O crescimento das demandas por mais eficiência, precisão e tranquilidade por parte de síndicos e moradores está acelerando a adoção de inteligência artificial nas centrais de monitoramento. Segundo a Abese, a segurança eletrônica movimentou R$ 14 bilhões em 2024 e deve crescer 23,7% em 2025, impulsionada sobretudo pela incorporação de IA, automação e sistemas integrados. Além disso, o relatório AI Video Surveillance Market aponta que o uso de analíticos de vídeo com inteligência artificial pode reduzir falsos alarmes em até 70%.
Para além dos números, a adoção da IA está transformando a lógica de operação das centrais, em que os operadores deixam de atuar apenas como “apagadores de incêndio” e passam a ter uma atuação mais estratégica, com foco no que realmente importa. Além de melhorar a triagem de ocorrências, a IA permite que as centrais ofereçam um serviço mais consultivo, com relatórios preditivos, análises comportamentais e evidências que ajudam síndicos e gestores a tomar decisões mais estratégicas.
De acordo com Lucas Cinelli, CEO e cofundador da Octos, plataforma SaaS de inteligência artificial em nuvem voltada para o setor de segurança eletrônica, a inteligência artificial se tornou o pilar para centrais que querem ser sustentáveis, confiáveis e escaláveis. “A IA não substitui o operador, ela amplia sua capacidade. Ao filtrar ruídos e reduzir falsos positivos, a equipe consegue focar nas situações que realmente exigem atenção”, afirma.
Lucas defende que a tecnologia deve ser acessível inclusive para operações menores, que tradicionalmente não tinham acesso a soluções avançadas de video analytics. Segundo o especialista, o desafio atual não está apenas em detectar intrusões, mas em distinguir o que realmente representa risco. “O excesso de alarmes falsos desgasta operadores, prejudica a confiança do cliente e diminui a efetividade das equipes. Quando a central recebe dezenas de alertas irrelevantes por dia, perde-se o senso de prioridade. A IA resolve isso na raiz”, explica.

