No Brasil, o Dia das Mães não é apenas uma celebração familiar — é o segundo maior evento do varejo, movimentando bilhões em todo o país. E agora, essa data se estende para além do segundo domingo de maio: durante todo o mês, marcas intensificam campanhas, promoções e estratégias de engajamento para captar a atenção de consumidores em busca do presente ideal e aproveitar o engajamento da data.
Neste cenário, o comércio conversacional — impulsionado por inteligência artificial e plataformas de mensagens — tem ganhado destaque. Essa abordagem está remodelando a jornada de compra, tornando as interações mais personalizadas, rápidas e eficazes. Para varejistas e empresas de tecnologia, o Mês das Mães se tornou uma vitrine para consolidar estratégias digitais centradas na experiência do consumidor. É o momento de uma mudança no relacionamento entre marcas e clientes — que agora se conectam não só pelo afeto envolvido na data, mas também pela conveniência e relevância trazidas pelas novas ferramentas digitais.
O Dia das Mães movimenta intensamente o varejo brasileiro durante todo o mês de maio, consolidando-se como a segunda data mais importante do setor, atrás apenas do Natal. Em 2024, o e-commerce atingiu um recorde de R$8,48 bilhões em vendas, superando os R$7,68 bilhões de 2023. Através de uma jornada cada vez mais digital, 72% dos consumidores usam o celular para comparar preços e pesquisar produtos nas lojas físicas, reforçando a ascensão do omnichannel e do comércio conversacional. O ticket médio de compra gira em torno de R$150, com destaque para moda, perfumaria, eletrônicos e experiências.
Ou seja, com o crescimento do consumo digital e a busca por conveniência, o Mês das Mães se tornou um momento estratégico para varejistas que desejam combinar eficiência com conexão emocional — elementos fundamentais para atender às expectativas do consumidor moderno. A varejista de moda Reserva é um dos principais exemplos de usar, do chatbot ao checkout integrado via app de mensagens, experiências fluidas e centradas no cliente. A empresa se destaca como exemplo de inovação no uso de inteligência artificial (IA) no varejo, especialmente durante o Mês das Mães. A marca implementou um assistente virtual baseado em IA, com o objetivo de resolver um desafio comum para muitos consumidores: a escolha do presente perfeito.
A solução conversacional permitiu que os clientes, por meio de texto ou voz, descrevessem o estilo, as preferências e a faixa etária das mães. A IA, por sua vez, forneceu sugestões personalizadas de produtos, disponíveis 24 horas por dia, 7 dias por semana.
Os resultados superaram as expectativas. A implementação de alertas de carrinho abandonado levou a Reserva a alcançar um ROI de até 46 vezes, destacando a eficácia das estratégias de marketing personalizado. Já as campanhas de WhatsApp alcançaram taxas de clique de 40% e taxas de abertura de 60%, um aumento significativo quando comparado a email marketing e SMS. No geral, a marca obteve um ROI de 7 vezes nas vendas online, refletindo o impacto positivo das estratégias baseadas em IA e comércio conversacional.
“O que torna a IA conversacional particularmente eficaz no contexto do Dia das Mães no Brasil é o alinhamento com a abordagem comercial centrada em relacionamentos — uma característica profundamente enraizada na cultura brasileira. Os consumidores no país tradicionalmente valorizam a conexão pessoal com varejistas e vendedores, algo que o e-commerce tradicional tem dificuldade em replicar”, afirma Bruno Montoro, Head de Negócios para a América Latina da Gupshup.
Bruno afirma, ainda que, especificamente para o Dia das Mães, a IA conversacional não só reconhece o valor emocional dessa data, mas também ajuda a reduzir a fadiga de decisão do consumidor. “A personalização das sugestões de presentes, levando em consideração preferências regionais e culturais, é uma grande vantagem, permitindo que cada compra se sinta única e especial, sem perder a eficiência de um processo digital”, diz.
Ele completa que, à medida que as expectativas do consumidor continuam a se elevar, as marcas que prosperarão serão aquelas que utilizarem as plataformas conversacionais não apenas como canais de vendas, mas como ferramentas estratégicas de relacionamento. “Elas são essenciais para honrar o significado cultural da maternidade, criando experiências de compra que vão além da transação e constroem uma conexão emocional duradoura com o cliente”, finaliza.