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Especialista em inteligência artificial explica escaneamento de íris e proibições impostas à World

A World, liderada por Sam Altman, CEO da OpenAI, está no centro de um debate global após a Alemanha determinar a exclusão de dados de íris coletados na União Europeia. A decisão da BayLDA, autoridade de proteção de dados da Baviera, é um exemplo de como a coleta de dados biométricos está saindo do campo da ficção científica para impactar diretamente a vida das pessoas.

Segundo a European Data Protection Board (EDPB), 70% dos europeus consideram a coleta de dados biométricos invasiva, destacando preocupações sobre como essas informações são usadas e armazenadas. 

Alan Nicolas, especialista em inteligência artificial para negócios e fundador da Academia Lendár[IA], alerta que o impacto dessa decisão vai muito além das fronteiras europeias. “A utilização de dados biométricos já não é uma questão do futuro. As pessoas precisam entender que, ao cederem esses dados, elas estão colocando em jogo sua privacidade e segurança pessoal. A regulação deve ser mais clara para proteger os indivíduos”, afirma.

O que está em jogo com o escaneamento de íris

A decisão da BayLDA obrigou a World a excluir dados de íris coletados anteriormente, alegando que não havia base legal suficiente para a coleta. Embora a empresa afirme que os códigos de íris já foram excluídos voluntariamente, a ordem exige novos procedimentos para garantir a conformidade com as regras europeias.

Damien Kieran, Chief Privacy Officer da Tools for Humanity, enfatizou a necessidade de uma definição mais precisa de anonimização na União Europeia. Ele garante que as imagens de íris não são armazenadas, mas os críticos à prática levantam dúvidas sobre o rastreamento e uso desses códigos.

Porque isso importa para todos

No Brasil, a World ativou 20 pontos de coleta em São Paulo, onde já escaneou as íris de mais de 189 mil pessoas. Embora a empresa prometa anonimato, especialistas apontam que os dados biométricos são altamente sensíveis e podem ser explorados para finalidades não autorizadas. “O debate é essencial, porque estamos lidando com informações que podem ser usadas para controle ou vigilância, algo que afeta a todos, independentemente de estarem na Europa ou no Brasil”, comenta Nicolas.

Em outros países, como Espanha e Quênia, o projeto também enfrentou barreiras legais. No caso espanhol, a coleta foi interrompida após a Agência de Proteção de Dados considerar que as práticas violavam normas de privacidade.

Da ficção para a realidade

Alan Nicolas explica que, há poucos anos, o uso de dados biométricos para criar identidades digitais era tema de filmes de ficção científica. Hoje, é uma realidade que influencia desde a autenticação em sites até o combate a perfis falsos e deepfakes. “Não se trata mais de ficção. A questão agora é como garantir que essas tecnologias beneficiem as pessoas sem comprometer sua privacidade. Como sempre, a tecnologia não é a vilã. O que precisa de cuidados é a forma como as pessoas a utilizam”, ressalta.

A decisão alemã demonstra que a regulação precisa acompanhar o avanço da inteligência artificial e das tecnologias biométricas. “O maior desafio é educar as pessoas sobre os riscos e garantir que governos e empresas trabalhem juntos para criar regras claras. Infelizmente, a legislação de nenhum lugar do mundo dá conta de acompanhar os avanços e questões éticas levantadas por essas novas possibilidades. Nos resta contar com a educação tecnológica de todos, assim terão consciência dos potenciais e perigos de cada ferramenta”, conclui Nicolas.

Inteligência artificial e hiperpersonalização influenciam 6 a cada 10 consumidores no Brasil

O comportamento do consumidor está em transformação acelerada. Se antes frete grátis e bons preços eram os principais atrativos, hoje, a hiperpersonalização e a inteligência artificial (IA) já influenciam 6 a cada 10 decisões de compra de produtos ou serviços, segundo o CX Trends 2025, conduzido pela Octadesk, plataforma de atendimento da LWSA, em parceria com o Opinion Box.

A décima edição da pesquisa revela que, nos últimos 12 meses, 68% dos consumidores destacaram a personalização no atendimento como fator de decisão, enquanto 50% apontaram que já tiveram experiência com  IA ao fazer compras – um crescimento de 8 pontos percentuais em relação a 2024. Além disso, 35% dos entrevistados afirmaram ter vivenciado recomendações personalizadas por meio de IA em suas compras de produtos ou contratação de serviço. 

A importância da personalização e da IA no consumo

A hiperpersonalização ocorre quando as empresas utilizam inteligência artificial de forma avançada para compreender profundamente os clientes, analisando dados como histórico de compras e comportamento em tempo real. No e-commerce, por exemplo, permite oferecer recomendações precisas, antecipar necessidades e entregar suporte proativo, criando experiências alinhadas às expectativas do cliente, fortalecendo sua relação com a marca. 

“Hoje o consumidor busca mais do que qualidade ou eficiência, ele quer uma experiência que entenda e se conecte às suas necessidades. A tecnologia deve ser usada como aliada para potencializar o atendimento humano, e não substituí-lo. Essa combinação é o que cria uma experiência que realmente faz a diferença para o cliente e, além disso, traz uma oportunidade de aumento de receita para as empresas”, afirma Rodrigo Ricco, Fundador e Diretor geral da Octadesk. 

Consumidores híbridos e critérios de decisão

O estudo confirma o comportamento híbrido do consumidor brasileiro: 77% realizaram compras tanto online quanto em lojas físicas nos últimos 12 meses. Entre os fatores que mais influenciam a escolha de onde comprar estão frete grátis (62%), qualidade do produto ou serviço (56%) e preço baixo (53%). Os principais canais de compra incluem lojas online (68%), marketplaces (66%) e lojas físicas (64%). Plataformas como WhatsApp (30%) e Instagram (28%)  também aparecem, destacando a relevância crescente das redes sociais no processo de decisão.

A tecnologia como aliada do atendimento automatizado

Embora o uso de IA e chatbots esteja em expansão, o estudo indica que os consumidores ainda preferem a interação humana. Entre os que utilizaram chatbots, 36% classificaram a experiência como negativa, outros 36% como neutra, e apenas 20% como positiva.  Para 54% dos consumidores, o melhor atendimento automatizado é aquele que complementa o trabalho humano, oferecendo um equilíbrio entre tecnologia e interação pessoal”, comenta Ricco. Segundo os participantes, os serviços automatizados devem oferecer opções compatíveis com o problema (43%), ser diretos (33%) e garantir agilidade (27%).

“Os dados destacam a necessidade de uma implementação cuidadosa e personalizada dessas tecnologias para garantir uma experiência satisfatória. Além disso, é essencial contar com uma equipe que monitore constantemente o desempenho dos chatbots, fazendo as correções necessárias para proporcionar uma melhor experiência ao usuário”, afirma Ricco. 

Ponto de atenção e de oportunidades para as marcas

O estudo revelou que experiências negativas estão relacionadas a falhas no atendimento. Entre os problemas citados, estão os produtos ou serviços com qualidade abaixo do esperado (26%), entregas atrasadas (24%) ou não realizadas (21%), propaganda enganosa (24%), problemas no atendimento (20%) e falta de retorno de reclamações e solicitações (18%). 

Os consumidores esperam que as marcas tomem ações claras para melhorar suas experiências, como resolver problemas rapidamente (37%), ampliar as opções de frete (37%), oferecer descontos em compras futuras (33%) e reduzir o tempo de entrega (32%). “O consumidor brasileiro está nos contando o que ele quer. A partir dessas informações, é preciso se destacar, não apenas no que você vende, mas também em como você vende e atende. O consumidor espera respostas rápidas, soluções práticas e um atendimento que entenda suas necessidades”, conclui Ricco. 

O CX Trends 2025 foi realizada pela Octadesk em parceria com o Opinion Box, apoiado pela Vindi, Locaweb, Moskit, Bling e KingHost, e ouviu mais de 2 mil consumidores online acima de 16 anos de todo o Brasil e de todas as classes sociais. A margem de erro da pesquisa é de 2,2 pontos percentuais. Para acessar o relatório completo, clique aqui.

As tendências do comportamento de consumo no e-commerce de flores para 2025

O comportamento de consumo está em constante transformação, refletindo as mudanças protagonizadas por inovações tecnológicas nos últimos anos. Essa nova fase influencia diretamente na comercialização de produtos pela Internet, como o mercado de flores online, onde os consumidores buscam experiências cada vez mais personalizadas, além de conceitos como sustentabilidade. Confira cinco tendências que devem moldar o e-commerce de flores em 2025.

Personalização de produtos

A personalização de itens na floricultura online exige um serviço adaptado e único, provocando a sensação de exclusividade e pertencimento no consumidor. Essa etapa envolve desde a possibilidade de criar arranjos personalizados com flores escolhidas pelo cliente até a oferta de embalagens com nomes e mensagens.

Sustentabilidade

O conceito de sustentabilidade está presente no e-commerce de flores  por meio de embalagens e itens que promovem a preservação do meio ambiente. Além de embalagens, o processo inclui também a adoção de práticas sustentáveis em quase todas as etapas de venda, como na entrega dos arranjos, onde o uso de transportes mais sustentáveis provoca menor impacto ambiental.

Compra imersiva

Com o avanço tecnológico, a interação imersiva alcança novo patamar em floriculturas online. Com flores e arranjos experimentados em realidade virtual por meio de projetos 3D e equipamentos de realidade aumentada (AR), é possível montar um catálogo de produtos que aproxima ainda mais o cliente da etapa de decisão de compra.

Entrega rápida

A logística bem estruturada é um grande diferencial para o e-commerce, que busca atender a pedidos com o menor tempo possível de entrega. Na programação de pedidos, assinaturas mensais de produtos ganham popularidade em negócios que possuem um sistema de entrega ágil e eficiente.

Presença nas redes sociais

O comércio eletrônico pode atingir R$ 242 bilhões no Brasil em 2025, de acordo com relatório da FTI Consulting. As redes sociais representam atualmente uma ferramenta com grandes chances de conversão para e-commerces como floriculturas online, com transmissões ao vivo para vendas de flores e arranjos e compras integradas sendo oferecidas em plataformas como Tik Tok e Instagram

Você sabia que histórias podem transformar a forma como as pessoas veem sua marca?

Pense em um momento marcante da sua vida. Talvez tenha sido uma conquista pessoal, um desafio superado ou até uma experiência inesperada que mudou sua perspectiva. Agora, imagine como seria se a sua marca pudesse provocar esse tipo de emoção no público. Histórias têm esse poder: elas conectam, inspiram e, principalmente, geram identificação.

A campanha #LikeAGirl da Always, por exemplo, desafiou estereótipos de gênero ao transformar uma expressão pejorativa em símbolo de força e confiança. Ao mostrar meninas realizando atividades com determinação, a marca inspirou jovens a se orgulharem de sua identidade, promovendo autoestima e empoderamento feminino.

A Dove lançou uma campanha na qual um artista desenhava mulheres com base em suas próprias descrições e, em seguida, a partir das descrições de outras pessoas. Os resultados mostraram que as mulheres tendem a se ver de forma mais crítica do que os outros as veem. A iniciativa ajudou muitas mulheres a reconhecerem sua própria beleza e a melhorarem sua autoestima.

Quando se trata de contar histórias, a Nike é um exemplo brilhante. Suas campanhas não vendem apenas produtos; elas vendem sonhos, coragem e superação. Ao compartilhar histórias de atletas que desafiaram todas as probabilidades, a Nike inspira milhões de pessoas ao redor do mundo. Quem vê essas histórias não pensa apenas “eu quero um tênis da Nike”, mas “eu quero ser parte desse movimento”.

A força das histórias

Nós, seres humanos, somos naturalmente atraídos por histórias. Elas transcendem palavras e fatos; tocam nossa essência, evocam memórias e criam conexões emocionais. No mundo das marcas, esse caminho é uma ferramenta poderosa. Contar uma boa história, além de ser um diferencial, permite construir uma relação profunda e duradoura com o público.

Por exemplo, quando você compartilha a história de um cliente que alcançou seus sonhos usando seu produto, não está somente promovendo sua marca, mas mostrando que ela é parte de algo maior: a jornada de superação de alguém.

Conheça seu público

Quer criar histórias que realmente ressoem? O primeiro passo é entender quem é o seu público. Quais são suas dores, desejos e valores? Quanto mais você souber sobre ele, mais relevante e impactante será sua narrativa.

  • Pesquise: use ferramentas de análise de mercado, redes sociais e enquetes para descobrir o que motiva seu público.
  • Empatia é a chave: coloque-se no lugar do seu público. Como você se sentiria ao ouvir a história? Ela faz sentido? É inspiradora?

Quando você conhece seu público a fundo, consegue criar mensagens que parecem feitas sob medida — e essa personalização é o que transforma simples palavras em emoções.

Crie uma jornada do herói

Toda boa história tem um herói e, no universo das marcas, esse herói é o seu cliente. Ele deve ser o protagonista, enfrentando desafios e superando-os com a ajuda do que você oferece. Tal abordagem cria uma conexão emocional poderosa, pois mostra que sua marca não é apenas um fornecedor de produtos ou serviços, mas um parceiro na jornada deles.

  1. O desafio: qual problema seu cliente está enfrentando?
  2. A solução: como sua marca ajuda a superar esse desafio?
  3. A transformação: qual é o resultado final? Como seu cliente se sente após a experiência com sua marca?

Essa é a diferença entre promover produtos e inspirar pessoas

No fim do dia, marcas que sabem contar boas histórias não apenas vendem mais — elas criam legados. São lembradas, compartilhadas e amadas. Portanto, da próxima vez que pensar em uma campanha ou estratégia, lembre-se: não basta falar sobre o que você faz. Conte uma história que mostre quem você é e a sua importância.

Então, que tal começar hoje mesmo? Sua marca tem muito a contar — e o mundo está esperando para ouvir.

O que esperar do metaverso para o marketing digital em 2025?

Em 2021, Mark Zuckerberg, CEO e fundador do Facebook, surpreendeu o mundo ao anunciar a mudança de nome de sua empresa para Meta, tendo como principal objetivo passar a explorar esse novo mundo digital do metaverso. Na época, o conceito e a tecnologia foi apresentada ao público como uma das iniciativas mais poderosas e promissoras para o futuro, sendo capaz de gerar ambientes virtuais alternativos e imersivos, onde as pessoas podem interagir e realizar qualquer atividade .

Passado alguns anos desde o boom inicial, o metaverso deixou de ser uma ideia futurista para se tornar uma realidade em construção. Apesar de ainda não ter alcançado o sucesso inicial esperado, o recurso hoje já abre portas para experimentos e iniciativas interessantes dentro dos mundos digitais. 

Uma das áreas que têm explorado bem a tecnologia desde então é o marketing. Isso porque, marcas parecem ter percebido o potencial do metaverso para criar conexões mais profundas e interativas com os consumidores. Plataformas como Roblox e Decentraland hoje podem ser vistas como laboratórios vivos onde essas estratégias estão ganhando forma, comprovando que estes mundos paralelos podem ser uma alternativa interessante para aproximar o público de sua marca. 

Todo esse potencial acaba ainda mais potencializado graças ao auxílio de tecnologias adjacentes, como é o caso da inteligência artificial. Por meio da integração com a IA, marcas começaram a perceber o metaverso como uma ferramenta interessante para a conquista de engajamento e novas receitas. 

Diante deste cenário dúbio caracterizado pelo enorme potencial, ao mesmo tempo, que pouco explorado, venho compartilhar algumas tendências-chave e desafios que irão acompanhar o desenvolvimento do metaverso para 2025, com foco em auxiliar na forma com que profissionais de marketing podem se preparar para essa nova era.

  1. Experiências imersivas e interativas

A imersão é a alma do Metaverso. Hoje, marcas como a Nike, com sua plataforma NIKELAND, inserida dentro do Roblox, já demonstram o poder dessa abordagem. A ferramenta vai além de um mero showroom virtual; consolidando um mundo onde os usuários podem criar avatares e interagir com a marca esportiva de forma lúdica, fortalecendo a conexão emocional do usuário com os produtos. A IA, por sua vez, potencializa essas experiências, permitindo a criação de avatares realistas com movimentos e expressões naturais, além de NPCs (personagens não-jogáveis) inteligentes que proporcionam interações personalizadas.

  1. Integração com o mundo real, facilitada pela IA

A convergência entre o físico e o digital é uma tendência forte para 2025, e o metaverso pode ser uma solução prática a esse propósito. A Forever 21, por exemplo, hoje apresenta uma loja no metaverso que espelha sua coleção física para dentro do digital. Essa estratégia omnichannel oferece uma experiência de compra inovadora e também impulsiona as vendas, tanto online quanto offline. A IA novamente entra em cena ao analisar dados do mundo real, como preferências de compra e comportamento do consumidor, a fim de personalizar as ofertas e experiências.

  1. Hiperpersonalização com IA

Utilizando novamente um trabalho prático como exemplo, a Coca-Cola recentemente utilizou NFTs para desbloquear experiências personalizadas, como acesso a eventos exclusivos e itens virtuais colecionáveis. Essa estratégia fortalece a fidelização do cliente e ajuda a criar um senso de comunidade em torno da marca. Por meio de sua capacidade de analisar grandes volumes de dados, a IA passa a ser crucial nesse meio para oferecer experiências personalizadas em escala, prevendo as necessidades e desejos dos usuários no Metaverso.

  1. Oportunidades de monetização

Hoje, o Metaverso representa ainda uma nova forma de monetização para negócios. Marcas de luxo, como Balenciaga e Louis Vuitton, já comercializam roupas e acessórios virtuais, gerando novas fontes de receita e atingindo um público mais jovem e conectado.

  1. Metaverso como canal de atendimento com IA Conversacional

Imagine resolver suas dúvidas com um assistente virtual em um ambiente 3D imersivo. Essa é mais uma das usabilidades possíveis dentro do metaverso com foco no vínculo da marca e o cliente. Além disso, graças ao uso da IA, as empresas poderão promover interações mais naturais e personalizadas, além de disponíveis 24/7, aprimorando a eficiência e a satisfação do cliente.

Personalização em escala e automação serão destaques no marketing digital em 2025

Para as empresas que desejam crescer e serem vistas em um mercado cada vez mais competitivo e digitalizado, os serviços de marketing digital são essenciais, pois permitem que as marcas se conectem diretamente com seus públicos, alcancem novos mercados e otimizem resultados com base em dados concretos. 

Além disso, esses serviços digitais contribuem para que empresas de todos os tamanhos, mas principalmente as PMEs, que são em maior número no país, possam construir uma presença forte e consistente, indispensável para fidelizar clientes e se destacar no ambiente online.

Marcus Calixto, CEO da Beelieve Group, empresa especializada em marketing digital para PMEs, acredita que o ano de 2025 continuará sendo impulsionado pela personalização em escala, combinada com a automação inteligente.

“O consumidor online valoriza três pilares fundamentais: conveniência, confiança e personalização. Ele busca uma experiência de compra ágil, transparente e segura, além de ofertas e recomendações que estejam alinhadas às suas necessidades. O atendimento eficiente, desde a pré-venda até o pós-venda, também é um diferencial decisivo”, explica o executivo.

Recentemente, a Beelieve passou a implementar uma nova metodologia em seus serviços denominada Blue Star. O método é composto por três pilares muito importantes dentro do digital: Squads Operacionais, Inteligência Artificial (IA) e Tecnologia Integrada. 

“No caso da inteligência artificial, ela será ainda mais integrada às estratégias, permitindo prever comportamentos e criar campanhas hipersegmentadas. Para fortalecer ainda mais a personalização do serviço para o consumidor final e clientes em potencial”, destaca Calixto.

O especialista reforça que para realizar uma compra online o consumidor final prioriza confiança e informação, e um dos primeiros passos é pesquisar as redes sociais da empresa.

“Ele busca sinais de confiabilidade, como páginas atualizadas, interações com o público e avaliações positivas. Por isso, é fundamental que as empresas mantenham suas redes sociais e plataformas digitais otimizadas e constantemente atualizadas”, orienta o CEO da Beelieve.

Calixto também aponta outros destaques do marketing digital que os PMEs e profissionais do digital precisam ter atenção.

“As estratégias que resgatam o senso de comunidade e pertencimento, como os fóruns online e comunidades exclusivas, podem ganhar nova força com plataformas mais modernas. Produtos mais consolidados, como o e-mail marketing, continuará sendo uma grande ferramenta se utilizada como forma de promover mais personalização e interatividade. Além disso, formatos de conteúdo simples, como newsletters e blogs, podem retomar destaque à medida que o público busca conteúdos mais informativos e menos voltados para vendas diretas”, finaliza o especialista.

Empresas agora devem priorizar a saúde mental de seus colaboradores

A Portaria MTE nº 1.419/2024, publicada em 27 de agosto, estabeleceu que as novas exigências da NR-01 entrarão em vigor em 25 de maio de 2025, concedendo às empresas um prazo de 270 dias para adequação. Ou seja, a partir do dia 25 de maio de 2025, as empresas precisam se adequar às novas exigências e transformar desafios legais em ações que impulsionam produtividade e bem-estar.

“O cuidado com a saúde mental nas empresas deixou de ser um benefício e passou a ser uma obrigação. O cenário é claro, não basta apenas falar em saúde e bem-estar, agora os profissionais de Recursos Humanos e lideranças precisam agir de forma estratégica e estruturada”, afirma Neide Leite Galante, Head de Recursos Humanos, Gestão e Desenvolvimento de Pessoas no ButtiniMoraes.

Segundo ela, a portaria é estratégica e vem ao encontro das expectativas da sociedade, especialmente ao considerar que dados do Ministério da Previdência Social apontaram que, entre 2022 e 2023, o INSS concedeu mais de 288 mil afastamentos do trabalho por transtornos mentais, o que representa um aumento de 38% em relação a 2022.

“A ansiedade é um dos transtornos mentais que mais afastam os brasileiros do trabalho, o que já foi comprovado em diversos levantamentos, sendo que um dos mais recentes de 2023 constatou que a ansiedade foi o transtorno que mais afastou as pessoas do trabalho, seguido de depressão, estresse e síndrome de Burnout”, ressalta Neide.

Os dados são inequívocos: o descaso com a saúde mental transcende prejuízos financeiros. Ao comprometer o bem-estar e a produtividade de seus profissionais, as empresas negligenciam seu maior ativo. Os custos ocultos, como o absenteísmo, a rotatividade e a diminuição da qualidade, revelam o verdadeiro prejuízo.

O que muda com a NR-01?

As Normas Regulamentadoras (NRs), estabelecidas pelo Ministério do Trabalho, visam garantir a saúde e a segurança dos trabalhadores em seus ambientes de trabalho. A NR-01, em particular, fundamenta o Programa de Gerenciamento de Riscos (PGR), exigindo que as empresas identifiquem, avaliem e controlem os riscos ocupacionais, implementando medidas preventivas para proteger a saúde e a integridade física de seus colaboradores.

“O Programa de Gerenciamento de Riscos (PGR) agora abrange de forma mais ampla os riscos à saúde, incluindo os fatores psicossociais. Essa nova exigência legal obriga as empresas a implementarem ações preventivas para identificar e controlar situações como sobrecarga de trabalho e assédio, garantindo a saúde física e mental dos colaboradores e promovendo um ambiente de trabalho mais seguro e humanizado”, ressalta a gestora de Recursos Humanos do ButtiniMoraes.

É importante destacar que a NR-01, em sua versão atualizada, reconhece a complexidade dos riscos presentes nos ambientes de trabalho, ampliando o escopo do PGR para além dos riscos físicos, químicos e ergonômicos. “A inclusão dos fatores psicossociais, como sobrecarga de trabalho, assédio e conflitos interpessoais, demonstra a necessidade de uma abordagem multifacetada para a gestão da saúde e segurança do trabalho, que considere tanto os aspectos físicos quanto os psicológicos”, argumenta Neide.

Para prevenir esses riscos e promover um ambiente de trabalho mais saudável, as empresas podem adotar diversas estratégias, como, por exemplo:

  1. Identificação e Avaliação dos Riscos:
  • Pesquisa de Clima Organizacional: Realize pesquisas periódicas para identificar os principais fatores de estresse e insatisfação no trabalho.
  • Entrevistas Individuais: Converse com os profissionais para entender suas percepções sobre o ambiente de trabalho.
  • Análise de Dados: Utilize dados de afastamentos, acidentes e indicadores de desempenho para identificar padrões e tendências.
  1. Implementação de Medidas Preventivas:
  • Gestão de Cargas de Trabalho: Equilibre a carga de trabalho, evitando sobrecarga e subutilização.
  • Comunicação Aberta e Transparente: Estabeleça canais de comunicação eficazes para que os profissionais se sintam à vontade para expressar suas opiniões e preocupações.
  • Reconhecimento e Valorização: Implemente programas de reconhecimento e valorização, como bonificações, promoções e feedbacks periódicos.
  • Treinamento e Desenvolvimento: Ofereça oportunidades de desenvolvimento profissional para que os colaboradores se sintam mais engajados e motivados.
  • Flexibilização: Adote práticas de trabalho flexíveis, como trabalho remoto, sempre que possível.
  • Programa de Qualidade de Vida: Implemente programas que promovam o bem-estar físico e mental dos profissionais, como atividades físicas, yoga e meditação.
  • Prevenção e Combate ao Assédio: Estabeleça políticas claras contra o assédio e crie canais seguros para denúncias.
  • Promoção da Diversidade e Inclusão: Crie um ambiente de trabalho inclusivo, onde todos se sintam valorizados e respeitados.
  • Apoio Psicológico: Ofereça serviços de apoio psicológico aos profissionais que necessitarem.
  1. Monitoramento Contínuo:
  • Indicadores de Saúde: Acompanhe indicadores como absenteísmo, rotatividade e índices de acidentes.
  • Pesquisas de Clima: Realize pesquisas periódicas para avaliar a efetividade das medidas implementadas.
  1. Envolvimento dos Profissionais:
  • Comitês de saúde e bem-estar: Crie comitês para discutir e propor soluções para os problemas identificados.
  • Programas de Bem-estar: Promover atividades físicas, alimentação saudável e práticas de relaxamento.
  1. Liderança:
  • Liderança Positiva: Os líderes devem servir como modelos de comportamento positivo, promovendo um ambiente de trabalho colaborativo e respeitoso.
  • Capacitação de Líderes: Ofereça treinamentos para que os líderes possam identificar e lidar com situações de estresse e conflito.

“A prevenção dos riscos psicossociais é um processo contínuo que exige o envolvimento de todos os níveis da organização. Ao implementar essas medidas, as empresas contribuem para um ambiente de trabalho mais saudável, produtivo e humanizado”, defende a executiva.

Lei 14.831/2024 representa um marco importante na promoção da saúde mental no ambiente de trabalho no Brasil, instituindo o Certificado Empresa Promotora da Saúde Mental, um reconhecimento oficial para empresas que demonstram um compromisso genuíno com o bem-estar psicológico de seus profissionais.

Em resumo, a Lei 14.831/2024 incentiva as empresas a adotarem práticas que promovam a saúde mental de seus profissionais, reconhecendo que o bem-estar psicológico é fundamental para um ambiente de trabalho saudável e produtivo.

Principais pontos da lei:

  • Certificado: As empresas que atenderem aos requisitos estabelecidos pela lei poderão obter o certificado, que serve como um selo de qualidade, demonstrando que a organização se dedica à promoção da saúde mental.
  • Requisitos para obtenção do certificado: A lei estabelece critérios que as empresas devem cumprir para receber a certificação, como a implementação de políticas e programas de promoção da saúde mental, a oferta de serviços de apoio psicológico e a criação de um ambiente de trabalho seguro e saudável.

O fato é que o tema sobre cuidados com a saúde mental e bem-estar dos profissionais no ambiente de trabalho se torna mais relevante a cada ano, a NR-01 e a Lei 14.831/2024 representam um passo importante nessa direção.

Do MS-DOS à IA: pioneira em softwares de gestão de frotas apresenta sete novos produtos ao mercado

Se você não faz parte da Geração Z ou da Geração Alpha, pode não saber o que é um sistema operacional MS-DOS. Esse sistema foi o precursor da evolução tecnológica que vivenciamos hoje. Foi com base no MS-DOS que a Gestran, hoje uma das principais plataformas de gestão de frotas no Brasil, desenvolveu seu primeiro software, o Transdata, em 1999.

Passados 25 anos desde a fundação da empresa, o Transdata – Sistema Sistran MS-DOS da Gestran – permanece na memória afetiva e faz parte da história de sucesso da logtech. Hoje, com a ascensão da inteligência artificial e do aprendizado de máquina, recursos que a plataforma incorporou às suas soluções, a Gestran continua a se alinhar com a revolução tecnológica e com as novas demandas do mercado de transporte e logística.

A plataforma chega a um crescimento de 40%, em 2024. Os produtos e soluções da Gestran gerenciam atualmente 70 mil veículos em todo o país, abrangendo mais de 750 organizações de diversos setores econômicos, incluindo grandes redes do varejo, da indústria, do agronegócio e do setor de transporte propriamente dito.

“Chegamos aos 25 anos implementando um processo que chamamos de IAlização – ou seja, desenvolver e integrar de maneira definitiva e sólida a IA [inteligência artificial] na plataforma”, afirma o CEO da Gestran, Paulo Raymundi.

Para comemorar o aniversário de 25 anos, a Gestran concluiu um rebranding, atualizando a marca e a cultura da empresa. A identidade visual foi modificada e conceitos como o “Open Fleet” foram introduzidos, prática de inovação que integra tecnologias e dispositivos para a gestão de frotas. Nessa integração, incluem-se as soluções Pneu Fit (monitoramento em tempo real das condições dos pneus) e aplicativo de combustível (para gestão de abastecimento).

Paralelamente ao rebranding, a Gestran trabalha no desenvolvimento de sete novos produtos que representam um avanço em relação às soluções existentes (ver box ao final desta matéria). “Com o Open Fleet e os novos produtos, o gestor contará com recursos tecnológicos que proporcionam uma administração e operação mais eficientes da frota, resultando em redução de despesas, economia de recursos e otimização da frota”, destaca o CEO.

Raymundi ressalta que, além das inovações tecnológicas, a Gestran acompanhou a evolução do mercado de transporte e logística no Brasil e, em especial, do setor de gestão de frota. No final da década de 1990, biocombustíveis e a eletrificação da frota eram apenas objetos de experimentação e pesquisa, e a automatização dos veículos estava em seus estágios iniciais.

“Os investimentos nesse mercado cresceram exponencialmente. Só entre 2022 e 2026, o montante previsto para investimento é de R$ 124 bilhões, segundo a Associação Brasileira da Infraestrutura e da Indústria de Base [Adib]. Transporte e logística são essenciais para o crescimento econômico, e otimizar e tornar eficiente as operações desse setor é igualmente essencial”, avalia o CEO da Gestran.

SAIBA MAIS

Conheça os principais marcos na trajetória de 25 anos da Gestran:

  • 1999: fundação, com sistema de controle de abastecimento e consumo de combustível por veículos.
  • 2003: primeira versão do sistema Gestran Delphi.
  • 2009: segunda versão Gestran Delphi.
  • 2015: a empresa passa a ter o nome de sua solução, Gestran.
  • 2019: início do projeto Sistemas SaaS.
  • 2022: investimentos e inovações em novos produtos.
  • 2024: expansão data driven, reposicionamento e digitalização da marca, criação do Open Fleet e Gestran Data.

Os produtos que estão sendo lançados pela plataforma:

  • TMS: sistema ERP (Planejamento e Recursos Empresariais) para o gerenciamento de transportes e logística.
  • Frota: solução SaaS (Software como Serviço) para gestão de frotas, composta por módulos de abastecimento, pneus, manutenção, checklist, despesas, financeiro, compras e almoxarifado/estoque.
  • Gestran Data: hub de dados e relatórios com aplicação de inteligência artificial para visualização em tempo real, proporcionando mais visibilidade para a tomada de decisão.
  • Open Fleet: plataforma de APIs (Interface de Programação de Aplicações) conectadas a dispositivos e tecnologias relacionadas à gestão de frotas, como conexão com players de backoffice, tecnologias de abastecimento, telemetria e captura de dados de pneus, entre outros, facilitando a integração de dados da frota.
  • Gesto: hub para notificações e interações, com apontamento de exceções e alertas disparados para aplicativos de comunicação como e-mail, SMS, WhatsApp e Telegram, buscando uma comunicação assertiva e gerando alertas para a tomada de decisão.
  • Docs: integração de despesas e documentos fiscais por meio de inteligência artificial e aprendizado de máquina, permitindo automação e reconhecimento de recorrências, reduzindo o tempo de processamento e a intervenção manual.
  • PneuFit: equipamento coletor de dados que permite a leitura da condição do pneu, sulcos e calibração, identificando a vida útil e possíveis falhas, aplicando ações com as informações integradas do coletor para a frota.

Com previsão de superar PIB, faturamento das PMEs do Sul cresce 8,4% em 2024

O Índice Omie de Desempenho Econômico das PMEs (IODE-PMEs) indica que o faturamento das pequenas e médias empresas (PMEs) da região Sul apresentou alta de 8,4% na comparação anual. O avanço do setor em nível nacional foi de 4,5% em 2024. No quarto trimestre, o índice mostrou elevação de 3,3% frente ao mesmo período do ano anterior.

Além da região Sul, o IODE-PMEs sinaliza que o crescimento do mercado foi impulsionado, principalmente, pelo bom desempenho do Nordeste (+8,3%) e Sudeste (+3,7% ante 2023). As PMEs da região Centro-Oeste (+0,1%) ficaram estagnadas, e as do Norte (-10,4%) retraíram.

Os dados do índice apontam performance superior ao PIB geral do país no último ano. Segundo o Boletim Focus do BCB, a mediana das perspectivas de mercado para o PIB de 2024 (cujo fechamento oficial ocorrerá em março/25) se encontra no patamar de 3,5%.

O IODE-PMEs funciona como um termômetro econômico das empresas com faturamento de até R$50 milhões anuais, consistindo no monitoramento de 736 atividades econômicas que compõem quatro grandes setores: Comércio, Indústria, Infraestrutura e Serviços.

Figura 1: IODE-PMEs

(Número índice – base: média 2023=100)

Fonte: IODE-PMEs (Omie)

A performance do mercado nacional, conforme Felipe Beraldi, economista e gerente de Indicadores e Estudos Econômicos da Omie, foi condicionada pela ampliação da demanda doméstica e indica perda de fôlego do segmento, especialmente nos setores de Indústria e Serviços. “Nos últimos anos, houve forte avanço da renda real disponível às famílias, em um contexto de expansão fiscal com programas de transferência de renda e pagamento de precatórios. Também devem ser levados em conta a sustentação do mercado de trabalho aquecido, o desemprego próximo ao reduzido patamar histórico de 6% da última década e rendimentos reais em ascensão e já mais elevados frente ao período pré-pandemia”, explica.

Figura 2: IODE-PMEs – aberturas setoriais

(2024 x 2023)

Fonte: IODE-PMEs (Omie)

Comércio

O principal contribuinte para a melhora do mercado de PMEs em 2024 foi o Comércio, com avanço de 8,1% ante ao ano anterior. O economista lembra que as empresas desse setor engataram trajetória de recuperação a partir do segundo trimestre do ano anterior, após um 2023 bastante desafiador, refletindo o contexto de avanço do consumo no país. Em 2024, os resultados foram positivos para o atacado (+9,0% YoY) e para o varejo (+6,4% YoY), com destaque para ‘Alimentos’, ‘Bebidas’ e ‘Produtos de higiene, limpeza e conservação domiciliar’.

Já no varejo, os sinais de recuperação se manifestaram mais consistentes para as PMEs no segundo semestre de 2024, evidenciados pela manutenção de alta do Comércio ao longo dos últimos seis meses. Entre as atividades com melhor performance, estão ‘Equipamentos para escritório’, ‘Produtos alimentícios’, ‘Produtos farmacêuticos com manipulação de fórmulas’ e ‘Materiais hidráulicos e elétricos’.

Serviços

Outro setor do mercado de pequenas e médias empresas que voltou expandir no ano anterior foi Serviços, com incremento de 2,5%, mesmo com a desaceleração dos últimos meses do ano (+1,2% no 4T2024). “A alta também impactou o mercado de trabalho, com a maior parte do aumento no saldo de trabalhadores formais concentrado em atividades do setor de Serviços ao longo de 2024”, reforça o economista. Destacam-se ‘Atividades financeiras e de seguros’, ‘Transporte e armazenagem’, ‘Saúde humana e serviços sociais’ e ‘Informação e comunicação’.

Indústria

As PMEs industriais desaceleraram no segundo semestre, com retração de 1,5% YoY no 4T2024. Ainda assim, o setor encerrou 2024 com faturamento 2,2% maior em comparação a 2023, segundo o IODE-PMEs.

Neste contexto, o avanço do setor foi menos disseminado entre as diferentes atividades da indústria nos últimos meses. Dos 23 subsetores acompanhados pelo índice, apenas 11 manifestaram elevação no quarto trimestre de 2024 na comparação anual. São elas: ‘Impressão e reprodução de gravações’, ‘Equipamentos de transporte’, ‘Manutenção, reparação e instalação de máquinas e equipamentos’ e ‘Máquinas, aparelhos e materiais elétricos’.

Infraestrutura

As pequenas e médias empresas de Infraestrutura encerraram o último ano com elevação de 0,8% ante 2023.  Após um primeiro semestre de quedas, a área voltou a apresentar expansão a partir de agosto.

Beraldi acrescenta a influência do período das eleições municipais no setor. “Se por um lado, dinamiza algumas atividades, por outro, as taxas de juros elevadas tendem a inibir a evolução da construção civil. Com isso, a expansão de Infraestrutura foi impulsionada por ‘Coleta, tratamento e disposição de resíduos’, ‘Eletricidade’ e ‘Serviços especializados para construção’”, comenta. Já segmentos da construção civil, como ‘Obras de infraestrutura’ e ‘Construção de edifícios’, apresentaram faturamento inferior.

PMEs devem crescer em 2025, mas em ritmo mais moderado

As perspectivas, com base no IODE-PMEs, indicam crescimento de 2,4% em 2025, após avanço médio de 6,9% ao ano no biênio 2023-24. Segundo o economista, apesar dos desafios macroeconômicos e do aumento das incertezas na economia doméstica, há elementos que devem sustentar a continuidade da evolução da economia brasileira neste ano, mesmo que com alguma desaceleração.

De modo geral, essa continuidade está apoiada em um contexto de sustentação da renda das famílias – desemprego no reduzido patamar de 6,1% e com ausência de sinais claros de reversão. Tal contexto tende, então, a favorecer alguns segmentos do mercado mais sensíveis à renda, como Serviços e alguns segmentos do Varejo (produtos alimentícios, artigos de higiene, produtos farmacêuticos, etc.).

Por outro lado, as elevadas expectativas de inflação no país e o aumento da taxa básica de juros pelo Banco Central nos últimos meses devem restringir o ímpeto do consumo e dos investimentos, com reflexos sobre as PMEs, sobretudo a partir do segundo trimestre deste ano. Com isso, haverá, em 2025, desafios para o desempenho de segmentos mais dependentes da evolução do crédito, como atividades industriais, comerciais e na construção civil.

O ambiente de negócios neste ano deve ser altamente suscetível a choques nos cenários nacional e internacional. “Internamente, há o endereçamento das questões fiscais (equilíbrio entre as receitas e os gastos do governo), além da aprovação da Reforma Tributária, que passa a valer a partir de 2026, mas é indicado que os empreendedores estimem os impactos das mudanças o quanto antes”, orienta Beraldi. “Já no âmbito externo, além do monitoramento das tensões geopolíticas pelo mundo, acompanhar a evolução política e econômica dos EUA no início do governo Trump é bastante relevante, diante dos reflexos significativos sobre a evolução da economia dos países em desenvolvimento, como o Brasil”, complementa.

Clientes fiéis salvam negócios em tempos difíceis — saiba como retê-los

O ano de 2025 se desenha como um período de desafios econômicos. Projeções indicam uma desaceleração do crescimento do Produto Interno Bruto (PIB), com expectativa de avanço de apenas 2%, após anos consecutivos de expansão superior a 3%. A inflação deve se manter perto de 5%, pressionada pelo aumento dos custos de produção e serviços, enquanto a taxa básica de juros (Selic) pode chegar a 15%, encarecendo o crédito para empresas e consumidores. O cenário também aponta para um mercado de trabalho menos aquecido e uma retração nos investimentos públicos e privados. Diante desse contexto, muitos empreendedores avaliam a necessidade de cortar custos em prol da sustentabilidade do negócio.

Em momentos como esse, o departamento de marketing costuma ser um dos primeiros setores a sofrer reduções orçamentárias nas organizações. Contudo, especialistas alertam que essa abordagem pode ser um erro. Por exemplo, um estudo realizado em 2022 pela Nielsen, no pós-pandemia de COVID-19, mostra que empresas que continuam investindo em marketing durante crises tendem a se recuperar mais rapidamente e ampliar sua participação de mercado. Já Leonardo Oda, especialista em marketing e CEO da LEODA Inteligência de Marketing, sugere que fortalecer a base de clientes, fidelizá-los e criar estratégias de retenção são passos essenciais para a estabilidade do negócio em tempos de recessão.

Todos esses argumentos ganham força quando se leva em consideração que, em tempos de retração econômica, a aquisição de novos clientes se torna mais onerosa. Dessa forma, a prioridade deve ser manter os compradores e/ou usuários atuais e aprofundar o relacionamento com eles. “O marketing precisa ser encarado como um investimento estratégico e não como um custo, principalmente em pequenas e médias empresas. Isso porque as organizações que mantêm uma comunicação eficaz e fortalecem o relacionamento com seus consumidores-chave são as que se destacam e sobrevivem em cenários de recessão”, defende Oda.

Estratégias de marketing para enfrentar a crise

Para fortalecer o relacionamento com os clientes e otimizar suas estratégias de marketing, Leonardo Oda sugere abordagens baseadas na análise detalhada da jornada do consumidor, na comunicação segmentada e no uso de programas de fidelização.

1) Entender a jornada de compra para personalizar a comunicação

jornada de compra de um cliente não segue um caminho linear, mas um processo que envolve pesquisa, comparação e decisão. Empreendedores que compreendem essa trajetória conseguem antecipar necessidades e oferecer soluções no momento certo.

Para otimizar esse processo, um passo necessário é a definição da persona, um perfil detalhado do cliente ideal, baseado em dados e comportamentos reais. Quanto mais precisa for essa caracterização, mais eficazes serão as estratégias de marketing e comunicação.

Para Oda, em um cenário de crise, entender a jornada de compra e segmentar a comunicação com base em uma persona bem definida não é apenas uma estratégia eficiente — é uma necessidade. Empresas que dominam esses conceitos conseguem otimizar seus investimentos e transformar incertezas em oportunidades, fortalecendo sua presença no mercado e criando relações mais sólidas com seus clientes.

2) Marketing de conteúdo e comunicação segmentada

Em tempos de crise, a comunicação precisa ser ainda mais estratégica e direcionada. Nesse contexto, o Marketing de Conteúdo é uma abordagem que permite às empresas atrair e educar clientes por meio de materiais relevantes, como blogs, e-books e webinars. Essa estratégia não apenas ajuda a construir autoridade no mercado, mas também cria uma conexão mais sólida com o consumidor ao oferecer informações úteis que o auxiliam na tomada de decisões.

Aliada a tudo isso, está a Comunicação Segmentada, que possibilita que a mensagem certa chegue ao público certo, nos canais adequados. Além de diversificar os canais — como e-mail marketing, WhatsApp e eventos exclusivos — a mensagem precisa ser adaptada ao comportamento do consumidor para gerar valor real e fortalecer vínculos. “A proximidade gerada por uma comunicação bem direcionada impacta diretamente na lealdade dos clientes, que percebem mais valor na relação com a marca”, explica Oda.

3) Programas de fidelização para retenção de clientes

Para atravessar períodos de crise, não basta atrair clientes; é preciso mantê-los engajados e incentivar sua lealdade. Nesse contexto, os programas de fidelização contribuem para reforçar o vínculo entre consumidor e marca.

Estratégias como cashback, promoções escalonadas e benefícios exclusivos criam incentivos para a recompra e fazem com que os clientes percebam maior valor na relação com a marca. “Aqueles que estruturam estratégias para valorizar seus consumidores fiéis conseguem aprimorar o fluxo de receita e o relacionamento no longo prazo”, destaca Oda.

Além dos programas tradicionais de fidelidade, oferecer experiências personalizadas e um atendimento diferenciado também faz diferença na percepção do cliente. 

Crise também é oportunidade

Em resumo, os desafios econômicos previstos para 2025 não devem ser vistos apenas como um período de retração, mas como um momento para inovação e reposicionamento estratégico. “Empresas que usam esse período para refinar processos, adaptar produtos e serviços às novas necessidades do mercado e ampliar sua presença digital podem encontrar oportunidades de crescimento onde muitos enxergam apenas dificuldades”, conclui Leonardo Oda.

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