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Fluência digital: nova habilidade essencial para lideranças

Liderar, hoje, é muito mais do que delegar tarefas ou impor decisões. É inspirar, engajar e conduzir pessoas em meio a desafios cada vez mais complexos. Nesse contexto de transformações aceleradas, impulsionadas principalmente pela evolução tecnológica, uma habilidade se torna indispensável às lideranças que desejam se manter relevantes: a fluência digital.

E o que isso quer dizer? Mais do que dominar ferramentas, é preciso compreender a tecnologia como uma aliada estratégica. Incorporá-la à rotina da liderança significa tomar decisões mais assertivas, desenvolver equipes com mais eficiência e fortalecer habilidades humanas que continuam sendo fundamentais, como empatia, escuta ativa e visão sistêmica. É no equilíbrio entre o digital e o humano que nascem novas alternativas para construir uma gestão mais completa. 

No entanto, vale lembrar: a tecnologia, por si só, não é solução. O verdadeiro diferencial está na forma como ela é aplicada. Ferramentas digitais só geram valor quando integradas a uma cultura organizacional transparente, em que o líder atua como facilitador. É um complemento que, quando bem aplicado, favorece a equipe e, consequentemente, o negócio como um todo.

Traduzir dados em decisõesO líder atual é aquele que consegue transformar dados em decisões que impulsionam o desenvolvimento das pessoas. A tecnologia não substitui a expertise humana, ela a potencializa. Quando usada com intenção, aprofunda relações, fortalece vínculos e amplia a capacidade de escuta e personalização no cuidado com cada colaborador.

Recentemente, ouvi uma frase que me fez refletir: as pessoas que entendem de pessoas são as que vão vencer no futuro tecnológico. Afinal, nossa capacidade de adaptação é o que nos define, e isso se aplica também à forma como lideramos.

Do comando à construção coletivaEssa nova liderança exige também uma mudança de mentalidade. Sai de cena o modelo centralizador, para a construção coletiva tornar-se protagonista. Que é aquele líder que estimula a autonomia, fomenta a colaboração e compartilha aprendizados. Ele entende que o crescimento do time é o seu próprio crescimento, e que o sucesso da organização está diretamente ligado à sua habilidade de formar e desenvolver talentos.

Líderes contribuem para a formação de equipes mais resilientes, adaptáveis e inovadoras quando compartilham conhecimento, aprendem continuamente, incentivam a experimentação e promovem ambientes seguros. E o melhor: essa competência não é inata, ela pode (e deve) ser desenvolvida no ambiente corporativo.

Liderar pessoas é liderar o futuroMais do que um gestor de desempenho, o novo líder é um agente de transformação. Sua missão vai além dos resultados de curto prazo: ele é o responsável por preparar as equipes para os desafios que ainda nem chegaram. Isso só é possível com uma combinação genuína entre estratégia, conhecimento tecnológico, sensibilidade e compromisso real com o desenvolvimento humano.

As empresas que compreendem essa virada de chave e investem na formação de lideranças digitalmente fluentes e emocionalmente conscientes estarão mais preparadas para construir uma cultura forte, onde o conhecimento é compartilhado, o aprendizado é constante e as pessoas se sentem valorizadas.

PIX automático entra em cena, mas boletos seguem como ferramenta essencial no Brasil

O lançamento do PIX automático pelo Banco Central reacende o debate sobre a obsolescência dos boletos bancários no Brasil. A ferramenta permitirá o agendamento de pagamentos recorrentes,  como mensalidades escolares, assinaturas e contas de consumo sem a necessidade de autorizações manuais a cada débito. 

No entanto, para Reinaldo Boesso, especialista financeiro, CEO e cofundador  da fintech TMB, o boleto bancário ainda seguirá como peça-chave em diversos contextos da economia brasileira. “O boleto, apesar de seus desafios, ainda é o principal meio de acesso ao consumo para milhões de brasileiros, especialmente em compras parceladas e quando há ausência de crédito rotativo”, afirma Boesso. Segundo levantamento da Confederação Nacional de Dirigentes Lojistas (CNDL), 47% dos consumidores brasileiros preferem parcelar suas compras e o fazem, muitas vezes, por meio desta modalidade.

THE TMB, fintech especializada em soluções de pagamento via boleto parcelado, identifica um salto de faturamento para as empresas que oferecem essa opção. “Quem disponibiliza mais essa facilidade consegue dobrar o seu faturamento. Isso ocorre porque atendem um público antes excluído do processo de compra por não dispor de cartão de crédito ou limite suficiente”, explica o CEO.

PIX automático é avanço, mas tem limitações

A nova funcionalidade do Banco Central tem como objetivo principal modernizar o antigo débito automático, cuja adesão ainda é limitada. O PIX automático será mais eficiente em cobranças de valores fixos, como planos de telefonia ou academias. Porém, segundo Boesso, a estrutura do crédito parcelado exige uma flexibilidade que o PIX, até o momento, não oferece. “Quando um cliente contrata um curso ou mentoria parcelada, há carência, promoções, negociações em caso de inadimplência. O boleto se adapta a essa realidade. O PIX automático, não”, detalha o executivo.

Outro aspecto decisivo é o controle financeiro por parte do consumidor. Pesquisa da Opinion Box indica que 63% dos brasileiros evitam comprometer o limite do cartão de crédito para manter margem para emergências. Nesse sentido, o boleto aparece como alternativa de pagamento sob demanda: o consumidor paga quando pode, dentro do vencimento, sem débitos automáticos ou surpresas.

Inclusão financeira e realidade bancária

Com base em dados do Serviço de Proteção ao Crédito (SPC Brasil), o limite médio do cartão de crédito no Brasil é de apenas R$ 1.401, enquanto o ticket médio dos cursos e produtos digitais chega a R$ 1.997. “A realidade bancária do brasileiro exige opções mais acessíveis. O boleto permite que o cliente tenha poder de decisão sobre seus pagamentos, o que se traduz em maior adesão”, comenta Boesso.

Além disso, segundo dados da Pnad TIC 2023, 88% da população brasileira com mais de 10 anos está conectada à internet,  um avanço expressivo, mas que ainda convive com bolsões de desbancarização e acesso restrito ao crédito. Nesse cenário, a permanência do boleto como solução de pagamento inclusiva ganha ainda mais relevância.

Futuro híbrido

Para Boesso, o futuro dos pagamentos será híbrido, com o PIX automático ganhando espaço principalmente entre cobranças recorrentes e assinaturas. No entanto, o boleto seguirá como ferramenta indispensável em contextos que exigem personalização, parcelamento flexível e acessibilidade financeira.

“O PIX automático é um avanço louvável, mas não resolve todas as dores do mercado. A inclusão financeira exige pluralidade de meios de pagamento. Ignorar o papel do boleto seria desconsiderar uma parte significativa da população brasileira”, conclui o CEO da TMB.

LWSA abre inscrições para estágio e emprego 

A LWSA, ecossistema de soluções digitais para empresas de todos os tamanhos, está com inscrições abertas para a 8° edição do Programa de Estágio deste ano e mais de 70 posições de empregos em diferentes áreas. 

Para o Programa de Estágio, as inscrições vão de 09 a 24 de junho e podem ser feitas neste link. A duração do estágio é de 12 meses, com possibilidade de prorrogação, e a empresa oferece uma trilha personalizada de desenvolvimento para os participantes. 

Podem participar, estudantes de graduação (bacharelado ou tecnólogo), a partir do 2º semestre, das áreas de Marketing, Administração, Engenharia, Economia, Direito, Ciências da Computação, Ciências Contábeis ou correlatas. É necessário ter disponibilidade para atuar presencialmente ou no modelo híbrido, conforme a definição da unidade contratante. 

A taxa média de efetivação dos estagiários na empresa é de 48,8%, reforçando seu compromisso com a retenção de talentos. “A iniciativa faz parte dos esforços para termos uma LWSA cada vez mais integrada, com um ecossistema forte e com foco no cliente. Por isso, buscamos um pipeline de sucessão de posições de entrada, concentrado em competências técnicas, comportamentais e no desenvolvimento profissional”, afirma Otávio Dantas, VP de Gestão, Estratégia e Pessoas da LWSA.

Entre os benefícios para o estágio estão bolsa-auxílio compatível com o mercado, convênio médico e odontológico, vale-refeição, vale-transporte ou estacionamento gratuito, seguro de vida, day off no mês do aniversário, programa de Qualidade de Vida e Bem-Estar (SeCuida) e cortesias em produtos do ecossistema LWSA. 

Companhia tem mais de 70 vagas de emprego

Além do programa de estágio, a LWSA também está com cerca de 80 vagas de emprego disponíveis em diferentes níveis e áreas de atuação em marcas como Bling, Baggy, Vindi, além da própria LWSA. Há posições para Analista de Marketing, Copywriter, Programador PHP Pleno, Líder Técnico de Infraestrutura de Banco de Dados, Pessoa Desenvolvedora Sênior 40+, entre outras.

Entre os benefícios estão assistência médica e odontológica, vale-refeição ou alimentação, auxílio home office, seguro de vida, auxílio-creche, day off, programa Férias&Co, participação nos lucros e parcerias com instituições de ensino, bem-estar e atividades físicas. As vagas são para trabalho remoto, híbrido ou presencial, dependendo da localidade da posição. A empresa também reforça que todas as pessoas podem participar, sem distinção de gênero, etnia, orientação sexual, acessibilidade e/ou condição social, independente de estado civil e/ou condição reprodutiva. 

Para se candidatar às vagas, é preciso acessar este link

As fintechs estão revolucionando pagamentos digitais e até boletos

Nos últimos anos, as fintechs vêm desempenhando um papel essencial na modernização dos serviços de saneamento e gás no Brasil, impulsionando a eficiência operacional e aprimorando a experiência do consumidor por meio de soluções tecnológicas inovadoras. A FazPay, integrante do conjunto Nax Finance, é um exemplo claro dessa transformação.

“Hoje, ter que sair de casa para pagar contas básicas não faz mais sentido. Era imprescindível desenvolver uma plataforma que facilitasse a emissão de boletos e a recepção de pagamentos para as companhias municipais”, afirma Ernatan Benevides, sócio da Nax Finance.

Pagamentos digitais: uma realidade que movimenta todo o país
Atualemnte, 76% dos pagamentos no Brasil já são digitais, com Pix e cartão dominando o mercado e somente no primeiro semestre de 2024, houve 31% de crescimento no número de transações digitais, totalizando cerca de 65 bilhões de operações. O Pix sozinho respondeu por 45% das transações, demonstrando sua penetração em serviços essenciais.

A implementação dessas inovações demonstra como as fintechs podem melhorar a qualidade de vida dos brasileiros, tornando os pagamentos mais práticos e acessíveis em qualquer parte do país. Com a crescente digitalização dos serviços e a busca constante por eficiência, as soluções dessas empresas se tornam cada vez mais indispensáveis.

Segundo Benevides, essa revolução digital não só fortalece a economia e beneficia milhões de brasileiros, mas também consolida a tecnologia financeira como uma peça-chave na modernização da infraestrutura do país.

“As parcerias entre fintechs, operadoras de saneamento e gás e órgãos governamentais aceleram a modernização do setor. Além dos sistemas de pagamento digital, essas colaborações possibilitam avanços como financiamento e microcrédito, o uso de blockchain para garantir transparência e segurança nas transações e contratos, além do monitoramento em tempo real do consumo de água e gás”.

Serviço: Nax Finance

Ernatan Benevides, sócio-fundador do Grupo NAX FINANCE, é administrador de empresas, com Certificações, Especializações, MBA e Mestrado. Sua experiência no mercado criou uma visão de mercado além da teoria e engloba, na prática, as mais diferentes formas de integração de crédito e investimentos.

Nax Finance
 – 41 9986-0039– https://naxopenfinance.com/
– E-mail: comercial@klock.net.br
– Endeço: Av. Manoel Ribas 136, São Francisco, Curitiba/PR.

Na Indústria 4.0, inovação e cibersegurança devem caminhar juntas

Anteriormente, os ambientes industriais funcionavam de forma completamente separada. Ou seja, os sistemas operacionais, responsáveis por controlar máquinas, sensores e processos físicos, eram separados da TI. Não havia integração com redes corporativas, e a nuvem era algo muito distante. Era um mundo fechado e paralelo, onde a segurança dependia basicamente do controle físico: redes locais desconectadas, sistemas sem acesso à internet e protocolos industriais antigos que não foram feitos pensando em ameaças digitais.

Mas tudo isso mudou nos últimos anos. Com a digitalização, as linhas de produção, os equipamentos e os dados industriais precisam se comunicar em tempo real — não só dentro da fábrica, mas também com sistemas corporativos e na nuvem. A integração entre OT e TI trouxe eficiência, mas também expôs vulnerabilidades que antes não existiam. Muitas indústrias ainda operam com infraestruturas legadas, sem proteção adequada contra ciberataques, softwares antigos ou desatualizados, e isso se tornou um grande risco.

A colaboração entre TI e OT é essencial para proteger redes industriais

Segundo a IDC, “À medida que as operações industriais dependem cada vez mais de recursos de TI e da nuvem, gerenciar a segurança OT de forma isolada não é mais viável.” A colaboração entre TI e OT é essencial porque as ameaças podem – e de fato o fazem – atravessar redes. Malwares e ransomwares representam uma ameaça tão grande para a OT quanto ataques direcionados a sistemas de controle industrial (ICS). Essas ameaças cruzam da TI para a OT, por exemplo, quando um engenheiro de controle clica em um link malicioso em um e-mail de phishing, ou quando um prestador de serviço conecta um pendrive infectado em uma estação OT.”

É por isso que há a urgência atual da inovação e da cibersegurança caminharem lado a lado. Modernizar o parque industrial com sensores inteligentes, sistemas autônomos e plataformas baseadas em inteligência artificial não será eficiente se esses avanços forem impedidos de serem executados por conta de um ciberataque. Cada nova tecnologia implementada traz ganhos para a operação, mas também amplia a superfície de ataque. 

E é preciso sempre ter em mente que: um ambiente exposto é o mesmo que uma operação paralisada, uma operação paralisada é sinônimo de prejuízos incontáveis. A inovação só é sustentável quando vem acompanhada de uma estratégia de proteção que evolui no mesmo ritmo. Isso inclui desde a escolha de fornecedores que priorizam a segurança até a capacitação contínua das equipes, passando por políticas de acesso, segmentação de redes, atualizações constantes e visibilidade completa de todos os ativos conectados. Na Indústria 4.0, proteger é tão importante quanto inovar — e não há mais espaço para que essas decisões sejam tomadas de forma separada.

Como lidar com a falta de orçamento?

Um dos maiores obstáculos para concretizar essa necessidade é o orçamento — ou melhor, a falta dele. Muitas empresas simplesmente não destinam verba para proteger seus sistemas, seja por desconhecimento dos riscos ou por priorizarem investimentos mais visíveis, como novos equipamentos ou processos produtivos. Em boa parte dos casos, a segurança digital ainda não faz parte do planejamento estratégico, sendo tratada apenas quando ocorre um incidente. O problema é que, sem recursos adequados, fica impossível implementar soluções eficazes, atualizar infraestruturas legadas ou contratar especialistas. 

Iniciativa MetaIndústria

Nesse contexto, surgem iniciativas importantes como o MetaIndústria, projeto desenvolvido pela Agência Brasileira de Desenvolvimento Industrial (ABDI) em parceria com empresas de tecnologia para acelerar a transformação digital no setor. Combinando infraestrutura física e digital, o MetaIndústria oferece um ambiente controlado onde empresas de diferentes portes podem testar e validar soluções tecnológicas com baixo custo e alta precisão. A proposta é clara: reduzir as barreiras de entrada para a inovação, permitindo que mais indústrias experimentem, ajustem e implementem tecnologias de forma segura e eficaz, simulando resultados reais em suas operações. Trata-se de um impulso necessário para que a digitalização seja feita com consciência, planejamento e, principalmente, com segurança.

Mais do que investir, é preciso evangelizar

A indústria precisa entender, de forma clara, que a cibersegurança faz parte do orçamento estratégico. Proteger dados, sistemas e operações não significa apenas evitar prejuízos, mas sim ganhar confiança do mercado, manter a continuidade dos negócios e criar uma base sólida para crescer. Quanto mais os líderes industriais compreenderem os riscos reais e os benefícios concretos de uma abordagem preventiva, mais preparados estarão para tomar decisões que fortalecem o futuro da operação. Segurança não é um custo: é um diferencial competitivo na era da Indústria 4.0.

Internet via satélite e FWA: tecnologias complementares ou concorrentes?

Nos últimos anos, o Brasil testemunhou avanços significativos em novas formas de conectividade sem fio, especialmente na internet via satélite de órbita baixa e no acesso fixo sem fio (Fixed Wireless Access, ou FWA). Com a rápida expansão das redes 5G e o aumento da cobertura proporcionada pelas constelações de satélites, o mercado brasileiro agora se depara com um cenário em que essas tecnologias podem tanto competir quanto se complementar, dependendo das condições locais e das necessidades específicas dos usuários.

O FWA 5G tem sido considerado uma alternativa para levar a banda larga fixa a locais sem infraestrutura de fibra óptica ou cabo. Desde 2 de dezembro de 2024, todos os 5.570 municípios brasileiros estão aptos a receber a tecnologia 5G standalone, graças à liberação da faixa de 3,5 GHz pela Anatel, antecipando em 14 meses o cronograma previsto. Até março de 2025, o 5G já estava presente em mais de 895 municípios, com destaque para os estados de São Paulo (166), Paraná (122), Minas Gerais (111), Santa Catarina (78) e Rio Grande do Sul (63).

Além das teles nacionais, que investiram fortemente na expansão, novos entrantes regionais que adquiriram licenças 5G no leilão de espectro também apostam no FWA. Mas, apesar do interesse crescente, o alcance atual ainda é modesta frente à banda larga tradicional. Estudos indicam que cerca de 40% das operadoras com 5G globalmente já ofertam FWA – desafios como o custo dos equipamentos e franquias de dados limitam a adoção do FWA em massa. Por conta disso, as atuais ofertas de FWA vêm com franquias de dados relativamente restritas, e demandam que os fabricantes reduzam o custo das CPEs para viabilizar uma expansão maior.

Em termos de cobertura, o FWA depende diretamente da disponibilidade da rede celular. Nas grandes cidades e regiões metropolitanas onde o 5G já está presente, o FWA pode ser oferecido rapidamente – inclusive algumas operadoras já anunciam o serviço em cidades como São Paulo e Campinas. Por outro lado, em áreas rurais ou remotas, a ausência de torres 5G é um limitador. No geral, o FWA será mais utilizado onde já existe cobertura celular bem estabelecida, capitalizando a infraestrutura 5G existente para entregar banda larga fixa sem fio.

Satélites de baixa órbita: avançando com rapidez

Paralelamente ao FWA, o Brasil assiste a uma verdadeira revolução na internet via satélite, impulsionada por satélites de órbita baixa (LEO). Diferente dos satélites geoestacionários tradicionais (que orbitam a ~36 mil km da Terra), os LEO orbitam a poucas centenas de km, possibilitando latências muito menores e serviços mais comparáveis à banda larga terrestre.

Desde 2022, uma grande constelação LEO passou a atender o país e vem crescendo exponencialmente em usuários e capacidade. Atualmente, a cobertura satelital já alcança praticamente 100% do território brasileiro – basta que o usuário tenha visão desobstruída do céu para se conectar. Isso inclui desde fazendas em área remotas no interior do Brasil até comunidades ribeirinhas na Amazônia.

Dados recentes confirmam o rápido crescimento da base de usuários de satélite LEO no Brasil. Um relatório de abril de 2025 destacou que o principal serviço de internet via satélite de baixa órbita – Starlink –  já contava com 345 mil assinantes ativos no Brasil, o que representa um aumento de 2,3 vezes em apenas um ano – tornando o país o 4º maior mercado do mundo.

Esse número impressionante – alcançado em cerca de dois anos de operação comercial – posiciona a conectividade satelital como uma solução de peso, especialmente em localidades onde as redes terrestres não chegam. Para efeito de comparação, em setembro de 2023 estimava-se que 0,8% de todos os acessos de banda larga no país já eram via satélite, proporção que salta para 2,8% na Região Norte, com a constelação LEO respondendo por 44% desses acessos satelitais (cerca de 37 mil conexões). Em alguns estados do Norte, a Starlinnk já detém mais da metade de todos os acessos via satélite, refletindo sua liderança nesse nicho.

A Agência Nacional de Telecomunicações (Anatel) aprovou em abril de 2025 a expansão da licença satelital LEO, permitindo a operação de 7,5 mil satélites adicionais além dos cerca de 4,4 mil já autorizados. Com isso, a constelação poderá atingir quase 12 mil satélites em órbita servindo o Brasil nos próximos anos, reforçando sua capacidade e cobertura.

Desempenho e latência

Ambos os sistemas conseguem entregar velocidades de banda larga, mas os números dependem da infraestrutura disponível. Em medições no Brasil, a conexão LEO da Starlink de 113 Mbps de download e 22 Mbps de upload, com desempenho superior ao de outros satélites. Já o FWA 5G, quando usando frequências médias (3,5 GHz), pode atingir velocidades semelhantes ou maiores conforme a proximidade da antena e a disponibilidade de espectro.

No que tange à latência, uma conexão 5G fixa costuma ter latência na casa de 20 a 40 milissegundos, similar à de uma rede móvel convencional – adequada para aplicações em tempo real, videoconferência etc. Já a constelação de satélites de baixa órbita registrou latências em torno de 50 ms nos testes no Brasil, patamar incrivelmente baixo se comparado aos 600–800 ms dos satélites geoestacionários.

Na prática, 50 ms é suficientemente próximo da experiência de fibra (que gira em 5–20 ms) para suportar quase todas as aplicações sem grandes prejuízos. A diferença de 30 ms entre FWA e LEO não é perceptível para a maioria das aplicações comuns, embora o 5G em modo stand-alone possa teoricamente baixar ainda mais a latência conforme evolui a infraestrutura de núcleo.

Apesar das similaridades, em áreas rurais remotas, ou com infraestrutura precária, a internet via satélite se consolida como salvador da última milha. Onde não há torres de celular próximas ou backhaul de fibra, implementar 5G pode não ser viável no curto prazo – a instalação de uma antena satelital passa a ser a saída mais rápida e a com melhor desempenho.

No agro brasileiro, por exemplo, a adoção da internet LEO tem sido celebrada como fator de produtividade, conectando fazendas que antes estavam offline. Mesmo órgãos públicos têm recorrido à solução espacial para conectar escolas, postos de saúde e bases na floresta. Portanto, em áreas de sombra das operadoras, o satélite não tem competição – ele preenche um nicho de conectividade básica e avançada ao mesmo tempo, levando desde o acesso básico à internet até as possibilidades de implementação de soluções IoT do campo.

Em compensação, em áreas urbanas e regiões com redes móveis bem estruturadas, o FWA 5G deve prevalecer como opção preferencial de acesso fixo sem fio. Isso porque nas cidades há alta densidade de antenas, capacidade de sobra, e concorrência entre operadoras – fatores que mantêm os preços acessíveis e permitem pacotes de dados generosos. O FWA pode competir diretamente com banda larga tradicional em bairros não cabeados, oferecendo performance semelhante à fibra em muitos casos.

Em conclusão, o novo cenário de conectividade no Brasil aponta para a coexistência complementar do FWA e da internet via satélite. Não se trata de uma competição frontal pela mesma fatia de mercado, mas de atender de forma otimizada diferentes necessidades geográficas e de uso. Executivos e tomadores de decisão devem enxergar essas tecnologias como aliadas na expansão da conectividade: o FWA aproveitando a infraestrutura 5G para entregar banda larga rápida sem fio aonde for economicamente viável, e o satélite cobrindo os vazios e proporcionando mobilidade e redundância. Esse mosaico, se bem coordenado, garantirá que a transformação digital não conheça fronteiras físicas, levando internet de qualidade do centro das metrópoles aos confins do país, de forma sustentável e eficiente.

Geração Z já é 36% do público e redefine o setor de eventos, aponta relatório exclusivo da Zig

A Zig, The Global Funtech, referência internacional em soluções para o mercado de entretenimento ao vivo, acaba de divulgar um relatório inédito com dados que revelam as transformações em curso no setor. A análise, baseada em informações proprietárias coletadas entre 2023 e 2025, abrange um universo de aproximadamente 9.900 eventos e mais de 412 milhões de transações registradas, oferecendo uma fotografia precisa e estratégica sobre o comportamento do público e os novos rumos do mercado.

Entre os principais destaques está o avanço da Geração Z, que já representa 36% dos consumidores em eventos ao vivo. Esse grupo, altamente conectado e exigente, tem impulsionado mudanças profundas nas dinâmicas de consumo e nas expectativas em relação à experiência do público. São consumidores que valorizam conveniência digital, escolhas conscientes e experiências personalizadas, exigindo respostas mais criativas e autênticas por parte de marcas e organizadores. A presença crescente dessa geração já tem impacto direto em setores como o de bebidas e na forma como os eventos são estruturados.

Os dados analisados refletem o comportamento real dos usuários dentro da plataforma da Zig, e não projeções baseadas em pesquisas de intenção. Segundo David Pires, CIO da empresa, a metodologia garante uma leitura mais fiel das transformações do mercado, uma vez que os dados são capturados em tempo real nas operações de gestão e pagamento da Zig em eventos espalhados por todo o Brasil. Essa abordagem permite insights com alto grau de aplicabilidade, fundamentais para empresas que buscam inovação e eficiência em um setor altamente competitivo.

O relatório também aponta uma movimentação expressiva em 2024, que lidera em volume de eventos com mais de 4.400 realizados, superando os 3.380 mapeados em 2023. Em 2025, apesar dos dados ainda estarem em consolidação, já foram registrados mais de 2.100 eventos até o momento. A evolução transacional acompanha esse crescimento: foram 192 milhões de transações em 2024, contra 134 milhões em 2023. Até meados de 2025, mais de 85 milhões de transações já haviam sido registradas, sinalizando que o ritmo do consumo segue aquecido.

Outro dado relevante é a consolidação dos eventos de menor porte, que hoje representam 65% do total analisado. Essa mudança estrutural reflete a diversificação do setor, que passa a incorporar formatos mais ágeis e personalizados, como turnês de artistas, experiências esportivas e eventos híbridos. Em contrapartida, grandes festivais e megaeventos respondem por apenas 15% do volume total. A tendência aponta para um mercado mais descentralizado, dinâmico e sensível às particularidades regionais.

A distribuição geográfica também revela um cenário de descentralização progressiva. O Sudeste ainda lidera com folga, com cerca de 6.700 eventos realizados no período, equivalente a mais de dois terços do total nacional. No entanto, outras regiões vêm ganhando tração. O Nordeste aparece com 1.670 eventos, seguido pelo Centro-Oeste (744), Norte (441) e Sul (368). Esses dados indicam uma expansão consistente da indústria para além dos grandes centros, ampliando o acesso à cultura e ao entretenimento e abrindo novas frentes de negócios para produtores e marcas.

O relatório oferece ainda uma visão detalhada sobre formas de pagamento, hábitos de consumo e perfil dos participantes, funcionando como um guia estratégico para a tomada de decisões em um setor que se reinventa constantemente. Os dados revelam um público ávido por experiências únicas, que valoriza praticidade, conexão cultural e interações digitais, fatores que vêm redefinindo o que se espera de um evento ao vivo em 2025.

Hiperpersonalização e digitalização dos pagamentos redefinem estratégias no varejo brasileiro, aponta estudo da Celcoin

A revolução digital no varejo brasileiro está em curso e ganha novos contornos com a consolidação e combinação de duas grandes tendências: a hiperpersonalização da experiência de compra e a integração de serviços financeiros aos canais de venda. De acordo com o whitepaper “O Futuro do Varejo”, preparado pela Celcoin – empresa de infraestrutura financeira -, o uso inteligente de dados, aliado à adoção de tecnologias inovadoras de pagamento, está moldando uma nova era para o comércio no Brasil, um dos mercados mais dinâmicos do mundo.

“As tendências reveladas em nosso estudo evidenciam a necessidade de adaptação do varejo às novas expectativas dos clientes. Por isso, na Celcoin, nossa missão é ajudar empresas a navegarem por essas transformações com soluções que impulsionem tanto a experiência do cliente quanto a eficiência operacional”, afirma Adriano Meirinho, CMO e cofundador da Celcoin. “A hiperpersonalização e a digitalização são mais do que tendências; são imperativos para o futuro do varejo.”

Diante de um consumidor cada vez mais exigente, multicanal e em busca de conveniência, o varejo brasileiro tem a oportunidade – e a necessidade – de se reinventar. A hiperpersonalização já não é apenas uma vantagem competitiva – tornou-se uma exigência dos consumidores. Segundo estudo da McKinsey, citado no relatório, 71% dos clientes esperam um nível elevado de personalização, enquanto 76% se frustram quando essa expectativa não é atendida. O varejo está respondendo a essa demanda com soluções que unem conveniência e flexibilidade. A C&A, por exemplo, passou a permitir o pagamento com reconhecimento facial em suas lojas físicas para usuários do C&A Pay, e tem registrado aumento no número de vendas pela modalidade. A previsão global é que o uso do serviço tenha um crescimento anual composto de 62% entre 2022 e 2030, conforme aponta o relatório “O Futuro dos Pagamentos” da Mastercard.

A pesquisa também aponta que 53% dos consumidores são diretamente influenciados pela flexibilidade nas formas de pagamento. Dados do E-Commerce Radar revelam que a limitação de opções ainda é um dos principais motivos para o abandono de carrinhos no e-commerce brasileiro, demonstrando a urgência de adaptação por parte dos varejistas.

Além disso, a integração de serviços financeiros também mostra impacto direto nos resultados. A Renner, por meio de sua unidade Realize, viu sua receita crescer com a oferta de crédito e produtos agregados. Já o Mercado Livre, que aposta fortemente em soluções como o Pix Parcelado e o BNPL (Buy Now, Pay Later), observou um crescimento de 51% na carteira de crédito de consumo, que alcançou US$ 4,9 bilhões no segundo trimestre de 2024. Foram 25 milhões de compras financiadas e 13 milhões de clientes que utilizaram crédito pré-aprovado para parcelar suas aquisições.

Pix e digitalização de serviços

O estudo também destaca o avanço exponencial do Pix como ferramenta de inclusão financeira. No primeiro semestre de 2024, a solução registrou 69 bilhões de transações, com movimentação de R$ 12 trilhões. O Pix parcelado surge como uma alternativa viável ao crédito tradicional, ampliando o acesso de consumidores que antes estavam à margem do sistema financeiro. Em apenas um dia, o Banco Central registrou 220 milhões de transações via Pix, movimentando R$ 119,4 bilhões.

O crescimento da digitalização está igualmente presente no uso de smartphones como canal bancário. Em 2023, as transações via celular cresceram 22% em relação ao ano anterior, totalizando 130,7 bilhões de operações. E essa conveniência está moldando expectativas: 18% dos consumidores desejam concluir o pagamento em apenas alguns cliques, segundo o Relatório Varejo 2024 da Adyen.

Apesar de todo esse avanço, a segurança digital continua sendo um ponto sensível. O Brasil, no entanto, se destaca pelo uso de tecnologias de autenticação: 30% dos consumidores já utilizam biometria para realizar pagamentos, número bem acima da média global de 18%. Essa adesão contribui para aumentar a confiança do consumidor em soluções digitais, reduzindo barreiras à adoção de novos métodos.

Koin e Zoop, fintech as a service do Food, firmam parceria para transformar os pagamentos B2B no Brasil 

A Koin, fintech especializada em simplificar o comércio digital e conectando empresas e clientes por meio de soluções de Prevenção à Fraude e BNPL no Brasil, e a Zoop, fintech as a service do iFood, anunciam uma parceria estratégica para o desenvolvimento e a oferta de soluções integradas de antifraude e gateway de pagamento, com alto grau de personalização e segurança.  

Esse movimento fortalece nossa estratégia de sermos uma plataforma completa de soluções de pagamentos e antifraude. Junto da Zoop, ampliamos ainda mais nossa capacidade de impulsionar conversão e escalar resultados para clientes e para os e-commerces parceiros,” afirma Dieter Spangenberg, CPFO da Koin.

A proposta é atender, de forma escalável, às crescentes demandas do mercado de e-commerce, garantindo experiências de pagamento mais ágeis, seguras e alinhadas à nova realidade digital. A parceria entre as empresas atua como peça-chave nesse processo — combinando tecnologia, inteligência de dados e machine learning para proteger transações e, ao mesmo tempo, maximizar a conversão.

“Combinando nossa infraestrutura tecnológica de pagamentos com a expertise da Koin em soluções antifraude, estamos dando mais um passo em direção ao nosso compromisso de transformar a forma como empresas oferecem serviços financeiros. Juntos, estamos evoluindo o ecossistema financeiro para o mercado B2B, que permitirá às empresas oferecer experiências de pagamento mais ágeis e seguras”, pontua Cesario Martins, CEO da Zoop.

Inovação: sem segurança, pode se tornar vulnerabilidade disfarçada

Nos últimos dois anos, as empresas brasileiras intensificaram seu processo de transformação digital, adotando soluções como cloud computing, Inteligência Artificial (IA) e automação para ganhar eficiência e agilidade. A questão é que, ao incorporar essas novas tecnologias, as empresas também passam a lidar com novas vulnerabilidades. Nos últimos trimestres, o Brasil presenciou um aumento expressivo nos incidentes cibernéticos. Um relatório publicado pela Check Point Research mostrou que, no 3º trimestre de 2024, as empresas brasileiras sofreram em média 2.766 ataques semanais cada – um salto de 95% em relação ao mesmo período de 2023.

Essa disparada de ataques revela a disparidade entre inovação e segurança. Muitas empresas aceleraram projetos digitais em nuvem durante a pandemia e pós-pandemia, porém nem todas reforçaram suas defesas no mesmo ritmo. Como resultado, 83% das grandes empresas sofreram pelo menos um ataque cibernético sério em 2023, ocasionando paradas não planejadas, perdas financeiras e vazamento de dados.

Para além do reforço das defesas corporativas, ainda estamos longe de ter, também, processos de governança maduros. Dados apontam que o número de organizações no Brasil sem governança de dados pode chegar a 80%.

Inovação versus segurança: estamos ampliando nossa vulnerabilidade?

Mesmo que os investimentos em cibersegurança e estruturação da governança seguem sendo tímidos, a corrida pela inovação registrou um aumento dos orçamentos de TI no último ano: de 2023 para 2024, o mercado brasileiro de TI cresceu 13,9%, superando a média global e alcançando US$ 58,6 bilhões. As prioridades de investimento incluíram modernização de infraestrutura de nuvem, digitalização de processos de negócio, e adoção de IA generativa.

Setores tradicionais, como o bancário, lideram os investimentos em inovação – bancos e fintechs investem pesado em cloud e IA para oferecer mobile banking e pagamentos digitais. Em geral, as empresas brasileiras destinaram cerca de 9,4% de sua receita em 2023 e 2024 para Tecnologia da Informação e Comunicação (TIC). A Fundação Getúlio Vargas (FGV) estima que esse percentual suba para 11% nos próximos dois ou três anos, conforme as organizações continuem investindo em inovação e modernização.

Por outro lado, o país se tornou o segundo país mais atacado do mundo em crimes cibernéticos, com mais de 700 milhões de investidas em 12 meses (1.379 ataques por minuto!). Somente em 2024, houve 356 bilhões de tentativas de ataques cibernéticos no território brasileiro, um cenário alarmante, e que se repete em todo o mundo.

Globalmente, houve um recorde de ataques – mais de 75% de aumento em 2024, fenômeno atribuído em parte ao uso de IA por cibercriminosos para automatizar e tornar as investidas mais sofisticadas. Phishing personalizado em massa, malwares adaptativos e DDoS mais potentes são exemplos de ameaças potencializadas por inteligência artificial maliciosa.

As vulnerabilidades também crescem sob novas formas: um estudo aponta que 57% das empresas brasileiras já utilizam IA para gerar código de software, a terceira maior taxa do mundo. Paradoxalmente, 44% dessas organizações têm código gerado por IA como principal preocupação de segurança, temendo falhas inesperadas ou brechas introduzidas pela geração autônoma de software. As APIs – essenciais para integrar sistemas e aplicativos – são outro ponto cego: mais da metade (52%) das empresas no Brasil enxerga riscos elevados em APIs expostas. Em suma, ao mesmo tempo em que amplificam a inovação, iniciativas como DevOps ágil, migração maciça para a nuvem, uso extensivo de dispositivos conectados e desenvolvimento orientado por IA ampliam os vetores de ataque e a complexidade de proteger os ambientes.

O problema é que a inovação não caminha, necessariamente, de mãos dadas com o aumento da segurança digital. Mesmo que muitas empresas estejam mais inovadoras em cibersegurança, e aumentando seu arsenal de soluções para defesa, o estágio ainda é inicial. No ano passado, o Markets, Innovation & Technology Institute (MiTi) e a Security Design Lab (SDL) divulgaram uma pesquisa setorial de cibersegurança, que avaliou a maturidade de 181 empresas brasileiras. O estudo apontou que, apesar de melhorias, o nível médio de maturidade em cibersegurança ficou em 53%, ainda mediano – embora seja um avanço em relação aos 49% do ano anterior.

Esse número indica que boa parte das empresas ainda está abaixo das melhores práticas recomendadas. Por exemplo, 53% das empresas autenticam sistemas críticos apenas com login e senha, um método ultrapassado, enquanto 24% não possuem orçamento dedicado à segurança cibernética e 27% não realizam testes de penetração regularmente. Esses números mostram que, embora os investimentos estejam crescendo, ainda há lacunas importantes a serem preenchidas em termos de política, cultura e governança.

Governança: junto à inovação, pode aumentar a resiliência cibernética

Existe uma correlação clara entre a maturidade de governança e compliance e a capacidade da empresa de resistir a incidentes cibernéticos ou conduzir inovações com sucesso. Os dados sugerem que organizações com boas práticas de GRC (Governança, Riscos e Compliance) sofrem menos impactos e obtêm melhores resultados em seus projetos de transformação digital.

Por exemplo, a mesma pesquisa realizada pelo MiTi e pela SDL também trouxe o dado de que 38% das empresas não têm um plano de resposta a incidentes e 46% não têm um plano de recuperação de desastres. Esses números são preocupantes, pois a ausência de planos de contingência efetivos tende a prolongar e agravar os danos quando um ataque ocorre.

Em contraste, empresas que antecipam riscos e investem em segurança colhem benefícios tangíveis. Um estudo global da PwC destaca que somente 5% das empresas realmente colocam a segurança no centro de sua inovação, integrando o trabalho do CISO desde o início dos projetos. E justamente essas empresas registraram menos violações de dados e, mesmo quando atacadas, sofrem incidentes de menor custo.

Ou seja, inserir governança e segurança desde a concepção de novas iniciativas de TI aumenta a probabilidade de que novos projetos serão colocados em operação sem aumentar a superfície de ataque digital e sem deixar as empresas ainda mais vulneráveis. Sem governança, iniciativas de big data, inteligência artificial ou transformação digital correm risco de falhar ou de gerar consequências indesejadas (como uso indevido de informações ou sistemas frágeis).

Empresas com governança mais madura têm maior facilidade em cumprir requisitos de clientes e reguladores, o que habilita participação em novos mercados e parcerias de inovação. Por outro lado, a falta de compliance pode travar projetos – imagine desenvolver uma solução inovadora que lida com dados pessoais sem atender à LGPD: o projeto enfrentará entraves jurídicos e reputacionais. Portanto, estruturas sólidas de compliance e segurança aumentam a confiança de stakeholders e permitem que a inovação floresça de forma responsável e resiliente.

Em suma, governança e segurança não são antagônicas à inovação – pelo contrário, funcionam como alicerce para a inovação sustentável. Empresas que estruturam comitês, políticas e planos de resposta sofrem menos com imprevistos cibernéticos e conseguem se concentrar em crescer o negócio. Já aquelas que negligenciam esses elementos estratégicos acabam mais expostas a interrupções, perdas financeiras e necessidade de remediações de emergência, o que invariavelmente atrasa ou redireciona investimentos que poderiam ir para a inovação. Os números confirmam: maturidade em governança, compliance e segurança andam de mãos dadas com maior resiliência e sucesso nos empreendimentos tecnológicos. As empresas que conseguirem alinhar essas frentes deverão não apenas se proteger melhor contra incidentes, mas também conquistar vantagem competitiva ao inovar com confiança e sustentabilidade no mercado brasileiro cada vez mais digital.

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