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O impacto oculto dos chamados sem resposta na produtividade da TI

Chamados de TI sem resposta não são apenas pequenos atrasos no cotidiano corporativo. Cada solicitação ignorada pode travar tarefas simples, atrasar projetos estratégicos e obrigar equipes a recorrer a soluções improvisadas que fogem ao controle da área de tecnologia. O resultado é um “prejuízo invisível”: perda de produtividade e custos internos que não aparecem nos relatórios financeiros, mas corroem a eficiência das empresas.

Imagine um funcionário esperando liberação de acesso a um sistema: enquanto o chamado permanece na fila, esse colaborador não consegue cumprir suas tarefas, o que por sua vez atrasa entregas da equipe e do projeto associado. Em muitos casos, colegas tentam contornar o problema, assumindo trabalhos extras ou encontrando “gambiarras tecnológicas” para seguir em frente. Esse improviso pode resolver pontualmente, mas cria novos problemas – desde processos desalinhados até riscos de segurança.

Sem um suporte responsivo, as equipes também ficam mais propensas a interromper fluxos de trabalho e perder o foco. Pequenas falhas técnicas, como um computador travado, uma impressora offline, um software que precisa de atualização, entre outros casos corriqueiros, tornam-se gargalos quando não recebem atenção rápida do TI.

Assim, o downtime deixa de ser um evento raro e crítico e se transforma em vários microatrativos diários que somados consomem uma fatia importante da produtividade da empresa. O resultado é uma espiral: quanto mais os chamados se acumulam, mais tempo se perde em tarefas atrasadas, esclarecimentos e retrabalho – um custo operacional oculto que cresce silenciosamente.

Queda de produtividade

Uma pesquisa global da Unisys e HFS Research mostrou que quase metade (49%) dos funcionários estima perder entre 1 e 5 horas de trabalho por semana lidando com problemas de TI, como falhas em equipamentos ou sistemas indisponíveis. No contexto brasileiro, os números são igualmente altos. Segundo o estudo “O Novo Mundo do Trabalho” conduzido pela Edelman, a pedido da ServiceNow, os profissionais no Brasil afirmam dedicar 48% de seu tempo de trabalho a tarefas operacionais que poderiam ser automatizadas – incluindo resolver problemas de TI ou de conexão. Em média, isso equivale a 7 horas semanais perdidas com atividades de baixo valor que poderiam ser evitadas ou aceleradas por soluções digitais.

Além disso, a mesma pesquisa da Unisys revelou 42% das empresas admitem que nem sequer medem a perda de produtividade causada por problemas de TI. Ou seja, quase metade das organizações não possui visibilidade do tempo útil que escoa pelos “ralos” do suporte ineficaz.

O peso financeiro do suporte reativo

Ainda que difíceis de ver no dia a dia, pesquisas tentam estimar esses custos ocultos. Um levantamento recente sobre operações de TI no Brasil revelou que empresas com postura reativa em suporte gastam em média R$ 2.847 por chamado resolvido quando se contabiliza todo o tempo de diagnóstico, mão de obra especializada, impacto nos negócios e retrabalho envolvidos.

Para estancar esse prejuízo invisível, as empresas precisam adotar melhores práticas de atendimento interno, a começar pela definição de um SLA interno sólido. Um Service Level Agreement interno nada mais é do que um acordo claro entre o departamento de TI e as áreas de negócio, estabelecendo prazos de resposta e resolução para diferentes tipos de chamados e níveis de urgência.

Além disso, sistemas modernos oferecem automação e autoatendimento, sugerindo soluções ao colaborador já na abertura do chamado e liberando a equipe de suporte para questões mais complexas.

Em última análise, investir em suporte de TI ágil e eficiente não é “custo”, e sim economia. Significa recuperar horas de trabalho produtivas, cumprir prazos com mais consistência e evitar gastos emergenciais ou redundantes. Significa também um ambiente de trabalho menos estressante, onde a tecnologia impulsiona – em vez de atrapalhar – a produtividade. Os custos internos podem até ser invisíveis nas planilhas, mas seus efeitos no negócio são bem reais. Com as ferramentas certas, esse prejuízo invisível pode ser contido, transformando a TI de gargalo oculto em aliada estratégica da performance organizacional.

Por Luciano Costa, cofundador da Setrion e da Milldesk Help Desk Software

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