Nos últimos anos, o Airbnb consolidou-se como símbolo de uma transformação silenciosa no mercado imobiliário. Apenas no segundo trimestre de 2025, a plataforma registrou lucro líquido de US$ 642 milhões e crescimento de 13% na receita global. No Brasil, o movimento é igualmente expressivo: em 2024, o mercado de aluguel por temporada movimentou cerca de R$ 14,5 bilhões, segundo dados do setor, com aumento de 43% na procura por imóveis de temporada em comparação ao ano anterior. Esse desempenho coloca a modalidade muito à frente do aluguel tradicional, que cresceu apenas 13,5% no mesmo período. Os números mostram que o modelo deixou de ser tendência para se tornar uma estratégia consolidada de geração de caixa. Imóveis bem localizados, quando inseridos em plataformas digitais e com gestão profissional, chegam a entregar rentabilidade mensal entre 0,8% e 1,4%, além de ganhos com a valorização patrimonial que podem superar 27% ao ano em regiões estratégicas como São Paulo, Rio de Janeiro, Balneário Camboriú e João Pessoa. Na prática, isso significa que o imóvel pode ser pago com a receita obtida pelas locações, transformando-se em um ativo de auto quitação.
Esse movimento ganha ainda mais relevância no contexto brasileiro. O país soma hoje quase 5 milhões de expatriados, que movimentam mais de R$ 50 bilhões em remessas ao ano para manutenção de patrimônio familiar ou aquisição de ativos no Brasil. Ao mesmo tempo, o envelhecimento da população e a percepção de fragilidade da previdência pública têm levado investidores a buscar alternativas mais seguras e rentáveis para garantir renda futura. Nesse cenário, o aluguel por temporada aparece como uma espécie de “aposentadoria imobiliária”: um fluxo de caixa mensal que complementa ou substitui a renda previdenciária tradicional. Segundo Pedro Ros, CEO da Referência Capital, essa é justamente a grande mudança de mentalidade. “Com o Airbnb, o aluguel deixou de ser apenas complemento de renda e passou a ser ferramenta estratégica. Hoje, é possível estruturar a compra de um imóvel de alto padrão no Brasil sem comprometer capital próprio, porque a receita recorrente das locações cobre as parcelas. É uma forma inteligente de planejar aposentadoria e blindar patrimônio”, afirma.
A tendência também reflete uma mudança de comportamento global. Investidores já não olham apenas para a valorização de longo prazo do imóvel, mas para a sua capacidade de gerar renda passiva desde o primeiro mês. Esse novo olhar explica o crescimento das operações estruturadas de crédito e câmbio voltadas para aquisição de imóveis no Brasil, especialmente por expatriados. Para eles, cada 1% a menos em taxa de conversão ou 1% a mais em retorno mensal pode significar milhares de reais economizados ou ganhos adicionais ao longo dos anos. Pedro Ros destaca ainda o caráter previdenciário do modelo: “O aluguel por temporada é resiliente porque acompanha o turismo, a mobilidade corporativa e o novo estilo de vida mais flexível. Isso garante ocupação constante e previsibilidade de caixa, algo essencial para quem pensa em aposentadoria. Estamos falando de um modelo que permite ao investidor se aposentar com renda garantida e, ao mesmo tempo, ampliar seu patrimônio. Na prática, o que antes era visto como luxo agora se consolida como estratégia de longo prazo” finaliza Ros.
