados, e 34% implementaram políticas de cibersegurança e proteção de dados. 

O dado é preocupante, sobretudo quando se observa que a digitalização, no Brasil, ainda é comumente tratada como um esforço pontual de informatização, que geralmente está atrelado à implantação de um novo sistema, migração de arquivos para a nuvem ou abertura de um canal online de atendimento. A transformação digital, por outro lado, trata de algo mais estrutural, como revisar modelos de negócio, ressignificar jornadas e criar valor por meio da tecnologia.

No ano passado, uma pesquisa realizada pela Deloitte apontou que 67% das organizações brasileiras afirmaram que aumentar os investimentos em tecnologia está entre suas três prioridades estratégicas. O estudo mostrou, ainda, que 56% pretendiam ampliar gastos com automação, Inteligência Artificial (IA) e análise de dados nos 12 meses seguintes. Uma sinalização clara de que a maturidade digital está em pauta, mas exige orçamento e visão estratégica.

Dessa forma, é fundamental entender que empresas já nascidas com esse DNA digital, como fintechs, healthtechs e grandes plataformas de e-commerce, possuem o diferencial de ter a tecnologia no centro da operação. Em paralelo, as organizações mais tradicionais que entenderam esse movimento e utilizaram a transformação digital como alavanca também conseguiram se reinventar, adaptando seus serviços, otimizando processos e criando novas fontes de receita. Vale ressaltar, porém, que esse processo não ocorre de forma automática nem sem riscos.

Um dos grandes desafios é, sem dúvida alguma, a segurança cibernética. Com o aumento de ataques direcionados e regulamentações mais exigentes, como a LGPD, a confiança digital tornou-se essencial. Por isso, proteger sistemas, dados e usuários é tão relevante quanto entregar valor. E isso só é possível quando há um comprometimento claro da liderança, integração entre áreas de tecnologia, negócio e governança, além de uma cultura de segurança bem estabelecida.

Appmax lança primeiro banco digital do país 100% IA

Um banco que opera por comando de voz, texto ou imagem e movido por inteligência artificial. Essa é a proposta do Max, nova instituição de pagamento brasileira que chega ao mercado com a ambição de mudar a forma como as pessoas se relacionam com o dinheiro. O banco digital é 100% operado por IA generativa, desde o primeiro contato com o cliente, até as decisões de atendimento, suporte e gestão da conta.

Desenvolvido pelos fundadores da Appmax, fintech especializada em soluções de pagamento para e-commerces e negócios digitais, o Max nasce com identidade e proposta próprias. Conforme a cofundadora e vice-presidente de Novos Negócios da empresa, Betina Wecker, projeto é mais do que uma expansão. “Estamos indo além da lógica tradicional dos bancos digitais, para romper com o modelo que estamos acostumados. O Max não é só um banco com uma melhoria incremental de IA, é uma experiência bancária construída a partir da IA, com fluidez e personalização”, afirma Betina.

O Max permite abrir contas, realizar pagamentos e transferências e acessar suporte no aplicativo do banco que funciona em um formato inédito, sem nenhum botão. Além disso, o banco também terá integração com o WhatsApp e assistentes de voz, como a Siri. “Todas as operações podem ser feitas por meio de mensagens, áudios ou imagens. A inteligência artificial do sistema compreende a linguagem natural e aprende com o comportamento do cliente para antecipar demandas, sugerir ações e otimizar a rotina”, explica Betina.

A vice-presidente de Appmax ressalta que o app vai eliminar as múltiplas etapas e menus dos bancos tradicionais. “A tecnologia deixou de ser um diferencial. O que importa agora é como ela é usada para servir as pessoas. Em vez de oferecer uma vitrine de produtos genéricos, o Max vai funcionar de forma conversacional, fazendo recomendações de investimentos e até compras com base no perfil de cada um”, destaca.

Estrutura robusta

O Max nasce operando como uma instituição de pagamento autorizada pelo Banco Central, com estrutura regulatória própria e infraestrutura robusta. Na primeira fase, o banco estará disponível exclusivamente para a base de clientes da Appmax, com forte foco nos empreendedores digitais, e convidados.

Com integração nativa com a plataforma de pagamentos, o Max vai facilitar a gestão financeira de sellers e empreendedores. Segundo Betina, o objetivo é oferecer uma experiência unificada, permitindo que o empreendedor gerencie, em um mesmo ambiente, tanto o processamento de pagamentos quanto suas finanças e movimentações de caixa.

Além disso, os sites dos parceiros da Appmax serão integrados automaticamente ao aplicativo do banco. Com isso, usuários do Max poderão fazer compras nesses e-commerces, usando o app ou por meio do WhatsApp. “Posso pedir para o Max realizar uma compra para mim. Por exemplo: Max, compra essa calça. Assim, esse projeto consolida a Appmax como uma empresa que atua em toda a cadeia de pagamentos, com soluções que vão do checkout e antifraude à conta digital, com foco em eficiência, controle e performance para negócios digitais”, acrescenta.

A segunda fase prevê abertura gradual ao público geral, por meio de uma lista de espera.

Apesar da origem compartilhada, o Max tem marca, domínio próprio (max.com.br) e uma lógica de funcionamento que o posiciona como um novo player no mercado financeiro.

Solução proprietária da Seal Sistemas que democratiza sistema por voz no supply chain ganha nova versão

A Seal Sistemas anuncia uma versão aprimorada do Speak2Go, solução proprietária da companhia brasileira que facilita o acesso à tecnologia de coleta de dados por comando de voz para varejistas e operadores logísticos. A novidade visa permitir que mais players nacionais de todos os portes avancem na automação de processos, com ganho médio de 30% em produtividade e 99,9% em acuracidade na movimentação de materiais e separação de itens em galpões e centros de distribuição.

Esse movimento fortalece ainda mais o objetivo da Seal Sistemas de democratizar a oferta da solução, também conhecida como voice picking, para todo o mercado brasileiro. Isso porque o Speak2Go inclui um software que habilita a funcionalidade de voz a qualquer coletor de dados equipado com sistema operacional Android, que está presente em 9 a cada 10 dispositivos móveis utilizados no Brasil, segundo a consultoria Bain & Company.

Além desse permitir upgrade facilitado em diversos tipos de coletores de dados, sem a obrigação de adquirir um dispositivo específico indicado pelo fabricante, o Speak2Go também é uma alternativa mais acessível e democrática para qualquer player que deseja investir diretamente na adoção da coleta de dados por comando de voz. A solução ainda pode operar de forma integrada a diversas plataforma WMS (Warehouse Management System) disponíveis no mercado.

O Speak2Go é fruto da ampla experiência no segmento de voice picking da Seal Sistemas, que foi pioneira ao trazer a tecnologia para o Brasil há mais de 20 anos (em 2004) e que hoje detêm 80% de market share local em coleta de dados por comando de voz. Somente com sua solução proprietária, a companhia já acumula dezenas de projetos executados no País. A implementação inclui consultoria, revisão de processos, integração e sustentação.

“O Speak2Go é uma forma mais eficiente de aplicar a coleta de dados por comando de voz inclusive em operações de pequenos e médios varejistas e operadores logísticos. Trata-se de uma solução 100% desenvolvida dentro da companhia e que busca levar para todo o mercado vantagens que combinam boa relação custo-benefício, alto desempenho e ganho significativo de performance”, diz Wagner Bernardes, CEO da Seal Sistemas.

“Há uma demanda reprimida pela solução por voz em segmentos que já fazem bom uso dos coletores de dados convencionais, mas que buscam alternativas mais avançadas para automatizar processos e ampliar a eficiência operacional. O Speak2Go mira em sanar essa dor do mercado”, afirma Ricardo Alves, diretor de tecnologia e inovação da Seal Sistemas.

Maior escalabilidade

O Speak2Go aprofunda os diferenciais das soluções de voice picking ao proporcionar ganho de escalabilidade, pois sua adoção permite acompanhar o crescimento dos players da cadeia de supply chain conforme ampliam suas operações. Também é possível implementar a tecnologia dentro da loja e não apenas no estoque, visando aumentar os ganhos em performance em diversas etapas do ciclo de vendas.

Ao enrobustecer o portfólio da Seal Sistemas, o Speak2Go fortalece o posicionamento da companhia como integradora de soluções de tecnologia para toda a cadeia de distribuição, abrangendo segmentos como varejo, logística e indústria. A nova versão de seu voice picking proprietário também intensifica a atuação da companhia ao indicar soluções de alto desempenho que tragam o maior benefício possível para cada cliente.

O perigo do feudalismo digital

Diariamente, o mundo gera cerca de 2,5 quintilhões de dados (2,5 Exabyte), segundo a IBM. Mas, o acesso a esses ativos não é tão equilibrado assim. Grandes players do mercado centralizam a maioria deste volume de informações, gerando uma economia completamente dependente do fluxo que roda dentro destes que podemos denominar feudos digitais. A monopolização destes senhores feudais na sociedade é extremamente perigosa, o que pode prejudicar não apenas uma maior competitividade do mercado, como sua capacidade de destaque e inovação perante um crescimento contínuo.

Este termo, já cunhado há um bom tempo, se refere aos antigos donos das terras que direcionavam pessoas para trabalharem em suas cadeias de plantio. Hoje, a premissa se mantém, alterando as terras para o ambiente digital, sendo seus donos representados por grandes empresas detentoras dos dados dos usuários, incluindo Google, Meta, Amazon e muitas outras.

Nestes modelos de negócios, os ativos colhidos dos usuários são estrategicamente explorados visando alguma fonte de renda – criando uma dinâmica de lucro pautada no domínio deste acesso contínuo e acesso às fontes geradoras de informação frente aos serviços digitais, mesmo problema preocupante que também ocorria no antigo feudalismo.

São poucos os senhores feudais digitais que centralizam a maioria desses ativos, gerando uma inevitável dependência deles. Afinal, sem esses acessos digitais, não conseguiríamos nos comunicar nas mais diversas redes sociais, realizar pesquisas aprofundadas nos buscadores globais, e ter acesso a informações em tempo real sobre tudo o que acontece mundialmente.

Somos monopolizados pela economia exclusiva que roda dentro desses feudos digitais e, diante de eventuais mudanças que ocorrerem internamente, nos resta nos adaptar a essas alterações, para que continuemos tendo acesso ao que ocorre nestes ambientes. Uma dependência inevitável aos “servos” (usuários) que não se veem diante de outra possibilidade de escolha diante de um universo constantemente conectado.

Ao resto do mercado, os prejuízos dessa monopolização são ainda maiores. Isso porque, para que tenham acesso a um pedaço deste feudo digital, os custos acabam sendo bem maiores devido a essa centralização nas mãos de poucos, exigindo um maior investimento financeiros em prol de uma maior visibilidade online. Porém, não são todas as empresas que conseguem ter uma gestão econômica eficaz que permita este tipo de direcionamento financeiro.

Os investimentos em marketing digital, segundo estimativas da WebFX, apresentam uma enorme variação, podendo ir de US$ 50,00 à US$ 6.000,00 por mês. Para empresas de pequeno e médio porte, é muito difícil conseguir direcionar tamanhas quantias constantemente, o que faz com que percam espaço para concorrentes que tenham uma melhor gestão e estruturação nesse sentido e, consequentemente, que percam sua capacidade inovadora para se destacarem. 

A segurança dessas informações também não é tão garantida assim, outro ponto negativo que precisa ser destacado. Em 2024, como exemplo, cerca de 2.500 documentos do Google foram vazados, dos quais se encontravam detalhes sobre como a empresa coleta, armazena e utiliza informações dos usuários, incluindo cliques e bases de navegação do Chrome. Mesmo diante de tantas leis direcionadas a assegurar a implementação de sistemas de segurança, o que se vê, na prática, ainda é bastante falho.

Quem compreende a regra do jogo, consegue se beneficiar dessa dinâmica e conduzir as partidas a seu favor. Contudo, nem todos terão a mesma igualdade de acesso e oportunidades de investimento nesses recursos, para que consigam um maior pedaço de terra nesses ambientes. Algo, de fato, bastante difícil para aqueles que não conseguem uma melhor oportunidade neste conglomerado.

Cada plataforma, com seu respectivo senhor feudal, estabelece suas próprias normas aos interessados em usufruir de suas terras, uma diversidade que precisa ser melhor regulamentada para que seu acesso não seja tão restrito aos que tiverem maiores recursos financeiros para isso. Junto a isso, algo ainda mais primordial é a educação e capacitação dos profissionais para que compreendam, com profundidade, como funciona essa dinâmica, e como se proteger para evitar riscos de vazamentos ou roubos que, infelizmente, são frequentes ao redor do mundo.

É necessário adotar medidas de conscientização que evitem que esses senhores feudais ganhem poderes cada vez maiores. Quanto mais os jogadores compreenderem essas regras e souberem utilizá-las a seu favor, maiores serão as chances de usufruírem destes benefícios que a conectividade traz para o potencial competitivo do mercado.

Alexandre Pierro é mestre em gestão e engenharia da inovação, bacharel em engenharia mecânica, física nuclear e especialista de gestão da PALAS, consultoria pioneira na ISO de inovação na América Latina.

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