O mercado de moda online brasileiro enfrenta um desafio crescente com a entrada de gigantes internacionais. Segundo a CNC, a importação de bens de consumo chineses no Brasil, com valor médio de US$ 1.450, cresceu 575% nos últimos 20 anos, frente a uma média global de 155%. Nesse contexto, competir apenas em preço não garante vantagem: o consumidor brasileiro também valoriza a experiência e o relacionamento com as marcas.
Para se manterem competitivas, as empresas precisam investir em estratégias que combinem tecnologia, experiência e eficiência operacional. Murilo Vieira, sócio e diretor de operações da Agência FG, especializada em e-commerce, que oferece soluções completas por meio de três verticais: Performance, Evolução e Implantação de Projetos B2C e B2B, compartilha dicas valiosas que podem fazer a diferença na disputa por market share. Confira!
Aplicativos como motores de conversão e fidelização
Aplicativos próprios representam um diferencial competitivo relevante no setor de moda, onde a recompra é frequente. “Temos casos na agência em que os aplicativos chegam a registrar taxas de conversão maiores do que os sites tradicionais”, comenta Murilo.
Um exemplo prático é o lançamento do aplicativo da Brooksfield Donna, desenvolvido em parceria com a FG. Em poucos meses, o app já apresenta taxa de conversão pelo menos duas vezes maior que a do site. “O cliente nem precisa procurar no Google, basta abrir o app e comprar”, explica o especialista.
Além disso, os aplicativos permitem personalizar a experiência do usuário: recomendações de produtos, notificações de promoções e histórico de compras tornam a jornada de compra mais ágil e próxima do consumidor, fortalecendo a fidelização.
2. Estratégia multiplataforma
Uma operação integrada entre lojas físicas, e-commerce e aplicativos garante que o cliente possa comprar por qualquer canal, criando uma experiência fluida e consistente.
A chave está em fazer com que cada canal se alimente dos outros. Campanhas no Meta Ads aumentam o reconhecimento de marca, estimulando pesquisas orgânicas e alimentando o CRM; influenciadores digitais geram tráfego qualificado para todos os canais; e o Google atua como porta de entrada para clientes em diferentes estágios da jornada, da descoberta à compra”, explica Vieira. “O Meta tem a função de conduzir toda a jornada: o cliente é impactado por um anúncio, clica no site, sai e depois é impactado em outros canais”.
Este modelo comprovou sua eficácia nos resultados recentes dos clientes da agência. A Brooksfield Donna registrou um aumento de 64% no faturamento nos sete primeiros meses de 2025 em relação ao mesmo período do ano anterior. O desempenho veio acompanhado de um avanço de 42% na taxa de conversão e 21% no ROAS (Retorno sobre Gasto em Publicidade), indicadores que reforçam a eficiência da estratégia omnichannel.
3. Gestão inteligente de estoque
A integração entre estoque online e físico é outro diferencial decisivo. No modelo em que produtos vendidos online saem das lojas físicas, é possível oferecer entregas mais rápidas, reduzir custos de frete e evitar rupturas de estoque.
"As lojas físicas estão bem abastecidas, o valor do frete é competitivo, não há falta de estoque e a gestão do inventário é eficiente. Além disso, as entregas são mais rápidas, o que garante uma experiência positiva para o cliente", afirma.
Dica bônus: Como a IA entra em cena
Além dessas três estratégias, a Inteligência Artificial vem transformando a forma como os e-commerces operam e interagem com o consumidor. Chatbots inteligentes automatizam atendimentos, otimizam o tempo da equipe e melhoram a experiência do cliente.
A IA está mudando a forma como o tráfego orgânico chega às marcas. O que antes vinha do Google orgânico agora é complementado por acessos que chegam via IA, analisa Vieira. Ele destaca que muitas marcas já aparecem em resultados de ferramentas como o ChatGPT quando os usuários fazem consultas específicas sobre produtos, criando novas oportunidades de visibilidade e vendas.