O Brasil registrou 2,6 milhões de novas empresas abertas nos primeiros seis meses de 2025, o maior número já contabilizado para um primeiro semestre desde o início da série histórica da Receita Federal. Entre os principais segmentos, destacam-se transporte rodoviário de carga (147 mil registros), atividades de entrega (136 mil), publicidade (132 mil), cabeleireiros e salões de beleza (126 mil) e ensino (110 mil). O crescimento de 7% em relação ao mesmo período do ano passado confirma o avanço da cultura empreendedora no país. Por trás dos números, no entanto, permanece um desafio estrutural: cerca de metade dessas empresas fecha antes de completar cinco anos, segundo o Sebrae.
Segundo especialista, a tendência de formalização reflete tanto o desejo de independência profissional quanto a necessidade de geração de renda diante de um mercado de trabalho instável. Para o empresário Reginaldo Boeira, grande nome do empreendedorismo brasileiro e frequentemente convidado por grandes corporações para palestras sobre vendas e sucesso, o entusiasmo inicial costuma esbarrar em obstáculos comuns como a falta de preparo técnico, falhas de gestão e despreparo emocional para lidar com os altos e baixos de um negócio próprio.
Boeira, além de acompanhar constantemente cenários nacionais e internacionais, traz em suas palestras a própria história de superação: infância humilde, grandes quedas, desafios pessoais como enfrentar um câncer e a “volta por cima”. Ele também é fundador da KNN Idiomas e presidente do KNN Group, holding que reúne 12 empresas nos setores de educação, construção civil e comércio exterior.
“É muito positivo ver o brasileiro buscando autonomia por meio do empreendedorismo, mas é preciso lembrar que abrir empresa não é sinônimo de sucesso garantido”, afirma Boeira. Segundo ele, o caminho mais seguro para quem está começando e não tem experiência em gestão ou no ramo que quer empreender, ainda é o modelo de franquias. “Quando o empreendedor escolhe um modelo validado, com suporte, método e uma marca já consolidada, as chances de acerto aumentam significativamente. Porém, a escolha de uma franquia para investir tem que ser baseada na paixão pelo segmento e pela trajetória e casos comprovados da companhia”, diz.
Para o empresário, o dado de que o setor de educação está entre os que mais registraram novas empresas em 2025 é mais um sinal de que o mercado está atento a oportunidades de longo prazo. “Concordo que franquias de educação, como a própria KNN, é um investimento promissor já que trazemos diferenciais como metodologia exclusiva para brasileiros já atestada por milhares de alunos. Esse tipo de modelo impacta na renda, na empregabilidade e na transformação de comunidades”, conclui.