O Pix automático, nova etapa do sistema de pagamentos instantâneos brasileiro, foi lançado pelo Banco Central em junho. A funcionalidade promete impactar tanto pessoas físicas quanto empresas, mas também vem gerando dúvidas em negócios que utilizavam o Pix agendado recorrente, que ainda não entenderam qual opção é a melhor.
Para Felipe Negri, CEO do Pinbank, one-stop-bank-provider com um ecossistema completo de soluções financeiras, a resposta é extremamente individual para cada organização. “As duas modalidades têm benefícios, mas são aplicadas de maneira mais estratégica quando pensadas para resolver necessidades específicas. Ou seja, é uma decisão que se relaciona aos objetivos do negócio e aos tipos de operação”, diz.
Diferenças entre as funcionalidades
Alternativa ao débito automático tradicional, o Pix automático facilita cobranças recorrentes, como contas de consumo, mensalidades e assinaturas. Na prática, as empresas enviam uma proposta de adesão aos clientes, que precisam autorizar os pagamentos. Esse processo é feito apenas uma vez, diretamente no aplicativo da instituição financeira, podendo ser cancelado ou até editado sempre que necessário.
Já no Pix recorrente, os pagamentos periódicos são realizados por meio de integrações customizadas e automações desenvolvidas por fintechs e fornecedores especializados. Na modalidade, o usuário cadastra os dados do recebedor, além de definir os valores e programar as datas das movimentações.
Segundo Negri, esse último formato funcionou como uma “adaptação” para as empresas que queriam reduzir custos operacionais e ter mais flexibilidade financeira. “O Pix agendado recorrente não é exatamente um modelo padronizado como o automático, mas ainda assim desburocratiza transações e diminui gastos. É uma opção excelente para os pagadores que buscam autonomia e conseguem se organizar financeiramente”, explica.
Por outro lado, o executivo pontua que o Pix automático traz menos limitações por estabelecer uma dinâmica conjunta. “Com ambas as partes acordadas e adaptando os pagamentos e recebimentos de uma forma que funciona para os dois lados, a solução consegue reduzir ruídos transacionais e otimizar as operações”, complementa.
Futuro das modalidades
Novas funcionalidades como essas devem ser cada vez mais incorporadas ao dia a dia das empresas, considerando o sucesso do Pix no mercado nacional: o Banco Central aponta que aproximadamente 166 milhões de PFs (Pessoas Físicas) e 19,5 milhões de PJs (Pessoas Jurídicas) já utilizaram o método de pagamento instantâneo.
O tempo em vigor das modalidades também pode fazer a diferença no uso de cada uma, principalmente no que se refere à implementação de melhorias. Enquanto o Pix automático entrou em vigor há cerca de um mês, o Pix agendado recorrente passou a ser obrigatório no país em novembro de 2024.
“É claro que a nova funcionalidade proposta pelo Banco Central está nos holofotes neste momento, especialmente para os pequenos e médios negócios que querem modernizar transações financeiras mensais e diminuir custos”, reforça o CEO do Pinbank. “Nesse cenário de mudança, o melhor dos mundos será para aqueles que souberem conduzir a digitalização dessas operações com inteligência, aproveitando vantagens mais antigas e explorando novas oportunidades promissoras”, finaliza.