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Grandes redes varejistas integram serviços financeiros para fidelizar clientes e aumentar o ticket médio

Em que momento o varejo deixou de vender apenas o que se vê nas prateleiras? Ou talvez a pergunta deva ser: por que demorou tanto? Durante anos, o relacionamento com o consumidor limitou-se à troca direta — produto por dinheiro, compra por entrega. Hoje, essa equação não basta. O que está em jogo é o vínculo duradouro, a presença contínua, a lembrança diária. É nesse meio que os seguros massificados entraram de forma quase silenciosa, mas com impacto considerável.

Grandes redes perceberam que oferecer produtos financeiros junto às mercadorias tradicionais vai além da diversificação: amplia o tempo de convivência com o cliente. Um celular se compra em minutos; um serviço financeiro para esse mesmo aparelho mantém a conversa ativa por meses.

Contratados em planos mensais, automáticos e recorrentes, os seguros prolongam a presença da empresa mesmo fora da loja. A fatura chega, o nome da rede aparece. Mesmo sem novas compras, a marca continua ali, cuidando de alguma forma.

Esse vínculo também se reflete no ticket médio. Mesmo com o carrinho vazio, o cliente ainda conta com um serviço agregado, que prolonga a relação e eleva o valor da transação. Pequenas parcelas recorrentes criam uma nova camada de receita, contínua, previsível e baseada em utilidade real.

Os seguros que melhor funcionam nesse modelo são os funcionais, voltados a problemas corriqueiros como proteção para eletrônicos, assistência residencial ou cobertura odontológica. Produtos acionáveis, tangíveis, que resolvem o imprevisto. Quando o seguro é útil, o cliente o vê como investimento — não como gasto. É essa percepção que gera valor e fidelização.

Para sustentar esse tipo de operação em escala, varejistas podem recorrer a plataformas integradoras. Em vez de gerenciar cada serviço de forma isolada, concentram seguros, assistências e outras soluções em um único sistema. Essa base unificada oferece mais agilidade, controle e consistência na experiência do cliente. Permite ajustar ofertas, testar combinações e responder com velocidade ao mercado.

Por trás da aparente simplicidade, no entanto, há também desafios. Nenhum cliente esquece a sensação de ter sido enganado. Nenhum vínculo sobrevive a um produto ineficaz. Por isso, as ofertas precisam ser claras. O consumidor precisa saber o que está contratando, quando pode usar e como acionar. E, acima de tudo, o produto precisa funcionar. Quando isso acontece no momento certo, a marca que protege é lembrada com gratidão.

Fica uma última pergunta: vender ou acompanhar? Talvez os dois. Mas quem compreendeu o poder dos seguros massificados sabe que a resposta está em outro verbo. Permanecer.

*Rubens Nogueira Filho, sócio da SSI Massificados

O futuro do CX é híbrido: humanos e IA podem redefinir a experiência para fidelizar clientes

Nos últimos anos, a experiência do cliente deixou de ser apenas um diferencial e passou a definir quem sobrevive no mercado. Hoje, não basta atender com rapidez: consumidores querem interações personalizadas, fluidas e integradas. É nesse cenário que a inteligência artificial (IA) ganha protagonismo, ao permitir que marcas ofereçam jornadas mais eficientes sem abrir mão da proximidade humana.

Se até pouco tempo os chatbots eram vistos como auxiliares limitados, 2025 marca a virada para um modelo mais avançado: os agentes inteligentes. Eles não apenas respondem perguntas, mas executam tarefas de ponta a ponta como remarcar voos, resolver estornos ou sugerir ofertas relevantes, de forma proativa e empática. Essa evolução une duas camadas de IA: a generativa, que entende o contexto e conversa, e a agêntica, que age de fato.

O impacto vai além da eficiência operacional. Combinando empatia e automação, empresas conseguem aumentar índices como o Net Promoter Score (NPS) e resolver demandas já no primeiro contato, o que fortalece a lealdade e melhora a percepção de marca.

Mas essa transformação exige responsabilidade. À medida que os sistemas se tornam autônomos, cresce a necessidade de governança e supervisão. Conceitos como os “agentes guardiões” (mecanismos que monitoram e validam a atuação das IAs) surgem para garantir interações seguras, éticas e transparentes. No Brasil, esse debate se intensifica com o avanço das discussões sobre o marco regulatório da IA.

Outro ponto crítico é a hiperpersonalização

Pesquisas mostram que 71% dos consumidores esperam experiências personalizadas e 76% se frustram quando isso não acontece. Para atender a essa demanda, não basta apenas IA avançada: é preciso integrar dados em tempo real em plataformas unificadas de CX, eliminando silos e permitindo uma visão completa do cliente.

O futuro, no entanto, não é sobre substituir pessoas. Pelo contrário: a tendência é o atendimento aumentado, em que humanos e máquinas trabalham em conjunto. A IA garante velocidade e escala, enquanto profissionais humanos adicionam empatia, julgamento e nuances que só eles podem oferecer. Essa combinação cria uma experiência única, que conecta eficiência tecnológica com sensibilidade humana.

O CX passa a ser estratégia de negócio. As empresas que souberem unir inteligência artificial, dados de qualidade, governança e liderança centrada no cliente estarão mais bem posicionadas para conquistar confiança e fidelidade em um mercado cada vez mais competitivo.

*Executiva com experiência global, atuando em mercados na América Latina e Estados Unidos, Simone Bervig possui mais de 20 anos de experiência em marketing, branding e tecnologia, e coleciona passagens por multinacionais de tecnologia como SAP, Citrix e SAS. É colunista da MIT Tech Review, membro da Angel Investor Club e mentora na AngelUs Network. Atualmente é Diretora de Marketing do Grupo MakeOne.

Blip e WGSN lançam relatório com tendências que redefinirão a jornada do consumidor com a IA

Blip, principal plataforma de inteligência conversacional, e a WGSNconsultoria global referência em tendências de consumo, acabam de lançar o relatório ‘IA e o futuro da jornada do consumidor’, que revela e analisa quatro tendências que impactarão o mercado.  O material foi apresentado em primeira mão durante o Blip id 2025, evento que chega à sua 4ª edição reunindo líderes e especialistas para debater o futuro da tecnologia conversacional e seu impacto direto em setores da economia.

O estudo mostra que a jornada do consumidor está passando por mudanças profundas com a consolidação da inteligência artificial e a fragmentação entre físico e digital, o famoso phygital. Um dos dados que o material aponta é que 82% dos consumidores consultam de três a sete fontes antes de realizar uma compra (HubSpot, 2023), enquanto 47% já começam a busca diretamente em marketplaces (Marketplace Shopping Behavior Report, 2025). Essa complexidade aumenta a pressão por personalização, conveniência e confiança. Confira as quatro tendências apontadas pelo relatório.

  1. Tecnologia afetiva – Interfaces emocionais substituirão interações frias e robotizadas, criando conexões reais com consumidores. O movimento ganha força em um cenário em que 61% dos clientes se sentem tratados como números de acordo com Salesforce. Já em outra esfera, clientes emocionalmente conectados podem gerar 306% mais valor vitalício segundo a Ecom Business Hub, 2024.
  2. Ultra-personalização – Já outro dado da Salesforce mostra que a Inteligência Artificial permitirá prever desejos antes mesmo de serem conscientes. Hoje, 35% dos brasileiros já usam IA para decidir o que comprar, número que sobe para 60% entre a Gen Z.
  3. Compras autônomas (B2AI) – Assistentes de IA tomarão decisões de compra sem intervenção humana, tendência aceita por 70% dos brasileiros, como a Mypack, neste ano. O conceito de “zero cliques” mostra que o e-commerce se tornará preditivo e invisível ao longo do tempo.
  4. Comércio conversacional – A conversa passa a ser o novo espaço de compra. Revelada pela Kantar no ano passado, a pesquisa mostra que três em cada quatro adultos brasileiros já enviam mensagens a empresas semanalmente, e até 2028 a busca orgânica deve cair 50%, substituída pela pesquisa generativa em IA.

“As conversas estão se tornando o motor central da experiência do consumidor. Não falamos mais de atendimento isolado, mas de jornadas que conectam recomendação, relacionamento e transação em um único fluxo. Essa mudança coloca a IA conversacional no centro da estratégia de negócios”, afirma Mariana Hatsumura, VP de Marketing da Blip.

Para Rafael Araujo, Head de Consultoria da WGSN Mindset LatAm, o grande ponto é que físico e digital já não caminham separados. “O conceito de jornada phygital mostra que barreiras entre online e offline estão se tornando obsoletas. À medida que novas gerações nascem em um contexto digitalizado, a experiência do consumidor exigirá consistência, personalização e confiança em todos os pontos de contato”, destaca.

O levantamento mostra ainda que empresas que já adotam plataformas de comércio unificado registraram um aumento médio de 7,5% nas receitas anuais (Aberdeen Group). Para Blip e WGSN, o recado é claro: marcas que souberem unir tecnologia, empatia e ética no uso da IA terão vantagem competitiva na próxima década.

O futuro já chegou: Infor Report – Inovação no Varejo, destaca as principais tendências transformando o setor varejista

No Infor Report 2025: Inovação no Varejo – estudo aprofundado que mapeia os desafios, a maturidade digital e as tendências tecnológicas para o setor varejista lançado no último mês de julho – 79,3% dos empresários afirmam que vão ampliar investimentos em tecnologia. Os dados fazem parte de um levantamento proprietário global da empresa (How Possible Happens) e, no varejo, cinco vetores estratégicos despontam como norteadores dessa transformação: automação, inteligência artificial, integração tecnológica, personalização em escala e ambientes de experimentação contínua.  

Dentro desse contexto, em um capítulo dedicado exclusivamente às perspectivas de inovação no varejo, o estudo mostra que a digitalização deixou de ser um horizonte distante para se tornar uma realidade concreta, com impactos já mensuráveis na competitividade e nas operações do varejo. No âmbito da automação, por exemplo, a Infor destaca números da consultoria Next Move Strategy que projetam investimentos de US$ 33 bilhões nesta tendência até 2030, impulsionado pela busca por eficiência, redução de desperdícios e maior previsibilidade na gestão das cadeias de suprimentos do setor. 

Para Rossane Cristina Andrade, Gerente de Logística da Britânia Eletrodomésticos e uma das especialistas entrevistadas na pesquisa, a digitalização já se tornou requisito básico de competitividade. Segundo ela, atuar no varejo hoje exige oferecer rastreabilidade em tempo real, prazos de entrega cada vez menores, opções flexíveis de retirada e devolução e personalização de ofertas. Esse novo padrão, afirma, pressiona o setor a buscar soluções tecnológicas capazes de entregar precisão, velocidade e encantamento na experiência do cliente. 

“A digitalização é um caminho inevitável — e quem deseja se manter competitivo no mercado atual precisa avançar com agilidade, mas também com estrutura. Para acelerar esse processo de forma sustentável e eficiente, é preciso atuar sobre três pilares principais: cultura, parceria e capacitação, além de contar com parcerias estratégicas, especialmente empresas de tecnologia, integradores de sistemas e consultorias especializadas”, comenta a executiva.  

Outra tendência destacada no estudo é a inteligência artificial que já figura entre as prioridades de investimento de 64% das empresas do setor (SBVC), e 47% dos varejistas brasileiros afirmam já utilizar alguma solução baseada nessa tecnologia (Central do Varejo).  

O uso de IA no varejo, por sua vez, alcança desde a busca estratégica pela otimização na previsão de demanda até uma maior eficiência na gestão de estoques e logística. E todo esse movimento se justifica: estudos citados no relatório indicam que a IA pode elevar em até 25% a eficiência do varejo e aumentar receitas em até 10%, desde que sustentada por uma cultura orientada a dados (Bain & Company). 

Nesse sentido, a integração tecnológica aparece como sustentação para todos os demais pilares. O relatório destaca, por exemplo, projeção da Fortune Business Insights na qual é indicado que, até 2032, os investimentos globais em APIs que facilitam essa jornada crescerão 25% ao ano.  

Todo esse cenário cria ecossistemas mais robustos de inovação no varejo e permite que diferentes plataformas se comuniquem em tempo real. Essa integração é fundamental também para operações omnichannel, em que o cliente espera transitar entre canais de forma contínua e sem fricções; favorecendo a melhoria da experiência dos consumidores e maiores níveis de personalização no varejo. 

A personalização, aliás, também se consolida como base para o varejo do futuro. O estudo mostra que 71% dos consumidores esperam interações personalizadas e já gera um aumento de ROI na casa de 15% para as empresas (McKinsey). No varejo, isso se traduz em recomendações de produtos baseadas no histórico de compra, campanhas segmentadas e até ajustes dinâmicos de preços. 

Finalmente, o quinto pilar indicado como tendência pela Infor são os ambientes de experimentação contínua que vem ganhando espaço no varejo como estratégia para acelerar a inovação sem comprometer a operação principal.  

Esses ecossistemas permitem testar novas tecnologias, modelos de atendimento e processos internos, validando ideias e escalando apenas as que apresentam melhores resultados.  

Em linha com essa visão, para Rossane Cristina Andrade, uma vez que os processos estejam digitalizados e estáveis, “o passo seguinte é escalar com eficiência e inteligência, buscando inovação disruptiva, automação em alto nível e sustentabilidade”, explica a Gerente de Logística da Britânia Eletrodomésticos. 

Infor Report 2025 – Inovação no Varejo é uma publicação anual da Infor Brasil. Esta edição reuniu dados de 30 fontes especializadas — incluindo pesquisas internacionais, projeções de mercado, estudos setoriais e dados proprietários da Infor — para oferecer uma leitura crítica e ampla sobre os caminhos da transformação digital no varejo.  

A íntegra do relatório está disponível para download gratuito clicando aqui

04 dicas para preparar seu e-commerce para o Dia do Cliente

Comemorado em 15 de setembro, o Dia do Cliente é uma das principais datas para o varejo digital e representa uma oportunidade estratégica para atrair novos consumidores e fortalecer o relacionamento com a base já existente. Para alcançar bons resultados, no entanto, a experiência do cliente precisa estar no centro da estratégia. Prova disso é que 73% dos consumidores consideram a experiência como o principal fator de decisão de compra, e 65% afirmam que uma vivência positiva com a marca tem mais peso do que qualquer publicidade, com 43% deles dispostos a pagar mais para empresas que entregam esse nível de qualidade, de acordo com estudo da PwC

Diante disso, preparar a operação para oferecer jornadas de compra rápidas, intuitivas e seguras é fundamental para não perder vendas e fidelizar o público. Para apoiar os lojistas nesse desafio, especialistas reuniram três dicas práticas que podem fazer a diferença no desempenho do e-commerce durante o Dia do Cliente e em outras datas de alto volume de transações. Confira:

1 – Conte com um serviço de testes sintéticos

Os testes sintéticos são scripts que rodam de forma automatizada – realizando as mesmas ações que um usuário de verdade  – varrendo todo o sistema em busca de bugs, problemas de desempenho, jornadas incompletas ou confusas e falhas de segurança. Eles atuam como inspetores, simulando as atividades do cliente em diversas situações e cenários, o que permite que o time de TI seja alertado previamente e atue no que for necessário antes que os consumidores sejam impactados. 

“O objetivo é não comprometer a experiência do usuário. Com essa estratégia, as empresas deixam de contar com a sorte e passam a agir de forma preventiva, garantindo que tudo funcione perfeitamente. O pior cenário para o negócio é perder vendas porque o sistema falhou exatamente na hora que mais precisava performar. Os testes sintéticos visam eliminar esse risco, permitindo que os sites e apps recebam os picos de demanda com tranquilidade”, explica Daves Souza, CEO da SysMap Solutions, empresa AI First especializada em serviços de TI, IA e aceleração digital. 

Com o suporte dos testes sintéticos, o e-commerce evolui para oferecer jornadas mais inteligentes e seguras, onde cada etapa da navegação é validada para garantir fluidez e confiança. Isso permite que o cliente vivencie experiências digitais sem obstáculos, fortalecendo a relação de credibilidade com a marca.

2 – Utilize dados como guia de decisões

Entender o comportamento real do consumidor é essencial para criar uma jornada de compra fluida, personalizada e relevante. Os dados permitem segmentar audiências, prever tendências e ajustar campanhas com mais precisão, conectando pontos do mundo físico e digital em uma jornada verdadeiramente phygital.

Logan, multinacional que combina mídia multicanal com big data, reforça a importância de olhar para os sinais de intenção de compra em tempo real para maximizar a eficiência, o ROI e, principalmente, a conversão — especialmente em datas estratégicas como o Dia do Cliente. Em seu último levantamento, por exemplo, a empresa identificou mais de 90 milhões de usuários em busca de presentes durante o Dia dos Pais, com alta de 5,6% na intenção de compra – reflexo direto do impacto das campanhas orientadas por dados e da metamobilidade aplicada ao consumo.

“Os dados ajudam a transformar ações promocionais em experiências de relacionamento. Eles mostram não só a jornada do consumidor, mas também o que ele pode vir a querer ou precisar. Essa leitura antecipa movimentos, evita desperdícios e potencializa o investimento, entregando campanhas que realmente conectam e convertem”, comenta Francesco Simeone, CGO Global e Managing Director da Logan Brasil. “No Dia do Cliente, quando a competição pela atenção é intensa, essa inteligência faz toda a diferença: não se trata apenas de performance, mas de entender pessoas e criar conexões reais que resultam em conversão tangível para as marcas”, conclui.

3 – Explore os canais digitais como vitrines de confiança

Os canais digitais, que incluem aplicativos, sites e marketplaces, já são a principal porta de entrada para o consumo no Brasil. Só em maio de 2025, os marketplaces somaram mais de 2,3 bilhões de acessos, concentrando 67,7% das vendas do e-commerce nacional, de acordo com a Conversion. Esse tráfego massivo transforma essas plataformas em ambientes estratégicos não apenas para vender produtos, mas também para oferecer serviços de valor agregado, como seguros.

Para Marcelo Biasoli, CEO da 123Seguro no Brasil, o movimento é inevitável: “O consumidor já está nesses canais, comparando preços, escolhendo produtos e finalizando suas compras. O Dia do Cliente é uma oportunidade para ampliar a jornada, conectando proteção financeira diretamente ao consumo digital.”

Não à toa, estudo da Deloitte, aponta que o embedded finance pode movimentar R$24 bilhões no Brasil até 2026, e os marketplaces estão no centro dessa transformação.

4 – Prepare os meios de pagamentos oferecidos 

“No Dia do Cliente, a fluidez do pagamento é parte fundamental da experiência. Oferecer as opções que o seu público mais utiliza, como Pix, cartões, wallets, é fundamental para reduzir o abandono do carrinho e converter vendas”, destaca Renata Khaled, Vice-Presidente de Vendas da Tuna Pagamentos. Para a executiva, conhecer o perfil do consumidor e adaptar os meios de pagamento às suas preferências gera confiança e satisfação, impactando diretamente nos resultados. 

“Além da variedade, a segurança e a eficiência operacional são pilares para datas de alto volume. É essencial contar com uma solução escalável e integrada, que garanta transações seguras — seguindo as mais rígidas normas do setor — e que se comunique perfeitamente com os sistemas de gestão da loja, automatizando processos e prevenindo erros”, finaliza.

Ao combinar tecnologia preventiva, inteligência de dados e presença estratégica nos canais digitais, as marcas ampliam suas chances de conversão e constroem relações mais sólidas e duradouras com seus consumidores. Para além da venda, trata-se de oferecer experiências que inspiram confiança e fidelidade, atributos importantes em todas as datas. 

iFood bate recorde histórico com 6,6 milhões de pedidos em um único dia

O iFood conquistou uma marca histórica no último sábado, 6/9. A empresa brasileira de tecnologia movimentou 6,6 milhões de pedidos em único dia – isso significa que o iFood realizou uma média de 4.500 transações por minuto. Na comparação anual, o volume representa crescimento de 57% sobre os 4,2 milhões de pedidos de 6 de setembro de 2024. O resultado também supera em 32% o recorde anterior da companhia, de 5 milhões de pedidos registrado em dezembro do ano passado, abrangendo todas as frentes de negócio.

Este ano a empresa lançou a campanha “iFood é tudo para mim” justamente para mostrar a plataforma como um marketplace, que vai além do delivery de comida, com ofertas de mercado, petshop, farmácia e outras categorias. No total, o marketplace, que inclui a venda de refeições e multicategorias, do iFood movimentou 3,9 milhões de pedidos.

Além do aumento nos pedidos no aplicativo, a plataforma também viu um crescimento forte nos pedidos feitos em outras frentes de negócios, como iFood Salão, AnotaAI e Maquinona, que contribuíram com 2,7 milhões de pedidos no último sábado. O iFood Salão, hub de soluções integradas lançado em 2024, oferece aos restaurantes ferramentas como totens de autoatendimento para otimizar a gestão e aumentar vendas.

Complementam esse portfólio a Maquinona, máquina de pagamentos da fintech iFood Pago, que estimula o consumo presencial por meio de ofertas de cashback, e o agente de atendimento AnotaAI, que utiliza inteligência artificial para auxiliar estabelecimentos em pedidos via WhatsApp. Juntas, essas tecnologias criam um ecossistema integrado que impulsiona o crescimento dos restaurantes parceiros e contribui diretamente para o aumento no volume de pedidos da plataforma.

“Por trás desse número histórico, está a visão do iFood em criar um ecossistema completo que usa tecnologia e inovação para destravar novas oportunidades de crescimento para estabelecimentos parceiros, gerando conveniência para os clientes e mais renda para os entregadores, em vários pontos da jornada desses atores. Nosso compromisso é continuar buscando soluções que contribuam para o delivery continuar sendo um dos principais motores de crescimento da economia brasileira”, diz Diego Barreto, CEO do iFood.

Mondelēz Brasil aposta em e-commerce e transformação digital para manter sua liderança em snacks

Atenta à rápida evolução da jornada do consumidor, a Mondelēz Brasil, detentora de marcas icônicas como Lacta, Oreo, Trident, BIS, Club Social e Sonho de Valsa, sabe quão importante é sua jornada de digitalização para oferecer consistentemente novos formatos de consumo para seus públicos. “Há alguns anos, víamos o consumidor em três tipos de canais”, diz Livia Seabra, diretora de e-commerce e emerging channels na Mondelēz Brasil. “Hoje, ele já compra em sete e, até 2030, chegará a nove.” Chegar aonde o cliente precisa, no momento, na quantidade e no formato que deseja é a chave para alcançar sua nova e ousada ambição, dobrar novamente o tamanho da empresa até 2030, como já realizado no passado. 

Com um forte investimento em inovação e transformação digital, a empresa projeta um crescimento significativo no e-commerce. A participação das vendas online na receita total, que era de 13% no ano passado, deve aumentar para 15% até o final de 2025, com a meta de alcançar 25% dos negócios até 2030. 

Ecossistema digital em expansão 
 
No ambiente B2B, a Mondelēz Brasil já conta com 300 mil clientes cadastrados em sua plataforma online, oferecendo desde pedidos via e-commerce próprio até soluções de social commerce, como o canal de vendas via WhatsApp, que conta com 90 mil clientes registrados e 27 mil ativos por mês. A plataforma, chamada Yalo, simplifica o dia a dia de transações, agiliza pedidos e melhora a reposição de produtos, o que aumenta a eficiência dos consumidores.  

No B2C, a companhia amplia sua presença em marketplaces como Amazon, Mercado Livre, iFood, Rappi e Daki, oferecendo desde entregas rápidas até assinaturas personalizadas. Hoje, o e-commerce de snacks representa apenas 1% de penetração no Brasil, mas pode chegar a mais de 8% até 2030, e a Mondelēz quer liderar esse salto.  

Resultados recentes reforçam essa ambição: na Páscoa de 2025, a empresa registrou um recorde no e-commerce, com crescimento de 50% de vendas com Lacta na liderança do mercado. Já na Black Friday de 2024, a identificação de um novo comportamento compões a estratégia para o digital. A empresa entendeu que os consumidores têm preferência por compras antecipadas. Esse movimentou levou ao adiantamento de lançamentos e ajustes de sortimento, que resultou em alta de 66% nas vendas físicas, 35% no digital B2C e 79% no canal B2B. 

Social Commerce  

Além do WhatsApp, a presença em social commerce também é estratégica. A empresa foi pioneira do mercado de alimentos a entrar na plataforma TikTok Shop, mercado que pode movimentar mais de R$ 39 bilhões no Brasil até 2028, segundo dados do banco Santander. Por meio da marca Bis, a empresa passou a oferecer descontos exclusivos e possibilidade de frete grátis aos consumidores. A presença na plataforma marca um movimento de aproximação com a Geração Z. “Nosso olhar está no futuro do consumo: antecipamos necessidades, conectamos pessoas e marcas em todos os canais disponíveis e usamos a tecnologia para transformar cada interação em experiência”, destaca Livia.

Pesquisa Black Friday: público 45+ lidera intenção de compra e impulsiona vendas de eletrônicos e eletrodomésticos

Com a proximidade da Black Friday 2025, um perfil ganha protagonismo no varejo digital. Pesquisa realizada pelo Kwai, app de criação e compartilhamento de vídeos curtos, com 20.612 usuários ativos da plataforma, revela que o público com mais de 45 anos está assumindo papel estratégico na jornada do consumidor para o período, apresentando engajamento elevado com anúncios, forte intenção de compra e preferência por itens de maior valor agregado.

O levantamento mostra que 84% do total de usuários entrevistados pretendem realizar compras na Black Friday, sendo que 42% afirmaram que devem adquiri-las em lojas online. Dentro desse universo, 55% estão na faixa etária entre 25 e 45 anos, enquanto 30% são pessoas com mais de 45 anos, consolidando-se como um público de alto potencial de conversão e ticket médio elevado. Além disso, este grupo é o que mais interage com campanhas publicitárias na plataforma, evidenciando receptividade às ativações de marketing e conteúdos de marca.

As compras planejadas também reforçam a relevância dessa audiência para o comércio eletrônico. O estudo indica que 70% do total de entrevistados pretendem adquirir ao menos um item das cinco principais categorias de consumo: eletrônicos, eletrodomésticos, roupas e acessórios, móveis e itens para casa e decoração. Entre os consumidores com mais de 45 anos, 35% planejam gastar acima de R$ 800 em eletrodomésticos e 34% têm orçamento semelhante para eletrônicos. Já itens de beleza e cuidados pessoais devem receber investimentos de até R$ 300 de 60% desse público.

“Os consumidores com mais de 45 anos vêm ganhando destaque nas grandes datas do varejo. Financeiramente consolidados, utilizam vídeos de reviews e tutoriais no Kwai como principal fonte de informação para decisões importantes, tornando-se uma audiência estratégica para marcas que buscam consumidores qualificados e receptivos”, afirma Vitor Yu, gerente geral do Kwai For Business, unidade de negócios da plataforma, que reúne recursos e ferramentas para empresas desenvolverem e inserirem conteúdo patrocinado no aplicativo.

Metodologia – A pesquisa foi realizada diretamente no aplicativo do Kwai (in-app), entre 2 e 13 de junho de 2025, com participação de 20.612 usuários ativos. As questões incluíram múltipla escolha e escolha única, com o objetivo de entender a intenção de compra e o papel do Kwai como plataforma de descoberta e influência na decisão dos consumidores.

Black Friday: um perigo para o varejista que vai na “onda” para acompanhar concorrente

Estamos a dois meses da Black Friday, mas quero lembrar. Desconto não é estratégia, é sangramento disfarçado de oportunidade. E o Brasil precisa parar de romantizar prejuízo. Você, varejista, está mesmo ganhando ou apenas sobrevivendo à data?

Em novembro a loja pinta a vitrine com letras garrafais, o e-commerce aquece os servidores e as redes sociais viram um frenesi de “compre agora ou perca pra sempre”. Tudo parece festa, mas nos bastidores o que existe é outro cenário: líderes esgotados, equipes no limite, logística implorando reforço, produtos encalhados sendo vendidos como “exclusividade” e margens evaporando em nome de um faturamento ilusório.

E uma pergunta ignorada por quase todos: “Vale a pena?” Na maioria dos casos, não vale e sobre isso que ninguém quer falar.

A Black Friday nasceu nos Estados Unidos como um movimento para impulsionar vendas após o Dia de Ação de Graças. Chegou ao Brasil sem contexto, sem cultura, sem maturidade e virou uma distorção.

Aqui, o que chamamos de “Black Friday” é, na verdade, uma mistura de queima de estoque mal-feita, desespero por caixa, manipulação de preços pré-evento e tentativa frustrada de parecer competitivo com gigantes globais.

O resultado? Milhares de empresas pequenas e médias sacrificando o mês de dezembro, o primeiro trimestre do ano seguinte, e o próprio posicionamento de marca — por 48 horas de euforia e seis meses de ressaca.

Em minha experiência, vivenciei vários casos emblemáticos na Black Friday, como um em que a empresa que bateu recorde e quase faliu. Acompanhei uma loja de móveis planejados que preparou sua Black Friday por três meses.

A companhia criou kits com 40% de desconto, investiu pesado em mídia e bateu o maior faturamento em 12 anos de operação. Mas, não conseguiu entregar. O prazo médio de montagem dobrou, clientes cancelaram, custos com retrabalho, logística reversa e ações judiciais explodiram. O resultado foi um prejuízo de aproximadamente R$ 1,1 milhão. Tudo porque esqueceram do básico: lucro não se mede pelo que entra, mas pelo que sobra.

Outra situação marcante foi um e-commerce que prometeu demais e colheu caos. Uma loja de produtos eletrônicos lançou uma campanha de “Frete Grátis + 70% off” em 2024. O que aconteceu? O servidor caiu, pedidos duplicaram, teclados esgotaram, mas continuaram sendo vendidos. No Reclame Aqui, a empresa saltou de 4,1 para 2,3 em reputação em 12 dias e o SAC virou linha de guerra, com devoluções que custaram o triplo da economia oferecida ao cliente. Quatro meses depois, no ano seguinte, a empresa fechou duas unidades físicas para recompor o caixa.

Quem ganha dinheiro real na Black Friday? Quem tem controle absoluto sobre margem líquida real, não “sentimento de margem”; curadoria de estoque (e não só estoque sobrando); experiência de entrega impecável; time treinado em pós-venda e recuperação de confiança; campanha com objetivo claro: lucratividade ou aquisição de novos clientes — nunca os dois ao mesmo tempo.

Quem lucra é quem vende com consciência. Quem finge lucrar é quem vende com desespero.

Do outro lado, temos o consumidor. Na teoria, ele está ganhando. Mas, na prática, muitas vezes está sendo vencido por estratégias psicológicas pensadas para desencadear impulso. Escassez, urgência, contagem regressiva, “só mais 4 unidades”, “última chance”.

Tudo isso combinado com um boleto no dia 10 e uma falsa sensação de “merecimento”. A Black Friday explora a ansiedade financeira, o medo de ficar para trás e o prazer momentâneo da compra como fuga emocional.

Resultado? Em geral, até 45 % dos brasileiros admitem já terem comprado pela internet por impulso e se arrependido depois e apenas 8 % compraram por impulso em promoções que realmente prezavam pela necessidade, o que indica que impulsividade existe, mas não domina os números.

Importante trazer um último exemplo que com certeza alguém vai se identificar, que foi a armadilha das parcelas invisíveis. Na última Black Friday, um amigo decidiu aproveitar uma promoção “imperdível” de ar-condicionado, notebook e smartwatch em um determinado marketplace. Comprou tudo parcelado em 12 vezes no cartão de crédito e em março do ano seguinte, não conseguiu manter as parcelas e entrou no cheque especial. O que era “promoção” virou endividamento em três meses.

Em resumo, a Black Friday pode ser um perigo para o varejista que acompanha a “onda” para fazer frente aos seus concorrentes. Portanto, cuidado, o que pode parecer uma oportunidade de crescimento, na verdade, pode ser um cenário de grandes prejuízos.

*Anderson Ozawa é CEO da AOzawa Consultoria, especialista em Prevenção de Perdas e Governança, consultor com mais de 40 programas de prevenção de perdas implantados com sucesso, palestrante, professor da FIA Business School e autor do livro “Pentágono de Perdas: Transformando Perdas em Lucros”

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