开始新闻The impact of Chinese retail in Brazil

The impact of Chinese retail in Brazil

Nenhuma empresa nasce para competir com um país inteiro, mas muitos empresários brasileiros já enfrentam essa realidade.  O Brasil é hoje o único país do mundo a operar simultaneamente com todas as principais plataformas chinesas de e-commerce: Shein, AliExpress, Shopee e Temu. O avanço das plataformas chinesas de varejo, com operações cada vez mais sofisticadas, inaugura uma nova era de consumo e quem não se adaptar corre o risco de perder relevância.

Levantamentos da CNC (Confederação Nacional do Comércio de Bens, Serviços e Turismo) indicam que as vendas online no Brasil cresceram 75% entre 2019 e 2024. No mesmo período, a participação de marketplaces internacionais praticamente dobrou, impulsionada por preços competitivos, prazos de entrega reduzidos e vantagens fiscais. Esse cenário coloca o país diante de um dilema: proteger o mercado interno ou aceitar o risco de uma desindustrialização silenciosa.

“O avanço desse modelo já movimenta bilhões e pressiona cadeias produtivas locais. A Shein, por exemplo, já conquistou cerca de 45 milhões de clientes brasileiros, incorporou mais de 7 mil vendedores nacionais à sua plataforma e anunciou novos investimentos logísticos para reduzir ainda mais o tempo de entrega. As plataformas chinesas estão redesenhando o comportamento do cliente e pressionando cadeias comerciais inteiras”, afirma Paulo Motta, empresário, investidor e especialista em gestão de ativos.

O avanço dessas plataformas também expõe o Brasil a um dilema regulatório. O programa Remessa Conforme, que isenta de imposto de importação compras de até US$ 50 feitas em sites cadastrados como Shein, Shopee, AliExpress e Temu, reduziu custos para o consumidor, mas ampliou as críticas de empresários e entidades setoriais, que apontam concorrência desleal frente ao varejo e à indústria nacionais, submetidos a uma carga tributária muito maior. Entre a defesa da produção local e a pressão popular por preços mais baixos, o país se vê dividido em uma disputa que já chegou ao Congresso e promete marcar a agenda econômica nos próximos anos.

A presença chinesa no varejo brasileiro não é um fenômeno pontual. Estamos diante de uma mudança estrutural que exige visão estratégica, técnica e reação rápida. Ignorar essa realidade é abrir mão de competitividade. “O empresário que entende o contexto global e ajusta sua estratégia com base em dados e inteligência sai na frente. O varejo chinês não compete apenas em preço, mas também em escala e expertise. Enfrentar esse cenário com maturidade é uma questão de sobrevivência”, comenta Marcos Koenigkan, CEO do grupo Mercado & Opinião.

Grandes nomes do empresariado já debatem esse tema, mapeiam riscos, compartilham experiências e discutem soluções. “A troca de experiências é tão valiosa quanto a capacidade de agir. Quando abordamos temas sensíveis como esse de forma estruturada, aumentamos nossas chances de atravessar o impacto com inteligência”, pontua Paulo Motta.

Koenigkan e Motta aliam seu discurso com grandes nomes do mercado de varejo, como Renato Franklin, CEO do Grupo Casas Bahia e Fernando Yunes, CEO do Mercado Livre. Em debate recente, organizado pelo Mercado & Opinião, os líderes, ao lado de Fábio Neto, sócio da Startse, deixaram claro que além do impacto sobre as empresas, a transformação provocada pela China atinge diretamente o consumidor brasileiro, que hoje exige mais conveniência, variedade e rapidez. Esse novo padrão de comportamento reforça que o e-commerce global veio para ficar e deve seguir redesenhando o varejo nacional nos próximos anos.

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