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Mais do que preço: o novo valor percebido pelo consumidor

A noção tradicional de valor baseada unicamente no preço começa a ceder espaço para uma compreensão mais complexa e enriquecida pelo consumidor. Atualmente, o mercado cada vez mais competitivo, no qual produtos se tornam similares e inovações são rapidamente copiadas, o diferencial deixou de estar apenas na etiqueta. Hoje, o que define a decisão de compra está profundamente ligado a valores, propósito, conexão emocional com a marca e experiências consistentes. Essa mudança é liderada, em grande parte, pelas novas gerações, mas já afeta todas as faixas etárias.

Estudos recentes comprovam essa virada. De acordo com a consultoria Deloitte, 57% da Geração Z e 55% dos millennials afirmam que priorizam marcas que se posicionam de forma clara em relação a temas sociais, ambientais e éticos. Isso vai além do marketing: consumidores buscam coerência entre discurso e prática.

O propósito precisa ser vivido, não apenas comunicado. O consumidor atual está mais informado, mais exigente e menos tolerante a inconsistências. Marcas que se escondem atrás de narrativas vazias correm o risco de serem expostas, questionadas e até ignoradas.

Atendimento como extensão da experiência

Ao lado do propósito, a qualidade do atendimento assume um papel ainda mais relevante. Não basta oferecer um bom produto se a jornada do cliente é frustrante, desorganizada ou impessoal.

Uma pesquisa da PwC mostra que 73% das pessoas consideram a experiência como fator decisivo para fechar ou não uma compra. E mais: 32% afirmam que abandonariam uma marca após apenas uma experiência ruim, mesmo que gostem do produto.

A experiência tornou-se um ativo estratégico. Atender bem é o mínimo e encantar e antecipar necessidades é o novo padrão esperado.

ESG como filtro de confiança

Cada vez mais, consumidores escolhem marcas que demonstram responsabilidade real em relação ao meio ambiente, às pessoas e à ética corporativa. O consumidor moderno quer confiar e exige razões concretas para isso. Empresas que tratam a sustentabilidade como pilar estratégico, e não como ação pontual de marketing, ampliam sua relevância e constroem vínculos duradouros com seus públicos.

Segundo pesquisa do IBM Institute for Business Value, 49% dos consumidores já pagaram até 59% a mais por produtos com atributos sustentáveis. A percepção de valor está diretamente ligada à reputação, coerência e impacto das marcas no mundo real.

Estamos diante de uma transformação silenciosa, mas profunda: o valor que o consumidor enxerga em uma marca já não cabe em uma etiqueta de preço. Ele está diluído em cada interação, refletido em cada posicionamento e confirmado por cada atitude.

O desafio das empresas é entender que o cliente de hoje não compra só com o bolso, mas ele também compra com a consciência. E, nesse novo cenário, só permanece relevante quem entrega valor com verdade.

O conceito de valor percebido pelo consumidor está em constante evolução, indo muito além do preço. Hoje, o sucesso de uma marca está ligado à sua capacidade de oferecer experiências significativas, alinhadas a valores sociais e ambientais, que fortaleçam a conexão emocional com o público.

Firehouse Subs amplia presença com entrada no mercado de delivery

Com pouco mais de 100 dias de operação no Brasil, a Firehouse Subs dá um novo passo estratégico para consolidar a marca e expandir o alcance da operação no mercado brasileiro. A rede americana, famosa por seus subs artesanais com proteínas premiuns, anuncia a integração do serviço de delivery ao seu modelo de negócios, proporcionando aos clientes a oportunidade de desfrutarem de todo o sabor e qualidade do seu cardápio no conforto de casa.

Além de ampliar a conveniência para os clientes, a novidade também expande a presença da marca para além das regiões onde ainda não há lojas físicas, acelerando assim as possibilidades de alcançar novos públicos oferecendo um cardápio reconhecido pela variedade e pelo frescor dos ingredientes e entregando a experiência gastronômica das lojas diretamente para a mesa dos consumidores, como explica o CMO da Firehouse Subs, Daniel Packness.

“Neste novo canal de vendas, nossos clientes podem conferir nossas ofertas e o menu recheado de destaques, que agora podem ser pedidos online, e que vai chegar ao cliente seguindo o mesmo padrão de excelência das nossas lojas. Serão preparados com ingredientes de alta qualidade dentro de um pão crocante por fora e macio por dentro, e cuidado redobrado para manter o sabor único e proporcionar experiências prazerosas”, detalhou.

Ainda de acordo com o executivo, antes de aderir ao modelo, a companhia estruturou uma estrutura logística para garantir uma jornada de atendimento ágil e eficiente.

“Tivemos um cuidado ao desenvolver as embalagens que garantisse a qualidade na entrega do sub da mesma forma que o consumidor retirasse diretamente em nosso balcão. Com a abertura deste novo canal, disponibilizamos aos nossos clientes a conveniência de receber Firehouse Subs em suas casas, além de proporcionar uma oportunidade de experiência a novos públicos, que ainda não tiveram a oportunidade de experimentar nossos subs”.

O CMO observa também que, além de entregar conveniência e praticidade, o lançamento do novo serviço é ainda um marco estratégico para a Firehouse Subs no Brasil.

“Nosso foco sempre foi oferecer produtos de excelência e, com essa nova operação, garantimos que ainda mais pessoas possam ter acesso à qualidade e ao sabor inconfundível dos nossos subs. É um passo importante para fortalecer nossa conexão com os consumidores e acelerar nosso crescimento”.

O serviço de delivery, segundo Packness, já está disponível no iFood e chegará em breve em outras plataformas – inicialmente para a região de Guarulhos, em caráter experimental, antes de ser disponibilizado a outras praças.

IA e CX no Brasil: a era do atendimento que entende antes de responder

Nos últimos dezoito meses, a inteligência artificial deixou de ser promessa para se consolidar como motor da transformação da experiência do cliente. O impacto não está apenas na eficiência operacional, mas na elevação do padrão do que o consumidor considera aceitável: hoje ele espera poder se expressar em linguagem natural, ser compreendido logo na primeira interação e receber a solução correta – e não apenas uma resposta – no canal em que prefere se comunicar. 

A mudança de comportamento é fruto da popularização de ferramentas como os modelos de linguagem, que acostumaram o cliente a interagir de forma intuitiva, sem seguir roteiros rígidos ou navegar por longos menus. O consumidor brasileiro, em particular, já não aceita mais a lógica do “pressione 1, pressione 2”; ele quer pedir o que deseja e receber de volta uma ação concreta, personalizada e contextual.

Nesse contexto, o Brasil ocupa posição de destaque. A maturidade do mercado em canais conversacionais, sobretudo no WhatsApp, nos coloca à frente de outros países em termos de prática e escala. Enquanto em várias regiões essa tecnologia ainda é emergente, por aqui acumulamos anos de aprendizado sobre o que funciona, onde estão os pontos de atrito e como medir o impacto de negócio. Essa experiência nos permite não apenas operar soluções mais avançadas, mas também servir como referência global sobre como desenhar jornadas mais efetivas.

O grande diferencial da inteligência artificial aplicada à experiência do cliente está em sua capacidade de reduzir atritos de forma prática. Ao acessar dados e regras de negócio em tempo real, a IA consegue diagnosticar situações com precisão, evitando erros comuns do atendimento humano. 

Muitas vezes, por exemplo, o cliente solicita um cancelamento não porque deseja desistir da compra, mas porque acredita que o pedido foi extraviado. Nesse caso, a verdadeira necessidade não é cancelar, mas obter a confirmação de que o produto já está a caminho. A IA, ao identificar esse contexto, entrega a informação certa e gera confiança. Além disso, sua flexibilidade linguística elimina barreiras de comunicação: se uma resposta não ficou clara, a tecnologia pode reformulá-la em outros termos ou até entregá-la em formato de voz, algo essencial em um país tão diverso como o Brasil.

A eficiência também não precisa significar desumanização. Pelo contrário, quando os bots cuidam do chamado “trivial difícil”, eles liberam os atendentes humanos para casos mais complexos, sensíveis e emocionais. Isso reduz a carga cognitiva das equipes, diminui o estresse e aumenta a qualidade do atendimento humano. Ao mesmo tempo, o cliente percebe um equilíbrio saudável entre tecnologia que resolve rápido e pessoas que oferecem acolhimento.

Outro ponto importante é a confiança. Há alguns anos, os usuários testavam os limites dos bots quase como se fosse um jogo, sempre desconfiados. Hoje, ao perceberem que as soluções de IA são mais humanas e, sobretudo, eficazes, eles passaram a utilizá-las de forma natural. Essa evolução cultural, somada a casos de sucesso já consolidados no país, como atendimentos em logística, varejo direto e até cobrança financeira, ajuda a consolidar o uso da inteligência artificial como ferramenta preferida em determinadas situações. Quando o bot resolve mais rápido que o humano, ele se torna a primeira escolha.

Ainda assim, há armadilhas comuns. Muitos projetos de IA seguem a lógica de desenvolvimento de software tradicional, com ciclos longos e fechados, quando na realidade deveriam ser iterativos: colocar rapidamente no ar, aprender com os dados reais e ajustar. Outro erro recorrente é acreditar que um chatbot de FAQ basta. Apenas fornecer informação resolve uma fração pequena dos problemas. A verdadeira transformação acontece quando a IA é capaz de executar ações que resolvem de fato a dor do cliente. Além disso, a dificuldade de expor APIs prontas é um obstáculo frequente. Novos padrões como MCP servers (Model Context Protocol) tendem a reduzir essa barreira, permitindo bots mais resolutivos em menos tempo.

Olhando para os próximos anos, a tendência é de conversas cada vez mais inteligentes desde o primeiro contato. Plataformas como Meta e Google já trabalham para que sinais de jornada sejam compartilhados, tornando as interações mais precisas e relevantes. Ao mesmo tempo, a evolução da orquestração generativa vai acelerar o ritmo de desenvolvimento: em vez de meses para lançar uma nova funcionalidade, será possível ativar várias em questão de semanas ou dias. Isso fará com que bots fiquem mais poderosos, rápidos e úteis para clientes e empresas.

No fim, o recado é claro: inteligência artificial aplicada à experiência do cliente não significa substituir pessoas, mas eliminar atritos, falar do jeito que o consumidor entende e agir com rapidez onde ele mais precisa. O Brasil, por sua maturidade em canais conversacionais e pela abertura cultural para novas tecnologias, tem a chance de liderar essa transformação globalmente. Quem souber aproveitar esse momento, unindo tecnologia, governança e coragem para iterar, definirá o novo padrão de excelência no atendimento pelos próximos anos.

Por Fábio Costa, diretor sênior de Inteligência Artificial da Sinch

NG.CASH compra SCD da BizCapital e acelera em crédito para jovens

NG.CASH adquiriu a Sociedade de Crédito Direto (SCD) da BizCapital por valor não divulgado, em operação aprovada pelo Banco Central. A transação reforça a estratégia da fintech de ampliar sua presença no mercado de crédito, especialmente entre jovens adultos, público que concentra sua base de clientes. Com a autorização regulatória, a empresa passa a operar como sociedade de crédito direto, o que permite acelerar a oferta de produtos financeiros em escala.

A incorporação da licença de SCD da BizCapital reforça a aposta da NG.CASH em crédito digital personalizado, combinando dados, tecnologia e inteligência artificial. A empresa quer transformar a forma como os jovens constroem seu histórico financeiro, criando alternativas seguras e transparentes de acesso a recursos. “A licença é peça fundamental para consolidarmos nossa frente de crédito. Nosso objetivo é escalar de forma responsável, levando soluções acessíveis e simples para quem está começando a vida financeira”, afirma Mário Augusto Sá, CEO da NG.CASH.

Segundo o executivo, a ambição é preencher lacunas que bancos tradicionais não atendem. “Queremos acompanhar nossos usuários nessa transição para a vida adulta, oferecendo crédito aliado à educação financeira e ao planejamento de longo prazo. Essa aquisição nos dá a estrutura regulatória e operacional necessária para acelerar esse movimento”, completa Sá.

No início do ano, a NG.CASH incorporou a base de clientes da Z1, fintech voltada ao público adolescente que buscava soluções simples para a entrada no sistema financeiro. A integração ampliou de forma relevante sua comunidade de usuários. Em julho, a empresa também levantou R$ 150 milhões em rodada Série B, liderada pela NEA e acompanhada por fundos como Monashees, a16z e Quantum Light. Com isso, já soma mais de R$ 300 milhões captados, recursos que sustentam sua expansão em crédito e o desenvolvimento de novos produtos financeiros.

IA de Decisão: A segunda onda que separará os líderes dos seguidores

Enquanto o mundo corporativo ainda celebra os avanços da Inteligência Artificial (IA) Generativa, uma revolução silenciosa está tomando forma nos laboratórios da OpenAI, Microsoft e outras gigantes tecnológicas. O esperado lançamento do ChatGPT-5 em agosto marcou não apenas uma evolução incremental, mas o início de uma nova era: a transição da IA Generativa para a IA de Decisão. Esta mudança de paradigma promete um novo salto, capaz de redefinir completamente como as empresas operam, competem e criam valor no mercado global.

A confirmação do lançamento do ChatGPT neste mês, após atrasos estratégicos, representa muito mais que uma atualização de software. Estamos testemunhando o nascimento de sistemas capazes de raciocínio analítico estruturado, tomada de decisões complexas e operação autônoma em ambientes empresariais. Diferentemente dos modelos atuais que simplesmente geram conteúdo baseado em prompts, produzindo texto ou imagens, os novos sistemas que demonstram capacidades de metacognição e pensamento crítico, o que os aproximam perigosamente da inteligência humana em domínios específicos.

A diferença agora é que não falamos mais de ferramentas. Falamos de agentes. E, com isso, entra em cena o conceito de Engenharia de Contexto – a arte e a ciência de fornecer à IA o conhecimento certo, no momento certo, da forma certa. Algumas organizações importantes já validaram publicamente esse novo campo, que se mostra essencial para construir confiança, autonomia e relevância nas interações dos agentes. Afinal, um agente só decide bem quando compreende com profundidade o ambiente em que opera.

Porém, não se trata apenas de técnica. A adoção da IA de decisão enfrenta o desafio crucial da confiança. Segundo um estudo, apenas 27% dos executivos confiam plenamente em agentes autônomos. Essa lacuna se reduz entre empresas que avançam para fases de implementação, indicando que a confiança é construída na prática, por meio de segurança, transparência e governança. E o que se observa é que, ao lado de humanos, agentes entregam mais valor: 65% mais engajamento em tarefas de alto impacto e 53% mais criatividade, segundo o mesmo estudo.

Nos laboratórios, as indicações são positivas em meio às desconfianças executivas. Uma pesquisa pioneira do MIT sobre Self Adapting Language Models (SEAL) ilustra perfeitamente esta evolução. Pela primeira vez na história da IA, temos modelos capazes de gerar seus próprios dados de treinamento e procedimentos de atualização, criando um ciclo virtuoso de aprendizado contínuo. Esta capacidade de autoaperfeiçoamento representa um salto qualitativo fundamental: enquanto os Grandes Modelos de Linguagem (LLMs) tradicionais permanecem estáticos após o treinamento, os novos sistemas evoluem continuamente com base na experiência, espelhando processos cognitivos humanos.

A chave, portanto, está no equilíbrio. Agentes não substituirão equipes, mas as ampliarão. O conceito revolucionário de Chain of Debate (Cadeia de Debates, em tradução livre), apresentado por Mustafa Suleyman da Microsoft AI, exemplifica como múltiplas IAs podem colaborar para produzir resultados superiores à capacidade individual de cada sistema. O MAI Diagnostic Orchestrator demonstrou precisão diagnóstica quatro vezes superior à de médicos humanos, não através de força bruta computacional, mas via colaboração estruturada entre agentes especializados. Esta abordagem sinaliza o futuro das operações corporativas: equipes híbridas onde múltiplos agentes de IA trabalham em conjunto para resolver problemas complexos de negócios.

A emergência da Engenharia de Contexto como disciplina central revela a sofisticação crescente destes sistemas. Não se trata mais de escrever prompts eficazes, mas de construir ecossistemas informacionais completos que permitam aos agentes compreenderem nuances contextuais, manter coerência temporal e tomar decisões baseadas em conhecimento profundo do ambiente operacional. Esta evolução transforma a IA de uma ferramenta de automação para um parceiro cognitivo capaz de raciocínio independente.

Contudo, uma pesquisa revela um paradoxo intrigante: enquanto o potencial econômico dos agentes de IA pode gerar até US$ 450 bilhões em valor, a confiança empresarial nestes sistemas diminuiu drasticamente. Está aparente contradição esconde uma verdade estratégica fundamental: as organizações que conseguirem resolver a equação confiança-autonomia primeiro obterão vantagens competitivas desproporcionais. A transição bem-sucedida exige não apenas investimento tecnológico, mas redesenho organizacional profundo e desenvolvimento de novas competências de governança de IA.

Como toda revolução tecnológica, existem riscos. Estudos recentes mostram que IAs podem absorver vieses de outras IAs em processos de treinamento – um fenômeno conhecido como “aprendizado subliminar”. Isso exige uma vigilância técnica constante, sobretudo em ciclos de refinamento e uso de dados sintéticos. Mas também abre caminho para uma nova disciplina: como guiar essas capacidades inesperadas em direção a resultados desejados? A resposta será essencial para CEOs que pretendem integrar IA de forma ética e escalável.

frameworks de capacidades da OCDE oferecem um mapa estratégico essencial para esta jornada. Ao estabelecer níveis claros de competência da IA em domínios como linguagem, resolução de problemas e criatividade, as empresas podem agora avaliar objetivamente onde investir recursos e quais processos são candidatos ideais para automação inteligente. Esta padronização representa uma oportunidade única para acelerar a adoção corporativa através de benchmarks transparentes e métricas comparativas.

A janela de oportunidade está se abrindo rapidamente, mas não permanecerá aberta indefinidamente. As empresas que compreenderem que estamos em transição de ferramentas generativas para parceiros cognitivos autônomos, que investirem em Engenharia de Contexto e que desenvolverem competências em sistemas multiagente, irão se posicionar como líderes da próxima década.

Essa segunda onda da IA que está em andamento não é mais sobre gerar conteúdo, mas sobre tomar decisões inteligentes. Os vencedores serão definidos não pela velocidade de adoção, mas pela profundidade da integração estratégica destes novos paradigmas cognitivos em suas operações fundamentais. E, neste sentido, os CEOs que compreenderem que o valor da IA de decisão está na simbiose com pessoas, na Engenharia de Contexto e na governança proativa terão uma vantagem estratégica duradoura.

Não se trata mais de falar com máquinas. Trata-se de construir objetivos e soluções com elas.

Brasil atinge recorde de mulheres empreendedoras com 10,4 milhões de brasileiras e setor ganha destaque com negócios de alto impacto

O estudo “Empreendedorismo Feminino – Sob a Ótica da PNAD Contínua”, realizado pelo Sebrae com base em dados do IBGE, aponta que o Brasil atingiu a marca de 10,4 milhões de mulheres empreendedoras em 2024, o maior número da série histórica e que representa um crescimento de aproximadamente 42% em relação a 2012. Apesar do avanço, a participação feminina ainda está aquém do potencial: embora 51,7% da população em idade ativa seja composta por mulheres, elas representam apenas 34,1% dos donos de negócios no país.

Nesse cenário, a trajetória da paulistana Juliana Stephani se destaca como exemplo de como a paixão pode se transformar em oportunidade de negócio e em referência de inovação. Médica veterinária de formação, com especializações realizadas fora do Brasil, Juliana uniu duas de suas maiores paixões, os animais e as viagens para fundar a PETFriendly Turismo, agência especializada no transporte de cães e gatos.

“As mulheres trazem uma visão humanizada, detalhista e inovadora para os negócios. O crescimento do empreendedorismo feminino no Brasil é uma oportunidade para mostrar que podemos ocupar cada vez mais espaços estratégicos e gerar impacto positivo na sociedade” comenta Juliana. 

A empresa oferece soluções completas para famílias que precisam deslocar seus pets dentro e fora do país, atuando desde o planejamento e elaboração de rotas até a emissão de documentos internacionais, passagens aéreas, traslados terrestres, acompanhamento durante o trajeto sem o tutor e a comercialização de itens essenciais, como caixas e bolsas de transporte.

O modelo de negócio tem mostrado resultados expressivos. Em 2024, a PETFriendly Turismo registrou faturamento de R$3,5 milhões, com mais de 7 mil serviços realizados e 1,9 mil clientes atendidos. Atualmente, a agência organiza em média 70 viagens mensais e projeta alcançar a marca de 100 deslocamentos por mês até o final de 2025. Para isso, aposta em um plano de expansão que prevê crescimento de 15% no próximo ano.

O objetivo da fundadora é transformar a empresa em um ecossistema completo, capaz de oferecer tudo o que envolve o transporte de animais de estimação com conforto, bem-estar e segurança. Entre as novas frentes em estudo estão serviços de suporte presencial em aeroportos, emissão de certificações e vistos para tutores, além de aplicativos que facilitem a comunicação com companhias aéreas.

Agentes de IA são a nova revolução do comércio digital

O comércio digital sempre evoluiu em saltos. Marketplaces, meios de pagamento digitais, personalização e automação marcaram fases distintas, mas agora surge uma mudança de patamar. Os agentes de Inteligência Artificial não apenas automatizam tarefas, mas inauguram um modelo de operação contínuo, autônomo e orientado a resultados. Diferente de ferramentas que dependem de comandos humanos, esses sistemas funcionam como colaboradores virtuais que aprendem, decidem e agem em tempo real, 24 horas por dia, conectando dados, contexto e objetivos de negócio em um ciclo de melhoria constante.

O que torna os agentes uma revolução é justamente a autonomia. Eles não aguardam instruções, mas são capazes de detectar padrões de comportamento do consumidor, avaliar estoque, ajustar preços, revisar campanhas de marketing e até propor rotas logísticas mais eficientes. O processo envolve quatro movimentos encadeados que são a definição de metas, interpretação do cenário, execução de ações e aprendizado a partir dos resultados. Esse ciclo permanente transforma o e-commerce em uma operação mais inteligente, responsiva e escalável, algo que antes parecia restrito a laboratórios de inovação, mas já se mostra viável em larga escala.

Os impactos práticos explicam por que a adoção se acelera. Estimativas da McKinsey apontam que a IA generativa pode adicionar até 4,4 trilhões de dólares por ano à economia global, com o varejo digital entre os setores mais beneficiados. A Amazon, por exemplo, utiliza agentes de precificação que ajustam valores a cada minuto, preservando margens e competitividade. A Zalando opera um assistente virtual de moda capaz de montar looks completos, elevando ticket médio e fidelização. Esses exemplos mostram que não se trata de experimentos, mas de uma nova lógica operacional que já movimenta bilhões.

Outra razão que consolida o caráter revolucionário dos agentes está no redesenho da relação entre empresas e tecnologia. O Google já projeta um cenário em que interações não ocorrerão apenas entre humanos e máquinas, mas também entre agentes inteligentes em transações diretas, no modelo Machine-to-Machine e Agent-to-Agent. Isso significa que parte relevante das negociações digitais poderá ocorrer de forma invisível ao usuário, em velocidade e escala impossíveis para qualquer equipe humana. Estar preparado para esse movimento é mais do que uma vantagem competitiva, é condição de sobrevivência no mercado.

A transformação, porém, não se faz de forma imediata. O caminho estratégico começa por identificar uma dor clara e mensurável do negócio, implementar um agente dedicado a resolver esse problema e acompanhar de perto os resultados. Criar comitês internos de IA e estabelecer governança sobre os usos também são passos fundamentais. O ponto central é entender que os agentes não substituem pessoas, mas ampliam a capacidade dos times, liberando-os de tarefas repetitivas para que possam se dedicar a decisões mais complexas e criativas.

Os agentes de IA são a revolução do comércio digital porque elevam o nível de inteligência operacional, introduzem autonomia em larga escala e reconfiguram a forma como o varejo interage com consumidores, concorrentes e até com a própria infraestrutura digital. Estamos entrando em uma era AI First, na qual os negócios que abraçarem essa mudança terão não apenas ganhos de eficiência, mas uma nova forma de competir em um ambiente cada vez mais veloz, complexo e exigente.

Esta startup evitou a perda de R$ 1 bilhão em faturamento de marcas e influenciadores contra sites e perfis falsos

O cenário de fraudes digitais no Brasil atinge patamares alarmantes, com um prejuízo total de R$ 5,8 bilhões em 2023 e uma média diária de 13 mil tentativas de golpe, somando 4,7 milhões de incidentes no ano, segundo dados de levantamentos da Serasa Experian. Nesse ambiente de crescente ameaça, a atuação de empresas especializadas em online brand protection, como a Offertech, tem se mostrado relevante. A startup brasileira já evitou a perda de R$ 1 bilhão em faturamento que seria capturado por criminosos através de sites e perfis falsos usando indevidamente os nomes de marcas e influenciadores digitais.

A necessidade de soluções como a da Offertech é acentuada pela rápida evolução das ameaças digitais. O Brasil, por exemplo, foi o 2º país da América Latina com mais ataques de phishing em 2023, conforme dados da Kaspersky. Além disso, o uso de Inteligência Artificial (IA) para criar deepfakes e perfis falsos ultra-realistas em golpes é uma tendência crescente, com casos notórios de uso de IA para enganar vítimas. Influenciadores digitais, por sua vez, são alvos frequentes de perfis falsos que utilizam sua imagem ou conteúdo indevidamente, gerando prejuízos e danos à reputação.

A Nova Dinâmica da Fraude Digital

“A ‘nova dor’ que a Offertech aborda é uma epidemia de fraudes digitais de um tipo diferente, mais traiçoeiro e enganoso, que se desenvolve de forma sutil e imperceptível, mas com efeitos prejudiciais ou perigosos. Esse fenômeno surgiu com a massificação do e-commerce e das redes sociais. Não se trata mais apenas de um produto falsificado, mas da falsificação completa da identidade e da confiança de marcas e consumidores”, explica Felipe Meirelles, CEO da Offertech. 

Ele complementa, diferenciando a atuação da empresa. “Soluções tradicionais de cibersegurança geralmente focam na proteção de dados e infraestrutura interna de uma empresa, o que é vital, mas não abordam a ameaça externa de sites e perfis falsos que operam fora das redes da empresa. Nossa expertise está em monitorar proativamente o ambiente externo da marca na internet”.

Inteligência Artificial e a Resposta Rápida

A Offertech opera com uma Inteligência Artificial proprietária e altamente especializada, ativa 24 horas por dia, 7 dias por semana. Essa IA utiliza algoritmos avançados de Machine Learning e processamento de linguagem natural, treinados com milhões de incidentes de fraude, para identificar anomalias e tentativas de imitação fraudulenta em tempo real. Essa agilidade permite que a Offertech envie notificações de takedown em menos de um minuto, com remoções efetivadas em poucas horas – uma velocidade que, segundo a empresa, nenhum método tradicional consegue. A Offertech registra 100% de efetividade nas remoções para marcas globais como Adidas, JBL, Motorola e Samsung.

As Consequências da Fraude Digital

Desde sua atuação no mercado, a Offertech já monitorou mais de 25 milhões de anúncios e removeu 10 milhões de incidentes de fraude. O impacto da fraude digital vai além do financeiro, afetando diretamente a reputação e a credibilidade. A confiança em posts de influenciadores na América Latina, por exemplo, caiu de 58,1% em 2022 para 37,7% em junho de 2024, conforme pesquisa da Latam Intersect PR

Empresas globais continuam enfrentando crises de reputação devido a notícias falsas e desinformação, conforme relatórios de gestão de crise como o Edelman Trust Barometer 2024. “O impacto das fraudes digitais estende-se muito além do valor direto que já ajudamos a proteger, corroendo os ativos mais valiosos de uma marca: sua reputação e sua base de clientes leais. Quando um consumidor é enganado por uma fraude associada a ela, a raiva e a frustração recaem sobre a marca legítima, mesmo sendo ela a vítima”, ressalta Meirelles.

O Compromisso com um Ambiente Digital Mais Seguro

O CEO da Offertech reitera o compromisso da empresa que é proteger marcas no ambiente online para tornar a internet um lugar mais seguro para pessoas e marcas. “Na nossa atuação, buscamos não apenas a remoção de fraudes, mas também o empoderamento de seus parceiros. Para isso, utilizamos diversas ferramentas, incluindo um inédito aplicativo de denúncias que permite a parceiros autorizados e usuários estratégicos reportar ilegalidades de forma intuitiva, auxiliando na identificação de novas ameaças”.

Para mais informações sobre as soluções da Offertech e o combate às ilegalidades online, visite www.offertech.com.br/ 

Por que a cibersegurança virou prioridade estratégica no setor de Saneamento

Impulsionadas pela transformação digital, as empresas de saneamento básico no Brasil incorporam cada vez mais tecnologias inteligentes – de sensores remotos e sistemas de telemetria a plataformas de automação integrada – para otimizar suas operações e reduzir perdas. O problema é que esse avanço amplifica a superfície de ataque cibernético, e um setor que tem sido cada vez mais visado por criminosos pode ficar exposto a incursões hackers.

O resultado é que a cibersegurança passou a ser encarada não mais como questão meramente técnica de TI, e sim como uma prioridade estratégica nas companhias de água e esgoto. Concessionárias de água agora lidam com ameaças cibernéticas sofisticadas, muitas vezes direcionadas a derrubar ou manipular sistemas de bombeamento, tratamento ou controle de qualidade.  

Infraestrutura crítica na mira: ataques cibernéticos em alta

As estatísticas confirmam uma escalada global de ataques cibernéticos contra empresas de serviços essenciais, incluindo as de saneamento. De acordo com pesquisa da Check Point, só em 2025 os setores de energia e utilities sofreram em média 1.872 tentativas de ataque por semana por organização no mundo, um aumento de 53% em relação ao mesmo período do ano anterior.  

No Brasil, o setor de utilities registrou cerca de 3.059 tentativas semanais de ataque por organização entre setembro de 2024 e fevereiro de 2025. Um dos motivos é o apelo estratégico desse tipo de infraestrutura: criminosos preferem alvos que podem causar interrupção e prejuízos massivos pois sabem que a sociedade exigirá soluções rápidas – o que muitas vezes se traduz em pagamento de resgate para restaurar serviços.

Muitas concessionárias de água, especialmente aquelas que atendem populações pequenas ou médias, operam com sistemas de controle antigos que jamais foram projetados para enfrentar o cenário atual de ameaças cibernéticas. Redes SCADA, controladores lógicos programáveis (CLPs) e gateways de acesso remoto frequentemente carecem de controles básicos de segurança, como comunicação criptografada ou mecanismos robustos de autenticação.  

Atualizações e correções de segurança são infrequentes ou inviáveis devido à necessidade de manter os sistemas em funcionamento e por questões de compatibilidade. Diante dessa realidade, avaliações de risco específicas para o setor e auditorias de sistemas tornam-se essenciais para entender e mitigar vulnerabilidades.

Impactos reais: interrupção de serviços, contaminação e danos à reputação

Longe de serem riscos teóricos, os ciberataques contra sistemas de saneamento já provocaram efeitos concretos. Um caso emblemático ocorreu em fevereiro de 2021 na cidade de Oldsmar, na Flórida (EUA), quando um invasor conseguiu acesso remoto ao sistema de tratamento de água e tentou aumentar drasticamente a dosagem de hidróxido de sódio (soda cáustica) na água potável – de 100 partes por milhão para 11.000 ppm.  

Se não fosse prontamente detectada pela equipe, essa alteração teria envenenado a água distribuída, causando irritações graves, danos aos pulmões e até risco de cegueira na população. As autoridades felizmente notaram a mudança a tempo e reverteram o ajuste antes que a água contaminada chegasse às torneiras.  

Ataques cibernéticos também podem interromper totalmente o serviço de água ou dificultar sua operação, mesmo sem provocar contaminação. No Reino Unido, em agosto de 2022, a empresa South Staffordshire Water, que abastece uma rede com mais de 1,6 milhão de pessoas, sofreu um ataque de ransomware que afetou seus sistemas de TI. Os criminosos afirmaram ter acessado também a rede de OT, incluindo sistemas de monitoramento de níveis químicos da água.

Mesmo que o ataque não tenha provocado falta d’água imediata, o tempo de resposta consumido e a incerteza gerada foram extremamente danosos. Situações assim acarretam gastos extras operacionais, mobilização de equipes de emergência e abalo na confiança dos consumidores. A percepção pública de que “hackers invadiram a água” pode manchar a reputação de uma concessionária durante anos.

Estratégias de defesa

Para proteger suas operações, as empresas têm adotado estratégias avançadas de cibersegurança. Uma das abordagens mais eficazes é a arquitetura Zero Trust, que parte do princípio de que nenhum acesso — seja de usuários, dispositivos ou aplicações — deve ser confiado por padrão, mesmo que já esteja dentro da rede.

Outro pilar é a segmentação entre as redes de TI (tecnologia da informação) e OT (tecnologia operacional). Separar ambientes industriais do restante da estrutura corporativa dificulta significativamente a propagação de ataques.  

Em muitos casos, entretanto, as empresas precisam fazer uma análise mais profunda na infraestrutura, o que inclui inventário e classificação de ativos e revisão da arquitetura de rede. A partir disso, é possível, além de optar por tecnologias mais avançadas, realizar uma modelagem de ameaças para ambientes OT, e a elaboração de planos de resposta a incidentes. Especialistas externos com experiência específica em sistemas industriais podem oferecer esses serviços sem comprometer a continuidade operacional.

O setor de água e esgoto exerce um papel singular na infraestrutura nacional: é essencial à saúde pública, altamente descentralizado e opera com um ecossistema tecnológico tão diverso quanto complexo. Diante de ameaças cibernéticas em constante evolução, é imprescindível que esse setor também amadureça sua abordagem frente à segurança digital. A expertise técnica independente, antes vista como um apoio complementar, hoje se consolida como elemento indispensável para garantir a continuidade dos serviços, preservar a confiança da população e sustentar a resiliência operacional diante de riscos cada vez mais sofisticados.

Por Eduardo Gomes, Gerente de Cibersegurança na TÜV Rheinland

Solução de self storage alcança marco histórico e amplia expansão sustentável no Brasil

SmartStorage alcança um marco decisivo em sua trajetória ao investir mais de R$ 80 milhões na construção e retrofit de unidades próprias. Esse investimento consolida a empresa como uma das líderes nacionais em self storage e marca o início de uma nova fase: a expansão por meio de franquias, cujo modelo estruturado será lançado ainda em 2025, com planos de crescimento em diferentes regiões do país.

Segundo Francisco Canuto, CEO do SmartStorage, o movimento acompanha as transformações urbanas e a crescente demanda por soluções inteligentes e flexíveis de gestão de espaço. “Nosso objetivo é ampliar o acesso ao self storage sustentável, com acesso via app, mantendo eficiência operacional e reduzindo o impacto ambiental. Estamos prontos para levar esse modelo a todo o Brasil”, afirma.

A estratégia da empresa combina tecnologia, acesso via app e práticas sustentáveis. Atualmente, 80% das unidades já operam com energia solar, contribuindo para a redução de emissões de gases de efeito estufa. De acordo com a ABSOLAR, a geração distribuída de energia solar no Brasil evitou, até 2024, a emissão de cerca de 64,2 milhões de toneladas de CO₂, o equivalente a retirar milhares de veículos de circulação por um ano. Além disso, empresas podem economizar até 95% nos custos de eletricidade ao adotar essa fonte energética.

Outro diferencial do SmartStorage está no modelo construtivo baseado em retrofit aliado a soluções industriais. Essa abordagem reduz o tempo médio de obra e minimiza impactos urbanos. Estudos publicados na ResearchGate mostram que projetos de retrofit podem reduzir em até 7,3% o consumo de energia e em 22,5% a geração de resíduos sólidos, promovendo maior eficiência no uso de recursos naturais.

O crescimento da empresa acompanha o ritmo acelerado do setor no Brasil. Em São Paulo, milhares de Espaços Box já foram locados por pessoas físicas e empresas, refletindo a alta demanda por espaços versáteis e seguros em áreas de grande densidade populacional. Essa performance garantiu ao SmartStorage um lugar de destaque no ranking da revista Exame de 2025, figurando entre as 40 empresas que mais crescem no país.

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