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Carnaval 2025: como o maior festival do Brasil transformou o uso de Apps nos setores de entretenimento, finanças, alimentação e outros

O Carnaval no Brasil não acontece apenas nas ruas—ele também domina o mundo digital. Um estudo inédito da AppsFlyer, plataforma global de mensuração e atribuição de aplicativos, analisou o mercado de apps no Brasil entre 22 de fevereiro e 11 de março, abrangendo mais de 170 aplicativos das categorias Entretenimento, Finanças, Alimentação & Bebidas, Compras e Viagens. O estudo examinou 120 milhões de instalações e 280 milhões de conversões de remarketing, segmentadas em três fases: Pré-Carnaval (22 a 28 de fevereiro), Durante o Carnaval (28 de fevereiro a 5 de março) e Pós-Carnaval (5 a 11 de março). Os dados revelam como o comportamento dos usuários foi impactado antes, durante e depois da folia.

Entretenimento em alta: a festa não foi só offline

Com o aumento da busca por diversão durante o Carnaval, os aplicativos de entretenimento se destacaram: as instalações cresceram 8% durante a festa em comparação com o período anterior e 15% em relação ao pós-Carnaval. O investimento em anúncios aumentou 4% durante o Carnaval em relação ao pré-Carnaval e subiu mais 5% no pós-Carnaval. As compras dentro dos aplicativos dispararam: +20% versus pré-Carnaval e +23% versus pós-Carnaval, evidenciando o alto consumo de conteúdo digital nesse período. Plataformas de streaming e redes sociais tiveram um papel essencial, mostrando que o Carnaval digital é tão vibrante quanto o físico.

Fintechs no vermelho: carnaval distrai usuários de apps financeiros

Enquanto a diversão aumentava, o engajamento com apps financeiros caiu: as instalações diminuíram 14% no Carnaval em comparação com o período pré carnaval, indicando um maior interesse antes da festa, e o volume de instalações no carnaval foi  8%  menor que no período pós-Carnaval. O investimento em anúncios no pré-Carnaval foi 16% maior do que durante as festividades, mas ainda assim, os gastos com anúncios no Carnaval foram 2% superiores aos do período pós-Carnaval. As compras dentro dos apps financeiros caíram 19% em relação ao pré-Carnaval e 21% comparado ao pós-Carnaval, refletindo um foco maior em gastos imediatos do que na gestão financeira. A queda acentuada sugere que as fintechs poderiam aproveitar melhor o Carnaval promovendo incentivos como cashback e campanhas de controle financeiro.

Apps de alimentação & bebidas dispararam: delivery dominou a folia!

Se Carnaval é sinônimo de festa, a fome vem logo em seguida! O setor de Alimentação & Bebidas foi um dos grandes beneficiados: as instalações cresceram 26% durante o Carnaval em comparação com o pré-Carnaval e 14% em relação ao pós-Carnaval. As compras dentro dos aplicativos aumentaram 24% durante o Carnaval versus pré-Carnaval e 4% no Carnaval versus pós-Carnaval, indicando uma demanda contínua por conveniência e delivery.
Conclusão: O crescimento confirma que aplicativos de delivery e fast food foram aliados essenciais dos foliões, consolidando um hábito digital cada vez mais forte.

Compras em queda: e-commerce perde espaço durante o carnaval

As compras online não foram prioridade para os brasileiros durante a folia: as instalações caíram 5% no Carnaval em comparação ao pré-Carnaval e 10% em relação ao pós-Carnaval. O investimento em anúncios despencou 29% durante o evento em comparação com o mesmo período pós-Carnaval, sugerindo um comportamento mais cauteloso financeiramente após a festa. As compras dentro dos apps caíram 9% no Carnaval versus pré-Carnaval e 22% se comparadas ao pós-Carnaval, reforçando que o foco do consumidor estava em outros aspectos. Para manter o interesse dos usuários em eventos festivos, apps de e-commerce precisam desenvolver estratégias sazonais mais robustas.

O que isso significa para o mercado de apps?

Eventos como o Carnaval impactam diretamente o comportamento digital dos brasileiros, criando oportunidades estratégicas para marcas e desenvolvedores:

  • Apps de Entretenimento e Alimentação & Bebidas devem intensificar campanhas durante o Carnaval para capturar a crescente demanda.
  • Fintechs e e-commerce precisam repensar estratégias de engajamento para reter usuários em períodos de alta distração.
  • O setor de viagens pode aproveitar o aumento do interesse dos usuários em experiências para converter um público mais engajado.

“O Carnaval não é apenas um fenômeno cultural—é um disruptor digital. Nossos dados mostram que o comportamento dos usuários muda drasticamente entre diferentes setores, criando tanto desafios quanto oportunidades para os profissionais de marketing de aplicativos. Marcas que antecipam essas tendências podem transformar picos sazonais em engajamento de longo prazo”, afirma Renata Altemari, Country Manager da AppsFlyer no Brasil.

Entenda as razões para apostar no mercado de varejo mobile em 2025

O varejo mobile tem se consolidado como um dos segmentos mais promissores do comércio digital. Com consumidores cada vez mais conectados, o uso de aplicativos para compras cresceu exponencialmente nos últimos anos, tornando-se um canal essencial para varejistas que desejam expandir sua presença e competitividade.  

Segundo o relatório State of Mobile 2025, da Sensor Tower, o segmento continua evoluindo, impulsionado por mudanças no comportamento do consumidor, avanço da inteligência artificial (IA) e globalização do e-commerce. Considerando o cenário, investir nesse tipo de negócio não é apenas opção, mas uma necessidade para empresas que buscam inovar e crescer. 

Crescimento contínuo do mobile commerce 

Em 2024, os consumidores gastaram cerca de US$ 150 bilhões em aplicativos, aumento de 12,5% em relação ao ano anterior. Além disso, o tempo médio diário por usuário subiu para 3,5 horas, e o total de horas gastas em aplicativos ultrapassou 4,2 trilhões, aumento de 5,8%. Os dados indicam que as pessoas não apenas passaram mais tempo em dispositivos móveis, como aumentaram os gastos em plataformas digitais.  

Outro fator relevante é a expansão global de marketplaces focados nos dispositivos móveis. Empresas como Temu e Shein demonstram como é possível escalar um negócio globalmente a partir da estratégia digital bem estruturada. No entanto, o sucesso desses modelos exige uma experiência de usuário aprimorada e integração eficiente entre os canais físicos e digitais. 

Inteligência artificial como diferencial competitivo 

O relatório da Sensor Tower aponta ainda que os aplicativos de IA generativa atingiram US$ 1,3 bilhão em receita global, crescimento significativo em comparação aos US$ 455 milhões em 2023. O número total de downloads de apps de IA disparou, chegando a 1,5 bilhão em 2024. No varejo, a IA permite personalização avançada, recomendações de produtos mais assertivas e experiências interativas que aumentam o engajamento do consumidor. A tecnologia também melhora a eficiência operacional, otimizando a logística e a gestão de estoques com base em dados preditivos. 

Brasil: mercado promissor  

O Brasil é destaque entre os mercados emergentes mais promissores, atraindo o interesse de grandes marcas internacionais. Apesar da forte concorrência, ainda há muitas oportunidades para empresas que compreendem as particularidades do consumidor brasileiro e conseguem adaptar suas estratégias para atender tanto às compras online quanto ao varejo físico. A integração entre canais – físico, web e dispositivos móveis – já não é mais um diferencial, mas necessidade estratégica. Companhias que conseguem unir essas experiências e oferecer serviços adicionais com os apps, como atendimento personalizado, programas de fidelidade e conteúdos exclusivos, saem na frente. 

O varejo digital focado em dispositivos móveis representa uma grande oportunidade para empresas que desejam inovar e expandir em 2025. O crescimento no tempo de uso dos aplicativos, o avanço da IA e a ampliação dos marketplaces globais são fatores determinantes para a evolução do setor. No Brasil, a crescente demanda e a transformação digital do comércio tornam o cenário ainda mais propício para investimentos. Para varejistas que ainda não consolidaram a presença nesse ambiente, o momento de agir é agora. Adaptar-se a essa realidade não é apenas uma tendência, mas um requisito essencial para manter a competitividade. 

Como a transformação digital e a economia baseada em dados estão mudando a interação e a personalização das experiências de consumo

A experiência do cliente tem passado por uma transformação radical nesta última década e, com o avanço da transformação digital, as empresas foram forçadas a repensar a forma como se relacionam e personalizam as interações com seu público. Hoje, o consumidor moderno espera respostas rápidas e personalizadas, desenhadas especificamente para seus desejos ou necessidades de consumo. Mas, apesar do investimento significativo na área, os resultados muitas vezes ficam aquém das expectativas, com clientes cada vez mais exigentes e até insatisfeitos com a experiência oferecida, uma vez que existe uma enorme fragmentação de canais de contato e formatos de comunicação, na maioria das vezes ainda pouco integrados sob a ótica do usuário.

Em um cenário onde somos constantemente bombardeados por mensagens no WhatsApp, interações em redes sociais, como Instagram e TikTok, além de e-mails, sites e atendimento em lojas físicas, a experiência do cliente tornou-se um desafio complexo e multifacetado.  De acordo com relatório da Statista (2025), estima-se que o valor global do mercado de social commerce em 2024 haja sido de US$ 700 milhões, cerca de 17% do total de e-commerce do mundo, impulsionado principalmente pela adoção de redes sociais como Instagram, Facebook, TikTok e Pinterest. No Brasil, especificamente, o cenário é igualmente estimulante: pesquisa da PwC aponta que cerca de 78% dos consumidores brasileiros já compraram algum produto ou serviço após vê-lo nas redes sociais.

O ambiente híbrido e acelerado exige que as empresas estejam presentes e atuantes em diversos canais (inclusive nas plataformas sociais), oferecendo uma experiência fluida e contínua. A omnicanalidade — a capacidade de oferecer a experiência integrada em múltiplos pontos de contato — tornou-se requisito mínimo para atender às demandas do consumidor atual. Porém, ela só se tornou viável graças à transformação digital e à integração no uso de dados dos clientes. No passado, as interações limitavam-se a lojas físicas e atendimento telefônico; hoje, aplicativos, chats e redes sociais são essenciais na jornada de um consumidor com cada vez menos tempo (e paciência).

O aumento exponencial dos canais de contato traz um desafio: como integrar esses pontos para que o cliente se sinta reconhecido e valorizado, independentemente do meio pelo qual entra em contato com a marca? As empresas precisam investir em sistemas e plataformas que promovam experiência unificada e coesa, reduzindo o risco de que o cliente tenha que repetir informações ou entenda ser “apenas mais um” no meio da multidão digital.

Por exemplo: estamos na iminência da chegada ao Brasil do TikTok Shop, um novo formato de social commerce que promete trazer uma revolução para as compras online de usuários de segmentos como moda, estilo, saúde e cuidados pessoais. Recentemente, foi a Temu quem chegou ao Brasil, transformando bastante o cenário do comércio eletrônico em geral. Como integrar sua marca, no ritmo frenético das novidades tecnológicas diárias, às necessidades mencionadas do consumidor, em prol de uma experiência sem fricção?

Personalização por meio do uso de dados

Nessa jornada, a personalização é um pilar essencial para a evolução da experiência do cliente. Com o volume massivo de dados gerados a cada interação digital, as empresas podem compreender melhor o comportamento, as preferências e as necessidades de seus clientes. Plataformas de CRM (Customer Relationship Management) e tecnologias de análise de dados em grandes volumes, suportadas por IA cada vez mais poderosas e assertivas, permitem que as empresas construam uma visão 360º do consumidor, antecipando suas necessidades e personalizando ofertas de maneira mais precisa.

Porém, a coleta e o uso de dados trazem questões éticas e de privacidade. É fundamental que as empresas respeitem a privacidade dos dados e sejam transparentes sobre como esses dados são utilizados. A confiança do cliente pode ser facilmente quebrada se ele perceber que suas informações são usadas de forma invasiva ou sem consentimento claro.

Além disso, a personalização deve ser equilibrada para que o cliente se sinta valorizado, mas não “vigiado”. Por exemplo, o uso de Inteligência Artificial (IA) para sugerir produtos pode ser útil, mas precisa ser de forma sutil para que o cliente não se sinta invadido. Além disso, o uso de bots e automação no atendimento ao cliente tem sido um grande aliado na transformação digital, permitindo que empresas lidem com grandes volumes de interações de forma rápida e eficiente. No entanto, a automação traz um paradoxo: ao mesmo tempo em que torna o atendimento mais acessível, ela pode desumanizar a experiência. E também aqui a IA poderá ser um potencializador de experiências incríveis, ou uma destruidora de reputações e valor.

Enquanto os bots podem resolver problemas simples, muitas vezes falham em casos mais complexos, gerando frustração no cliente. O ideal é que as empresas utilizem a automação para resolver questões rotineiras, liberando o atendimento humano para casos que demandem mais atenção e empatia. Isso não só aumenta a eficiência como também melhora a satisfação do cliente, que se sente ouvido e valorizado.

NPS e os desafios de medir a satisfação do cliente

Para avaliar a satisfação dos clientes, muitas empresas utilizam o NPS (Net Promoter Score), métrica que indica a probabilidade do cliente recomendar a marca. Embora seja um indicador valioso, o NPS não deve ser utilizado de forma isolada em relação a outros fatores. Entretanto, ele pode dar indícios valiosos para revelar oportunidades de melhoria da experiência do cliente. Estudos mostram que, apesar dos investimentos, muitos clientes ainda se sentem insatisfeitos com as experiências de relacionamento providas pelas empresas, o que evidencia a crescente demanda por experiências mais personalizadas e atendimento mais atencioso. Nesse contexto, o NPS, além de ser uma ferramenta quantitativa, também traz dados qualitativos que indicam a necessidade de ajustes. Ele não apenas mede a satisfação, mas revela pontos críticos onde o atendimento falha em atender às expectativas dos consumidores modernos.

Portanto, a transformação digital não deve apenas automatizar e personalizar a experiência do cliente, mas também humanizá-la, com o apoio de ferramentas e indicadores de gestão. Em um mundo onde a automação é predominante, o atendimento humano é ainda mais valioso, pois o cliente busca empatia e eficiência, principalmente em questões e problemas mais complexos.

Dessa forma, as empresas que conseguirem unir dados, automação e atendimento humano em um ecossistema coeso, proporcionando uma experiência mais humana e personalizada, sairão na frente. A chave para o sucesso é equilibrar tecnologia e humanização, mostrando ao cliente que ele é mais do que uma sequência de dados — ele é um indivíduo com necessidades e desejos únicos. O futuro da experiência do cliente dependerá de como as empresas conseguirão humanizar suas interações digitais, transformando cada contato em oportunidade de fortalecer o relacionamento e criar valor para o cliente. A verdadeira inovação estará na capacidade de fazer o cliente sentir-se único e valorizado em cada interação.

E esse, não à toa, é um dos temas mais “quentes” em discussão no SxSw de 2025. Pois reside aí a próxima fronteira de diferenciação dos negócios.

Cainvest lança solução inovadora para proteção de investimentos em Bitcoin

A Cainvest, instituição financeira especializada em serviços bancários e de liquidez para o mercado institucional de criptomoedas, anuncia o lançamento de um produto inovador para investidores que desejam investir em Bitcoin com segurança. O novo produto protege 85% do capital investido contra desvalorização, ao mesmo tempo em que permite capturar até 40% da valorização do ativo. 

A novidade chega como resposta à atual volatilidade do mercado cripto, mas que continua atraindo investidores. “Criamos essa estrutura para que investidores possam aproveitar o potencial de valorização do Bitcoin sem expor todo o capital ao risco das oscilações. Combinamos segurança e retorno dentro de um modelo robusto e eficiente”, explica Charles Aboulafia, CEO do Grupo Cainvest. 

Disponível para investidores de private banking e plataformas bancárias tradicionais internacionais, a nota pode ser adquirida em qualquer instituição que permita a compra de ações (stocks) e títulos (bonds). Além disso, o produto possui um código ISIN (International Securities Identification Number), garantindo maior transparência e facilidade de negociação. 

O retorno do investimento ocorre no vencimento e é pago em dólares americanos (USD), com base em uma estratégia que combina exposição ao Bitcoin e derivativos estruturados. Caso o investidor deseje sair antes do prazo, há a possibilidade de venda no mercado secundário, de acordo com as condições de mercado. A proteção de 85% do capital foi definida para oferecer um trade-off estratégico entre segurança e potencial de valorização. A Cainvest também disponibiliza notas com 100% de proteção, porém com menor participação na alta do Bitcoin. 

O lançamento ocorre em um momento de grande movimentação no setor de criptoativos. Em 2024, a aprovação dos ETFs de Bitcoin pela SEC impulsionou a entrada de capital institucional, levando o ativo a atingir um recorde de US$ 100 mil em dezembro. No entanto, o início de 2025 trouxe ajustes: uma correção de 14% refletiu a postura mais cautelosa do Federal Reserve e desafios econômicos globais. 

Com presença global e foco em inovação, a Cainvest segue ampliando seu portfólio de soluções para tornar o mercado cripto mais acessível e seguro para diferentes perfis de investidores. “Nosso compromisso é oferecer produtos estruturados que aliem segurança e oportunidades de valorização, permitindo que mais investidores participem do mercado cripto com tranquilidade”, conclui Aboulafia. 

64% dos apps decepcionam usuários, diz pesquisa da Eitri

Os apps estão se tornando cada vez mais integrados ao cotidiano das pessoas, seja para realizar compras, estudar ou fazer amigos. Entretanto, a ampla disponibilidade não garante satisfação dos users. Uma pesquisa interna da Eitri, utilizando dados de revisões e avaliações dos usuários de mais de 200mil aplicativos em geral, incluindo aplicativos de e-commerce, revelou informações significativas: 64% desapontam os usuários, enquanto apenas 18% atingem excelência em qualidade; aplicações de shopping lideram em excelência. 

Vale destacar que, dos 205.230 apps analisados, 131.799 não possuíam avaliações suficientes para uma classificação precisa. As categorias com maior percentual de excelência são Livros e Referências (33,72%), Clima (29,60%) e Compras (29,43%). Em contrapartida, enfrentam maiores desafios em relação à satisfação dos users: Jogos de Corrida (4,94%), Jogos Educacionais (4,75%) e Dating (2,16%). 

Pontos fortes e fracos dos apps 

Os clientes destacam como aspectos positivos a experiência de compra quando tudo funciona corretamente (18%), a conveniência como alternativa às lojas físicas (11%), a facilidade de uso (10,3%) e a qualidade dos produtos (9%). Isso demonstra que eles apreciam, sobretudo, uma jornada que seja fácil, conveniente e ofereça bons produtos.  

Entre os principais pontos fracos foram apontados a instabilidade e o desempenho insatisfatório dos apps (15%), seguidos por problemas no processo de compra (13%), falhas relacionadas a cupons e descontos (9%) e inconsistências nos fretes (6%). Essas questões técnicas e funcionais impactam negativamente, representando barreiras para a retenção de users em ambientes de e-commerce

O que os usuários mais valorizam? 

Aplicações que permitem encontrar produtos e concluir compras de forma rápida e sem complicações são valorizadas pelos usuários, que tendem a separar a qualidade dos itens da experiência com o aplicativo, indicando que a marca é apreciada independentemente do canal de venda. Quando os apps funcionam conforme o esperado, a eficiência logística se destaca como diferencial importante. Além disso, economia e oportunidades de desconto são fatores relevantes na decisão de comprar um produto. 

A amplitude do catálogo também é um aspecto apreciado, assim como um bom suporte, que contribua para a fidelização dos clientes. O canal digital é percebido como alternativa relevante às lojas físicas, e a flexibilidade nas opções de finalização do pedido é  valorizada. Por fim, o aplicativo é visto como extensão da experiência geral com a marca, reforçando a importância de uma plataforma eficiente e bem estruturada. 

“Nossa pesquisa revelou que o mercado de apps de qualidade permanece amplamente inexplorado, apresentando uma clara distinção entre aplicações bem desenvolvidas e as que são ruins. Essa diferenciação não apenas destaca a necessidade de inovação e excelência no setor, mas também evidencia que apps bem avaliados tendem a obter maior visibilidade nas lojas de aplicativos, influenciando diretamente as decisões dos usuários”, afirma Guilherme Martins, cofundador da Eitri. 

Regulamentação da Inteligência Artificial: desafios e soluções na Nova Era Digital

Com a evolução acelerada da Inteligência Artificial, a regulamentação do uso da IA tornou-se um tema central e urgente no Brasil. A nova tecnologia traz um potencial imenso para inovar e transformar diversos setores, mas também levantam questões críticas sobre ética, transparência e governança. No contexto brasileiro, onde a transformação digital avança em ritmo acelerado, encontrar o equilíbrio entre inovação e regulamentação adequada é fundamental para garantir um desenvolvimento sustentável e responsável da IA.

Em entrevista exclusiva, Samir Karam, COO da Performa_IT, oferece uma análise aprofundada sobre os desafios e soluções emergentes na regulamentação da IA, destacando a importância do equilíbrio entre inovação e ética no setor tecnológico.

A regulamentação da IA no Brasil ainda está em fase de estruturação, o que traz tanto desafios quanto oportunidades. Por um lado, a regulamentação cria diretrizes mais claras para um uso responsável da tecnologia, garantindo princípios como transparência e ética. Por outro, há o risco de burocratização excessiva, que pode desacelerar a inovação. O equilíbrio entre regulação e liberdade para inovar é essencial para que o Brasil se mantenha competitivo no cenário global”, inicia Samir Karam, COO da Performa_IT – empresa full service provider de soluções tecnológicas, referência em transformação digital e inteligência artificial.

Shadow AI e Deepfakes: Riscos e Soluções

Um dos conceitos mais preocupantes discutidos por Samir Karam é o de “shadow AI”, que se refere ao uso de inteligência artificial dentro de uma organização sem o devido controle ou supervisão. Essa prática pode levar a vários problemas, como vazamento de dados, decisões enviesadas e riscos de segurança.

Por exemplo, imagine uma equipe de marketing utilizando uma ferramenta de IA para analisar o comportamento dos consumidores sem a aprovação da área de TI ou compliance. Além de expor a empresa a riscos legais, o uso não regulamentado dessa tecnologia pode resultar na coleta e análise inadequada de dados sensíveis, violando a privacidade dos usuários.

Outro cenário é o desenvolvimento de algoritmos de IA para decisões de contratação, que sem supervisão adequada podem reproduzir vieses inconscientes presentes nos dados de treinamento, resultando em decisões injustas e discriminatórias.

Assim como no caso das deepfakes, onde vídeos ou áudios criados utilizam inteligência artificial para manipular imagens, sons e movimentos de uma pessoa, fazendo com que pareça dizer ou fazer algo que, na realidade, nunca aconteceu. Essa tecnologia pode ser usada de forma mal-intencionada para espalhar desinformação, fraudar identidades e causar danos à reputação de indivíduos.

As soluções para o shadow AI e deepfakes caminham pela criação de políticas robustas de governança de IA, de acordo com Samir Karam, COO da Performa_IT:

“Essas políticas incluem a implementação de auditorias frequentes, a fim de garantir que as práticas de IA estejam alinhadas com as diretrizes de ética e transparência da organização. Além disso, é essencial o uso de ferramentas que detectem atividades não autorizadas e monitorem continuamente os sistemas de IA para prevenir abusos e garantir a segurança dos dados.”

Samir enfatiza que, sem essas medidas, o uso descontrolado de IA pode não apenas comprometer a confiança dos consumidores, mas também expor as organizações a severas repercussões legais e reputacionais.

Fake News e desafios éticos na IA

A disseminação de fake news geradas por IA é outra preocupação crescente. “O combate às fake news geradas por IA exige uma combinação de tecnologia e educação. Ferramentas de verificação automatizada, identificação de padrões sintéticos em imagens e textos, além da rotulagem de conteúdos gerados por IA, são passos importantes. Mas também precisamos investir na conscientização do público, ensinando a identificar fontes confiáveis e a questionar conteúdos duvidosos”, afirma Samir.

Garantir a transparência e a ética no desenvolvimento de IA é um dos pilares defendidos por Samir. Ele destaca que “algumas das melhores práticas incluem a adoção de modelos explicáveis (XAI – Explainable AI), auditorias independentes, uso de dados diversificados para evitar vieses e a criação de comitês de ética em IA.”

Uma das principais preocupações de segurança cibernética associadas à IA incluem ataques sofisticados, como o phishing – uma técnica de ataque em que os criminosos tentam enganar indivíduos para que revelem informações confidenciais, como senhas e dados bancários, se passando por entidades confiáveis em comunicações digitais. Esses ataques podem ser ainda mais sofisticados quando combinados com IA, criando e-mails e mensagens personalizadas que são difíceis de distinguir das reais. Para mitigar esses riscos, Samir sugere que “é fundamental investir em soluções de detecção baseadas em IA, implementar autenticação multifator e garantir que os modelos de IA sejam treinados para detectar e mitigar tentativas de manipulação.”

Colaboração para Políticas eficazes de IA

A colaboração entre empresas, governos e academia é vital para a formulação de políticas eficazes de IA. Samir ressalta que “a IA impacta diversos setores, então a regulamentação precisa ser construída de forma colaborativa. Empresas trazem a visão prática do uso da tecnologia, governos estabelecem diretrizes de segurança e privacidade, enquanto a academia contribui com pesquisas e metodologias para um desenvolvimento mais seguro e ético.”

A natureza multifacetada da inteligência artificial significa que seus impactos e aplicações variam amplamente entre diferentes setores, desde a saúde até a educação, passando por finanças e segurança pública. Por essa razão, a criação de políticas eficazes requer uma abordagem integrada que considere todas essas variáveis.

Empresas são fundamentais nesse processo, pois são elas que implementam e utilizam a IA em grande escala. Elas fornecem insights sobre as necessidades do mercado, os desafios práticos e as inovações tecnológicas mais recentes. A contribuição do setor privado ajuda a garantir que as políticas de IA sejam aplicáveis e relevantes no contexto real.

Governos, por sua vez, têm a responsabilidade de estabelecer diretrizes que protejam os cidadãos e garantam a ética no uso da IA. Eles criam regulamentações que abordam questões de segurança, privacidade e direitos humanos. Além disso, os governos podem facilitar a colaboração entre diferentes partes interessadas e promover programas de financiamento para a pesquisa em IA.

Academia é a terceira peça essencial nesse quebra-cabeça. As Universidades e Institutos de pesquisas fornecem uma base teórica sólida e desenvolvem novas metodologias para garantir que a IA seja desenvolvida de forma segura e ética. A pesquisa acadêmica também desempenha um papel crucial na identificação e mitigação de vieses nos algoritmos de IA, garantindo que as tecnologias sejam justas e equitativas.

Essa colaboração tripartite permite que as políticas de IA sejam robustas e adaptáveis, abordando tanto os benefícios quanto os riscos associados ao uso da tecnologia. Um exemplo prático dessa colaboração pode ser visto em programas de parceria público-privada, onde empresas de tecnologia trabalham em conjunto com instituições acadêmicas e agências governamentais para desenvolver soluções de IA que respeitem as normas de segurança e privacidade.

Samir destaca que, sem essa abordagem colaborativa, há um risco de criar regulamentações que sejam desconectadas da realidade prática ou que inibam a inovação. “É essencial encontrar um equilíbrio entre regulamentação e liberdade para inovar, de modo que possamos maximizar os benefícios da IA enquanto minimizamos os riscos,” conclui.

Mitos da Inteligência Artificial

No cenário atual, onde a inteligência artificial (IA) está cada vez mais presente em nosso dia a dia, muitos mitos e mal-entendidos surgem sobre o seu funcionamento e impacto.

Para esclarecer, desmistificando esses pontos, e finalizar a entrevista, Samir Karam respondeu a diversas perguntas em um formato de pingue-pongue, abordando os mitos mais comuns e fornecendo insights valiosos sobre a realidade da IA.

  1. Quais são os mitos mais comuns sobre a inteligência artificial que você encontra e como você os esclarece?

Um dos maiores mitos é que a IA é infalível e completamente imparcial. Na realidade, ela reflete os dados com os quais foi treinada, e se houver vieses nesses dados, a IA pode reproduzi-los. Outro mito comum é que IA significa automação completa, quando, na verdade, muitas aplicações são apenas assistentes para tomada de decisão.

  1. A IA realmente pode substituir todos os empregos humanos? Qual é a realidade sobre isso?

A IA não vai substituir todos os empregos, mas vai transformar muitos deles. Novas funções surgirão, exigindo que profissionais desenvolvam novas habilidades. O cenário mais provável é uma colaboração entre humanos e IA, onde a tecnologia automatiza tarefas repetitivas e os humanos focam no que exige criatividade e julgamento crítico.

  1. É verdade que a IA pode se tornar consciente e dominar a humanidade, como vemos em filmes de ficção científica?

Hoje, não existe nenhuma evidência científica de que IA possa se tornar consciente. Os modelos atuais são ferramentas estatísticas avançadas que processam dados para gerar respostas, mas sem qualquer forma de cognição ou intenção própria.

  1. Todas as inteligências artificiais são perigosas ou podem ser usadas para fins prejudiciais? O que devemos saber sobre isso?

Como qualquer tecnologia, a IA pode ser usada para o bem ou para o mal. O perigo não está na IA em si, mas no uso que se faz dela. Por isso, a regulação e o uso responsável são tão importantes.

  1. Existe uma percepção de que a IA é infalível. Quais são as limitações reais da inteligência artificial?

A IA pode cometer erros, principalmente quando treinada com dados limitados ou enviesados. Além disso, os modelos de IA podem ser facilmente enganados por ataques adversários, onde pequenas manipulações nos dados podem levar a resultados inesperados.

  1. A IA é apenas uma moda passageira ou é uma tecnologia que veio para ficar?

IA veio para ficar. Seu impacto é comparável ao da eletricidade e da internet. No entanto, seu desenvolvimento está em constante evolução, e ainda veremos muitas mudanças nos próximos anos.

  1. Os sistemas de IA são realmente capazes de tomar decisões completamente imparciais? Como os preconceitos podem afetar os algoritmos?

Nenhuma IA é completamente imparcial. Se os dados usados para treiná-la contêm viés, os resultados também serão enviesados. O ideal é que as empresas adotem práticas de mitigação de vieses e realizem auditorias constantes.

  1. Todas as aplicações de IA envolvem vigilância e coleta de dados pessoais? O que as pessoas deveriam saber sobre privacidade e IA?

Nem toda IA envolve vigilância, mas a coleta de dados é uma realidade em muitas aplicações. O mais importante é que os usuários saibam quais dados estão sendo coletados e tenham controle sobre isso. A transparência e a conformidade com legislações como a LGPD (Lei Geral de Proteção de Dados) e o GDPR (General Data Protection Regulation – Regulamento Geral de Proteção de Dados da União Europeia) são fundamentais.

Sompo lança websérie que apresenta as soluções voltadas ao segmento de Logística & Transporte

Sompo, subsidiária da empresa responsável pelas operações de seguro e resseguro do Grupo Sompo Holdings fora do Japão, acaba de lançar a websérie “Soluções para Cada Movimento do Seu Negócio“, que aborda as soluções da companhia para o segmento de Transporte & Logística. Sob o conceito “especialistas em proteger suas responsabilidades”, a seguradora enfatiza em seis capítulos como pode contribuir com a gestão de riscos e coberturas de seguro características desse segmento. O primeiro episódio da webserie já está no ar no canal do Youtube da Sompo e pode ser assistido por meio do link: https://bit.ly/4bfIwsS.

Ao longo dos episódios, serão apresentados temas como a expertise em consultoria de gerenciamento de riscos e a Central própria de Monitoramento de Carga da companhia, estratégias de utilização do Seguro Garantia para a gestão de fluxo de caixa, a importância da proteção de estruturas físicas e de Máquinas e Equipamentos, entre outros aspectos.

Para dar suporte à iniciativa, a Innocean, agência de publicidade da Sompo, desenvolveu um plano de mídia com a divulgação dos episódios da websérie em mídias digitais e sites de notícias setoriais do segmento de Logística & Transporte durante o primeiro semestre de 2025.

“Estamos entusiasmados em lançar esta websérie que reflete nosso compromisso em oferecer soluções eficazes para o segmento de Transporte & Logística. Nosso compromisso é proteger as operações e garantir a continuidade dos negócios com a expertise de quem é líder no segmento desde 2017”, afirma Celso Ricardo Mendes, Diretor Executivo da Sompo. “Ao contrário do que comumente acontece no mercado, que trabalha os ramos de seguros isoladamente, a Sompo tem uma perspectiva em sua comunicação e relacionamento com corretores e clientes de apresentar todas as soluções para cada atividade econômica, para que sejamos a companhia parceira dos gestores na administração dos riscos inerentes ao dia a dia de seu negócio”, complementa.  

“A campanha foi desenvolvida para disseminar a proposta de valor criada especialmente para este segmento. Queremos enfatizar aos nossos clientes e parceiros corretores de seguros que estamos ao lado deles em cada movimento do seu negócio, disponibilizando soluções personalizadas, que antecipam e mitigam riscos e que são essenciais para a proteção financeira e sustentabilidade da operação”, ressalta Aline Telis, gerente de Marketing da Sompo. “Queremos fortalecer ainda mais nosso relacionamento com nosso público e ressaltar que, mais do que uma seguradora, somos um verdadeiro parceiro estratégico para o crescimento sustentável dos negócios de Transporte & Logística”, conclui.

Expertise e Liderança

A Sompo tem feito investimentos significativos para incrementar os serviços que agregam valor ao seguro. Desde 2017, a companhia é líder no segmento de Seguro de Transporte, por meio do qual disponibiliza um serviço especializado de Gerenciamento de Riscos de Transporte, que tem um modelo único e reconhecido pelo mercado. Em 2023, foi a primeira seguradora a superar a marca de R$ 1 bilhão em prêmios emitidos nesse ramo, consolidando ainda mais sua posição de destaque. No início de 2024, foram investidos R$ 5 milhões na expansão da infraestrutura da Central de Monitoramento própria, a primeira do mercado sob esse modelo de gestão, que dobrou a capacidade de atender clientes na área de monitoramento de carga em tempo real e agora ocupa uma área de cerca de 655,72 m². Só em 2024, foram monitoradas cerca R$ 132 bilhões em cargas transportadas em mais de 230 mil viagens.Também foi implementada uma nova ferramenta de Inteligência Artificial que presta suporte no fornecimento de dados históricos que auxiliam os especialistas na tomada de decisão para a subscrição assertiva dos riscos. A companhia conta com o Fast Track de Sinistro de Transporte de Mercadorias, que agiliza processos e permite a indenização de sinistros em 11 dias, em média. Também é disponibilizado o Sompo Service Fast, serviço que viabiliza fornecimento ágil de ferramentas tecnológicas de Gerenciamento de Risco, tais como iscas, imobilizadores e carrocerias blindadas, entre outros. 

Mercado

Segundo o levantamento Perfil dos Operadores Logísticos, feito pela Associação Brasileira de Operadores Logísticos (ABOL) sob encomenda do Instituto de Logística e Supply Chain (ILOS), as 1,3 mil empresas que atuam nesse setor movimentam cerca de R$ 192 bilhões e geram cerca de 2,3 milhões em empregos diretos e indiretos. Os Operadores Logísticos (OLs) atendem mais de 20 diferentes setores econômicos no País e se posicionam em diferentes elos da cadeia de suprimentos.

Em comparação com 2020, os setores que mais cresceram em presença de OLs em 2024 foram Bebidas, Automotivo e Autopeças, Metalmecânico e Vestuário e Têxtil. O estudo mapeou cerca de 30 atividades dentro das funções logísticas realizadas pelos OLs, entre as quais transporte em todos os modais, armazenagem, controle de estoques, abastecimento de linhas de produção, entre outros. 

Dados da Superintendência de Seguros Privados (SUSEP) indicam que o ramo de Seguro de Transportes movimentou mais de R$ 6,2 bilhões em Prêmios de Seguros no período de janeiro a dezembro de 2024, o que representa um crescimento de 6% frente aos R$ 5,8 bilhões registrados no mesmo período de 2023.

Cabe ressaltar que o ramo de seguro de Transporte está relacionado apenas às apólices que visam a indenização por eventuais prejuízos causados aos bens segurados durante o seu transporte em viagens aquaviárias, terrestres e aéreas, em percursos nacionais e internacionais (seguro do Embarcador, dono da carga) ou que cobrem prejuízos pelos quais o transportador seja responsável, como colisão, capotagem, abalroamento, incêndio ou explosão do veículo transportador (seguro do Transportador).

No rol de coberturas a serem considerados nos Planos de Seguros dos OLs, ainda estão modalidades como Seguro Garantia (voltado a dar garantias judiciais ou proteção em contratos), Patrimonial (voltado às instalações), Máquinas & Equipamentos (voltado a maquinários como empilhadeiras, paleteiras, esteiras etc.), entre outros.

Bets, endividamento e fraude: o outro lado da ampliação do crédito consignado

A proposta do governo federal de criar uma plataforma para empréstimo consignado voltada para trabalhadores com carteira assinada (CLTs) – que pode sair do papel ainda esse ano, traz consigo a promessa da democratização do crédito e também joga luz sobre uma série de questões que podem agravar o endividamento da população brasileira e aprofundar problemas estruturais relacionados à oferta desenfreada de crédito de baixo custo – e as famosas “bets”, ou site de apostas, representam um dos maiores desafios nesse sentido.

Soma-se a isso, também, o fato de que a plataforma pode aumentar ainda mais o número de casos de golpe usando o mecanismo do crédito consignado – embora essa informação não tenha sido contabilizada nos últimos dois anos, em 2022 os Procons brasileiros registraram um volume de 57.874 queixas de golpes envolvendo empréstimos consignados – o que equivalia a mais de seis denúncias por hora.

Nessa receita perigosa, adicionamos ainda o problema do endividamento das famílias brasileiras. Ainda que tenha recuado 0,9 ponto percentual em um ano, segundo dados da Confederação Nacional do Comércio de Bens, Serviços e Turismo (CNC), divulgados no final de janeiro, a maior exposição dos trabalhadores ao crédito pode criar uma espiral de endividamento ligada, justamente, às bets.

O problema das bets: longe de acabar

As “bets” são como ficaram conhecidos os sites de apostas esportivas, que acabaram, também, abrindo caminho para um novo tipo de site de apostas, os cassinos online – comumente chamados como “Jogo do Tigrinho”. O problema é que a lei 13.756/2018, que autorizou as empresas de apostas, também previa um prazo máximo de quatro anos para que o Ministério da Fazenda regulamentasse a atividade, o que não aconteceu. O resultado é que essas empresas operam dentro de um “limbo regulatório”, sem regras claras. 

Sem regras claras, e com um considerável alcance publicitário, principalmente em mídias sociais, os jogos de apostas viraram uma epidemia. Em 2024, as famílias brasileiras apostaram em torno de R$ 240 bilhões nas bets – levando mais de 1,8 milhão de pessoas à inadimplência por conta das apostas virtuais. As famílias de menor renda, segundo a CNC, foram as mais impactadas: em janeiro do ano passado, representavam 26% – em dezembro, esse número chegou a 29%.

Em um contexto no qual a oferta de crédito é amplamente facilitada e a análise de risco nem sempre é aprofundada, muitos trabalhadores podem ser levados a utilizar o empréstimo consignado para apostar nos jogos online. Obviamente, isso pode levar a um aumento ainda maior do endividamento, com trabalhadores recorrendo a novas operações de crédito para saldar dívidas anteriores, criando uma espiral negativa de dependência financeira. Pesquisa recente do SPC Brasil, em parceria com a Confederação Nacional de Dirigentes Lojistas (CNDL), aponta que o percentual de inadimplência entre consumidores que recorrem repetidamente a esse tipo de empréstimo tem aumentado significativamente, reforçando a ideia de que a facilidade de acesso, sem uma gestão financeira responsável, pode transformar o crédito em um instrumento de risco elevado.

Mais do que isso, algumas pesquisas apontam que até 60% dos usuários das plataformas de jogos de azar podem usar dinheiro de crédito, incluindo o consignado, para as apostas. E para tornar a situação ainda mais dramática, o volume inadimplente no crédito consignado para trabalhadores do setor privado aumentou 0,8 ponto percentual entre 2023 e 2024, segundo o Banco Central. 

Fraudes e crédito consignado

Dados recentes do Banco Central indicam que o volume de operações de crédito consignado tem crescido de forma acelerada nos últimos anos, atingindo níveis que exigem um monitoramento mais rigoroso das instituições financeiras e das plataformas intermediárias. 

A questão se agrava quando se leva em consideração que, para que a plataforma de empréstimo consignado opere em larga escala, os bancos e instituições financeiras serão obrigados a adotar medidas antifraude cada vez mais robustas.

O cenário de digitalização dos serviços financeiros tem mostrado, nos últimos anos, um aumento expressivo nos casos de fraudes eletrônicas, muitas vezes sofisticadas e difíceis de detectar. Assim, a necessidade de investir em tecnologia e em sistemas de segurança cibernética se torna imperativa para mitigar riscos que podem comprometer não apenas a saúde financeira dos consumidores, mas também a estabilidade do sistema financeiro como um todo. 

Além disso, a centralização das operações em uma única plataforma pode criar um ambiente propício para a ocorrência de fraudes internas e a manipulação de dados. A automatização e a integração dos sistemas, quando não acompanhadas de um robusto controle interno, abrem espaço para que agentes mal-intencionados explorem vulnerabilidades, oferecendo um cenário onde o prejuízo pode ser duplo: por um lado, o trabalhador se vê envolvido em dívidas que comprometerão sua renda, e, por outro, a instituição financeira pode ser vítima de fraudes que aumentam os custos operacionais.

Além da tecnologia, os bancos precisarão contar também com serviços de formalização de crédito bancário, nos quais a concessão e a gestão desses empréstimos sejam realizadas de maneira transparente e segura. A formalização do crédito consignado envolve a verificação minuciosa dos dados dos solicitantes, garantindo que os empréstimos sejam concedidos apenas a trabalhadores que atendam a critérios específicos de elegibilidade. Esse processo inclui a análise de documentos, como comprovantes de renda e histórico de crédito, para assegurar que os beneficiários tenham capacidade de honrar com os pagamentos.

Em última análise, o caminho a ser seguido deve ser pautado pela transparência, pela responsabilidade e pela busca de um equilíbrio entre a inovação tecnológica e a proteção dos direitos dos consumidores. 

A plataforma de empréstimo consignado pode, sem dúvida, oferecer benefícios significativos, mas esses benefícios não podem ser alcançados à custa do bem-estar financeiro dos trabalhadores. É imperativo que cada operação seja acompanhada de uma análise criteriosa, que as medidas antifraude sejam constantemente revisadas e atualizadas e que os consumidores tenham acesso a informações claras e precisas sobre os riscos e as condições do crédito contratado. 

Dessa forma, poderemos transformar o acesso facilitado ao crédito em uma ferramenta de inclusão e de desenvolvimento, e não em um instrumento que, inadvertidamente, aprofunda o endividamento e a instabilidade econômica. A construção de um ambiente financeiro mais seguro e sustentável passa necessariamente pelo diálogo entre todos os envolvidos e pela implementação de medidas que estejam à altura dos desafios impostos pela era digital.

Presas no hype, 45% das empresas ainda não exploraram o potencial máximo da IA

Apesar de a inteligência artificial (IA) continuar sendo um dos temas centrais nas discussões empresariais em 2025, quase metade das companhias (45%) não possui uma estratégia específica voltada à ferramenta, como indicado por uma pesquisa recente publicada pela ISC², organização especializada em treinamento para profissionais de segurança cibernética.

“Isso significa que, na prática, essa defasagem impede a maioria das empresas de transformar a IA em uma vantagem competitiva. Cria-se um ciclo de inovação limitado, que pode ser vulnerável aos concorrentes mais avançados”, comenta Vera Thomaz, CMO (Chief Marketing Officer) da Unentel, distribuidora de soluções tecnológicas para o mercado B2B.

Entre os fatores que levam a esse cenário podemos destacar a capacitação e a qualificação profissional, já que a IA exige mão de obra especializada para ser implementada e efetivamente aproveitada. Outra barreira é a dificuldade de integrar a IA ao longo da cadeia de suprimentos, principalmente devido à infraestrutura tecnológica limitada.

“Sem uma base tecnológica sólida e adaptável, torna-se desafiador processar grandes volumes de dados e implementar soluções avançadas de forma eficaz. A falta de padronização e consistência nas bases de dados, aliada à dependência de sistemas antigos e pouco flexíveis, também torna a inserção da IA demorada, complexa e cara”, continua Vera.

Além disso, ainda existem dúvidas e incertezas acerca da regulamentação e ética para esse tipo de tecnologia, com uma preocupação voltada para o risco de vazamento de dados, gerando hesitação em parte dos empresários brasileiros. Mas, ao contrário do que se pensa, a segurança digital é outra área aprimorada por meio da IA. Atualmente, existem múltiplos modelos de inteligência artificial no mercado que conseguem facilitar a detecção de fraudes e ameaças cibernéticas em tempo real, protegendo tanto os dados da empresa quanto dos clientes. 

Esse tipo de tecnologia também tem o potencial de otimizar processos complexos, fazer análises preditivas, identificar riscos, padronizar e estruturar informações de forma dinâmica, representando uma forte vantagem competitiva, principalmente em termos de produtividade.

“Empresas que estão investindo na capacitação, modernização e integração da IA em suas operações estarão um passo à frente da concorrência, conquistando mais agilidade, inovação e rentabilidade no mercado”, conclui a CMO.

‘Agente de IA’ desponta como evolução da inteligência artificial e pode resolver até 80% dos problemas no atendimento ao cliente

No universo da inteligência artificial, uma nova onda se aproxima rapidamente. Trata-se dos agentes de IA, que executam tarefas cada vez mais complexas e tomam decisões de forma autônoma. No atendimento ao cliente, essa evolução é vista com bons olhos. Até 2029, essa tecnologia resolverá 80% dos problemas comuns de atendimento sem intervenção humana, de acordo com uma projeção recente da consultoria Gartner. 

Enquanto chatbots tradicionais, por exemplo, são mecânicos e seguem roteiros predefinidos, o agente de IA consegue agir de maneira autônoma, para realizar compras online por conta própria a partir do comando humano, por exemplo. 

Para o setor de atendimento ao cliente, isso significa uma nova forma de engajamento, facilitando o serviço dos atendentes com produtividade e automação das interações, e redução de custos operacionais para as empresas. Porém, também mudará a comunicação feita pelos consumidores. 

“Essa transição impactará a forma que o próprio cliente se comunica com a empresa, pois ele também poderá ter acesso ao agente de inteligência artificial. Os consumidores poderão usá-la para sanar dúvidas, solicitar trocas e devoluções e fazer reclamações em seu nome. Esse cenário demanda uma adaptação estratégica de ambos os lados, para que o relacionamento não seja afetado e a resolução de problemas seja prática”, comenta Oswaldo Garcia, CEO da NeoAssist, plataforma referência em atendimento omnichannel e detentora da inteligência artificial Núb.ia.

Assim, o estudo da Gartner também aborda que, a partir desse novo comportamento, será necessário adaptar o atendimento não só para clientes humanos, mas também para “clientes máquina”. Isso implica diretamente em priorizar a automação, dado que o volume de interações poderá mudar. Esse pode ser o início de uma grande mudança na IA conversacional, que está deixando de ser apenas um recurso para o suporte ao cliente e permeando outros níveis operacionais e de relacionamento.

“A aposta do mercado é que o agente de IA seja a próxima evolução da tecnologia, e a previsão para daqui a quatro anos é que já seja possível sentir os resultados do seu uso. Até lá, nossa missão é preparar o terreno para entregar a melhor experiência aos clientes, eles usando ou não a IA durante suas jornadas de compra”, complementa o CEO da NeoAssist.

Inovação e IA marcam palestras do Web Summit Rio

Os próximos passos da IA têm sido destaque em eventos de peso. Entre os dias 27 e 30 de abril, será realizado o Web Summit Rio e, entre as palestras, não faltam temas envolvendo inteligência artificial. Desde finanças e ESG até design, além do papel dos agentes de IA.

De olho no que há de mais novo em tecnologia, customer experience e inteligência artificial, a NeoAssist é uma das empresas que estará presente no evento. Os visitantes poderão conversar com a equipe e os executivos da marca para realizar networking, debater a importância da visão omnichannel no atendimento e conhecer a Núb.ia — IA proprietária que sugere, resume e analisa sentimentos de consumidores no atendimento.

Web Summit Rio

Data: 27 a 30 de abril

Local: Riocentro Convention & Events Center – Rio de Janeiro (RJ)

Site: Link

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