A Black Friday — ou, como o varejo brasileiro tem preferido chamar, o Black November — é mais do que uma data de descontos: é o termômetro do consumo, das tendências e do otimismo no mercado. Em 2025, as expectativas estão nas alturas. Segundo projeções da ABIACOM e estudos da Gauge/W3haus, o e-commerce deve faturar entre R$ 13,3 e R$ 13,6 bilhões, um crescimento de 14,7% a 16,5% em relação a 2024, impulsionado por um consumidor cada vez mais digital e mobile-first.
Os números do comércio exterior reforçam essa confiança. De acordo com uma análise da Logcomex, empresa líder em tecnologia para o comércio internacional, entre janeiro e agosto de 2025 o volume total importado cresceu 6%, enquanto o valor FOB das mercadorias aumentou 10% em comparação com o mesmo período do ano anterior — um sinal claro de que o varejo está se antecipando à alta demanda do fim de ano.
Essa antecipação do varejo é estratégica, pois o consumidor da Black Friday 2025 está mais planejado. Estudos de intenção de compra revelam que mais de 70% dos brasileiros começam a monitorar preços com mais de 30 dias de antecedência, buscando descontos reais para produtos de maior valor.
Neste ano, as principais apostas estão concentradas em moda, beleza e eletrônicos, categorias que apresentaram os maiores crescimentos tanto em volume quanto em valor de importações. Em Moda e Beleza, as importações de perfumes cresceram 70% em volume e 43% em valor, alcançando US$ 91,8 milhões; calçados avançaram 52% em volume e 36% em valor FOB (US$ 147 milhões); e as camisetas subiram 44% em volume e 34% em valor (US$ 88 milhões).
Nos eletrônicos, categoria historicamente dominante na data, o movimento segue firme. As importações de smartphones cresceram 8% em valor FOB, totalizando US$ 196 milhões e mantendo a liderança entre os itens mais importados. Os videogames, outro símbolo do consumo de fim de ano, registraram alta de 20% e atingiram US$ 135 milhões em valor FOB.
No segmento de eletrodomésticos, o mix de produtos evidencia novas preferências de consumo: airfryers (+23% em volume; +13% em valor; US$ 7,2 milhões) e geladeiras (+11% em volume; valor estável; US$ 109 milhões) ganham destaque, enquanto fornos recuam (–23% em volume; –27% em valor; US$ 127 milhões).
Infraestrutura logística e a corrida contra o tempo
A infraestrutura logística segue como um dos pilares para o sucesso das operações da Black Friday. O aumento da confiança do varejo está diretamente ligado à profissionalização das operações de comércio exterior e à adoção de soluções tecnológicas que reduzem riscos, custos e prazos logísticos.
Nos bastidores da data, o que se vê é uma verdadeira corrida contra o tempo. Cada etapa da cadeia de suprimentos deve estar altamente sincronizada e orientada por dados. Ferramentas que oferecem visibilidade dos embarques em tempo real e que automatizam processos críticos, como o desembaraço aduaneiro, permitem que importadores e operadores logísticos antecipem gargalos, otimizem estoques e assegurem que o produto esteja disponível na hora da compra.
Para Helmuth Hofstatter, CEO da Logcomex, a digitalização da cadeia de suprimentos e o uso crescente de inteligência de mercado estão redefinindo a competitividade no setor:
“Durante a Black Friday, cada minuto faz diferença. Nossa tecnologia permite que o importador saiba exatamente onde está sua carga, quando ela deve chegar e quais ações podem antecipar o processo”, afirma Helmuth Hofstatter, CEO da Logcomex. “Essa precisão não só acelera, como protege o caixa do varejista: segundo dados internos, o uso de inteligência de dados pode reduzir erros de documentação e multas por atraso, gerando economias operacionais que chegam a 15% em alguns casos.”
Segundo ele, a integração de dados aduaneiros, logísticos e comerciais tem sido decisiva para o setor. “Empresas que conseguem identificar tendências de importação e antecipar variações de demanda ganham vantagem competitiva real. Nesta Black Friday, o diferencial está em conectar a ponta do comércio exterior ao clique final do consumidor”, conclui.

