A Blip, principal plataforma de inteligência conversacional, e a WGSN, consultoria global referência em tendências de consumo, acabam de lançar o relatório ‘IA e o futuro da jornada do consumidor’, que revela e analisa quatro tendências que impactarão o mercado. O material foi apresentado em primeira mão durante o Blip id 2025, evento que chega à sua 4ª edição reunindo líderes e especialistas para debater o futuro da tecnologia conversacional e seu impacto direto em setores da economia.
O estudo mostra que a jornada do consumidor está passando por mudanças profundas com a consolidação da inteligência artificial e a fragmentação entre físico e digital, o famoso phygital. Um dos dados que o material aponta é que 82% dos consumidores consultam de três a sete fontes antes de realizar uma compra (HubSpot, 2023), enquanto 47% já começam a busca diretamente em marketplaces (Marketplace Shopping Behavior Report, 2025). Essa complexidade aumenta a pressão por personalização, conveniência e confiança. Confira as quatro tendências apontadas pelo relatório.
- Tecnologia afetiva – Interfaces emocionais substituirão interações frias e robotizadas, criando conexões reais com consumidores. O movimento ganha força em um cenário em que 61% dos clientes se sentem tratados como números de acordo com Salesforce. Já em outra esfera, clientes emocionalmente conectados podem gerar 306% mais valor vitalício segundo a Ecom Business Hub, 2024.
- Ultra-personalização – Já outro dado da Salesforce mostra que a Inteligência Artificial permitirá prever desejos antes mesmo de serem conscientes. Hoje, 35% dos brasileiros já usam IA para decidir o que comprar, número que sobe para 60% entre a Gen Z.
- Compras autônomas (B2AI) – Assistentes de IA tomarão decisões de compra sem intervenção humana, tendência aceita por 70% dos brasileiros, como a Mypack, neste ano. O conceito de “zero cliques” mostra que o e-commerce se tornará preditivo e invisível ao longo do tempo.
- Comércio conversacional – A conversa passa a ser o novo espaço de compra. Revelada pela Kantar no ano passado, a pesquisa mostra que três em cada quatro adultos brasileiros já enviam mensagens a empresas semanalmente, e até 2028 a busca orgânica deve cair 50%, substituída pela pesquisa generativa em IA.
“As conversas estão se tornando o motor central da experiência do consumidor. Não falamos mais de atendimento isolado, mas de jornadas que conectam recomendação, relacionamento e transação em um único fluxo. Essa mudança coloca a IA conversacional no centro da estratégia de negócios”, afirma Mariana Hatsumura, VP de Marketing da Blip.
Para Rafael Araujo, Head de Consultoria da WGSN Mindset LatAm, o grande ponto é que físico e digital já não caminham separados. “O conceito de jornada phygital mostra que barreiras entre online e offline estão se tornando obsoletas. À medida que novas gerações nascem em um contexto digitalizado, a experiência do consumidor exigirá consistência, personalização e confiança em todos os pontos de contato”, destaca.
O levantamento mostra ainda que empresas que já adotam plataformas de comércio unificado registraram um aumento médio de 7,5% nas receitas anuais (Aberdeen Group). Para Blip e WGSN, o recado é claro: marcas que souberem unir tecnologia, empatia e ética no uso da IA terão vantagem competitiva na próxima década.