Roupas e carros estão em alta. Essa é a conclusão de um estudo do Instituto Brasileiro de Executivos de Varejo e Mercado de Consumo (Ibevar) sobre o varejo brasileiro para trimestre de junho a agosto de 2025. O crescimento é expressivo: 5,71% no setor de tecidos, vestuário e calçados e 4,72% no setor de veículos, motos, partes e peças. Para Jéssica Fahl Ribeiro, especialista em gestão ágil, marketing e inovação, o marketing é a ferramenta ideal para ajudar o consumidor a tomar a decisão da compra. Além disso, em qualquer cenário, de alta busca ou baixa procura, inclusive os de crise econômica, as empresas devem reforçar o posicionamento de marca.
“O marketing impacta o comportamento do consumidor. E quando temos um consumidor mais exigente, mais criterioso, é preciso ajudá-lo a tomar a decisão de compra, mostrando as entregas do produto, os benefícios e vantagens, além de potencializar a confiança”, ressalta Jéssica. De acordo com ela, diversos são os fatores que afetam a procura do consumidor por um determinado produto. Na avaliação do Ibevar, a alta em relação a roupas e carros pode refletir tanto uma melhoria nas expectativas econômicas quanto um movimento de reposição de estoques domésticos represados em períodos anteriores.
Nesse sentido, a especialista avalia que quanto mais a empresa deixar claro ao consumidor os benefícios de determinado produto, mais as vendas serão potencializadas. “Se a empresa perceber que é hora de ajudar o cliente a economizar, pode desenvolver estratégias de descontos. Ou mostrar a economia que o produto oferece, mostrando o rendimento e a durabilidade maiores. Isso tudo é argumento para trazer o cliente para a compra”, ressalta Jéssica. Segundo ela, criar combos promocionais também pode ser uma alternativa.
Por outro lado, existem setores que enfrentam uma retração na procura por produtos, como o segmento de livros, jornais, revistas e papelaria (-7,44%) e móveis e eletrodomésticos (-1,72%). No primeiro caso, conforme o Ibevar, a tendência é a digitalização e a mudança dos hábitos de consumo que vêm há anos. Já no segundo, a cautela é em relação a compras de maior valor agregado. “Nesse momento em que há produtos que são mais buscados e produtos que são menos, ou seja, em qualquer cenário, é preciso reforçar o posicionamento de marca, reforçar a identidade, os valores. Justamente porque quando o consumidor está inseguro, também fica criterioso.”