Com o avanço tecnológico no mercado financeiro global, os criptoativos e as criptomoedas estão ajudando cada vez mais empresas e economias a entrar no mundo digital. No entanto, muitas pessoas ainda confundem esses dois conceitos, que, apesar de relacionados, trazem diferenças importantes.
“As duas soluções estão ligadas à nova era de descentralização de transações e investimentos, mas não necessariamente uma é igual a outra, principalmente quando olhamos para as possibilidades de aplicações”, diz o CEO do Pinbank, one-stop-bank-provider com um ecossistema completo de soluções financeiras, Felipe Negri.
Principais características
Basicamente, um criptoativo é um ativo digital protegido por criptografia. Dentre as opções desta categoria, estão as criptomoedas, mas também há alternativas como NFTs (sigla em inglês para “Tokens Não Fungíveis”), stablecoins e tokens de utilidade.
“Quando falamos só de criptoativos, estamos discutindo uma ideia mais abstrata, porque não dependem de moedas fiduciárias para determinar seu valor”, afirma Negri. “Ou seja, são ativos que seguem o mercado de forma totalmente desconectada de um modelo governamental ou de uma estratégia específica, dependendo muito mais de oferta e demanda”, completa.
Já as criptomoedas têm um valor lastreado em moedas reais, que, por sua vez, trazem processos garantidos por governos. Um dos principais exemplos é o BTC (Bitcoin); segundo a CoinMarketCap, este chegou a ultrapassar a cotação de US$ 85 mil em meados de abril e cada vez mais se torna uma opção aceita por diferentes investidores e organizações.
“No caso das criptomoedas, que são lastreadas em moedas naturais, a oferta não acontece de maneira desconexa”, explica o CEO do Pinbank. “Por essa razão, há um movimento do mercado como um todo para abraçar esse criptoativo, já que é uma solução para descomplicar e otimizar pagamentos e transferências ao redor do mundo”, complementa.
Evolução no Brasil
No Brasil, o mercado de criptoativos está aquecido, o que pode ser identificado pelo próprio desempenho das criptomoedas. Dados da Receita Federal reforçam essa realidade ao revelar que esses ativos movimentaram cerca de R$ 248 bilhões entre janeiro e setembro de 2024.
Por outro lado, Negri ressalta que há um grande desafio no país para tornar o uso dessas alternativas mais claro. “Novas tecnologias sempre precisam ser aplicadas para solucionar dores, que, no caso, se referem à prevenção de riscos financeiros. Isso significa que tanto os governos precisam educar a população sobre o tema e acelerar suas regulamentações, como as empresas devem criar serviços para reduzir taxas e melhorar as experiências dos usuários”, pontua.
O executivo ainda enfatiza que o desenvolvimento do segmento de cripto pode contribuir para o Brasil enfrentar o “caos fiscal”. “Buscar enfrentar a volatilidade do câmbio por meio da inovação é uma saída eficiente para aprimorar operações comerciais e até estratégias de investimento, sem ficar à mercê de incertezas econômicas globais. Ou seja, o mercado tem uma chance muito maior de alcançar um crescimento sustentável com a digitalização de processos”, conclui.