Allan Augusto Gallo Antonio, ollamh le hEacnamaíocht agus Dlí in Ollscoil Phreispitéireach Mackenzie (UPM) agus Taighdeoir ag Ionad Mackenzie um Shaoráil Eacnamaíoch (CMLE).
Jhonathan Augusto Gallo Antonio, dlíodóir agus mac léinn máistreachta san Eacnamaíocht agus Margaí ag Universidade Presbiteriana Mackenzie (UPM).
O DREX, a nova e primeira moeda digital do Brasil, será lançado em breve e tem sido apresentado como uma inovação promissora para o sistema financeiro nacional, mas nem todos os impactos previstos são necessariamente benéficos para a população. Embora o discurso oficial aponte apenas vantagens, como maior eficiência e redução de custos de transação, o DREX também pode gerar consequências que afetam negativamente parte dos cidadãos, especialmente em termos de privacidade e exclusão digital.
Argóint láidir a úsáidtear chun úsáid DREX a chosaint ar ithir náisiúnta ná laghdú ar chostais idirbheart, rud a d'fhéadfadh, de réir teoirice costais idirbheart, éifeachtúlacht na malartuithe eacnamaíocha a mhéadú.
Ocorre que, no contexto brasileiro, essa eficiência não é garantida, dado que uma porcentagem significativa da população não possui fácil acesso a dispositivos digitais e à internet. Assim, a potencial imposição tecnológica que será trazida pela primeira moeda digital do Brasil pode, ao aumentar a dependência da população em tecnologias que não são acessíveis a todos, corroborar para uma intensificação de desigualdades sociais, principalmente no que tange as regiões mais pobres e periféricas.
Há ainda outro aspecto que causa preocupação: a privacidade. O DREX será baseado em tecnologia blockchain, isso, em termos simples, significa dizer que haverá rastreabilidade e transparência em todas as transações, o que acaba por levantar sérias preocupações quanto à proteção de dados pessoais.
Nessa linha, em consonância com a teoria das externalidades, enquanto essa tecnologia será benéfica ao governo no combate a fraudes e crimes financeiros, o constante rastreamento das transações poderá expor informações pessoais e dados sensíveis dos indivíduos, criando uma atmosfera de vigilância contínua e permanente. A partir disso, pode-se levantar a seguinte questão ética: até que medida a população brasileira estaria disposta a abrir mão de sua privacidade em troca de uma suposta maior eficiência no sistema financeiro?
Por fim, pela ótica da política monetária, o DREX tem o potencial de conferir ao BACEN um controle ainda maior sobre a oferta de moeda e a consequente inflação. Ainda que muitos acreditem que esse tipo de intervenção pode, de alguma forma, ser positiva em termos econômicos, a verdade é que esse potencial controle mais rígido pode acabar resultando em uma maior interferência estatal na vida financeira das pessoas e tornar o sistema monetário mais suscetível a eventuais manipulações e pressões políticas. Toda essa centralização, longe de ser um benefício universal, pode gerar riscos de governança e acabar criando formas de restrições econômicas.
Embora o DREX seja constantemente apresentado como uma inovação moderna e eficiente ao sistema financeiro brasileiro, os benefícios prometidos podem não fazer sentido se comparados aos potenciais malefícios que os acompanharão. Desse modo, desigualdades digitais, ameaças à privacidade e maior concentração de poder em questões monetárias podem acabar criando mais desafios do que soluções, particularmente quando se trata das camadas mais vulneráveis da sociedade. Portanto, é imprescindível que haja muita cautela ao se adotar a perspectiva de que a nova moeda digital significará um avanço inegável à economia.