O Pix movimentou R$ 26,4 trilhões ao longo de 2024, com crescimento de 54% em relação ao ano anterior, segundo dados do Banco Central. A nova funcionalidade de autorizações automáticas de débito, o Pix Automático, que entra em vigor em 16 de junho de 2025, torna-se peça central para empresas que buscam automatizar pagamentos recorrentes e melhorar a gestão do fluxo de caixa.
Luis Molla Veloso, especialista em Embedded Finance e integração de serviços financeiros em jornadas digitais, o Pix está se consolidando como um dos principais instrumentos de eficiência financeira no ambiente corporativo. “A solução elimina barreiras que afastavam empresas da cobrança recorrente com liquidação instantânea e autorizações múltiplas”, afirma.
No setor B2B, apesar do avanço, o boleto bancário ainda é o meio de pagamento mais utilizado, representando mais da metade das operações entre empresas. O Pix, porém, ganha espaço de forma consistente, impulsionado pela facilidade de integração a sistemas de gestão financeira e pela redução de custos operacionais. O Banco Central reconhece que o ambiente corporativo ainda precisa evoluir para adoção plena das funcionalidades do sistema instantâneo, mas avalia que a tendência é de crescimento acelerado nos próximos anos.
Para aproveitar o momento, especialistas indicam que as empresas adotem medidas como integrar o Pix aos sistemas de gestão (ERP) e conciliação automática, mapear os serviços com maior potencial de retorno e implantar fluxos de autorização e auditoria para garantir segurança e rastreabilidade. A liquidação imediata permite melhor previsibilidade de caixa e reduz o tempo de recebimento, o que se reflete diretamente na eficiência financeira.
Em 2024, o Pix registrou 63,8 bilhões de transações, um aumento de 52% em relação a 2023, segundo dados do Banco Central e da Febraban. Embora ainda não haja dados públicos consolidados sobre o volume específico de transações entre empresas, estimativas do mercado apontam que o segmento corporativo já representa cerca de um terço do total das operações realizadas no sistema.
A chegada do Pix Automático, somada às melhorias na infraestrutura do sistema de pagamentos instantâneos, promete acelerar a automação de processos no B2B. Ao reduzir a dependência de boletos e transferências manuais, o modelo abre espaço para que as companhias adotem soluções financeiras mais integradas e baseadas em dados.
Para Luis Molla Veloso, a transformação vai além da digitalização de pagamentos. “Automatizar é apenas o primeiro passo. O verdadeiro ganho está em usar os dados gerados pelas transações para entender o comportamento de clientes e fornecedores e tomar decisões financeiras mais inteligentes”, conclui o especialista.
Com o avanço da automação e o fortalecimento da infraestrutura digital, o Pix se consolida como um dos pilares da modernização das finanças corporativas, aproximando o setor empresarial de uma gestão mais ágil, eficiente e baseada em informação.

