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Corrida da IA: países disputam liderança e empresas buscam soluções inovadoras 

A inteligência artificial tem se consolidado como uma das mais impactantes transformações tecnológicas da sociedade atual, influenciando desde a economia global até o cotidiano das pessoas. Em uma análise abrangente sobre o tema, apresentada no evento Yalo Connect IA que reuniu líderes das maiores indústrias do Brasil, o professor, pesquisador e colunista do Uol, Diogo Cortiz, explorou as múltiplas dimensões da IA, destacando seus aspectos técnicos, geopolíticos e econômicos, resgatando a trajetória dessa tecnologia desde a década de 1950, traçando um paralelo com a história da computação, período marcado pelo entusiasmo do futuro e a desilusão da limitação da época. 

Dentre esse espectro, três fatores principais têm acelerado o desenvolvimento da IA: o aumento do poder computacional, a digitalização massiva de dados e a ascensão de ferramentas com inteligência artificial. O aprimoramento dessas ferramentas tornou o processamento de grandes volumes de informação mais eficiente, enquanto a digitalização, intensificada pela web e pelas redes sociais, gerou uma base imensa de dados para alimentar os modelos de IA. A inteligência artificial transformou a forma como a tecnologia é percebida e utilizada. 

“A IA já fazia parte da nossa vida, por meio de interfaces que a gente usava, sistemas de recomendação, sistemas de fraude. Já éramos bombardeados de inteligência artificial, mas de uma forma oculta. O que mudou é que agora já podemos notá-la, se tiver dados. E isso traz uma nova dinâmica para o mercado e para a sociedade”, explicou o professor Diogo Cortiz.  

Atualmente essa tecnologia inteligente pode ser usada como estratégia geopolítica, uma vez que países e blocos econômicos disputam a liderança no desenvolvimento e controle dessa tecnologia, tendo a IA como um diferencial competitivo para segurança nacional, inovação industrial e influência global. Estados Unidos e China (as maiores potências globais) são os principais protagonistas dessa corrida, investindo bilhões de dólares em pesquisas, infraestrutura e talentos especializados. Já a União Europeia busca equilibrar inovação com métodos de regulamentação, estabelecendo algumas normas que garantam o uso ético e responsável da Inteligência. 

Além disso, com a popularização de algumas ferramentas, a interação com a IA se tornou acessível, permitindo novas possibilidades de uso e ampliando seu impacto social. Essa rápida popularização evidencia que a IA não é apenas uma ferramenta tecnológica, mas uma mudança de paradigma, redefinindo a relação entre humanos e máquinas e abrindo caminho para novas aplicações em diversas áreas. 

Não só na mira de governos e instituições, o meio corporativo também vem investindo pesado no uso da IA para melhoria de eficiência e custos da indústria. Recentemente, a mexicana Yalo, plataforma inteligente de vendas, hoje também presente no Brasil, anunciou globalmente que vem desenvolvendo o primeiro agente inteligente de vendas capaz de atuar como um trabalhador digital que recria as habilidades de vendedores humanos. Essa solução já está sendo testada em algumas empresas e logo será lançada a versão beta com grandes marcas no Brasil e ao redor do mundo.  

“As empresas buscam soluções completas e não apenas ferramentas tecnológicas. Por esse motivo estamos trabalhando no desenvolvimento do primeiro agente de vendas 100% movido por IA. A ideia é projetar um membro adicional da equipe para cumprir missões específicas e criar uma força de trabalho digital que potencialize e complemente as equipes humanas”, mencionou Manuel Centeno, General Manager da Yalo no Brasil. 

Número de usuários de delivery no Brasil deve chegar a 90,5 milhões até 2029

O Brasil é um dos principais mercados globais de delivery de comida, e a tendência é de crescimento contínuo. As plataformas de entrega vêm investindo em variedade e qualidade, ampliando as opções disponíveis aos consumidores.

Nesse contexto, a estimativa é de que o país tenha 90,5 milhões de usuários de delivery até o final de 2029, segundo dados da Statista. Ou seja, o número vai se aproximar da metade da população brasileira.

Com esse crescimento, as empresas do setor buscam atender novos públicos de maneira mais eficiente, o que também aumenta a demanda.

Delivery de alimentos segue em expansão entre os brasileiros

Atualmente, cerca de 40% dos brasileiros utilizam plataformas de delivery, conforme levantamento da Ticket. Após o crescimento causado pela pandemia, o segmento manteve sua trajetória de alta devido à busca por praticidade e rapidez no dia a dia.

Globalmente, o setor deve movimentar US$ 1,4 trilhão em 2025, de acordo com a Statista. Além disso, o número de consumidores vai continuar em alta, podendo corresponder a cerca de um terço da população mundial até o final de 2029.

No Brasil, o iFood lidera o mercado, mas um número cada vez maior de restaurantes tem investido em plataformas próprias de entrega. Além disso, incertezas econômicas tornam o delivery uma alternativa atrativa, pois permite otimizar custos operacionais.

Perfil do consumidor de delivery no Brasil

O crescimento da demanda por delivery está diretamente ligado às mudanças nos hábitos de consumo. A pesquisa da Ticket divulgou dados relevantes sobre o perfil dos brasileiros que utilizam esses serviços.

A Geração Z, composta por pessoas entre 15 e 28 anos, é o principal público do delivery, com 51% desse grupo utilizando plataformas do tipo. Essa faixa etária, mais digitalizada e conectada às inovações tecnológicas, tem maior familiaridade com serviços online.

Os pedidos mais frequentes incluem fast food, como hambúrgueres e pizzas, além de pratos tradicionais da culinária brasileira e carnes. Ao mesmo tempo, o consumo de alimentos saudáveis cresceu 98% nos últimos anos, segundo o Sebrae.

Além disso, o aumento da demanda por opções naturais e veganas tem levado plataformas a diversificarem suas ofertas nesse segmento.

Desafios e oportunidades para o setor

Apesar do crescimento, o mercado de delivery apresenta desafios, principalmente para novas empresas, uma vez que o iFood detém 80% dos pedidos. No entanto, a adoção de plataformas próprias por restaurantes e supermercados vem ganhando espaço.

Uma tendência consolidada é o modelo de dark kitchens, que funcionam como cozinhas para delivery, sem atendimento presencial. A Statista projeta que, até 2030, esse formato vai responder por metade dos serviços globais de entrega.

A inteligência artificial também tem sido incorporada ao setor para personalizar o atendimento com base no comportamento dos consumidores. A análise de dados permite oferecer refeições e promoções de forma mais eficiente.

A logística segue como um desafio, seja para entregas rápidas em grandes centros urbanos ou para alcançar regiões mais afastadas. Por isso, soluções como rotas automatizadas e o uso de veículos autônomos estão sendo testadas por empresas do setor.

O aumento da demanda também reforça a necessidade de variedade nos cardápios. Empresas que priorizam dietas específicas e restrições alimentares podem se destacar em meio à concorrência.

Tendência de crescimento deve se manter no futuro

No Brasil, o mercado de delivery de comida deve atingir US$ 21,18 bilhões em receita em 2025. A expectativa é de um crescimento anual de 7,05% até 2029, alcançando US$ 27,81 bilhões.

Com a expansão das dark kitchens e o avanço das inovações tecnológicas, o delivery tende a se tornar ainda mais acessível, ampliando sua atuação para outros segmentos da indústria alimentícia.

Consumo impulsiona o crescimento do varejo alimentar

O varejo alimentar segue em alta e segundo dados do Radar Scanntech em parceria com a McKinsey, o setor cresceu 3,3% no faturamento em fevereiro de 2024, impulsionado pelo aumento do consumo e estratégias promocionais.

Além disso, os produtos que registraram maior aumento nas vendas em valor foram:

  • Café: 61,3%
  • Ovos: 21,1%
  • Hidratante corporal: 19,8%
  • Água: 18,8%
  • Kit capilar: 18,7%
  • Frango in natura: 17,3%
  • Óleo: 16,6%

Além disso, outra pesquisa recente da MindMiners destacou que os principais fatores que influenciam as escolhas dos consumidores no setor de alimentos, e que reflete um consumidor cada vez mais consciente e exigente, são: o preço, chegando a 68%, e sabor, em 64%. Além disso, uma Pesquisa da consultoria Capterra revelou que 49% dos consumidores consideram a rapidez o fator mais importante nas entregas. 

É nesse cenário que a Daki, aplicativo de mercado online e referência em entregas ultrarrápidas, tem sido peça-chave na transformação do setor, investindo fortemente em tecnologia, malha logística e um modelo baseado em dark stores para garantir eficiência na última milha. Como reflexo dessa estratégia, a empresa registrou um crescimento de 66% nos pedidos de supermercado na plataforma em 2024.

Outro ponto de destaque é o forte crescimento do mercado de delivery de supermercados. De acordo com um estudo da Ticket, 40% dos brasileiros pedem comida por delivery, e 11% fazem de um a dois pedidos semanais.

A Daki fez um levantamento recente sobre os campeões de vendas no aplicativo, e isso ajuda a entender certos padrões de comportamento dos consumidores. A pesquisa foi separada pelas principais categorias:

  • Não Alimentar: Lava roupas lavagem perfeita Omo 3l; Papel higiênico folha dupla Daki 8 unidades; Papel higiênico Neve Supreme folha tripla 20m com 12 rolos; Papel higiênico Neve Toque de Seda 2p 5×12 20m; Papel higiênico Personal folha dupla  30m 12 unidades.
  • MerceariaLeite integral Piracanjuba 1l; Leite UHT integral Italac 1l; Azeite extra virgem Gallo 500ml; Leite condensado Moça 395g; Arroz branco 5kg tipo 1 Camil.
  • Líquido: Refrigerante Coca-Cola sem açúcar 2l; Cerveja Heineken sleek 350ml; Refrigerante Coca-Cola original 2l; Cerveja puro malte Spaten 350ml (gelada); Refrigerante Coca-Cola sem açúcar 1,5l.
  • Fresh: Ovo extra branco Hortmix 20 unidades; Carne moída de primeira Centroeste 500g (resfriada); Picanha em peça Centroeste 1kg (congelada); Filé de peito de frango congelado Sadia 1kg; Banana prata Hortmix 500g.
  • Perecíveis: Queijo mussarela fatiado Président 150g; Pão de queijo tradicional Daki 400g; Bebida láctea sabor chocolate YoPRO 15g high protein Danone 250ml; Pão bisnaguinha Panco originais pacote 300g; Requeijão cremoso tradicional Vigor copo 200g.

Mudança no jogo: Previsões para o mercado de iGaming após regulamentação nas casas de apostas

A regulamentação do mercado de apostas no Brasil, consolidada com a sanção da Lei 14.790, em dezembro de 2023, inaugurou um capítulo para o setor de iGaming — termo que se refere a todas as atividades baseadas em apostas que ocorrem em plataformas online. A medida estabeleceu regras mais claras e impulsionou o crescimento de um mercado antes limitado e informal. Além de abrir novas oportunidades para empresas e jogadores, a regulação fortalece a segurança jurídica, ampliando a confiança dos usuários e atraindo investimentos.

Embora essa ação tenha dado um passo importante para estruturar o segmento no Brasil, alguns desafios significativos ainda persistem. Um dos principais é o mercado ilegal de apostas. Ele continua a representar uma parcela considerável do setor, movimentando cerca de R$ 8 bilhões por mês, segundo estimativa do Banco Central, sem a contribuição tributária gerada por um mercado formalizado. Essa situação prejudica a arrecadação fiscal e dificulta o pleno aproveitamento do potencial do setor no país.

Para Marlon Tseng, CEO da Pagsmile, gateway de pagamentos especializada em soluções que conectam negócios a mercados emergentes, “a legalização e a regulamentação do iGaming no Brasil abrem caminho para um crescimento sustentável. Além da arrecadação tributária, a segurança jurídica estimula investimentos e a chegada de novos operadores, consolidando um setor mais competitivo e confiável para os consumidores”.

Um levantamento da Associação Internacional de Integridade de Apostas (IBIA, sigla em inglês) aponta que o mercado brasileiro de apostas esportivas licenciadas pode gerar US$ 34 bilhões em faturamento até 2028 — um indicativo do potencial de crescimento do setor sob a nova regulamentação. Somente em 2024, segundo o Banco Central, o volume mensal de transferências para apostas variou entre R$ 18 bilhões e R$ 21 bilhões.

Além disso, de acordo com outras estimativas do Banco Central, os brasileiros gastaram cerca de R$ 20 bilhões em apostas online em setembro de 2024 (incluindo aqueles R$ 8 bilhões movimentados por empresas ilegais, que deixaram de gerar R$ 30 milhões ao governo em taxas de funcionamento). 

Marlon reforça que, com um ambiente mais estruturado, o setor de apostas se torna mais atrativo para investidores e operadores. Ele explica que um mercado regulamentado beneficia não só as empresas, mas toda a economia, criando um ambiente onde a transparência e o cumprimento das leis garantem o fortalecimento do setor e atraem mais investidores interessados em participar de um mercado sólido e ético. 

“Esse novo cenário favorece a inovação em modelos de negócios e exige que as plataformas se adaptem às exigências legais, impulsionando a entrada de novos players e a profissionalização do setor, posicionando o Brasil como um dos destinos mais promissores para apostas na América Latina”, conclui.

Geração Z é mais ambiciosa que Millenials, aponta pesquisa

Jovens da Geração Z (nascidos entre 1997 até o início de dos anos 2010) apresentam traços mais elevados de ambição, e são mais curiosos em relação à geração Millenial (nascidos entre 1981 e 1996). Essa é uma das conclusões da pesquisa realizada pela Hogan Assessments, em parceria com a consultoria brasileira Ateliê RH, distribuidora pioneira dos testes no país.

“O problema é que se criou uma imagem de que os jovens da Geração Z não são tão ambiciosos quanto as gerações anteriores, e que preferem ter mais qualidade de vida”, aponta Roberto Santos, sócio-diretor da Ateliê RH. “Na verdade, a Geração Z desromantizou a relação com o trabalho. Eles estão mais interessados em ganhar dinheiro”, afirma o especialista.

Uma pesquisa elaborada pela YouGov em 2024 sobre as diferenças geracionais na América Latina aponta que, na realidade, a maior diferença da Geração Z com as outras gerações é o fato de que esses jovens têm uma relação totalmente diferente com a sua trajetória profissional: apenas 43,5% declararam amar o seu trabalho – menor número entre todas as gerações comparadas pelo estudo (Millenials, X e Baby Boomers). Além disso, 47,4% dos jovens latinos estão muito mais focados em ganhar dinheiro do que em progredir em suas carreiras, de acordo com o instituto de pesquisa.

“Outro ponto que difere a Geração Z é a abordagem à aprendizagem – os jovens preferem a aprendizagem formal, em detrimento de uma abordagem mais prática”, pontua Santos. Mensagens, posts, livros: a leitura é valorizada entre jovens Gen Z, que leem mais (59%) do que seus antecessores Millenials (53%). O hábito já se reflete, por exemplo, nas bibliotecas, que ganharam uma sobrevida: seus frequentadores mais assíduos têm entre 16 e 24 anos, de acordo com uma pesquisa realizada pelo Ibope/Instituto Pró-Livro no ano passado.

“Em contrapartida, os Gen Z podem se entediar mais facilmente que seus antecessores. E essa diferença acontece, em grande parte, porque esses jovens são nativos digitais – para eles, a experiência da tela é parte do cotidiano desde cedo – quando o iPhone 3G chegou no Brasil, em 2008, as crianças da Geração Z mais velhas tinham 11 anos. A instantaneidade na obtenção de informações e nas relações é algo normal, impensável para as gerações anteriores”, destaca Santos.

A arrogância é um problema dessa geração?

O senso comum e pesquisas realizadas por revistas e consultorias apontam a arrogância como um grande “calcanhar de Aquiles” desses jovens por terem uma expectativa desproporcional em relação ao seu progresso na carreira, superestimando a sua própria competência. Também se relata que o jovens têm menos abertura a críticas e feedbacks – o quê tem abalado sua evolução nos empregos. 

Por outro lado, o estudo da Hogan Assessments, considerando a população brasileira, não aponta a escala de “Arrogante” do Inventário Hogan de Desafios diferenciando as gerações Millenials e X, talvez um pouco em relação aos Baby Boomers. Porém, digo de nota é que na amostra global para todas gerações, o índice desta escala é significativamente mais baixo mas segue o mesmo padrão de que não é uma tendência típica da Geração Z.

Resta a indagação se particularmente no Brasil a tendência de mostrar atitudes arrogantes também está ligada à desilusão com o ambiente de trabalho, e a uma perspectiva negativa em relação ao mercado de uma maneira geral, e a uma postura de desconfiança em relação às promessas do mundo corporativo.

Altruístas e ligados nos negócios

Apesar de serem frequentemente retratados como desapegados ou desinteressados em suas carreiras, os jovens da Geração Z demonstram uma grande preocupação com o impacto social e a ética dos negócios. A pesquisa da Hogan Assessments apontou que eles têm pontuações significativamente mais altas na escala de Altruísmo, o que indica um forte desejo de contribuir para o bem-estar da sociedade e fazer parte de empresas que tenham propósito e impacto positivo.

Isso se reflete na forma como eles escolhem seus empregadores e marcas com as quais se relacionam. Empresas que demonstram compromisso genuíno com diversidade, sustentabilidade e responsabilidade social têm mais chances de atrair e reter talentos da Geração Z. Essa característica pode representar um desafio para organizações que não possuem um alinhamento claro com esses valores, pois essa geração tende a evitar marcas que consideram incoerentes ou envolvidas em práticas questionáveis.

Ao mesmo tempo, os jovens da Geração Z apresentam um interesse significativo por questões financeiras e estratégias de negócios. A pesquisa revelou que, comparados aos Millennials, eles possuem uma motivação menor para valores científicos e acadêmicos e uma motivação maior para ganhos financeiros e comércio. Esse dado reforça a ideia de que, para essa geração, o sucesso profissional está diretamente ligado à remuneração e à estabilidade financeira, e não necessariamente ao prestígio ou à ascensão hierárquica.

O estudo da Hogan utilizou como base os testes respondidos por 23 mil pessoas no Brasil, entre os anos de 2001 e 2022. A análise foi conduzida a partir da comparação dos três principais instrumentos de avaliação Hogan: o HPI, que descreve a personalidade normal, ou o lado “brilhante” da personalidade, o HDS, que avalia o “lado sombra”, que se manifesta em comportamentos que aparecem em momentos de estresse, e o MVPI – que mensura os motivos, valores e preferências de uma pessoa, ajudando a entender o que a impulsiona. As avaliações Hogan foram criadas a partir de uma metodologia específica para o mundo corporativo.

Legaltech anuncia o lançamento do “Legal as a Service” para atender crescente demanda por soluções jurídicas no Brasil

A DeltaAI, legaltech que aplica inteligência artificial para prever disputas jurídicas e mitigar conflitos entre empresas e consumidores, anunciou o lançamento do conceito “Legal as a Service” no Brasil, uma iniciativa que oferece soluções jurídicas integradas e baseadas em tecnologia para empresas que enfrentam um aumento no número de processos relacionados a práticas abusivas de consumo. A proposta busca atender à crescente demanda por soluções jurídicas eficientes e sob medida.

Entre janeiro e outubro de 2024, o Conselho Nacional de Justiça (CNJ) registrou 533.774 novas ações judiciais por práticas abusivas de consumo, com uma média de 1.750 processos por dia. São Paulo, Paraná e Rio Grande do Sul destacam-se como os estados com os maiores índices de litígios, refletindo a tendência de judicialização crescente no Brasil.

“Ao oferecer serviços jurídicos sob demanda, a DeltaAI facilita o acesso a soluções legais personalizadas, de maneira rápida e eficaz, sem a necessidade de uma estrutura interna dedicada”, explica Patrícia Carvalho, CEO da DeltaAI. “Nosso modelo permite que empresas gerenciem riscos legais de forma mais eficaz, diante do aumento de processos no Brasil.”

Inspirado no modelo “Bank as a Service”, que possibilita a empresas o acesso a serviços bancários sem a necessidade de infraestrutura própria, o conceito de “Legal as a Service” visa transformar a forma como as empresas contratam soluções jurídicas. Com esse modelo, as empresas podem acessar serviços especializados sob demanda, adaptados às suas necessidades, sem a complexidade e os custos de manter uma estrutura jurídica interna robusta.

A iniciativa inclui consultoria preventiva, automação de documentos e monitoramento de litígios, com o objetivo de reduzir o volume de processos judicializados. A DeltaAI busca, assim, não apenas ajudar as empresas a enfrentar o aumento de contencioso, mas também melhorar a relação com os consumidores, por meio de uma gestão jurídica proativa.

Utilizando inteligência artificial e análise de dados, a DeltaAI oferece informações estratégicas para apoiar as empresas na tomada de decisões mais precisas e na adoção de práticas que garantam conformidade legal e satisfação do consumidor. Com isso, a legaltech se posiciona como uma opção para empresas que buscam soluções inovadoras no mercado jurídico.

“Queremos fornecer às empresas as ferramentas necessárias para gerenciar e mitigar riscos legais. Além disso, ao adotar uma abordagem preventiva, é possível reduzir os litígios e evitar a judicialização. Nosso objetivo é contribuir para uma gestão jurídica mais funcional, ajudando empresas a evitar processos e, quando necessário, a gerenciá-los de forma mais eficaz”, conclui Patrícia.

A DeltaAI, com o conceito de “Legal as a Service”, procura atender à crescente demanda por serviços jurídicos eficientes, criando uma solução que integra tecnologia e expertise jurídica para empresas em todo o Brasil. A proposta visa fornecer mais agilidade e reduzir a dependência de estruturas jurídicas internas complexas.

Pub incorpora empresa de storyselling, The Factory, e chega a R$20milhões em faturamento no ano

A Pub anuncia a chegada da The Factory, empresa especializada em Content Marketing e Digital Marketing, unificando todos os serviços de comunicação e marketing em uma estrutura única. A integração traz soluções completas para o planejamento, a produção e a distribuição de narrativas de marca que passam por estratégia editorial e gestão de canais, campanhas de inbound marketing, conteúdos para comunicação interna e gestão de perfis de executivos no LinkedIn, entre outros entregáveis. A fusão incorporou todos os colaboradores da The Factory e clientes como Pluxee e Stellantis, fortalecendo ainda mais o portfólio da agência. 

Além disso, a agência também anuncia nova estrutura executiva de vice-presidentes com as promoções de Nubia Tavares, Anne Fadul, Gustavo Barroso, além da chegada de Rogerio Parrilla, que será responsável por liderar a área de criação, integrando design, marketing, branding e growth. Entre as mudanças que Parrilla pretende implementar estão treinamentos internos para alinhar a identidade e a estratégia da marca, além da ampliação do portfólio de serviços da agência.  

“Minha função será ampliar a diversidade criativa e estruturar processos que elevem a qualidade das entregas da agência. Ao unir tecnologia, que segue um caminho definido, com a ampliação dos horizontes proporcionada pela criatividade, é possível criar novas abordagens e estabelecer padrões inovadores”, destaca Rogerio.  

A agência também reforça sua governança com a criação de um conselho consultivo, que conta com Eduardo Vieira, CMO do SoftBank; Anahi Guedes, diretora de comunicação da Nestlé; e Adriano Silva, fundador da The Factory e do Projeto Draft. O grupo traz uma combinação de experiências que contribuirá para a expansão da Pub e a consolidação de sua posição no mercado de comunicação. 

“A chegada da The Factory, a nova estrutura de VPs e a criação do nosso conselho consultivo representam um marco na trajetória da Pub. Estamos unificando forças, expandindo nossas capacidades, e estruturando uma base ainda mais sólida para o crescimento sustentável da agência. Nosso objetivo é continuar oferecendo soluções inovadoras, baseadas em dados e orientadas pela análise de mercado, para ajudar nossos clientes a contarem histórias autênticas e impactantes, nos canais mais relevantes para o seu público”, reforça Ricardo Bonatelli, fundador e CEO da Pub. 

“A The Factory completa dez anos como uma butique de storytelling, ajudando marcas a se tornarem publishers e a usarem conteúdo para construir conversa, engajamento e conversão. Estamos muito felizes de, a partir de agora, integrarmos o time vencedor da Pub e podermos contar com a estrutura e com as competências da agência para levarmos excelência editorial a um número ainda maior de clientes”, diz Adriano Silva, fundador da The Factory, que passa a integrar o conselho consultivo da Pub.  

Em janeiro deste ano, a Pub também anunciou sua expansão internacional por meio de uma parceria com a MilleniumGroup, reforçando sua presença no mercado global e ampliando suas operações para atender clientes de maneira ainda mais integrada e estratégica. 

Marketdata lança CX Report 2025: um mergulho na opinião do consumidor brasileiro sobre sua relação com as marcas

A Marketdata, consultoria do Grupo VML especializada em gestão estratégica de dados e líder no segmento de Customer Experience (CX) no Brasil, apresenta o Marketdata CX Report 2025, um estudo aprofundado para avaliar a interação ou experiência de relacionamento entre os consumidores brasileiros e as marcas. A pesquisa, realizada em novembro de 2024 com 200 participantes recrutados pela MindMiners, explora as preferências e expectativas dos consumidores, além das oportunidades de melhorias em relação às experiências de consumo.

O estudo revela que o WhatsApp domina como canal de comunicação preferido pelos consumidores, com 55% de adesão; seguido por aplicativos e sites, que representam 39%. Isso reforça a necessidade de uma estratégia omnichannel mais eficaz. Apesar da preferência, no entanto, a experiência com chatbots ainda precisa evoluir: 60% dos entrevistados utilizam essa ferramenta, mas 69% relatam experiências neutras ou negativas e 25% afirmam estar insatisfeitos. Portanto, o estudo aponta a necessidade de melhorias nas tecnologias de Inteligência artificial para proporcionar interações mais naturais e personalizadas.

No cenário das compras online, os principais fatores que influenciam a decisão dos consumidores são preço, citado por 77% dos entrevistados; tempo de entrega, mencionado por 58%; e variedade de produtos, apontada por 40%. A logística, especialmente na região Nordeste, demanda atenção para melhorar a experiência do cliente. 

O estudo aponta, ainda, que as lojas físicas seguem desempenhando um papel estratégico na jornada de compra, com 45% dos consumidores afirmando valorizar a experiência sensorial e 40% destacando a necessidade imediata do produto. A otimização do processo de pagamento, como a redução de filas, pode melhorar ainda mais essa experiência.

Outro dado relevante diz respeito à importância da transparência no uso de dados e a privacidade para a construção da confiança do consumidor, que se mostra aberto à troca de dados pessoais por ofertas personalizadas. Este tópico é mencionado por 36% dos participantes; acompanhado por programas de fidelidade, também citado por 36%; e seguido por facilidade nas compras, apontada por 34% das pessoas. A segurança no uso dessas informações é fundamental para garantir a confiança dos clientes e avançar nesse relacionamento mais individualizado.

A fidelização dos consumidores está diretamente ligada à qualidade do produto ou serviço, mencionada por 45% dos entrevistados, e à qualidade do atendimento, destacada por 24%. Além disso, comunicações massivas e indesejadas podem levar ao abandono da marca, o que reforça a importância de estratégias mais personalizadas e centradas no cliente.

Diante desses insights, o relatório destaca a necessidade de humanizar a experiência digital por meio de um equilíbrio entre soluções automatizadas e atendimento humano acessível. A otimização das vendas online deve considerar fatores regionais e demográficos para aprimorar o pricing, logística e segmentação de campanhas. A coleta e utilização de dados precisam ser transparentes e orientadas por propósito, garantindo que o consumidor compreenda os benefícios da troca de informações. As lojas físicas devem investir em tecnologias como Realidade Aumentada (RA) e Realidade Virtual (RV), além da modernização dos processos de pagamento, para transformar a experiência presencial e impulsionar o engajamento dos clientes.

A fidelização dos consumidores deve ser um diferencial competitivo. Programas de fidelidade personalizados, atendimento proativo e o monitoramento de métricas como Customer Lifetime Value (CLTV) são fundamentais para o sucesso a longo prazo. O Marketdata CX Report 2025 reforça a importância de estratégias centradas no consumidor para oferecer experiências mais fluidas, personalizadas e seguras. As empresas que compreenderem e atenderem essas demandas estarão melhor posicionadas para fidelizar clientes e crescer de forma sustentável no mercado brasileiro.

“O estudo reforça a necessidade das marcas brasileiras se adaptarem rapidamente às expectativas dos consumidores. Além disso, ele aponta que a experiência digital precisa evoluir, especialmente no uso de chatbots, para garantir interações mais fluidas e satisfatórias. As empresas que souberem equilibrar tecnologia e atendimento humanizado à personalização com observância responsável do tratamento de dados terão uma vantagem competitiva significativa na construção de relações duradouras com seus clientes”, comenta Marcelo Sousa, COO da Marketdata.

Atrasos na entrega de produtos e a responsabilidade do fornecedor

A comemoração do Dia Internacional do Consumidor é uma oportunidade fundamental para refletir sobre a interação entre fornecedores e consumidores, especialmente diante de um cenário cada vez mais dinâmico e dependente de processos logísticos, já que, com o crescimento do comércio digital e a popularização dos marketplaces, as compras online tornaram-se uma realidade diária para grande parte da população.

Nesse contexto, atrasos na entrega são recorrentes e podem gerar prejuízos aos consumidores, levando a um aumento nas reclamações e à dúvida sobre quem, de fato, deve ser responsabilizado por esses problemas.

O Código de Defesa do Consumidor (CDC) é claro em seu artigo 14 ao estabelecer a responsabilidade objetiva do fornecedor do produto ou serviço. Isso significa que o fornecedor responde independentemente da existência de culpa por danos causados ao consumidor em razão de defeitos na prestação do serviço.

Quando o fabricante ou comerciante contrata uma transportadora para a entrega da mercadoria, ele a integra à cadeia de fornecimento e distribuição, assumindo, assim, a responsabilidade por eventuais falhas.

No entanto, há situações excepcionais que podem afastar essa responsabilidade, como casos fortuitos ou de força maior – desde que o evento seja imprevisível e inevitável -, a exemplo de inundações ou desastres naturais. Já problemas logísticos internos, greves previsíveis ou dificuldades operacionais da transportadora normalmente não excluem a responsabilidade do fornecedor.

Essas circunstâncias evidenciam a relevância da atuação do fornecedor na efetividade da transação comercial e na adoção de medidas para mitigar possíveis impactos negativos ao consumidor.

Aliás, a jurisprudência brasileira tem reforçado o entendimento de que o fornecedor não pode se eximir facilmente da responsabilidade pelos prejuízos causados aos consumidores, mesmo quando terceiros, como transportadoras, estão envolvidos na logística. Os Tribunais reconhecem que, ao contratar serviços indispensáveis para a atividade comercial, o fornecedor mantém a responsabilidade sobre a atuação desses terceiros, garantindo maior segurança jurídica e confiabilidade nas relações de consumo.

Diante de atrasos significativos, o consumidor tem o direito de exigir a entrega imediata, solicitar o reembolso integral do valor pago ou, se houver prejuízos adicionais, pleitear indenização por danos materiais e morais, conforme a situação concreta.


Portanto, durante a celebração do Dia Internacional do Consumidor, é essencial destacar que, no Brasil, as relações de consumo são orientadas por princípios que asseguram a defesa do consumidor, inclusive em situações de atrasos e falhas na entrega de produtos ou serviços.

Embora os problemas logísticos possam envolver terceiros, cabe ao fornecedor, como principal responsável na relação de consumo, garantir a entrega dentro do prazo e oferecer soluções eficazes para minimizar eventuais prejuízos ao consumidor, bem como prevenir controvérsias que possam advir do descumprimento de obrigações legais e contratuais.

Ao adotar práticas que garantam a regularidade e a eficácia na prestação dos serviços, o fornecedor minimiza os riscos de litígios, evitando a imposição de sanções e os ônus decorrentes de eventuais disputas na esfera judicial, o que reforça seu compromisso com a responsabilidade e a transparência no mercado.

*Lorena Rodrigues Justiniano de Souza é advogada especialista da área cível do escritório Finocchio & Ustra Sociedade de Advogados.

*Eduardo Henrique de Queiroz Silva é estagiário da área Cível do escritório Finocchio & Ustra Sociedade de Advogados.

Varejo e rentabilidade: como otimizar o bottom line?

O custo de aquisição de clientes (CAC) tornou-se um dos maiores desafios do varejo. Com a concorrência cada vez mais acirrada, a saturação do mercado e as mudanças nos algoritmos das plataformas de anúncios têm encarecido a captação de novos consumidores, o que exige estratégias mais eficazes para otimizar o retorno sobre o investimento (ROI) a longo prazo.

A ascensão do comércio digital intensificou essa disputa por atenção e espaço publicitário. Hoje, lojistas competem não só com grandes players do varejo tradicional, mas também com marketplaces como Amazon e Mercado Livre, que impõem taxas altas para vendas nas plataformas e investem pesado em marketing. Somado a isso, o custo das ferramentas digitais, essenciais para conversão e personalização, também impactam o orçamento das empresas, deixando a conjuntura ainda mais desafiadora.

Qual é o resultado de uma equação tão complexa como essa? A margem de lucro final — o chamado bottom line — tem sido cada vez mais pressionada no varejo, à medida que gestores buscam equilibrar investimentos em crescimento com eficiência operacional. Logo, as marcas enfrentam custos operacionais elevados, maior concorrência e um consumidor em constante transformação, o que dificulta a manutenção de operações viáveis. 

No entanto, é possível obter margens mais lucrativas com estratégias que aumentem a conversão e reduzam o custo de aquisição de clientes. Um dos caminhos mais eficazes para isso é a combinação inteligente de mídia paga e estratégias orgânicas, como SEO e marketing de conteúdo. Mas nesse ponto é preciso atenção: a forma como essas abordagens são utilizadas faz toda a diferença nos resultados. A mídia paga, quando mal direcionada, pode se tornar um investimento caro e pouco sustentável.

Gosto de trazer uma analogia do mundo fitness: a dependência exclusiva de anúncios pagos é como um atleta que usa anabolizantes sem uma rotina adequada de treino e alimentação.O crescimento pode ser rápido, mas não sustentável, e o custo no final é bem alto. No varejo, isso se traduz em investimentos excessivos em Google Ads e patrocínios nas redes sociais, sem um controle eficiente, resultando em um CAC elevado e comprometendo a rentabilidade, tanto a curto como longo prazo. 

Por outro lado, o marketing orgânico é uma estratégia de longo prazo que visa crescimento sólido, eficiente e sustentável. Investir em SEO, conteúdo relevante e ranqueamento orgânico permite atrair clientes qualificados sem os custos elevados da mídia paga, reduzindo o CAC e gerando um fluxo contínuo de leads, o que resulta em uma conversão mais eficiente – como aquela pessoa que resolve mudar seu estilo de vida e adota uma rotina constante de exercícios e uma dieta saudável.

Em suma, quando falamos de um mercado tão competitivo como o varejo, um modelo de investimento focado na eficiência e sustentabilidade é a chave para um crescimento constante e lucrativo. Para isso, os gestores devem  estar cientes que comunicação personalizada, uso de dados e automação para otimizar a jornada do consumidor, além de estratégias de retenção, como programas de fidelidade são essenciais para reduzir desperdícios em campanhas publicitárias e maximizar o bottom line de forma equilibrada. A busca por rentabilidade pode ser desafiadora, mas com os métodos certos é possível de ser alcançada e ampliada. 

*Renato Avelar é sócio e co-CEO da A&EIGHT, um ecossistema de soluções digitais end-to-end de alta performance.

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