Se há uma constante no marketing, é a mudança. Novas tecnologias, comportamentos do consumidor e formas de engajamento surgem em ritmo acelerado, criando demandas por profissionais com habilidades que, até pouco tempo atrás, nem existiam. Neste Dia do Profissional de Marketing, celebrado em 8 de maio, Gustavo Costa, CEO da LGL Case e especialista em estratégias digitais, aponta as profissões que se tornaram tendência silenciosamente — e por que elas estão revolucionando a maneira como as marcas se conectam com seu público.
Growth Hacker: o alquimista do crescimento
Diferente do marketing tradicional, o Growth Hacker não se limita a campanhas pontuais. Ele atua na intersecção entre marketing, tecnologia e análise de dados, usando testes rápidos, automação e estratégias criativas para escalar negócios com custos reduzidos.
“Muitas empresas ainda pensam em growth hacking como uma tática apenas para startups, mas já é uma necessidade até em grandes corporações”, explica Gustavo. “Esse profissional domina desde SEO e paid media até noções de programação, porque entende que crescimento hoje depende de experimentação contínua e otimização baseada em dados.”
Segundo ele, plataformas como Google Ads e Meta evoluíram tanto que campanhas genéricas não bastam mais. “O Growth Hacker sabe extrair insights de analytics, ajustar funis em tempo real e até criar ferramentas internas para automatizar processos. É um perfil raro, mas que gera ROI tangível”, afirma o CEO da LGL.
Chief Experience Officer (CXO): o guardião da jornada do cliente
Enquanto o CMO (Chief Marketing Officer) foca na atração, o CXO é responsável por garantir que toda interação com a marca — do primeiro clique ao pós-venda — seja excepcional. Com a experiência do cliente como prioridade máxima, esse cargo ganhou força em setores como varejo, SaaS e serviços financeiros.
“O consumidor não tolera mais experiências ruins. Um CXO não só mapeia a jornada, mas usa IA e feedback em tempo real para antecipar dores e personalizar cada touchpoint”, inicia o executivo. “Empresas como Amazon e Netflix já operam assim há anos, mas agora até PMEs precisam de alguém que una UX, atendimento e dados sob uma mesma estratégia”, completa.

Especialista em IA Generativa: o novo storyteller
A explosão de ferramentas como ChatGPT, Midjourney e Synthesia criou uma demanda por profissionais que saibam aplicar inteligência artificial de forma ética e eficiente no marketing. Esse especialista vai além do básico: ele entende prompts avançados, integra APIs em fluxos de trabalho e usa IA para hiperpersonalizar conteúdos.
“A IA generativa não é só sobre criar posts ou imagens rápido. Ela permite, por exemplo, gerar milhares de variações de anúncios para testes A/B automatizados ou até produzir vídeos sob demanda para diferentes públicos”, afirma Gustavo. “Mas o desafio é equilibrar automação com autenticidade — por isso, o profissional do futuro precisa ter visão criativa e analítica ao mesmo tempo.”
Coordenador de Comunidade (Community Manager 2.0)
Redes sociais já não são só canais de divulgação, mas espaços de construção de comunidade. O Community Manager moderno, segundo Costa, precisa dominar desde moderação até estratégias de engajamento em plataformas emergentes (como Discord e Twitch), além de analisar métricas de pertencimento — não apenas alcance.
“Marcas que investem em comunidades leais têm churn menor e advocacy maior. Esse profissional é quase um ‘DJ de relacionamentos’: mistura conteúdo, interação e exclusividade para manter o público engajado a longo prazo”, compara.
E por que essas profissões chegaram para ficar? Gustavo explica que a ascensão desses cargos reflete três megatendências:
- Dados como matéria-prima: “Sem análise preditiva e atribuição precisa, o marketing vira um tiro no escuro.”
- Experiência > Propaganda: “O cliente quer utilidade, não apenas mensagens bonitas.”
- Automação inteligente: “Quem não souber usar IA vai perder eficiência para concorrentes.”
“Em 2024, o profissional de marketing precisa ser um ‘canivete suíço’: técnico o suficiente para entender dados, mas criativo para humanizar a tecnologia”, conclui. “Essas novas funções não são modinha. São a resposta para um mercado que exige velocidade, personalização e resultados mensuráveis”, finaliza o CEO da LGL Case.