O que era uma sexta-feira de promoções virou um mês inteiro de ofertas. A chamada Black November se consolidou no varejo brasileiro, estendendo o período de descontos muito além da data oficial. Ainda assim, os dados indicam que a sexta-feira da Black Friday segue oferecendo as oportunidades mais vantajosas.
Segundo levantamento da Cuponation, plataforma de cupons e benefícios digitais, os descontos médios na data oficial podem ser de 10% a 15% superiores aos das semanas anteriores. A diferença é mais evidente em categorias como móveis, decoração e artigos esportivos, que concentram maior interesse à medida que a data se aproxima.
Nas lojas de departamento, os descontos variaram de 20% a 70% nos “esquentas” e chegaram a 80% na sexta-feira oficial. Eletrodomésticos seguiram trajetória semelhante. No setor de tecnologia, reduções já começaram elevadas (entre 50% e 80%) e atingiram até 90% em casos pontuais. Em esportes, os cortes subiram de 50%-70% para 60%-80%; e em móveis e decoração, de cerca de 60% para até 80%. A exceção foi o turismo, que ofereceu condições levemente melhores antes da data, com descontos médios de 40%, contra 30%-50% na sexta. Na moda, as promoções oscilaram entre 20%-70% no pré-evento e 25%-80% na data principal.
O padrão é claro: quem consegue esperar tende a encontrar preços melhores na Black Friday. Porém, estoques limitados e itens muito populares ainda justificam compras antecipadas. Em eletrônicos e games, por exemplo, o risco de esgotamento é alto e muitos consumidores preferem garantir o produto mesmo com desconto menor.
O frete também pesa na decisão. Muitas lojas só liberam frete grátis na sexta-feira, o que pode fazer diferença, especialmente em compras de menor valor. Outro ponto relevante é o modelo de cada varejista. Empresas que fabricam seus produtos têm mais flexibilidade para reduzir preços; já lojistas que revendem dependem das estratégias das marcas. Por isso, itens como smartphones, consoles e notebooks frequentemente atingem seus maiores descontos apenas quando fabricantes autorizam campanhas conjuntas na data oficial.
A busca por preços competitivos também intensificou o uso de cupons. Mesmo durante grandes liquidações, plataformas costumam liberar códigos adicionais que podem reduzir o valor final em até 10% extras, em muitos casos acumulando com o desconto principal.
Para Rebecca Fischer, co-fundadora e Chief Strategy Officer (CSO) da Divibank, o segredo está no acompanhamento prévio dos preços. “Sem histórico, é difícil reconhecer uma promoção verdadeira. O consumidor está mais atento, e cresce o uso de comparadores e ferramentas de monitoramento ao longo do ano, o que ajuda a evitar falsas ofertas”, afirma.
No fim, a Black Friday continua sendo um teste de confiança para o varejo. Em um cenário de maior volume de vendas e competição intensa, quem pratica transparência e mantém políticas claras de troca e devolução tende a fidelizar o cliente. O resultado: a data deixa de ser um único dia de grandes descontos e se torna uma estratégia duradoura de construção de relacionamento e reputação.
Caso tenha interesse na pauta, basta me avisar que faço a ponte com a executiva.

