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Eu Entrego projeta aumento de 25% no volume de entregas no Natal e usa tecnologia para reforçar operações

O Natal permanece como um dos momentos mais intensos do e-commerce brasileiro e a Eu Entrego prevê aumento de aproximadamente 25% no volume de entregas em relação ao mesmo período de 2024. A tendência dialoga com o crescimento estrutural do comércio digital no país. De acordo com projeções divulgadas pela Associação Brasileira de Inteligência Artificial e E-commerce (Abiacom), o setor deve alcançar R$ 234,9 bilhões em faturamento em 2025.

Em 2024, a operação já havia registrado expansão relevante e, neste ano, o ritmo acelera impulsionado pelo aumento da omnicanalidade e pela compra antecipada. O avanço não se dá apenas em volume, mas em diversidade de comportamento, o que torna a logística ainda mais estratégica. Nesse cenário, vestuário, joias e cosméticos devem liderar a demanda porque carregam forte vocação para presente e são impulsionados pelas promoções de Natal.

Para absorver o pico, a empresa expandiu sua base com novos profissionais e ativou campanhas específicas para engajar entregadores inativos, reforçou turnos nas regiões de maior volume e intensificou o uso de hubs urbanos e pontos de apoio temporários. A tecnologia segue como pilar estratégico com roteirização em tempo real, organizando rotas e capacidade mesmo nos dias mais densos da temporada.

“Estamos diante de um cenário mais competitivo e exigente. O consumidor busca prazos confiáveis e experiência pós-compra consistente ao mesmo tempo em que o volume cresce em todas as regiões do país. Investimos em previsibilidade e visibilidade, aproximando entregadores, varejistas e tecnologia. A operação está reforçada com novos painéis, integrações aceleradas e modelos de IA que melhoram a distribuição. O objetivo é entregar dentro do prazo, reduzir filas de suporte e garantir eficiência no período mais intenso do ano”, afirma Norton Canali, diretor comercial da Eu Entrego.

A eficiência também se apoia na evolução da SofIA, atendente virtual da companhia, que reduz filas de suporte ao oferecer respostas mais rápidas aos entregadores. Internamente, dashboards acompanham volumes e capacidade em tempo real, enquanto integrações ampliadas com varejistas minimizam gargalos durante o pico.

Esse monitoramento contribui para uma atuação regional mais precisa. O Sudeste permanece como a região mais intensa do país, concentrando 55,86% das compras via e-commerce, segundo a Abiacom. O Nordeste avança com maior adesão de pequenos e médios varejistas ao online, movimento que acompanha a expansão estrutural do digital. A escala geográfica fortalece a demanda logística de fim de ano e exige planejamento robusto, especialmente em centros urbanos densos.

Além do recorte geográfico, o comportamento do consumidor influencia diretamente a dinâmica das entregas. Cresce a antecipação das compras, motivada por busca de promoções prolongadas e receio de atrasos. A preferência por entregas rápidas e opções flexíveis de recebimento aumenta, com destaque para janelas mais curtas, alternativas de retirada e confiança na pós-entrega, fatores que impactam diretamente a conversão no e-commerce.

Reclamações por compras online disparam no Brasil, mostram órgãos de defesa do consumidor

O número de queixas de consumidores sobre compras realizadas pela internet no Brasil continua em alta, segundo dados divulgados pelos órgãos de defesa do consumidor. Só no período da Black Friday de 2025, o Procon-SP contabilizou 3.064 interações com consumidores, das quais 2.979 reclamações formalizadas. Isso significa um aumento de quase 40% em relação ao ano anterior.

Entre os principais problemas relatados estão: não entrega ou entrega com atraso (31,62%), pedidos cancelados pelo fornecedor (15,51%) e produto com defeito ou diferente do anunciado (11,75%). Especialistas observam que o crescimento das queixas acompanha o aumento contínuo das compras online no país e o surgimento de frustrações relacionadas à experiência do usuário. Um estudo recente da E-Commerce Brasil mostrou que 77% dos brasileiros abandonam compras online devido à insatisfação com o site ou aplicativo, e muitos consumidores também relatam preocupações com métodos de pagamento e segurança digital.

O advogado Giordano Malucelli, especialista em direito do consumidor, destaca que a legislação brasileira prevê mecanismos de proteção ao comprador online. “O Código de Defesa do Consumidor estabelece que a oferta vincula o fornecedor; se o prazo de entrega não for cumprido ou a compra for cancelada sem justificativa, o consumidor pode exigir o cumprimento da oferta, aceitar produto equivalente ou rescindir o contrato com a restituição integral do valor pago”, afirma.

Malucelli lembra que nas compras eletrônicas o consumidor também tem o direito de arrependimento, com possibilidade de desistir da compra em até sete dias após o recebimento do produto. “Registrar reclamações nos canais oficiais e conservar comprovantes e mensagens é essencial para fortalecer qualquer demanda administrativa ou judicial”, acrescenta o advogado.

Segurança nas compras

Além do amparo legal, a adoção de medidas preventivas pode reduzir riscos nas compras digitais. Segundo Arthur Braga da Octoshop Brasil, marketplace especializado em tecnologia, a atenção deve começar antes da finalização da compra. Verificar a reputação do site e do vendedor, optar por meios de pagamento com proteção contra fraudes e evitar concluir compras em redes públicas de internet estão entre as principais recomendações.

“Comprar online é uma facilidade cada vez mais presente na rotina do consumidor, mas exige cuidado. Informação, segurança e atenção ao ambiente digital são tão importantes quanto conhecer os direitos garantidos por lei”, conclui o especialista.

Alta demanda no Natal expõe empresas ao risco de banimento no WhatsApp

O Natal se aproxima e, com ele, a temporada mais quente do varejo. E, neste ano, um protagonista ganha ainda mais força como o principal campo de disputa pelas vendas: o WhatsApp. De acordo com relatório especializado, produzido em parceria com a Opinion Box, o canal segue como o principal para o contato entre consumidores e marcas no Brasil. O estudo mostra que 30% dos brasileiros já utilizam o aplicativo para realizar compras, enquanto 33% o preferem no pós-venda, superando meios tradicionais como e-mail e telefone.

“Por anos, o WhatsApp foi apenas um aplicativo de mensagens. Hoje, é o balcão mais movimentado do varejo digital brasileiro”, diz Alberto Filho, CEO da Poli Digital, empresa goiana que trabalha com soluções oficiais de comunicação via WhatsApp.

E assim, a pressão para vencer a concorrência e por resultados rápidos nessa época do ano leva muitas empresas a adotarem práticas que violam as políticas da Meta, controladora do WhatsApp. O resultado? Um dos maiores pesadelos para qualquer negócio moderno: ter a conta banida.

“Entender como o sistema funciona e quais são os limites é importante para garantir que a principal vitrine de vendas não feche as portas em plena semana de Natal”, explica Mariana Magre, especialista em atendimento via WhatsApp e Customer Success da Poli Digital.

Ela explica que o crescimento meteórico do WhatsApp Business trouxe oportunidades e riscos. Quanto mais essencial o canal se torna, maior o impacto de seu mau uso. “A expansão atraiu não apenas empresas legítimas, mas também spammers e golpistas, o que levou a Meta a endurecer a vigilância sobre comportamentos suspeitos”, explica.

A Meta Platforms divulgou que, entre janeiro e junho de 2025, foram banidas mais de 6,8 milhões de contas no WhatsApp, muitas delas associadas a operações de fraude, como parte de um esforço mais amplo para reprimir o abuso de seus serviços de mensagens por criminosos.

“O sistema da Meta analisa padrões de comportamento para identificar atividades semelhantes a spam. Entre os sinais de alerta estão o envio de um volume anormal de mensagens em pouco tempo, um alto índice de bloqueios e denúncias, e o disparo para contatos que nunca interagiram com a marca”.

As consequências variam. Um bloqueio temporário pode durar horas ou dias, mas o banimento permanente é devastador: o número se torna inutilizável, todo o histórico de conversas é perdido e o contato com os clientes é interrompido de forma imediata.

Contudo, a especialista da Poli Digital detalha que a grande parte dos bloqueios ocorre por desconhecimento técnico. As infrações mais comuns envolvem o uso de versões não oficiais do WhatsApp, como GB, Aero e Plus, e o disparo em massa via APIs “piratas”. Essas ferramentas não são homologadas pela Meta e são facilmente rastreadas pelos algoritmos de segurança, levando a banimentos quase certos.

Outro erro grave é a compra de listas de contatos e o envio de mensagens para pessoas que não autorizaram o recebimento (sem opt-in). Além de ferir as regras da plataforma, essa prática eleva drasticamente o índice de denúncias de spam.

A ausência de uma estratégia de comunicação estruturada agrava o cenário: o envio excessivo de promoções irrelevantes e o desrespeito às políticas comerciais do WhatsApp comprometem o chamado Quality Rating, métrica interna que mede a “saúde” da conta. “Ignorar essa classificação e insistir em práticas ruins é o caminho mais curto para um bloqueio permanente”, reforça Mariana.

Para atuar de forma segura, é essencial compreender as diferenças entre as versões do aplicativo:

  1. WhatsApp Pessoal: voltado ao uso individual.
  2. WhatsApp Business: gratuito, indicado a pequenos negócios, mas com limitações.
  3. API Oficial do WhatsApp Business: solução corporativa que permite automação, múltiplos atendentes, integração com CRM e, sobretudo, segurança em escala.

É nessa última que está o “pulo do gato”. A API Oficial opera dentro dos parâmetros da Meta, com templates de mensagens pré-aprovados, opt-in obrigatório e mecanismos de proteção nativos. Além disso, garante que toda comunicação siga os padrões de qualidade e consentimento exigidos.

“Na Poli Digital, nós ajudamos as empresas a fazer essa transição de forma segura, centralizando tudo em uma plataforma que integra a API Oficial do WhatsApp ao CRM. Isso elimina o risco de bloqueios e mantém a operação em conformidade”, explica Mariana.

Um exemplo emblemático é o da Buzzlead, empresa que utiliza o WhatsApp em grande escala para notificações e engajamento. Antes da migração, o uso de disparadores não oficiais causava bloqueios recorrentes e perda de mensagens. “Quando a gente começou a enviar grandes volumes, enfrentamos problemas de bloqueio de número. Foi através da Poli que conhecemos a API Oficial do WhatsApp e conseguimos resolver tudo”, conta José Leonardo, diretor da Buzzlead.

A mudança foi decisiva. Com a solução oficial, a empresa passou a operar sem aparelhos físicos, usando templates aprovados e reduzindo drasticamente o risco de banimento. “Os resultados melhoraram bastante, maior taxa de leitura e melhor entrega das notificações”, completa o executivo.

Mariana resume o ponto central: “Migrar para a API Oficial não é apenas uma troca de ferramenta, é uma mudança de mentalidade. A plataforma da Poli organiza os fluxos, garante o cumprimento das regras e monitora a qualidade da conta em tempo real. O resultado é tranquilidade para focar no que realmente importa: vender e se relacionar com o cliente, especialmente no Natal”.

“E, se o Natal é o auge das vendas, a segurança e a conformidade se tornam o verdadeiro presente para quem quer continuar crescendo em 2025”, conclui Alberto Filho. 

LGPD 2026 e E-commerce: Guia Completo para Estar em Conformidade

Com a proximidade de 2026, as empresas de e-commerce precisam se adaptar às novas diretrizes da LGPD para garantir conformidade e segurança no tratamento de dados. O cenário atual de 2025 exige uma preparação estratégica para evitar multas e fortalecer a confiança do consumidor.

Introdução à LGPD 2026 e E-commerce

A Lei Geral de Proteção de Dados (LGPD) tem sido uma peça-chave no cenário de privacidade e proteção de dados no Brasil desde sua implementação em 2020. Com a previsão de ajustes e novos requisitos que entrarão em vigor até 2026, as empresas de e-commerce devem estar atentas às nuances dessa legislação. Em 2025, a conformidade com a LGPD não é mais uma opção; é uma necessidade para manter a integridade do negócio, evitar penalidades financeiras e garantir a confiança dos consumidores.

Entendendo as Mudanças na LGPD Para 2026

Desde sua promulgação, a LGPD vem passando por atualizações que visam ampliar sua abrangência e consolidar sua eficácia. As principais mudanças previstas para 2026 envolvem:

  • Ampliação das penalidades: multas podem chegar até 2% do faturamento da empresa, limitadas a R$ 50 milhões por infração.
  • Novos requisitos de transparência: exigência de informações mais claras sobre o uso de dados pessoais.
  • Obrigações adicionais às empresas de e-commerce: fortalecimento das medidas de segurança e privacidade, incluindo a obrigatoriedade de nomear um encarregado de proteção de dados (DPO).
  • Atualizações nos direitos dos titulares: maior facilidade para que consumidores acessem, corrijam ou excluam seus dados.

Para 2025, entender essas mudanças é fundamental para planejar ações que garantam a conformidade no prazo estipulado. Não cumprir essas exigências pode resultar em sanções severas e danos à reputação da marca.

Impacto da LGPD nas Operações de E-commerce em 2025

Em 2025, o impacto da LGPD já é perceptível nas estratégias de negócios digitais. Os e-commerces que priorizam a proteção de dados de seus clientes observam benefícios claros, tais como:

  • Aumento da confiança do consumidor: consumidores estão mais propensos a comprar de lojas que demonstram respeito pela privacidade.
  • Redução de riscos de multas e processos judiciais: conformidade impede sanções financeiras e ações legais onerosas.
  • Melhoras na reputação da marca: empresas transparentes ganham reconhecimento e fidelidade.

Por exemplo, lojas online que adotaram políticas de privacidade claras, solicitar consentimento explícito e investiram em segurança de dados tiveram uma evolução significativa na retenção de clientes em 2025.

Principais Requisitos para Conformidade até 2026

Para estar em conformidade com a LGPD até 2026, os e-commerce devem focar em alguns requisitos essenciais:

  1. Mapeamento de Dados: identificar todas as categorias e fluxos de dados pessoais coletados e processados.
  2. Consentimento Claro: obter consentimento específico e explícito dos titulares antes de qualquer tratamento de dados.
  3. Política de Privacidade Transparente: comunicar claramente o uso de dados, prazos de armazenamento e direitos do usuário.
  4. Segurança da Informação: implementar medidas técnicas e administrativas para proteger os dados contra acessos não autorizados.
  5. Treinamento de Equipes: capacitar colaboradores para lidar adequadamente com dados sensíveis.
  6. Design de Produtos e Serviços Padrão Privacy-by-Design: incorporar a proteção de dados desde a fase de desenvolvimento de plataformas e ferramentas de e-commerce.

Boas Práticas de Proteção de Dados em E-commerce em 2025

Para que os negócios de e-commerce estejam alinhados com as exigências da LGPD em 2025 e preparem-se para as mudanças de 2026, é importante adotar boas práticas, tais como:

  • Implementar uma política de privacidade acessível e compreensível: garanta que os clientes saibam exatamente como seus dados serão utilizados.
  • Solicitar consentimento de forma explícita: use caixas de check ou comandos específicos para obter autorização. Evite consentimentos implícitos.
  • Manter registros das autorizações: documente todas as manifestações de consentimento recebidas.
  • Atualizar constantemente suas políticas: ajuste as diretrizes de privacidade conforme mudanças na legislação ou nas operações do seu e-commerce.
  • Investir em segurança digital robusta: utilize firewalls, criptografia e backups regulares para proteger os dados.
  • Informar rapidamente em caso de incidentes: tenha um plano de resposta a incidentes para comunicar vazamentos ou acessos não autorizados aos titulares e às autoridades competentes.

Ferramentas e Recursos para Implementar a LGPD no seu Negócio

Hoje, diversas ferramentas tecnológicas auxiliam as empresas na adaptação à LGPD. Algumas das mais utilizadas incluem:

  • Sistemas de gestão de consentimento: plataformas que controlam e registram o consentimento dos usuários.
  • Softwares de privacy by design: facilitam a integração de medidas de proteção na fase de desenvolvimento de produtos.
  • Ferramentas de criptografia: garantem a confidencialidade dos dados armazenados e transmitidos.
  • Plataformas de monitoramento de vazamentos: detectam atividades suspeitas e prevenem ameaças.
  • Consultorias especializadas em proteção de dados: oferecem diagnósticos e planos de ação específicos para o seu negócio.

Investir nessas ferramentas é crucial para uma implementação eficiente da LGPD, além de garantir o acompanhamento constante das conformidades necessárias para 2026.

Consequências do Não Cumprimento da LGPD em 2026

O não cumprimento das exigências até 2026 pode trazer sérias consequências para as empresas de e-commerce. Entre elas:

  • Multas pesadas: multas que podem chegar a milhões de reais, prejudicando financeiramente o negócio.
  • Perda de reputação: consumidores desconfiam de marcas que não demonstram preocupação com privacidade.
  • Impedimento de operação: em casos extremos, a autoridade pode limitar ou até suspender o funcionamento de plataformas que não estejam em conformidade.
  • Ações judiciais e sanções: processos movidos por consumidores ou órgãos reguladores podem gerar custos adicionais e danos de longo prazo.

Portanto, a preparação para 2026 não é apenas uma questão de compliance legal, mas uma estratégia para assegurar o sucesso e a longevidade do seu negócio de e-commerce.

结论

O cenário de conformidade com a LGPD em 2025 já é desafiador, especialmente para os e-commerces que desejam se manter competitivos até 2026. Investir em planejamento, tecnologia e capacitação são passos essenciais para estar em dia com as regulamentações, evitar sanções e conquistar a fidelidade dos consumidores. Quanto mais cedo sua empresa se preparar, mais tranquilo será o caminho até a adequação total, garantindo um futuro digital seguro, ético e lucrativo para o seu negócio de e-commerce.

Compras internacionais passaram por mudanças tributárias em 2025 e exigem atenção do consumidor

O avanço do comércio eletrônico internacional no Brasil em 2025 trouxe mudanças estruturais nas regras de tributação e no controle das compras feitas no exterior. Ainda assim, o volume de encomendas segue elevado. Dados da Receita Federal indicam que, apenas em outubro, mais de 16 milhões de remessas internacionais chegaram ao país, sendo cerca de 96% delas processadas dentro do Programa Remessa Conforme (PRC), mecanismo que permite a declaração antecipada e o recolhimento dos tributos no momento da compra. O resultado, segundo relatório oficial do órgão, evidencia a consolidação do comércio eletrônico transfronteiriço e a adaptação de consumidores e plataformas ao novo modelo de tributação e fiscalização.

O advogado tributarista e especialista em investimentos internacionais, André Peniche, acompanha de perto os impactos das novas regras sobre o consumidor brasileiro. “A principal transformação prática está na antecipação do recolhimento dos tributos no momento da compra, o que reduz incertezas e evita surpresas na chegada da encomenda ao país. O consumidor passou a ter mais clareza sobre quanto vai pagar e menos risco de retenção ou cobrança adicional”, afirma.

Relatórios mensais de resultados do PRC, divulgados ao longo de 2025 pela Receita Federal em seu portal oficial, mostram que o programa se consolidou como o principal mecanismo de controle das remessas internacionais, com milhares de plataformas de comércio eletrônico aderindo ao sistema. A medida teve como objetivo aumentar a transparência, reduzir o tempo de liberação das mercadorias e padronizar a cobrança de impostos, especialmente nas compras de até US$ 50.

Para André Peniche, entender como funciona esse modelo é essencial antes de finalizar qualquer compra. “Quando a plataforma é certificada no Programa Remessa Conforme, o Imposto de Importação é reduzido de 60% para 20% nas compras de até US$ 50, e o valor já aparece discriminado no 结算. Isso muda completamente o planejamento do consumidor. O Imposto sobre Circulação de Mercadorias e Serviços (ICMS) estadual continua sendo cobrado sobre o valor total da operação, com alíquota que varia conforme o estado”, diz o especialista.

De acordo com as regras em vigor, compras feitas em plataformas não certificadas seguem sujeitas à tributação tradicional, com Imposto de Importação de 60% e ICMS cobrados após a chegada do produto ao Brasil, o que pode elevar significativamente o custo final e gerar atrasos no desembaraço aduaneiro. Por isso, verificar se o site está habilitado no Programa Remessa Conforme e guardar todos os comprovantes da operação se tornou uma etapa fundamental do processo.

Peniche reforça que a compra internacional deve ser encarada como uma decisão informada e planejada. “Hoje, não basta olhar apenas o preço do produto anunciado. É fundamental considerar todos os tributos envolvidos, verificar se a plataforma é certificada no Programa Remessa Conforme, entender como funciona a cobrança do ICMS e avaliar o prazo real de entrega. Quando o consumidor tem acesso a essas informações antes de finalizar a compra, ele reduz significativamente o risco de cobranças inesperadas, retenção da mercadoria ou atrasos no desembaraço aduaneiro”, conclui.

Remessa Online mira em expansão estratégica no comércio exterior e projeta crescimento de mais de 400% em 2026

A Remessa Online, maior plataforma independente de transferências internacionais do Brasil, anuncia a expansão de sua atuação no segmento de comércio exterior e a evolução de seu portfólio de soluções para importadores e exportadores, consolidando o COMEX como um eixo prioritário para 2026.

Impulsionada pelo aumento da demanda de pequenas e médias empresas por operações internacionais mais ágeis e previsíveis, a companhia projeta um crescimento de 470% em seu produto de COMEX no próximo ano. Entre as melhorias implementadas recentemente está o novo fluxo de cadastro empresarial, online e simplificado, além da aceleração significativa do processamento de pagamentos de importação, que passou de seis horas para apenas cinco minutos para clientes já cadastrados na plataforma.

Para novos usuários, o processo completo — do cadastro à finalização do pagamento — pode ser concluído em cerca de 1h30, um desempenho bastante superior ao dos modelos tradicionais de mercado. Segundo parâmetros públicos do Banco Central, Febraban e manuais de câmbio de grandes bancos, o fluxo bancário costuma exigir de 2 a 5 horas apenas para análise documental, podendo chegar a 1 a 3 dias úteis para a liquidação completa.

A expectativa da Remessa Online é que, com a digitalização crescente e a ampliação de ofertas para PMEs, mais empresas consigam acessar o mercado internacional com eficiência operacional e menor barreira de entrada. Ao simplificar o acesso ao câmbio internacional e reduzir o tempo de processamento para apenas alguns minutos, reforçamos nosso compromisso em apoiar o crescimento das PMEs no mercado global”, afirma Márcio William, CEO da Remessa Online.

PMEs ganham protagonismo no comércio exterior brasileiro

As pequenas e médias empresas (PMEs) têm ampliado sua relevância no comércio exterior, especialmente no abastecimento de cadeias produtivas essenciais. Dados analisados pela Remessa Online indicam que esse segmento movimentou US$ 4,74 bilhões em importações em 2024, representando 27.491 empresas ativas — quase metade do total de importadoras do país. Entre os setores mais relevantes estão a Indústria da Transformação (50%), Agropecuária (30%) e Indústria Extrativa (18%), que dependem de insumos internacionais para manter sua competitividade.

A Ásia permanece como a principal origem das compras, concentrando 64,1% das importações das PMEs, com destaque para máquinas, equipamentos, componentes eletrônicos, metais, produtos químicos e insumos agrícolas. O mercado evidencia a oportunidade para novas empresas ingressarem no comércio exterior e para as operações já existentes ganharem maior profissionalização.

As 8 contratendências do marketing em 2026: o que parar de fazer?

Em um cenário cada vez mais influenciado por inteligência artificial, automação e novos modelos de consumo, saber as tendências para o próximo ano é importante, porém, entender o que não funciona mais pode ser o trunfo para garantir mais eficiência, relevância e, sobretudo, confiança do cliente.

“A evolução da Inteligência Artificial é um mistério, pois ninguém sabe para onde isso nos levará e qual será o comportamento e os resultados que poderão ser alcançados. Por isso, saber as anti-trends é um diferencial competitivo em um cenário de incertezas e novas descobertas”, afirma Rodrigo Bidinoto, diretor global de vendas na ActiveCampaign.

Bidinoto lista as oito principais contratendências do marketing em 2026:

1 – Adoção de IA sem estratégia

O uso de IA sem expertise ou conhecimento técnico não gera inovação, amplifica erros e compromete decisões críticas. Ferramentas avançadas exigem governança, objetivos claros e integração com o negócio. Sem isso, a IA torna-se apenas mais um ruído operacional.

“A IA vai liderar as novas estratégias do marketing nos próximos anos, porém, o grande desafio atualmente é saber quando não utilizá-la”, ressalta.

2 – Visão simplista da omnicanalidade

Este é um erro recorrente, tratando todos os canais como se tivessem a mesma função e ignorando suas naturezas distintas. O canal de conversão não pode ser tratado como o canal de suporte, assim como canais de relacionamento exigem dinâmicas diferentes dos canais transacionais. Para o diretor global de vendas da ActiveCampaign, “ignorar essas diferenças resulta em experiências fragmentadas, baixa eficiência operacional e desgaste na relação com o consumidor, comprometendo a fidelização a longo prazo.”

3 – Manutenção de dados em silos 

A falta de comunicação entre informações de marketing, vendas e atendimento compromete a visão sobre a jornada do cliente e dificulta ações de fidelização. Quando os dados permanecem isolados em sistemas que não se integram, a empresa perde a capacidade de compreender comportamentos, antecipar necessidades e oferecer experiências personalizadas.

“No marketing digital, essa fragmentação gera campanhas desconectadas, abordagens repetitivas e uma experiência inconsistente, que enfraquece o relacionamento com clientes recorrentes e reduz o potencial de retenção e crescimento sustentável”, afirma.

4 – SEO não é mais suficiente 

No campo da descoberta de conteúdo, a lógica puramente baseada em palavras-chave perde espaço à medida que a descoberta de conteúdo é intermediada por Large Language Models (LLM). Com isso, o foco deixa de ser a palavra-chave e passa a ser a relevância atribuída pelas próprias IAs. Segundo Bidinoto, “não se trata mais de ranquear bem, mas de ser compreendido, citado e recomendado por sistemas inteligentes. Esse movimento dá origem ao GEO [Generative Engine Optimization], ou seja, a otimização de conteúdo voltada aos novos mecanismos generativos.”

5 – Marketing pouco interativo e sem dados

Ignorar dados ou utilizá-los de forma superficial compromete diretamente a eficácia do marketing digital. Sem análise consistente de comportamento, performance e jornada do cliente, as decisões passam a ser baseadas em suposições, e não em evidências.

Esse cenário impede ajustes em tempo real, reduz a capacidade de personalização e faz com que as marcas deixem de atender às expectativas atuais de diálogo contínuo e personalização em tempo real, criando fricções desnecessárias ao longo da experiência do consumidor. “Mais do que adotar tendências, o desafio para 2026 está em evitar práticas que já não fazem sentido”, explica o executivo.

6 – Métricas de vaidade

Focar exclusivamente em métricas como curtidas, visualizações e número de seguidores cria uma falsa sensação de sucesso. No marketing digital, esses indicadores não refletem, necessariamente, engajamento qualificado, geração de receita ou retenção de clientes.

“Quando decisões estratégicas são baseadas em métricas de vaidade, campanhas podem parecer bem-sucedidas no curto prazo, mas falhar na conversão e no impacto real no negócio”, conta.

7 – Automação sem segmentação

A automação é um dos pilares do marketing digital, mas perde completamente sua eficácia quando aplicada de forma genérica.

“Disparos massivos, fluxos padronizados e mensagens sem personalização resultam em baixa taxa de abertura, descadastramentos, desgaste da marca e piora na entregabilidade de emails. Sem segmentação baseada em comportamento, perfil e estágio da jornada, a automação deixa de escalar resultados e passa a amplificar erros”, chama a atenção o diretor de vendas global da empresa.

8 – Growth hacking focado apenas em crescimento

Por fim, o growth hacking desconectado de estratégia e sustentabilidade prioriza números rápidos em detrimento da construção de valor. Crescer apenas por crescer, sem considerar retenção, experiência do cliente e qualidade da base, gera churn elevado e desgaste operacional.

“No marketing digital, crescimento saudável está diretamente ligado à fidelização, ao lifetime value e à consistência da experiência entregue ao longo do tempo”, conclui.

7 em cada 10 brasileiros preferem internet com anúncios a pagar por serviços que hoje são gratuitos, mostra pesquisa do IAB Brasil

A maioria dos brasileiros reconhece o valor de poder utilizar a internet sem cobrança e entende a publicidade como um modelo legítimo de financiamento para o acesso gratuito a conteúdos e serviços digitais. Isso é o que mostra a quarta edição da pesquisa “Como seria a internet sem anúncios?”, realizada pelo IAB Brasil em parceria com o instituto Offerwise.

O estudo revela que 69% dos internautas preferem continuar consumindo conteúdos gratuitos com anúncios a ter que pagar por eles, resultado que vem crescendo ao longo dos últimos anos – era 63% em 2024 e 2023 –, indicando que as pessoas aceitam a publicidade à medida que a entendem como modelo de financiamento ao acesso gratuito à internet. Quando perguntados se tivessem que pagar por conteúdos, serviços on-line e aplicativos, 66% responderam que reduziriam o uso.

Outro dado relevante é a relação dos usuários com a própria publicidade. Nove em cada dez internautas reconhecem a importância de poder decidir quais conteúdos deseja pagar ou não, enquanto 71% dizem que os anúncios são úteis na decisão de compra.

“A pesquisa demonstra que os brasileiros entendem que a publicidade digital é fundamental para tornar a internet mais democrática, acessível e inovadora. Os anúncios viabilizam o acesso a conteúdos gratuitos de qualidade ao mesmo tempo em que ajudam a personalizar a experiência do usuário e facilitar a jornada de compra”, afirma Denise Hruby, CEO do IAB Brasil.

Uso de IA na publicidade

A pesquisa também avaliou a opinião dos entrevistados sobre o uso da Inteligência Artificial na publicidade. Mais da metade dos entrevistados (55%) concorda que a tecnologia é boa, mas gostaria de ver mais transparência na sua utilização. Outros 44% reconhecem que a IA ajuda no direcionamento de anúncios mais relevantes para seu perfil.

A pesquisa ouviu 1.500 pessoas entre os dias 14 e 24 de novembro deste ano. O estudo busca entender como brasileiros, de diferentes faixas etárias, gênero e classe social percebem a publicidade digital e quais comportamentos adotariam em um cenário em que tivessem que pagar por serviços que hoje são gratuitos na internet.

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O fim da fricção: como o Consumidor atual está forçando o e-commerce a ser invisível

A próxima grande revolução do varejo digital não será vista, e esse é justamente o ponto. Nos últimos anos, o e-commerce evoluiu em velocidade exponencial, impulsionado pela personalização, omnicanalidade e conveniência. Mas estamos entrando em uma fase ainda mais profunda, impulsionada não pela tecnologia, mas pelo comportamento. O surgimento do Consumidor exigente, que não aceita mais qualquer tipo de atrito. Para esse consumidor, comprar não pode ser um processo, é uma consequência natural do contexto.

É nesse cenário que o conceito de Invisible Commerce, debatido na NRF deste ano, ganhou força. Ele parte de uma premissa simples de que a experiência de compra deve desaparecer. Isso significa que elementos como pagamento, carrinho, autenticação, recomendação, logística e pós-venda deixam de ser etapas e se tornam eventos automáticos, integrados e silenciosos. O checkout autônomo resume bem essa lógica. O consumidor entra, pega o produto e sai. Não há fila, cartão, senha ou interação humana, a compra se conclui sem que ele perceba.

Esse mesmo princípio está se espalhando para todos os pontos do funil. Pagamentos invisíveis, baseados em identidade digital e tokenização, tornam o ato de pagar quase imperceptível. Processos antes dependentes de cookies agora são substituídos por autenticação contínua, permitindo compras em um clique, mas sem o clique. E a logística avança na mesma direção, com entregas cada vez mais preditivas, rotas otimizadas automaticamente e reabastecimentos antecipados. Não se trata mais de melhorar a experiência e sim de eliminá-la enquanto fricção.

A inteligência artificial é o motor silencioso dessa mudança. A IA generativa reduz atrito logo na descoberta, substituindo a busca por recomendações contextuais que entendem a intenção antes mesmo de o consumidor expressá-la. Assistentes conversacionais assumem dúvidas, orientam escolhas e simplificam decisões. A IA preditiva conecta consumo, estoque e transporte, criando uma jornada contínua, sem pausas e sem etapas manuais. É ela quem torna possível o que já aconteceu em outras indústrias, como música e mobilidade: o usuário simplesmente usa, sem pensar no serviço por trás.

Naturalmente, o Brasil enfrenta desafios particulares para chegar plenamente a esse modelo. A herança de sistemas fragmentados ainda dificulta integrações profundas; os meios de pagamento seguem complexos, misturando Pix, parcelamentos e antifraude; a logística nacional, marcada por custos elevados e regiões de baixa densidade, adiciona barreiras; e a regulação de dados ainda evolui para permitir experiências verdadeiramente contínuas. Em outras palavras, já temos consumidores que estão preparados e exigindo um novo grau de experiência e fluidez, mas ainda caminhamos para ter um ecossistema que entregue essas expectativas.

O e-commerce não vai desaparecer, mas a fricção vai. O futuro das compras será cada vez mais invisível, automatizado e integrado, e essa mudança beneficiará tanto consumidores quanto operações que conseguirem se adaptar. As empresas que prosperarem serão aquelas que entendem profundamente o comportamento do cliente, conectam dados, logística e pagamento em uma única estrutura e usam IA para antecipar necessidades em vez de responder a elas.

A melhor experiência de compra será a que ninguém percebe. E, para o Consumidor atual com alto grau de exigência, isso não é um luxo, é uma expectativa.

*Rodrigo Brandão គឺជា អ្នកគ្រប់គ្រង ផ្សព្វផ្សាយនៃ ស្តង់ Smart, ហាងដំបូងនៃផ្ទះនៅប្រេស៊ីល

Split payment e fluxo de caixa: o novo desafio da reforma tributária para empresas B2B

Antes mesmo de se adaptarem à complexidade do novo sistema tributário, as empresas brasileiras vão enfrentar um desafio direto no caixa. A partir de 2027, está previsto entrar em cena o split payment – mecanismo que antecipa o pagamento de tributos para o momento exato da transação. O modelo, que será facultativo nas operações entre empresas (B2B) num primeiro momento, promete simplificar a arrecadação, mas pode tensionar o capital de giro das companhias, especialmente em vendas a prazo.

Todo esse cenário de mudança está ancorado em uma reestruturação ampla do sistema tributário brasileiro. A partir de 2026, entra em vigor um novo modelo de impostos sobre o consumo baseado em dois tributos principais: a CBS, de competência federal, e o IBS, de competência estadual e municipal. Eles substituirão, progressivamente, PIS, COFINS, ICMS e ISS.

O cronograma é longo, mas os impactos serão sentidos desde o início. Em 2026, começa a cobrança simbólica de 0,1% para CBS e 0,9% para IBS, com testes controlados em operações específicas. Durante essa fase inicial, o novo sistema conviverá com o atual, exigindo das empresas uma operação fiscal paralela com emissão de documentos com dupla escrituração de tributos.

A partir de 2027, a CBS já entra com alíquota cheia, enquanto o IBS sobe gradualmente até alcançar sua plenitude em 2033. Nesse período, o split payment passa a ser oferecido como alternativa também nas operações B2B, inicialmente de forma facultativa, mas com expectativa de ampliação progressiva até se tornar padrão.

Na prática, o que antes servia como fôlego temporário no caixa, e ajudava a bancar folha, fornecedores e operação, deixará de existir. O impacto é silencioso, mas profundo. E quem não se planejar agora pode ser atropelado pelas consequências em poucos anos.

Split payment: desafio para o fluxo de caixa

Inspirado em modelos internacionais, o split payment – ou pagamento segregado – impõe uma lógica completamente diferente à circulação do dinheiro nas operações comerciais. Em vez de o valor total da nota fiscal ser pago ao fornecedor, para que este posteriormente recolha os tributos, o imposto será automaticamente separado no momento do pagamento e transferido diretamente ao governo. A empresa recebe apenas o valor líquido.

A proposta, sob o ponto de vista da arrecadação, é eficiente: reduz fraudes, evita inadimplência e antecipa o ingresso dos recursos públicos. Mas do ponto de vista empresarial, representa uma mudança estrutural na forma de operar o caixa. O impacto é ainda mais sensível em vendas com prazos longos ou contratos recorrentes, onde o descompasso entre a realização da receita e o recolhimento do tributo pode gerar buracos financeiros que antes eram amortecidos com o uso temporário desses valores.

Toda essa engrenagem será viabilizada por uma nova estrutura digital chamada Registro de Operações com Consumo (ROC), que funcionará como a espinha dorsal do split payment. É o ROC que vai receber os dados da nota fiscal, validar a operação e instruir a segregação automática do pagamento entre a conta da empresa e o Fisco. Ou seja, o sistema bancário ou de pagamento só poderá processar corretamente a divisão dos valores se estiver conectado ao ROC. Isso impõe um desafio técnico às instituições financeiras, mas também às empresas, que precisarão garantir que seus ERPs e sistemas de faturamento estejam plenamente integrados a esse ambiente. Outra dificuldade é que muitos detalhamentos técnicos ainda dependem de: regulamentação por parte do Governo Federal, definição dos padrões de integração, APIs (interfaces de programação de aplicações) e convenções com bancos e arranjamentos de pagamentos. 

Empresas prestadoras de serviços B2B, por exemplo, que já operam com margens apertadas e têm pouca geração de crédito tributário, tendem a sentir mais intensamente os efeitos do split payment. Ao emitir uma fatura de R$ 100 mil com pagamento em 90 dias, o que muda não é que ela terá que antecipar o pagamento do imposto com recursos próprios, mas sim que, quando o cliente fizer o pagamento, o valor será automaticamente dividido: estima-se que R$ 75 mil vão para a conta da empresa, e R$ 25 mil serão transferidos diretamente ao Fisco. 

Ou seja, a empresa passa a operar com um valor líquido menor do que o faturado, reduzindo o fôlego de caixa que antes existia entre a emissão da nota e o recolhimento do tributo. Isso muda completamente o perfil financeiro da operação.

A pressão será especialmente forte para empresas com prazos estendidos, modelos de faturamento escalonado ou atuação intensiva em contratos de longo ciclo. A gestão do caixa, que já exige precisão, passará a demandar capacidade preditiva, renegociação de prazos e estratégias de financiamento mais agressivas. Em muitos casos, será necessário revisar contratos vigentes para acomodar a nova realidade.

Serviços B2B na linha de frente da tensão

Embora a implementação do split payment no B2B comece de forma opcional em 2027, setores que operam com serviços entre empresas devem se preparar com antecedência. Serviços, ao contrário da indústria ou do varejo, tendem a acumular pouco crédito tributário sobre insumos. Isso significa que o impacto do recolhimento antecipado de tributos não será compensado facilmente na cadeia.

Segmentos como tecnologia, consultorias, marketing, advocacia, engenharia e facilities trabalham com prazos de recebimento dilatados e alto peso de folha na composição de custos. É exatamente esse perfil que será mais afetado pela nova lógica de liquidação líquida. O risco é real: as empresas terão alterações no fluxo de caixa.

A adoção do split payment nesse segmento exige, portanto, um trabalho integrado entre as áreas de tesouraria, planejamento, jurídico e comercial. É hora de revisar modelos de faturamento, simular impactos de diferentes prazos de recebimento e repensar a formação de preços em contratos novos. Ignorar esse movimento pode significar uma perda contínua e silenciosa de liquidez operacional — mesmo com vendas em crescimento.

Negócios B2B devem acompanhar desde já os projetos-piloto e testes conduzidos nos anos iniciais da reforma, aproveitando a chance de aprender com a experiência alheia. Idealmente, ao se aproximar o período de adoção obrigatória no segmento empresarial, a empresa já terá seus sistemas preparados para emitir documentos fiscais nos novos formatos e integrar o mecanismo de segregação de pagamento em seus fluxos de faturamento. Isso inclui assegurar que, ao emitir uma NF-e, todos os cálculos de IBS/CBS sejam feitos corretamente e informados, que o sistema consiga comunicar-se com as interfaces governamentais para reportar a operação e que os módulos financeiros registrem de imediato os créditos a que a empresa tem direito. 

Empresas que utilizam sistemas legados ou customizados podem considerar investir em soluções especializadas ou atualizações de versão fornecidas por desenvolvedores de software fiscal, garantindo conformidade com a Lei Complementar 214/2025 e suas regulamentações.

A tentação de enxergar a reforma tributária apenas como uma simplificação pode custar caro. Para empresas B2B, especialmente do setor de serviços, o split payment é um divisor de águas — uma mudança silenciosa, mas capaz de modificar a dinâmica do caixa de forma permanente caso não seja antecipada estrategicamente.

A boa notícia é que ainda há tempo. A adoção do novo modelo será escalonada, e 2027 funcionará como um campo de testes voluntário. Quem começar a simular, adaptar sistemas, rever políticas de faturamento e redesenhar contratos agora, chegará à fase obrigatória com maturidade operacional e domínio do impacto financeiro.

Por Mirian Cidral, CFO da Global Hub de Soluçõesde Relacionamento e Cobrança.

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