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Desde o primeiro passo: tecnologias essenciais para empreendedores

Em um mercado cada vez mais competitivo e dinâmico, empreender sem o apoio da tecnologia é como tentar navegar sem bússola. As inovações democratizam o acesso à gestão eficiente, ao marketing e ao relacionamento com o cliente. Elas contribuem para dar clareza, escalar processos e permitir que pequenos empreendedores disputem espaço com companhias de maior porte. Seja para estruturar rotinas, automatizar tarefas ou otimizar o contato com o público, o uso dessas soluções permite que novos negócios comecem de forma mais organizada e com potencial de crescimento.

Pensando nisso, Rudnei Rocha, CIO da SIS Innov & Tech, empresa de inteligência tecnológica em inovação e transformação digital, elencou as principais plataformas para quem está começando a empreender. Mas, antes de escolher, ele recomenda entender as reais necessidades da operação e do consumidor. “Falta tempo? Organização? Atendimento lento? A partir disso, a escolha da solução ideal fica mais clara. O ideal é priorizar o que gera retorno rápido: por exemplo, um sistema que melhora o atendimento pode aumentar as vendas”, orienta. O especialista traz as principais ferramentas para empreendedores iniciantes:

1 – Softwares de gestão ou ERP (Enterprise Resource Planning)Controlar as obrigações operacionais desde o início é fundamental. Sistemas que integram conta digital com funcionalidades como emissão de boletos, conciliação bancária e relatórios de fluxo de caixa são indispensáveis. “Essa estrutura permite decisões mais rápidas e baseadas em dados. Além disso, libera o empreendedor de atividades repetitivas, garantindo mais tempo para focar no que realmente importa: vender, inovar e expandir. Ao mesmo tempo, garante que a administração atenda a padrões mínimos de governança”, explica Rocha.

2 – Trello ou NotionImportantes para organizar demandas, projetos e fluxos de trabalho. Essas interfaces ajudam a manter o foco e asseguram que a equipe trabalhe de forma coordenada.

3 – CanvaFacilita a criação de peças visuais com aparência profissional, mesmo sem experiência prévia em design. “Pode ser usado para desenvolver posts para redes sociais, apresentações, propostas comerciais, cardápios e outros conteúdos gráficos”, explica o executivo da SIS Innov & Tech.

4 – Plataformas de automação robótica de processos (RPA – Robotic Process Automation)Especialmente úteis em setores como varejo, alimentação, educação e serviços que lidam com o consumidor final. “Entre as atividades que podem ser automatizadas estão respostas por WhatsApp ou Instagram, emissão de documentos fiscais, agendamentos, envio de e-mails marketing ou mensagens de boas-vindas e gestão integrada de estoque e pedidos”, exemplifica Rocha.

Guerra tarifária: Riscos, oportunidades e ameaças digitais para o setor de tecnologia no Brasil

A “Declaração de Independência Econômica”, anunciada pelo presidente Donald Trump em abril, marcou uma nova fase na escalada protecionista global. Ao impor uma tarifa base de 10% sobre todas as importações americanas — com sobretaxas que chegam a 44% para países como China e Taiwan — os EUA alteraram profundamente as cadeias globais de fornecimento tecnológico. No centro desse reordenamento geoeconômico, o Brasil se vê diante de um paradoxo: desafios inéditos, mas também oportunidades estratégicas.

Embora o país tenha sido submetido apenas à tarifa mínima de 10%, as consequências não são triviais. Importadores brasileiros de tecnologia enfrentam aumentos imediatos nos custos de aquisição de equipamentos dos EUA, além de sofrerem efeitos indiretos — já que muitos produtos incluem componentes de países severamente tarifados. A estrutura tributária brasileira agrava esse cenário, criando um efeito cascata que pode elevar em mais de 70% o custo final de certos dispositivos tecnológicos.

Setores como hardware, infraestrutura de TI e serviços em nuvem sentem pressões diferenciadas. Enquanto multinacionais lidam com margens espremidas ou aumento de preços, fabricantes nacionais ganham competitividade relativa e oportunidades para prover soluções mais acessíveis frente à incerteza global.

Alta nos ataques cibernéticos

Mas os riscos não são apenas econômicos, já que o ambiente de instabilidade comercial favorece o crescimento de ameaças digitais, segundo a NSFOCUS, referência global em cibersegurança. A relação entre sanções econômicas e aumento da atividade hacker é bem documentada — e já começa a se manifestar.

Organizações que operam infraestrutura crítica, como hospitais, redes de energia e transporte, são forçadas a substituir fornecedores e redesenhar seus ecossistemas tecnológicos rapidamente. Essa transição, feita sob pressão, abre brechas para ciberataques. O custo da adaptação pode vir não apenas em cifras, mas em vulnerabilidades exploradas por cibercriminosos.

Caminhos para o Brasil

Nesse novo cenário global, o setor tecnológico brasileiro precisa agir com rapidez e inteligência. Algumas medidas-chave incluem:

  1. Revisar cadeias de suprimentos: Identificar dependências críticas de fornecedores localizados em países altamente tarifados.
  2. Incentivar a nacionalização seletiva: Buscar alternativas locais ou regionais para componentes estratégicos.
  3. Redobrar a cibersegurança: Investir em práticas robustas de proteção digital, especialmente em setores essenciais.
  4. Monitorar o cenário diplomático e tarifário: Ajustar decisões estratégicas com base na evolução das negociações internacionais.
  5. Reavaliar estoques e políticas de preço: Minimizar impactos imediatos e evitar rupturas de fornecimento.

Entre o risco e a oportunidade, o Brasil pode emergir mais competitivo em algumas frentes, especialmente nos mercados americanos que antes dependiam fortemente da China. No entanto, isso exigirá a superação de obstáculos logísticos, fiscais e tecnológicos, em meio as históricas janelas abertas para quem quiser agir com estratégia.

“Queremos ser referência em marketing orientado por dados na América Latina”, diz Lucas Brum, Head Comercial da Flowbiz

A Flowbiz (antiga Mailbiz), especialista em CRM e automação para e-commerce, sinaliza uma nova e ambiciosa fase de expansão e busca por liderança de mercado, agora como parte do grupo Sankhya: “Queremos ser referência em marketing de relacionamento orientado por dados no Brasil e na América Latina“, declara Lucas Brum, Sócio e Head Comercial da Flowbiz. 

Esta visão é impulsionada por um histórico de crescimento consistente nos últimos anos, o que desenvolveu uma base de clientes sólida junto da contínua evolução de sua plataforma tecnológica — com destaque para a recente aquisição pela Sankhya e o subsequente rebranding para Flowbiz marcando o início deste novo ciclo.

DNA de e-commerce e um legado de resultados comprovados

A profunda especialização da Flowbiz no universo do comércio eletrônico tem raízes em sua fundação. Nascida em 2012 como Mailbiz, a empresa foi criada por Vinicius Correa a partir de uma necessidade notada no mercado. À época, muitas operações de e-commerce, incluindo a de um familiar, sofriam por depender excessivamente de canais limitados como o e-mail para o relacionamento com clientes. Essa origem, focada em resolver “dores” concretas do varejo online, moldou o DNA da empresa, que construiu ao longo de 13 anos uma reputação de excelência. 

Antes de sua integração à Sankhya, a Flowbiz já contava com mais de 80 colaboradores, presença em mais de 20 estados brasileiros e superava a marca de 1.100 clientes ativos, incluindo nomes de peso como Wepink, Brooksfield, Zelo, Guess Brasil, Logitech e Growth Suplementos. O crescimento era uma constante, com a empresa registrando um aumento de 45% em seu último ano de operação independente.

Esse sucesso da plataforma sempre esteve atrelado à sua capacidade de entregar resultados tangíveis, como o aumento do LTV (Lifetime Value), a melhoria da retenção e recompra, e a otimização da conversão de vendas, exemplificada por funcionalidades como o módulo “Jornadas”, eficaz na recuperação e reativação de carrinhos abandonados. O reconhecimento do mercado veio também por meio de premiações, como a conquista do Prêmio de Inovação Digital da ABComm por três anos consecutivos (2022, 2023 e 2024).

Expertise para destravar o crescimento no marketing de relacionamento

A ambição de se tornar referência regional é sustentada por uma plataforma tecnológica em constante evolução. “Hoje, a Flowbiz representa essa nova etapa: um CRM de performance para e-commerce, que vai muito além do e-mail e entrega resultados concretos por meio de múltiplas mídias, dados unificados e inteligência aplicada“, detalha Thiago Pitta, CTO da Flowbiz. 

Para o futuro, a empresa aposta em inovações como os “Fluxos”, novos módulos de automação desenhados para permitir uma hiperpersonalização de campanhas. Alinhado a essa visão tecnológica, Vinicius Correa, CEO da Flowbiz, reforça o objetivo final: “Somos uma empresa que entende o jogo do e-commerce, fala a língua do varejo e entrega soluções que destravam crescimento.”

Sankhya como catalisador da expansão e da nova visão

A integração ao ecossistema Sankhya é um pilar crucial nesta jornada de expansão. A parceria estratégica não apenas fortalece a estrutura e a reputação da Flowbiz, mas também amplia seu alcance a um público significativamente maior — incluindo indústrias e o varejo em geral, que cada vez mais demandam soluções sofisticadas para suas operações de e-commerce. 

Hoje enxergamos a Flowbiz integrando nosso ecossistema com a Ploomes e com o nosso ERP, agregando para nossa plataforma completa de gestão. Ela se encaixa ao criar mais diferenciação para as nossas soluções e a possibilidade de atender indústrias e varejo de uma forma mais ampla”, afirmou André Britto, CFO da Sankhya. Essa sinergia com as soluções de ERP da Sankhya e o CRM da Ploomes cria um diferencial competitivo importante.

Rebranding como símbolo de uma nova era e ambição renovada

A mudança de Mailbiz para Flowbiz, complementada pela assinatura “by Sankhya”, é mais do que uma simples alteração de nome; ela simboliza a maturidade e a visão de futuro da empresa. Vinicius Correa explica que o nome anterior já não refletia a amplitude do que a empresa se tornou e suas aspirações. “A escolha do nome Flowbiz nasceu da vontade de traduzir essa nova fase: mais fluidez, mais integração entre áreas e canais, mais foco no negócio dos nossos clientes (o ‘biz’)“, comenta o CEO.

Lucas Brum reforça essa perspectiva: “A Flowbiz nasce com o propósito de refletir melhor tudo o que nos tornamos: uma plataforma que ajuda e-commerces a criarem estratégias personalizadas, rentáveis e sustentáveis. O rebranding tem o foco de colocar a Flowbiz em outra prateleira, com CDP, CRM e estratégia.”

Com uma base de realizações sólidas, tecnologia de ponta, uma nova identidade visual que espelha seu novo momento e o impulso estratégico do grupo Sankhya, a Flowbiz está preparada para consolidar sua posição no Brasil e alçar voos mais altos na América Latina. “Nunca fomos apenas mais uma ferramenta. Mas agora queremos entregar ainda mais com nossa tecnologia. Somos o parceiro estratégico para quem quer fazer o negócio fluir e transformar dados em crescimento real“, conclui Lucas Brum.

Assist Card lança programa de afiliados com expectativa de pagar mais de R$ 4 milhões em comissões

A Assist Card – multinacional de assistência integral aos viajantes – anuncia o lançamento do seu programa de afiliados voltado para profissionais do turismo, criadores de conteúdo e empreendedores digitais. A iniciativa tem como objetivo estabelecer um novo canal de distribuição, permitindo a geração de links de vendas rastreáveis para a comercialização de serviços, com remuneração por venda realizada. No lançamento, o programa oferecerá 40% de remuneração por transação, com a expectativa de distribuir mais de R$ 4 milhões anuais em comissões.  

“A proposta do nosso programa é ampliar o alcance da Assist Card no ambiente digital e, ao mesmo tempo, abrir espaço para que profissionais do turismo ou criadores de conteúdo possam transformar sua audiência em fonte de renda. É uma alternativa para quem busca diversificar ganhos ou gerar receita recorrente com o setor de viagens”, diz Alexandre Camargo, diretor geral da Assist Card no Brasil. “O resultado depende da atividade de divulgação e uso das ferramentas disponíveis.” 

De acordo com Fabrício Avelino, gerente de negócios online da Assist Card no Brasil, o programa foi criado para atender qualquer pessoa interessada em vender serviços turísticos. “Por exemplo, se um profissional que trabalha com conteúdo de viagem divulgar o seu link de vendas, e dessa divulgação acontecer uma compra de três pessoas indo para os Estados Unidos por 15 dias, a comissão média dessa venda será de R$ 1.000”, explica Fabrício. “Ou seja, com um único post, um clique e uma venda, esse afiliado chega a ganhar R$ 1.000.” 

O anúncio ocorre em um momento de expansão do setor. Segundo a Susep (Superintendência de Seguros Privados) o seguro-viagem registrou um crescimento de 14% em prêmios emitidos no primeiro bimestre de 2025, comparado ao mesmo período de 2024. Se comparado ao primeiro bimestre de 2020 – pré-pandemia, o crescimento passa de 70%. Paralelamente, o trabalho autônomo já representa cerca de 25% da força de trabalho ocupada no país no último trimestre do ano, conforme levantamento do IBGE. 

Os afiliados têm acesso a uma plataforma com sistema de cadastro, geração de links personalizados, materiais de divulgação e treinamentos. A Assist Card também disponibiliza suporte operacional por meio de equipe dedicada a orientar os participantes.  

As inscrições estão abertas e podem ser feitas diretamente no site:  https://afiliados.assistcard.com/ 

Dia dos Namorados: muito além do presente, uma conexão estratégica para o e-commerce

O Dia dos Namorados representa uma oportunidade única para marcas se conectarem de forma emocional com seus consumidores, em um contexto onde a personalização e a conveniência tornam-se fundamentais para surpreender. De acordo com Hygor Roque, Diretor de Marca e Parcerias da UAPPI, empresa de tecnologia de alta performance e personalizada para e-commerces, a data exige um olhar estratégico e mais sensível por parte dos lojistas. 

“O consumidor está mais imediatista, mas também mais exigente. Ele quer agilidade, mas sem abrir mão da experiência. Quer personalização, mas não quer perder tempo preenchendo formulário. Quer conveniência, mas também quer emoção. O Dia dos Namorados é uma data onde o diferencial da marca faz mais diferença do que o desconto. Quem entende isso, lucra mais e constrói mais valor”, afirma Hygor.

Na prática, segundo ele, o comportamento do consumidor se traduz em um aumento significativo na procura por kits personalizados, soluções em decisões de última hora e experiências que vão além do produto físico. “Quem vende online precisa entender que não é só sobre o produto, é sobre o contexto”, reforça.

O reflexo dessa mudança de comportamento é visível nos resultados dos clientes da UAPPI. Com apoio tecnológico e inteligência de dados, muitas marcas registram crescimento de dois dígitos no Dia dos Namorados, tanto em volume de transações quanto no ticket médio. Isso é resultado de ações como upsell inteligente com complemento ao produto ou serviço que está comprando, criação de kits afetivos e uma jornada de compra personalizada. 

A personalização guiada por inteligência artificial é hoje um divisor de águas. Plataformas que utilizam IA para recomendar produtos com base no comportamento real do usuário, personalizam vitrines, e-mails e ofertas em tempo real, já estão colhendo os frutos. Conforme Hygor, a principal lição que o Dia dos Namorados oferece aos lojistas é que o consumidor moderno deseja mais do que comprar. “Quem quiser vencer no digital precisa parar de correr atrás do algoritmo e começar a construir marca. O consumidor de hoje não quer só comprar. Ele quer se identificar, se conectar, sentir”, diz.

Um alerta do especialista é que não se deve apenas seguir tendências; é preciso compreendê-las dentro do contexto do seu público. “Tendência sem contexto vira ruído. Outra dica importante para o consumidor é verificar o CNPJ, canais oficiais, políticas de troca e evitar ofertas que parecem boas demais. Use o Dia dos Namorados para descobrir novas marcas, mas escolha bem com quem você se relaciona. No amor e no e-commerce, confiança é tudo”, conclui.

Tendências que marcarão o Dia dos Namorados 2025.

A UAPPI destaca três movimentos que prometem marcar a data este ano:

  1. Live commerce – em segmentos de presentes e moda, já está mostrando força.
  2. Personalização via IA – desde vitrines até e-mails, tudo guiado por comportamento real.
  3. Entrega rápida e frete estratégico – virou critério de compra, não bônus.

Entre algoritmos e emoções: os dilemas da IA no marketing

Quando se fala em inteligência artificial no marketing, é fácil cair na tentação de enxergar apenas um caminho de inovações e resultados. E sim, é inegável que a IA mudou profundamente a forma como marcas se comunicam, se posicionam e, principalmente, se relacionam com seus consumidores. Segundo a Salesforce (2023), 84% dos profissionais de marketing já usam alguma forma de IA em suas estratégias — um número que evidencia o quão presente essa tecnologia já está no setor.

Mas toda revolução tecnológica carrega seus dilemas — e com a IA não é diferente. De um lado, temos um arsenal impressionante de possibilidades: personalização em larga escala, campanhas otimizadas em tempo real, previsões certeiras de comportamento. Basta pensar nos chatbots que não dormem, nos sistemas que “sentem” o humor das redes sociais ou nas plataformas que geram conteúdo em segundos. Tudo rápido, eficiente, e aparentemente sob controle. Mas será mesmo? A promessa de entregar a mensagem certa, no momento exato e para a pessoa ideal soa quase utópica — até lembrarmos que, para isso, há um volume enorme de dados sendo coletado, processado e interpretado. A fronteira entre personalização e invasão de privacidade nunca foi tão tênue. Quando deixamos a máquina decidir o que o consumidor quer, estamos de fato oferecendo valor ou apenas conduzindo escolhas que servem melhor aos interesses das marcas?

Essa pergunta ecoa forte em um momento em que o marketing se torna cada vez mais orientado por dados. E aqui está o ponto: dados são frios, mas decisões não deveriam ser. A IA pode, sim, melhorar a tomada de decisões estratégicas. A McKinsey aponta, por exemplo, que empresas que adotam IA no marketing aumentam seus lucros em até 20% mais rápido do que concorrentes que não adotam. No entanto, não podemos ignorar o risco de substituir o olhar humano — sensível, intuitivo, empático — por uma lógica puramente algorítmica.

A comunicação de marca não é só sobre eficiência; é também sobre conexão, emoção e autenticidade. Há ainda uma outra camada crítica nesse debate: a desigualdade de acesso à tecnologia. Grandes marcas, com orçamentos robustos e times dedicados, estão surfando a onda da IA com mais facilidade. E as pequenas? Será que conseguirão competir nesse novo cenário, onde quem tem a melhor IA também tem as melhores oportunidades? O marketing pode estar se tornando um jogo cada vez mais assimétrico — e isso deveria nos preocupar.

E não podemos ignorar os riscos de viés. Algoritmos aprendem com dados históricos, e dados históricos carregam preconceitos. Já vimos casos em que sistemas de recomendação ou campanhas automatizadas reforçaram estereótipos ou excluíram determinados perfis de público. A IA é apenas tão justa quanto os dados que a alimentam — e nem sempre esses dados refletem a diversidade e complexidade da sociedade. O cenário futuro aponta para experiências ainda mais imersivas, com realidade aumentada, interfaces conversacionais cada vez mais naturais e marketing preditivo que antecipa desejos antes mesmo de serem expressos. E, para atender a essas expectativas, a personalização se torna uma peça-chave. A Adobe estima que mais de 60% dos consumidores esperam experiências personalizadas — e a IA é crucial para isso.

Parece fascinante, e de fato é. Mas fascínio sem responsabilidade pode ser perigoso. O caminho não é abandonar a tecnologia, mas entendê-la com profundidade e espírito crítico. As marcas precisam assumir uma postura ética, transparente e responsável no uso da IA. Isso significa questionar os próprios sistemas, revisar constantemente os dados utilizados, garantir a privacidade dos consumidores e, acima de tudo, manter o fator humano como peça central da estratégia. Porque, no fim das contas, o consumidor não quer apenas ser entendido por um algoritmo. Ele quer ser compreendido como pessoa. E essa, até onde sei, ainda é uma capacidade humana insubstituível.

Atendimento ao cliente: como a experiência do consumidor está redefinindo o varejo

A nova pesquisa “Dados sobre Consumo e Fidelização no Brasil” realizado pelo Opinion Box em parceria com a Neogrid, mostra que 76% dos entrevistados consideram o atendimento ao cliente um aspecto muito importante para assegurar a permanência do consumidor, enquanto 80% dos participantes afirmam já ter deixado de comprar de uma marca após vivenciar um problema relacionado a este quesito. Estudos como esse reforçam a importância do atendimento como estratégia central, especialmente no varejo. Hoje, os consumidores buscam mais do que qualidade no produto: desejam ser ouvidos, valorizados e atendidos com empatia e agilidade. 

Em um mercado em expansão como o comércio varejista, que acumulou um crescimento de 4,7% em 2024, fechando o oitavo ano consecutivo com ganhos e o maior da série de crescimento, segundo o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), a experiência de compra passou a ser um diferencial competitivo essencial.

Para Leonardo dos Anjos, diretor de franquias da Anjos Colchões & Sofás, marca especializada em colchões e sofás com mais de 30 anos no mercado, o bom atendimento é a base para a fidelização. “Quando os clientes se sentem ouvidos e valorizados, eles retornam e continuam comprando. Todo negócio precisa construir essa relação de confiança, pois ela é determinante para o crescimento sustentável ao longo do tempo”, afirma. A empresa aposta na transparência e na empatia como pilares do relacionamento com o consumidor.

Além de fortalecer vínculos, o atendimento de excelência impulsiona o marketing boca a boca e aumenta o ticket médio. “Quando os clientes ficam realmente satisfeitos com os produtos e o atendimento, passam a recomendá-la espontaneamente, seja em conversas ou nas redes sociais”, completa Leonardo. Para o executivo, antecipar-se a problemas e personalizar a jornada de compra são ações decisivas para consolidar a reputação da marca e se destacar em um mercado cada vez mais competitivo.

Para acompanhar as novas exigências dos consumidores, Leonardo preparou uma lista com três práticas essenciais para transformar a experiência dos clientes: 

  • Invista na preparação da equipe – Faça treinamentos e promova cursos e mentorias de capacitação para que todos os seus funcionários tenham pleno domínio dos produtos, das políticas da empresa e das melhores formas de lidar com diferentes perfis de clientes. Assim, seus colaboradores estarão mais preparados para ouvir, entender e atender às mais variadas necessidades com eficiência.
  • Seja transparente – A transparência deve ser um pilar na gestão. Atualmente, as pessoas valorizam e preferem marcas com princípios sólidos. A longo prazo, a confiança é o ativo mais valioso de qualquer empresa – e isso só se constrói com a verdade.
  • O atendimento não termina com o pagamento realizado – Empresas que realmente prezam por um bom atendimento acompanham o pós-venda para garantir que o cliente esteja satisfeito com o produto, que tudo tenha ocorrido como esperado e que sua opinião seja valorizada. Uma prática comum e eficaz nesse processo, por exemplo, é a aplicação de pesquisas de satisfação.

Fraude de anúncios tem alta, mas tecnologia protege os investimentos com eficácia, aponta relatório da IAS

A Integral Ad Science (Nasdaq: IAS), uma das principais plataformas globais de medição e otimização de mídia, divulgou a 20ª edição do seu Relatório de Qualidade de Mídia (MQR). 

O MQR, que captura insights de mais de 280 bilhões de interações digitais diariamente em todo o mundo, fornece a anunciantes e publishers benchmarks essenciais para formatos de anúncios em display e vídeo em desktop, web móvel, aplicativo móvel e ambientes de TV conectada (CTV), a fim de medir a qualidade e a eficácia de suas campanhas e inventário de mídia digital. O relatório deste ano destaca a dinâmica em evolução do cenário da publicidade digital com foco na web aberta. Os principais destaques incluem um aumento significativo nas taxas de fraude em anúncios não otimizados, um aumento na proporção de brand risks relacionado a linguagem ofensiva e discurso de ódio, e uma estabilização das taxas de visibilidade de anúncios, à medida que os profissionais de marketing adotam novas métricas, como a atenção.

“À medida que a complexidade da mídia digital acelera, a IAS permanece firme em capacitar nossos parceiros com a transparência, precisão e proteção de que precisam para ter sucesso”, diz Lisa Utzschneider, CEO da IAS. “A 20ª edição do MQR ressalta a necessidade crítica de estratégias proativas de qualidade de mídia para garantir que os profissionais de marketing possam impulsionar o desempenho, protegendo suas marcas dos riscos em evolução e multifacetados no cenário da publicidade programática”.

Principais descobertas globais da 20ª edição do MQR:

  • Taxas de fraude de anúncios 15x maiores para campanhas não otimizadas: O MQR revela que as taxas de fraude para campanhas sem estratégias de mitigação de fraude (não otimizadas) aumentaram 19,0% ano a ano – atingindo um pico de quatro anos de 10,9% até o final de 2024. A taxa de fraude em campanhas não otimizadas foi 15 vezes maior do que em campanhas que utilizaram tecnologias antifraude. Apesar da crescente sofisticação dos agentes fraudulentos, as campanhas que implementaram proteção contra fraude permaneceram amplamente protegidas, com as taxas de fraude de campanhas otimizadas diminuindo 9,8% ano a ano globalmente para um estável 0,7%.
  • Linguagem ofensiva, conteúdo controverso e discurso de ódio em ascensão: Enquanto o risco de marca global diminuiu 10,6% em relação a 2023 (e 39% em relação a 2021) para um recorde de 1,5%, a natureza do risco de marca está mudando. A parcela de conteúdo sinalizado por linguagem ofensiva, conteúdo controverso e discurso de ódio na web aberta aumentou para os níveis mais altos vistos desde 2020. Globalmente, a parcela de conteúdo ofensivo aumentou 72% ano a ano, destacando a natureza em evolução do risco online.
  • As taxas de visibilidade global se estabilizam: Após anos de aumentos consistentes, as taxas de visibilidade global estagnaram em 2024, aumentando apenas 1,6% ano a ano. Notavelmente, a visibilidade de vídeo em desktop aumentou 5,4%, atingindo um recorde de 83,9%, refletindo o crescimento contínuo do consumo de vídeo digital em todos os canais – tanto emergentes quanto mais tradicionais. Embora a visibilidade geral permaneça alta, os profissionais de marketing estão começando a priorizar medidas adicionais de eficácia do anúncio, como a atenção. Ao considerar fatores situacionais, como o ambiente de um anúncio, juntamente com interações como cliques ou movimentos oculares, a atenção pode aproximar a extensão em que as impressões impulsionam a mensagem da marca, permitindo que os anunciantes otimizem para resultados de negócios.

Destaques do Brasil do MQR:

  • Estratégias de mitigação de fraudes funcionam bem no país: Apesar do aumento na incidência de fraudes para campanhas desprotegidas, as estratégias de otimização de anúncios contra fraudes se mostraram altamente eficazes. O desempenho no Brasil foi ligeiramente melhor que a média global, com índice de 0,7% de fraudes para as campanhas otimizadas no país contra uma média de 1,1% no mundo. 
  • Engajamento tende a ser maior no Brasil, sobretudo em formatos mobile: As taxas de visibilidade de anúncios e de tempo em exibição de anúncios no Brasil ficaram acima das médias globais para os dois indicadores.  A diferença mais significativa, em ambos os casos, ocorre em anúncios do tipo Mobile App Display, que no Brasil tiveram uma visibilidade média de 82,8% ao longo de 2024, ante a média de 74,2% globalmente.  Já o tempo em exibição de anúncios no Brasil, no mesmo formato, ficou em 17,96 segundos nas campanhas do país e em 13,11 segundos no mundo. 
  • Violência, linguagem ofensiva e downloads ilegais lideram ocorrências de brand risk no Brasil. A incidência geral de conteúdos sinalizados como de risco para as marcas no Brasil diminuiu cerca de 20% em relação ao índice observado pela IAS em 2023, fechando o ano passado a uma taxa de 1,2%. Na comparação com os indicadores globais, os achados mais interessantes são quanto as discrepâncias nas categorias de conteúdos.  
  • Maior Risco no Brasil:
    • Violência: O Brasil apresenta um risco de marca significativamente maior para “Violência” (59,0%) em comparação com a média mundial (42,7%), com uma diferença de 16,3 pontos percentuais.
    • Linguagem Ofensiva e Conteúdo Controverso: O Brasil também tem um risco notavelmente maior nesta categoria (13,3%) versus a média mundial (8,2%), mostrando uma diferença de 5,1 pontos percentuais.
    • Downloads Ilegais: O risco associado a “Downloads Ilegais” é maior no Brasil (7,2%) em comparação com a média global (2,8%), com uma diferença de 4,4 pontos percentuais.
    • Adulto: O Brasil exibe um risco ligeiramente maior para conteúdo “Adulto” (16,8%) em comparação com a média mundial (14,8%), com uma diferença de 2 pontos percentuais.
  • Menor Risco no Brasil:
    • Álcool: O Brasil apresenta um risco de marca consideravelmente menor para “Álcool” (0,9%) em comparação com a média mundial (10,7%), com uma diferença substancial de -9,8 pontos percentuais.
    • Drogas Ilegais: O risco associado a “Drogas Ilegais” também é muito menor no Brasil (1,0%) em comparação com a média global (10,4%), mostrando uma diferença de -9,4 pontos percentuais.
    • Discurso de Ódio: O Brasil tem um risco menor para “Discurso de Ódio” (1,8%) em comparação com a média mundial (10,4%), com uma diferença de -8,6 pontos percentuais.

Em sua 20ª edição, o MQR continua a servir como o padrão global confiável para insights acionáveis sobre a qualidade da mídia digital. À medida que o ecossistema digital evolui rapidamente com avanços em IA, mudanças no comportamento do consumidor, bem como uma mudança em direção a estratégias orientadas para o desempenho, esses insights continuam a ajudar anunciantes, publishers e plataformas a navegar nesses desafios e alcançar resultados superiores. A equipe de Pesquisa da IAS analisou mais de 280 bilhões de interações digitais capturadas diariamente pela IAS no nível de impressão para criar o Relatório de Qualidade de Mídia.

Faça o download do Relatório de Qualidade de Mídia da IAS aqui (em inglês).

Fluência digital: nova habilidade essencial para lideranças

Liderar, hoje, é muito mais do que delegar tarefas ou impor decisões. É inspirar, engajar e conduzir pessoas em meio a desafios cada vez mais complexos. Nesse contexto de transformações aceleradas, impulsionadas principalmente pela evolução tecnológica, uma habilidade se torna indispensável às lideranças que desejam se manter relevantes: a fluência digital.

E o que isso quer dizer? Mais do que dominar ferramentas, é preciso compreender a tecnologia como uma aliada estratégica. Incorporá-la à rotina da liderança significa tomar decisões mais assertivas, desenvolver equipes com mais eficiência e fortalecer habilidades humanas que continuam sendo fundamentais, como empatia, escuta ativa e visão sistêmica. É no equilíbrio entre o digital e o humano que nascem novas alternativas para construir uma gestão mais completa. 

No entanto, vale lembrar: a tecnologia, por si só, não é solução. O verdadeiro diferencial está na forma como ela é aplicada. Ferramentas digitais só geram valor quando integradas a uma cultura organizacional transparente, em que o líder atua como facilitador. É um complemento que, quando bem aplicado, favorece a equipe e, consequentemente, o negócio como um todo.

Traduzir dados em decisõesO líder atual é aquele que consegue transformar dados em decisões que impulsionam o desenvolvimento das pessoas. A tecnologia não substitui a expertise humana, ela a potencializa. Quando usada com intenção, aprofunda relações, fortalece vínculos e amplia a capacidade de escuta e personalização no cuidado com cada colaborador.

Recentemente, ouvi uma frase que me fez refletir: as pessoas que entendem de pessoas são as que vão vencer no futuro tecnológico. Afinal, nossa capacidade de adaptação é o que nos define, e isso se aplica também à forma como lideramos.

Do comando à construção coletivaEssa nova liderança exige também uma mudança de mentalidade. Sai de cena o modelo centralizador, para a construção coletiva tornar-se protagonista. Que é aquele líder que estimula a autonomia, fomenta a colaboração e compartilha aprendizados. Ele entende que o crescimento do time é o seu próprio crescimento, e que o sucesso da organização está diretamente ligado à sua habilidade de formar e desenvolver talentos.

Líderes contribuem para a formação de equipes mais resilientes, adaptáveis e inovadoras quando compartilham conhecimento, aprendem continuamente, incentivam a experimentação e promovem ambientes seguros. E o melhor: essa competência não é inata, ela pode (e deve) ser desenvolvida no ambiente corporativo.

Liderar pessoas é liderar o futuroMais do que um gestor de desempenho, o novo líder é um agente de transformação. Sua missão vai além dos resultados de curto prazo: ele é o responsável por preparar as equipes para os desafios que ainda nem chegaram. Isso só é possível com uma combinação genuína entre estratégia, conhecimento tecnológico, sensibilidade e compromisso real com o desenvolvimento humano.

As empresas que compreendem essa virada de chave e investem na formação de lideranças digitalmente fluentes e emocionalmente conscientes estarão mais preparadas para construir uma cultura forte, onde o conhecimento é compartilhado, o aprendizado é constante e as pessoas se sentem valorizadas.

PIX automático entra em cena, mas boletos seguem como ferramenta essencial no Brasil

O lançamento do PIX automático pelo Banco Central reacende o debate sobre a obsolescência dos boletos bancários no Brasil. A ferramenta permitirá o agendamento de pagamentos recorrentes,  como mensalidades escolares, assinaturas e contas de consumo sem a necessidade de autorizações manuais a cada débito. 

No entanto, para Reinaldo Boesso, especialista financeiro, CEO e cofundador  da fintech TMB, o boleto bancário ainda seguirá como peça-chave em diversos contextos da economia brasileira. “O boleto, apesar de seus desafios, ainda é o principal meio de acesso ao consumo para milhões de brasileiros, especialmente em compras parceladas e quando há ausência de crédito rotativo”, afirma Boesso. Segundo levantamento da Confederação Nacional de Dirigentes Lojistas (CNDL), 47% dos consumidores brasileiros preferem parcelar suas compras e o fazem, muitas vezes, por meio desta modalidade.

TMB, fintech especializada em soluções de pagamento via boleto parcelado, identifica um salto de faturamento para as empresas que oferecem essa opção. “Quem disponibiliza mais essa facilidade consegue dobrar o seu faturamento. Isso ocorre porque atendem um público antes excluído do processo de compra por não dispor de cartão de crédito ou limite suficiente”, explica o CEO.

PIX automático é avanço, mas tem limitações

A nova funcionalidade do Banco Central tem como objetivo principal modernizar o antigo débito automático, cuja adesão ainda é limitada. O PIX automático será mais eficiente em cobranças de valores fixos, como planos de telefonia ou academias. Porém, segundo Boesso, a estrutura do crédito parcelado exige uma flexibilidade que o PIX, até o momento, não oferece. “Quando um cliente contrata um curso ou mentoria parcelada, há carência, promoções, negociações em caso de inadimplência. O boleto se adapta a essa realidade. O PIX automático, não”, detalha o executivo.

Outro aspecto decisivo é o controle financeiro por parte do consumidor. Pesquisa da Opinion Box indica que 63% dos brasileiros evitam comprometer o limite do cartão de crédito para manter margem para emergências. Nesse sentido, o boleto aparece como alternativa de pagamento sob demanda: o consumidor paga quando pode, dentro do vencimento, sem débitos automáticos ou surpresas.

Inclusão financeira e realidade bancária

Com base em dados do Serviço de Proteção ao Crédito (SPC Brasil), o limite médio do cartão de crédito no Brasil é de apenas R$ 1.401, enquanto o ticket médio dos cursos e produtos digitais chega a R$ 1.997. “A realidade bancária do brasileiro exige opções mais acessíveis. O boleto permite que o cliente tenha poder de decisão sobre seus pagamentos, o que se traduz em maior adesão”, comenta Boesso.

Além disso, segundo dados da Pnad TIC 2023, 88% da população brasileira com mais de 10 anos está conectada à internet,  um avanço expressivo, mas que ainda convive com bolsões de desbancarização e acesso restrito ao crédito. Nesse cenário, a permanência do boleto como solução de pagamento inclusiva ganha ainda mais relevância.

Futuro híbrido

Para Boesso, o futuro dos pagamentos será híbrido, com o PIX automático ganhando espaço principalmente entre cobranças recorrentes e assinaturas. No entanto, o boleto seguirá como ferramenta indispensável em contextos que exigem personalização, parcelamento flexível e acessibilidade financeira.

“O PIX automático é um avanço louvável, mas não resolve todas as dores do mercado. A inclusão financeira exige pluralidade de meios de pagamento. Ignorar o papel do boleto seria desconsiderar uma parte significativa da população brasileira”, conclui o CEO da TMB.

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