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Brasil é escolhido pela fintech americana LiberPay para estreia global em pagamentos cripto

O Brasil, classificado entre os cinco países com maior adoção de cripto no mundo, tornou-se um polo estratégico para soluções de pagamento baseadas em stablecoins: criptomoedas lastreadas em ativos reais, como o dólar. Com isso em mente, a fintech norte-americana LiberPay está entrando no mercado com uma plataforma de pagamentos descentralizada.

A solução oferece taxas fixas de 0,3% ou US$ 0,50 por transação, prevalecendo o menor valor (além das taxas de rede blockchain), e garante que a custódia dos ativos digitais permaneça totalmente nas mãos dos usuários, ao licenciar de forma open source um gateway de pagamento (smart contract) para cada usuário que venda bens e serviços usando a LiberPay.

Esse gateway descentralizado funciona como um caixa digital da própria empresada tecnologia da empresa. A LiberPay não tem acesso nem controle sobre a moeda que transita entre o comprador e o gateway privado do vendedor.

Uso cotidiano simplificado

A proposta da LiberPay é simplificar o uso diário das criptomoedas por meio de pagamentos diretos via carteiras digitais descentralizadas como Metamask, Coinbase Wallet, Trust Wallet e qualquer outra compatível com WalletConnect.

As transações são realizadas via QR Code (ou link de pagamento), em um formato semelhante ao Pix, com recibos digitais armazenados diretamente na carteira de cada usuário.

A plataforma fará será lançada em setembro em São Paulo e no Rio de Janeiro, com foco em consumidores já familiarizados com o ecossistema cripto e em pequenos e médios comerciantes. A LiberPay também lançará sua solução Peer to Peer (P2P): sem taxa para pagamentos em stablecoin entre duas pessoas. O único custo para os usuários dessa modalidade serão as taxas de rede (gas fees) da blockchain, que geralmente são muito baixas.

Os smart contracts da LiberPay foram validados e serão implementados inicialmente na blockchain Polygon, com outras blockchains baseadas em Ethereum previstas para em breve.

Vantagens para empresas

Para negócios, a LiberPay oferece taxas altamente competitivas, muito abaixo das médias de mercado para sistemas de pagamento. A fintech estabeleceu como prioridade a transparência total dos custos associados ao uso da tecnologia.

As empresas também podem utilizar gratuitamente a tecnologia integrada via API da LiberPay para integrar o sistema aos meios de pagamento já existentes. A plataforma ainda disponibiliza registros imutáveis das transações em blockchain, no formato de recibos digitais tokenizados, que funcionam como comprovante de compra e venda para ambas as partes. Esses recibos tokenizados adicionam uma solução que promove legitimidade e rastreabilidade a cada transação.

“Escolhemos o Brasil para o lançamento porque acreditamos que poderíamos melhorar o ambiente para consumidores e empresas que enfrentam altas taxas ao pagar por bens e serviços. O Brasil é o maior mercado de cripto da América Latina e um dos maiores do mundo. Além disso, o país conta com maturidade regulatória que vem criando um ambiente seguro para inovações como a da LiberPay”, afirma Tobias Kleitman, cofundador da LiberPay.

“Com a LiberPay, os comerciantes recebem stablecoins lastreadas em dólar com a conveniência do Pix, mas com a vantagem de manter a custódia e o controle sobre seus ativos. Os brasileiros estão claramente adotando tecnologias de pagamento digital como o Pix em larga escala, e nossa pesquisa mostrou que eles querem transacionar facilmente em stablecoins atreladas ao dólar, mas carecem de ferramentas fáceis de integrar e usar. Também temos outros interesses comerciais no Brasil e adoramos as pessoas e a cultura de inovação do país. Isso nos pareceu muito convidativo para apresentar a tecnologia da LiberPay.”, explica Kleitman.

Os fundadores já investiram mais de US$ 1 milhão no desenvolvimento da plataforma e pretendem alcançar 5 milhões de usuários no primeiro ano de operação.

Todos os aportes são privados: a fintech adota o modelo bootstrapping, em que o crescimento vem do investimento de recursos próprios, sem depender de capital externo. Isso garante independência, agilidade estratégica e foco de longo prazo.

O lançamento acontece em meio à expansão acelerada das stablecoins no Brasil. Dados da Receita Federal mostram que esses ativos movimentaram R$ 233 bilhões em 2024, ou 53% de todas as transações cripto. Entre janeiro e julho de 2025, a conversão de reais em USDT (a stablecoin mais popular, atrelada ao dólar) somou US$ 7,72 bilhões (R$ 43 bilhões), alta de 84% sobre o mesmo período do ano anterior, segundo o Biscoint Monitor.

Em fevereiro, o próprio Banco Central já havia sinalizado essa tendência: em discurso no Fórum de Inovação Financeira, o presidente Gabriel Galípolo destacou que stablecoins já concentram a maior parte dos fluxos de cripto no país e que o marco regulatório deve ser finalizado ainda em 2025.

Disputa pelo modelo de custódia

Enquanto a maioria das plataformas de pagamento cripto opera sob custódia centralizada – em que os ativos ficam retidos pela empresa que fornece a solução, a LiberPay adota um modelo descentralizado.

A diferença é significativa: as transações ocorrem diretamente entre a carteira digital do cliente e o gateway de pagamento da LiberPay controlado por cada comerciante. Os comerciantes recebem imediatamente e podem sacar seus fundos a qualquer momento para suas próprias carteiras descentralizadas, como a MetaMask. A solução da LiberPay garante aos usuários liberdade que outras plataformas não oferecem.

“Esse modelo reflete uma divisão no mercado: de um lado, soluções convencionais que replicam sistemas centralizados; de outro, a plataforma da LiberPay, que preserva os princípios originais das criptomoedas – descentralização e controle direto do usuário”, explica Kleitman.

Na prática, a experiência lembra uma versão global do Pix: em um restaurante que utilize o sistema, o cliente finaliza sua refeição e escaneia um QR Code com sua carteira digital, enviando stablecoins (como USDC e USDT) diretamente para o gateway de pagamento da LiberPay do estabelecimento. A transação é concluída em segundos, sem intermediários financeiros como bancos e corretoras cripto, e ambas as partes recebem recibos digitais armazenados na blockchain. O comerciante visualiza o valor creditado instantaneamente em seu gateway.

Integração híbrida com Stripe
A tecnologia da plataforma combina infraestrutura própria de blockchain com integração ao Stripe – o segundo maior processador de pagamentos digitais do mundo, ativo no Brasil e em outros 46 mercados, com volume anual superior a US$ 1 trilhão.

“Durante o desenvolvimento da tecnologia, recebemos feedback de que era necessário incluir também a opção de pagamento com cartão de crédito, para que os comerciantes oferecessem essa alternativa lado a lado com stablecoins, atendendo a todos os tipos de clientes, seja via criptomoedas ou cartões”, disse Kleitman.

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