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Como fotos editadas por IA ajudam vendedores brasileiros a vender mais gastando menos?

A imagem ainda vale mais do que mil palavras, especialmente no e-commerce. Consumidores levam em média apenas 50 milissegundos para formar uma primeira impressão sobre um produto online, segundo dados de uma pesquisa Google. Com a popularização de ferramentas de inteligência artificial voltadas à edição de fotos, vendedores brasileiros têm encontrado alternativas mais acessíveis e eficientes para apresentar seus produtos online, sem depender de ensaios fotográficos profissionais, que costumam ser caros e demorados.

Em vez de montar estúdios, contratar fotógrafos ou alugar locações, lojistas que vendem no Mercado Livre, Shopee, Elo7, Instagram Shopping ou plataformas como Nuvemshop e Shopify têm adotado imagens geradas por IA para simular contextos realistas. Uma almofada artesanal pode aparecer em uma sala de estar moderna; um cosmético natural, sobre uma bancada de banheiro iluminado; uma caneca feita à mão, nas mãos de um modelo em uma mesa de café da manhã. Tudo isso feito digitalmente, com base em uma única foto simples do produto, geralmente feita com o celular.

O recurso, conhecido como encenação de produto com IA, utiliza algoritmos para posicionar produtos em cenários que imitam a realidade, ajustando automaticamente luz, sombras, perspectiva, escala e temperatura de cor. Ao contrário das maquetes digitais ou montagens tradicionais, as ferramentas atuais foram treinadas para entender tanto o objeto quanto o ambiente, resultando em imagens que parecem ter sido produzidas em sessões fotográficas reais.

“Antigamente, criar boas imagens de estilo de vida exigia toda uma produção: locação, casting, fotógrafo, direção de arte e edição. Isso custa caro e demanda tempo, um luxo que a maioria dos vendedores simplesmente não tem”, explica Matt Rouif, CEO da Photoroom, startup especializada em edição de imagens com IA. “Hoje, em poucos minutos, é possível gerar uma biblioteca de fotos realistas com qualidade profissional.”

A proposta é simples: com uma imagem limpa do produto, o lojista pode gerar dezenas de variações ambientadas para diferentes canais. Além de páginas de produto, essas imagens são usadas em campanhas de e-mail, redes sociais, anúncios pagos e vitrines virtuais. A flexibilidade visual também permite adaptar as peças para diferentes públicos, por exemplo, posicionando um mesmo tênis, em uma trilha esportiva ou em um ambiente urbano, conforme o perfil da campanha.

Para muitos comerciantes brasileiros, principalmente os que operam sozinhos ou em equipes enxutas, essa tecnologia se tornou um diferencial competitivo. “Os custos para uma sessão de fotos completa com locação, fotógrafos, modelos e edição podem facilmente ultrapassar R$ 5 mil. É inviável repetir esse processo a cada novo lançamento ou campanha promocional. Com IA, resolvemos isso em minutos, com um investimento simbólico”, diz Matt.

Mais do que uma solução prática, as imagens contextualizadas desempenham um papel estratégico ao compensar a ausência do contato físico com o produto durante a jornada de compra online.

Segundo especialistas do setor, esse tipo de narrativa visual desperta interesse imediato, além de gerar maior confiança e conexão emocional. “Se você vende sabonetes artesanais, camisetas estampadas ou bijuterias feitas à mão, mostrar seus produtos no contexto certo pode ser o diferencial entre ser ignorado ou vendido”, acrescenta o CEO da Photoroom.

Além disso, a facilidade na produção de imagens permite às equipes testar rapidamente quais visualizações geram mais valor. Com menos tempo e custo por imagem, é possível realizar testes A/B com diferentes contextos visuais e concentrar esforços nas campanhas e ativos criativos que mais convertem.

“A IA não substitui a criatividade humana, mas multiplica o alcance do que uma pequena equipe consegue produzir. E, no comércio online, onde tudo começa pela imagem, isso faz toda a diferença”, finaliza Matt.

Lockers se tornam aliados estratégicos para pequenos negócios

O ecossistema de pequenos negócios no Brasil está em plena expansão. Entre janeiro e maio deste ano, o país viu a abertura de 2,21 milhões de novas empresas, sendo a grande maioria (97%) composta por microempreendedores individuais (MEI), microempresas (ME) e empresas de pequeno porte (EPP). Este número representa um aumento de 24,9% em relação ao mesmo período do ano passado e evidencia a força do empreendedorismo autônomo. Para muitos deles, que atuam na venda de roupas, cosméticos ou eletrônicos, a logística de entrega é um dos principais desafios.

Nesse cenário, os armários inteligentes surgem como aliados estratégicos. Os lockers permitem que o vendedor deposite a mercadoria em um ponto seguro para que o cliente a retire no horário que for mais conveniente, sem a necessidade de encontros presenciais ou do pagamento de fretes caros. Essa flexibilidade não apenas otimiza a operação do vendedor, mas também melhora a experiência de compra, fator crucial para a fidelização.

“Nossa missão é democratizar o acesso a uma logística de ponta. O pequeno empreendedor não precisa mais se preocupar em ter um espaço físico ou em conciliar sua agenda com a do cliente para uma entrega”, explica Gabriel Peixoto, CEO da Meu Locker. “Ao usar um armário inteligente, ele oferece um serviço profissional, seguro e disponível 24/7. Isso não apenas resolve um problema logístico, mas também agrega valor à sua marca e o coloca em pé de igualdade com negócios maiores”, conclui.

Top 15: ranking inédito do HypeAuditor revela as marcas mais mencionadas por influenciadores no Brasil

Um levantamento inédito revela quais foram as 15 marcas brasileiras mais mencionadas por influenciadores do país no último ano. O estudo, realizado pelo HypeAuditor, mapeou todas as menções (orgânicas e patrocinadas) feitas por milhares de criadores de conteúdo entre julho de 2024 e julho de 2025 na rede social Instagram. 

A análise reúne dados como as marcas com maior volume de menções (em número de posts), a quantidade de influenciadores únicos que citaram cada marca, o total de interações dos usuários –somando curtidas e comentários – e a estimativa de equivalência publicitária gerada por essas menções.

O Top 15 do HypeAuditor revela um predomínio dos segmentos de beleza e cosméticos (6 marcas), varejo de moda e vestuário (4 marcas) e plataformas de e-commerce multissetorial (2 marcas)   O material oferece um panorama valioso sobre a presença de marca no ecossistema de influência no Brasil — e sobre como os influenciadores ajudam a consolidar e manter a relevância e a reputação de determinadas marcas na percepção do consumidor.

INTELIGÊNCIA DE DADOS

O HypeAuditor é uma plataforma de análises e gerenciamento de marketing de influência, que atua em todas as etapas para otimizar campanhas digitais, passando pela descoberta de criadores, gerenciamento de campanhas e analises e relatórios para marcas e agências em todo o mundo. Com um dos sistemas mais avançados do mercado para a detecção de fraudes, a partir do uso de IA e machine learning para detectar  padrões de comportamento, a plataforma também dispõe de uma base de mais de 200 milhões de influenciadores nas  maiores redes sociais, incluindo Instagram, TikTok, X, YouTube e Twitch. 

DESTAQUES DO RANKING

Entre os destaques do estudo, a Growth Supplements lidera com folga o ranking de menções, com mais de 47 mil posts, feitos por cerca de 7,9 mil influenciadores. Além do volume, chama atenção o alto engajamento: foram mais de 297 milhões de curtidas e 4,2 milhões de comentários. Os números revelam como marcas do setor de saúde e bem-estar têm encontrado espaço para crescer com estratégias de influência digital.

Shein Brasil, em segundo lugar, também impressiona ao reunir o maior número de influenciadores (cerca de 8,8 mil) e manter um engajamento robusto, com cerca de 2,9 milhões de comentários e mais de 102 milhões de curtidas. Já a Netflix Brasil na quarta posição mostra que marcas de entretenimento também sabem usar o poder da influência: mesmo com menos menções do que as líderes, a marca se destaca pelo engajamento acima de 1,2 milhão de comentários, reflexo da conexão emocional com o público.

O setor de beleza e cosméticos também se destaca no Top 15, com marcas como Vòlia CosméticosO BoticárioMundial Impala e Natura. A recorrência dessas empresas reforça o papel dos criadores de conteúdo como catalisadores de tendências de consumo no segmento de autocuidado.

Já no varejo e moda, marcas como Adidas BrasilRenner e a própria Shein demonstram uma atuação consistente. A estratégia parece ser o investimento em parcerias duradouras com influenciadores, promovendo múltiplos conteúdos ao longo do tempo, o que contribui para reforçar a lembrança de marca e gerar um impacto publicitário acumulado relevante.

“Além de oferecer um panorama das marcas mais mencionadas, o estudo revela que a consistência e a escolha estratégica de influenciadores têm mais peso do que simplesmente apostar em grandes volumes de campanhas pontuais. Criadores com histórico de boa performance e alinhamento com os valores da marca são priorizados para colaborações recorrentes, aumentando a eficiência da comunicação.”, afirma Maria Marques, Gerente de Marketing para a América Latina do HypeAuditor.

Top 15 das marcas brasileiras mais mencionadas por influenciadores no Instagram (Clique aqui para acessar todos os dados do ranking do HypeAuditor)

  1. Growth Supplements (Saúde / Suplementos)
  2. Shein Brasil (Varejo / Moda e Vestuário)
  3. Vòlia Cosméticos (Beleza / Cosméticos)
  4. Netflix Brasil (Entretenimento)
  5. O Boticário (Beleza / Cosméticos)
  6. Mundial Impala (Beleza / Cosméticos)
  7. Adidas Brasil (Varejo / Moda e Vestuário)
  8. Shopee Brasil (Varejo / E-commerce multissetorial)
  9. Natura (Beleza / Cosméticos)
  10. Renner (Varejo / Moda e Vestuário)
  11. Risqué (Beleza / Cosméticos)
  12. Ruby Rose Brasil (Beleza / Cosméticos)
  13. C&A Brasil (Varejo / Moda e Vestuário)
  14. Cacau Show (Alimentação)
  15. Mercado Livre (Varejo / E-commerce multissetorial)

E-mail marketing: ultrapassado ou eficaz?

Quantas vezes você já ouviu a frase “o e-mail está ultrapassado”? Em um mundo onde as redes sociais e diversas plataformas de comunicação dominam as estratégias de marketing, é comum ver empresas que descartam a caixa de entrada, a considerando como um cemitério digital, cheio de spans e mensagens esquecidas. Mas, e se essa percepção estiver errada? E se essa ferramenta que muitos consideram antiquada for, na verdade, uma das mais resistentes e benéficas para atrair e fidelizar cada vez mais clientes?

Por mais que o e-mail seja visto como uma ferramenta “antiga” por muitas pessoas, diversas pesquisas mostram que ele continua sendo um pilar fundamental tanto para a comunicação pessoal quanto para o marketing digital. Um estudo da Netexperts, como prova disso, indica que 92% dos brasileiros ainda utilizam esse canal, sendo que, desses, 61% o acessam diariamente. Quanto à sua finalidade, outra pesquisa da MediaPost revelou que 72% dos consumidores o direcionam como seu canal ideal de comunicação com as empresas.

Longe de ser obsoleto, esses dados mostram como essa ferramenta ainda continua fortemente presente no dia a dia da população. Deste modo, quando investido nas estratégias corporativas, é capaz de trazer uma série de benefícios para ambas as partes. Para o consumidor, o e-mail não é visto como spam, mas sim como uma fonte de informação relevante, integrado à rotina para assuntos mais importantes e, até mesmo, comerciais, sendo facilmente acessado nos horários mais apropriados em seu dia a dia.

Para as empresas, além de ser um dos meios com maior custo-benefício do mercado – com várias ofertas disponíveis a serem adaptadas dependendo do projeto desenhado – permite a personalização das campanhas conforme a segmentação e objetivos definidos por cada empresa, criando mensagens customizadas direcionadas ao perfil, histórico e preferências de cada cliente, ao invés de textos padrões e generalizados.

Esses envios podem ser feitos de maneira automatizada e otimizada baseadas em gatilhos e comportamentos de cada pessoa. Isso contribui para que cheguem à caixa de entrada nos dias e horários mais adequados para cada um, aumentando as chances de abertura e conversão. Quanto mais personalizados esses conteúdos forem, melhores serão esses resultados, despertando interesse nos consumidores diante de textos relevantes que façam sentido para suas necessidades.

Afinal, de acordo com estudos da McKinsey, 71% dos consumidores esperam interações personalizadas das empresas, e quando essa expectativa não é atingida, 76% se sentem frustrados. Todos esses cuidados, juntos, somam os ingredientes necessários para uma estratégia de sucesso quanto aos benefícios do e-mail marketing, enriquecendo essa experiência com as marcas e elevando a retenção de cada vez mais clientes.

Entretanto, assim como toda receita, é necessário se atentar a alguns detalhes importantes para que este preparo dê certo, começando por um dos pontos mais cruciais nesses resultados: a base de contatos. Antes de iniciar qualquer disparo, utilize ferramentas de inteligência que higienizem essa lista e garantam sua qualificação, para que tenham certeza de que estão entrando em contato com as pessoas que têm interesse nos seus serviços ou produtos. Essa limpeza já será metade do caminho andado.

A partir disso, foque na personalização do conteúdo, trazendo textos atrativos para cada necessidade. Aproveite essas mensagens para oferecer ao usuário a possibilidade de continuarem sua jornada nos outros meios de comunicação que a empresa tenha, criando uma estratégia omnichannel que permita a cada um se comunicar com a marca em seu canal predileto e proporcionando, com isso, uma maior amplitude de possibilidades para manter esse relacionamento.

Faça, também, testes A/B para analisar se as campanhas estão gerando os resultados esperados, sempre se baseando em objetivos claros estabelecidos através do e-mail marketing. Até porque, dependendo da etapa da jornada que cada cliente estiver, é possível construir uma abordagem específica para direcioná-lo ao melhor caminho, mantendo seu engajamento e interesse. Uma cadência excessiva e não aderente pode levar à insatisfação e perda desse consumidor.

Por fim, não deixe de garantir a empregabilidade dessa ferramenta, tendo profissionais qualificados por trás que auxiliem na manutenção da gestão dessa infraestrutura, o que refletirá não apenas em um design responsivo em todas as plataformas, mas que também mensurem, em tempo real, todas as informações de desempenho dessas campanhas, para que essa estratégia consiga maximizar sua assertividade na conversão e retenção de clientes.

Wilton Farelli é Gerente Operacional da Pontaltech, empresa especializada em soluções integradas de VoiceBot, SMS, e-mail, chatbot e RCS.

Lei de Inovação busca aproximar empresas, Estado e instituições científicas para impulsionar o desenvolvimento

Criada em 2004 e reformulada em 2016, a Lei de Inovação (Lei 13.243) tem como principal função criar um ambiente seguro para a colaboração entre empresas, instituições de pesquisa e o poder público. Mais do que apenas um conjunto de regras, a legislação representa uma estratégia para garantir que o Brasil consiga transformar conhecimento em desenvolvimento econômico e políticas públicas mais eficazes. 

Para o consultor jurídico da Fundação de Desenvolvimento da Pesquisa do Agronegócio (Fundepag), sócio-fundador de Silva Ribeiro Advogados Associados, doutor e mestre pela PUC/SP e professor de Processo Civil da PUC-SP/COGEAE, Leonardo Ribeiro, a lei permite, de forma sólida e segura, uma parceria entre vários atores, como órgãos públicos, instituições de pesquisa públicas, empresas privadas e organizações do terceiro setor, para que todos possam buscar soluções inovadoras.  

Segundo o advogado, um dos méritos da lei é romper com a ideia, ainda comum, de que contratos com o poder público são sempre desequilibrados e burocráticos. “Há um certo temor das instituições privadas em se aliar ao poder público. A lógica que se tem, e que é equivocada, é que essas parcerias trazem cláusulas abusivas. A Lei de Inovação não parte dessa premissa, pelo contrário, ela cria instrumentos jurídicos que viabilizam uma relação mais equilibrada, mais horizontal”. 

Já, o procurador do Estado de São Paulo, coordenador do Núcleo Temático de Propriedade Intelectual e Inovação da PGE/SP, mestre em Direito Econômico, doutor (Ph.D) em Direito Administrativo, Rafael Carvalho de Fassio, destaca que inovar é mais do que um diferencial competitivo: é uma necessidade. “Inovação não é algo que fazemos porque é bacana. Inovar é uma estratégia de sobrevivência. Para a empresa, é o que permite se manter no mercado; para o Estado, é uma ferramenta de crescimento e desenvolvimento”. 

Fassio lembra que a legislação surgiu diante da percepção de que o direito administrativo tradicional não oferecia mecanismos adequados para parcerias voltadas à inovação. “Quase nada do que está na lei era impossível de ser feito antes. O que ela fez foi facilitar, simplificar e oferecer segurança jurídica, sendo uma resposta à ineficiência das vias tradicionais do Estado”, observa. Para ele, a principal premissa da legislação é justamente a parceria. “Ninguém cresce sozinho. O setor privado precisa do capital intelectual das instituições públicas e o Estado necessita do investimento e da agilidade das empresas. A lei de inovação tenta facilitar esse encontro”. 

Na prática, para uma empresa interessada em inovar, o primeiro passo é identificar qual é a dor que se deseja resolver, seja um produto, um serviço ou um processo. A partir daí, a legislação permite firmar parcerias com instituições públicas ou privadas de pesquisa. “O importante é que todos esses atores estão à disposição e a lei traz os mecanismos para que as parcerias ocorram com segurança”, afirma Leonardo Ribeiro. 

Essas colaborações podem gerar soluções que, além de atender às demandas de mercado, se transformem em propriedade intelectual compartilhada, contribuindo para gerar receita, fortalecer o ecossistema científico e beneficiar a sociedade. 

Controles e segurança jurídica 

Embora traga mais flexibilidade, a Lei de Inovação também prevê mecanismos de controle e acompanhamento. “Ela propõe instrumentos jurídicos de prateleira para formalizar as parcerias. Há o controle jurídico, o controle de execução, durante a vigência da parceria, e, em caso de uso de recurso público, a prestação de contas”, explica Ribeiro. 

De acordo com o procurador, o controle é um tema delicado, especialmente na administração pública. “O gestor público, por medo da responsabilização, muitas vezes evita caminhos inovadores e reproduz práticas já conhecidas. A lei ajuda a reduzir esse receio ao oferecer segurança jurídica para ações mais ousadas”. 

O desafio, segundo os especialistas, é cultural. “É preciso ter humildade intelectual. A empresa precisa reconhecer o valor do conhecimento que está no setor público e o Estado precisa entender a importância do investimento privado para a pesquisa. A Lei de Inovação serve exatamente para viabilizar essas trocas de forma justa, eficiente e segura”, aponta Fassio. 

Inteligência artificial e inovação: uma convergência inevitável 

A recente popularização da inteligência artificial (IA), especialmente com ferramentas como o ChatGPT, tem aproximado o debate sobre inovação para públicos que antes não se viam inseridos nesse contexto. Para os especialistas, esse movimento pode ser decisivo para ampliar o entendimento sobre a importância da Lei de Inovação. 

“A inteligência artificial ficou muito mais próxima da gente. Quando o ChatGPT foi socializado, todo mundo passou a discutir qual seria o impacto dessa tecnologia na saúde, no emprego, no direito, no jornalismo. Esse debate saiu do meio acadêmico e passou a fazer parte do cotidiano. Isso ajuda a aproximar quem não está tradicionalmente envolvido com inovação a compreender o quanto esses avanços impactam diretamente em nossas vidas”, explica Fassio. 

Segundo o procurador, ao perceber que tecnologias como a IA já estão transformando a forma como as pessoas trabalham e tomam decisões, empresas e instituições começam a buscar com mais interesse os instrumentos legais que permitem viabilizar projetos inovadores, e é nesse ponto que a Lei de Inovação cumpre um papel fundamental. 

Leonardo Ribeiro, que também pesquisa o tema em nível acadêmico, compartilha da mesma visão. “Inteligência artificial é inovação na veia. Ela veio para revolucionar a nossa relação com o mundo, com os nossos empregos e com tudo o que fazemos”, afirma. Embora ainda estejamos, segundo o advogado, lidando com o que se chama de “inteligência artificial fraca”, ou seja, sistemas especializados em tarefas específicas, sem autonomia ou consciência, o potencial transformador já é evidente. “Quando avançarmos para uma inteligência artificial forte, aí sim será uma revolução. Hoje, tarefas que levariam dias para um ser humano executar são resolvidas em segundos. Mas é preciso saber utilizar bem essa ferramenta, porque ela, de fato, muda tudo”. 

Na visão dos especialistas, a inteligência artificial não apenas é uma aliada da inovação, mas será cada vez mais central nos processos de pesquisa, desenvolvimento e formulação de políticas públicas. “Ela será um parceiro importantíssimo para quem deseja inovar, tanto no setor público quanto no setor privado”, prevê Ribeiro. 

Propriedade intelectual, segurança jurídica e equilíbrio entre os parceiros 

Um dos temas mais sensíveis quando se trata de inovação é a gestão da propriedade intelectual. Segundo Rafael Fassio, é justamente nesse ponto que a Lei de Inovação promove avanços significativos, oferecendo regras claras para proteger criações e assegurar uma repartição justa dos direitos entre os envolvidos. 

“Quando tratamos de propriedade intelectual, falamos da proteção de uma criação que, muitas vezes, é fruto da colaboração entre duas ou mais partes, sejam instituições públicas, privadas ou ambas. A Lei de Inovação permite estabelecer critérios proporcionais, com base naquilo que cada parte aportou, seja capital financeiro, conhecimento técnico ou infraestrutura”, explica o procurador. 

Além disso, ele destaca que as negociações precisam prever cláusulas de confidencialidade logo no início. “É importante que as partes assinem um termo de sigilo já no começo da negociação. Isso resguarda tanto o público quanto o privado e permite uma conversa mais franca, protegendo eventuais segredos industriais ou estratégicos que possam estar envolvidos no processo”. 

Leonardo Ribeiro reforça que esse tipo de proteção não é apenas legítima, mas necessária, inclusive para o setor público. “Havia um preconceito antigo de que o Estado não podia trabalhar com informações sigilosas, porque tudo o que faz deveria ser público. Mas isso é um equívoco. Quando o poder público se envolve em inovação, é natural que precise proteger dados estratégicos até que o projeto esteja maduro”. 

Outro paradigma que a lei ajuda a romper é acerca da ideia de que o Estado deve sempre deter a maior parte ou a totalidade dos direitos sobre os resultados de uma parceria. A lógica agora é de negociação horizontal, na qual não há uma prevalência automática do Estado sobre o parceiro privado, e cada um recebe na medida do seu esforço. 

De acordo com os especialistas, a legislação permite, inclusive, que a totalidade da propriedade intelectual fique com o parceiro privado, quando isso fizer sentido. “A lei reconhece que cada projeto tem suas particularidades. Ela autoriza que a divisão seja ajustada à realidade da parceria, sem imposições generalistas”, esclarece Fassio. 

A transparência também é um pilar importante para o sucesso dessas colaborações. “Após a criação ser finalizada e levada ao mercado, é indispensável manter uma troca constante de informações entre os parceiros. Afinal, a propriedade intelectual se converte em royalties e todos precisam saber o que está sendo feito com o produto ou tecnologia desenvolvida. Sem isso, as relações podem se desgastar e até resultar em disputas jurídicas complexas”, destaca o procurador. 

Da mesma forma, Ribeiro acrescenta que a Lei de Inovação garante que o pesquisador público também possa receber pelos frutos de seu trabalho. Ela estabelece com clareza a possibilidade de remuneração, divisão de royalties e exploração comercial, tanto para o ente público quanto para o privado. 

A mudança de cultura que a lei estimula, valorizando a confiança mútua, a segurança jurídica e o reconhecimento do esforço proporcional, é, para os especialistas, um passo decisivo rumo a um ambiente mais fértil para a inovação no Brasil. 

Desconhecimento e burocracia ainda travam a aplicação da Lei de Inovação 

Para além dos entraves legais e institucionais, dois obstáculos centrais ainda comprometem a plena efetividade da Lei de Inovação no Brasil: o desconhecimento por parte dos atores envolvidos e a burocracia excessiva que permeia o setor público.  

“Existe um desconhecimento tanto do lado do público, quanto das universidades e instituições de pesquisa. Muitas vezes, quando apresentamos a lei em palestras, as pessoas se surpreendem; ‘nossa, a gente pode fazer tudo isso?’”, conta Fassio. Segundo ele, esse estranhamento revela uma lacuna profunda na comunicação da legislação e na sua apropriação prática pelos agentes públicos. 

A burocracia, por sua vez, também se impõe como uma trava recorrente. O chamado “apagão das canetas”, a paralisia decisória causada pelo medo dos gestores públicos de inovar sem respaldo jurídico claro, faz com que muitas administrações sigam operando com os mesmos instrumentos de sempre, mesmo quando eles se mostram obsoletos. “O gestor prefere usar o que conhece, o que faz há 20 anos, a correr o risco de responder por algo novo”, explica Fassio. 

Para tentar contornar esse cenário, iniciativas como o Toolkit do Marco Legal de Ciência, Tecnologia e Inovação, desenvolvido pela Procuradoria do Estado de São Paulo, têm oferecido soluções práticas. Com a proposta de simplificar, o projeto reúne documentos-modelo e orientações passo a passo para a aplicação segura dos instrumentos jurídicos previstos no marco legal, funcionando como uma espécie de “tutorial jurídico” para os gestores públicos. 

“Começamos com 10 documentos em 2021, hoje já temos 12 e vamos ampliar para 15. É um projeto que se tornou referência nacional e tem sido usado por outros estados e instituições”, destaca o procurador. A iniciativa também está sendo internacionalizada com versões bilíngues (português-inglês e português-espanhol), com apoio do Banco Interamericano de Desenvolvimento (BID) e do Brasil Lab. 

Ainda assim, há entraves estruturais que dificultam a uniformização de procedimentos. Como lembra o advogado Leonardo Ribeiro, há uma disparidade significativa entre os instrumentos utilizados em diferentes esferas de governo. Enquanto o Toolkit é bastante usado em São Paulo, no nível federal ainda prevalecem modelos distintos, mais complexos e que não dialogam diretamente com os estaduais. 

Essa divergência normativa acaba gerando insegurança jurídica para os entes públicos e privados que desejam estabelecer parcerias em ciência, tecnologia e inovação. “Quanto mais modelos pré-aprovados tivermos, melhor. Isso traz segurança tanto para o ordenador de despesas quanto para o empresário que quer investir”, reforça Ribeiro. 

Fundações de apoio como elo estratégico 

Presentes em diversos projetos de inovação, as fundações de apoio, como a Fundepag, cumprem uma função estratégica ao operacionalizar as ações, contratar pessoal e gerenciar recursos de forma mais ágil do que a administração direta. 

“As instituições que têm fundações de apoio são justamente as que mais aplicam a lei. Isso é um dado empírico, não uma opinião”, enfatiza Fassio. A atuação das fundações permite contornar, em parte, a lentidão dos processos administrativos tradicionais, especialmente em áreas como suprimentos e gestão financeira de projetos. 

Apesar disso, tanto os representantes do setor público quanto da iniciativa privada precisam ajustar suas expectativas. “O empresário precisa entender que, ao contratar com o Estado, não é possível impor as regras do setor privado. Existe um conjunto de normas específicas que garantem isonomia e controle”, pondera Ribeiro. Para ele, a busca por um meio-termo, com maior compreensão e flexibilidade de ambas as partes, é necessária para destravar as parcerias. 

Embora os avanços sejam reais, há um longo caminho pela frente. A uniformização de entendimentos jurídicos, a maior disseminação de modelos como o Toolkit e o fortalecimento das fundações de apoio são peças-chave para tornar o Brasil um ambiente mais favorável à inovação. “Inovação é algo rápido. E o poder público, muitas vezes, não tem estrutura para acompanhar essa velocidade. Por isso, quanto mais instrumentos jurídicos prontos e seguros tivermos, melhor para todos os lados”, conclui Leonardo Ribeiro. 

Fórum Inovativos reúne grandes nome da inovação digital

Promover conhecimento, networking e valorizar as melhores iniciativas de inovação digital no país. Essa é a proposta do Fórum Inovativos, um dos principais eventos dessa área no Brasil que busca reconhecer essas práticas, debater estratégias, apresentar cases de sucesso e impulsionar a transformação digital em empresas de todos os portes. A edição deste ano ocorrerá no dia 16 de outubro, em São Paulo. As inscrições estão disponíveis no link: https://foruminovativos.com.br/.

Mais do que um evento, seu propósito é oferecer uma experiência imersiva no cenário da inovação digital nacional, reunindo C-levels, diretores, gestores, empreendedores e especialistas de organizações que estão moldando o futuro dos negócios. “Reunimos importantes líderes do setor privado, público, universidades e associações de classe, com o objetivo de abrir discussões amplas e sistêmicas para mapear desafios e buscar caminhos e soluções para o desenvolvimento do ecossistema, tornando o nosso país ainda mais inovador e competitivo. Esse networking pode se tornar uma força transformadora para impulsionar resultados de impacto, abrindo espaço para um futuro cada vez mais digital e sustentável”, explica Marcos Carvalho, Diretor Geral da plataforma Inovativos.

Além de contar com painéis e debates com esses profissionais, o Fórum apresentará os principais cases de sucesso de inovação digital, reconhecendo esses esforços e fomentando debates estratégicos que impulsionam esse movimento em cada vez mais empresas. Sua programação é guiada por cinco pilares analíticos cruciais para essas iniciativas: tecnologias digitais, centralidade no cliente, cultura organizacional e pessoas, valor para o negócio (ROI), impacto socioambiental e governança.

A expectativa é de que, este ano, reúnam cerca de 300 lideranças e mais de 30 palestrantes, que participarão de momentos estratégicos de conexão. Entre os speakers que estarão presentes, estão Leonardo Castilho, CTO e CXO do Grupo Multi; Leonardo Uno, Gerente Executivo de Compliance em Tecnologia do Banco do Brasil; Edgard Usuy, Secretário de Ciência, Tecnologia e Inovação do Governo de Santa Catarina; Ricardo Lagreca, Diretor Jurídico e de Relações Governamentais do Mercado Livre; Harold Schultz, Chief AI Officer da Makeone; Júlia Salgado, CFO da Buser; Rafael Tobara, Diretor de Tecnologia, Digital, Inovação e CX do Grupo Elfa; Thaise Hagge, Managing Director e CTO do Compra Agora; Hamilton da Silva, Diretor do Departamento de Incentivos às Tecnologias Digitais do MCTI do Governo Federal, e Juliana Campos, Vice-Presidente de Operações para a América Latina da Worldpay.

No mesmo dia, será realizada a Cerimônia de Reconhecimento do Estudo e Premiação Inovativos, iniciativa organizada em parceria com a Fundação Getúlio Vargas (FGV EAESP) e a Accenture. Além de destacar as principais iniciativas de inovação no Brasil, os cases vencedores passarão a integrar a Biblioteca Digital de Cases — um acervo de acesso público que dissemina boas práticas e inspira todo o ecossistema nacional de inovação.

Os projetos de todos os inscritos serão avaliados tanto por especialistas da universidade quanto pela consultoria. Além disso, um Conselho Setorial, formado por representantes de importantes entidades da nossa economia que, neste ano, contará com as participações da Abcomm, ABES, Abfintechs, ABSS, Abranet, Abrarec, IBEVAR, ACSP, FecomercioSP, Ibrac e Pagos, dentre outros.

Inovar não é opcional, mas uma necessidade de sobrevivência no mercado atual, garantindo a escalabilidade e prosperidade das empresas. Para aquelas que quiserem se manter à frente nessa jornada, o Fórum Inovativos é uma oportunidade estratégica. “Acreditamos que, juntos, teremos chances muito maiores de resolvermos desafios e abrir caminhos para um futuro mais digital e sustentável. Por isso, não pouparemos esforços para que este evento seja um momento ideal para decisores e líderes que desejam se atualizar, criar soluções estratégicas e conhecer os cases de inovação digital que estão redefinindo o mercado e que possam impulsionar esse potencial em cada uma das empresas”, finaliza Elis Rosa, Gestora do Prêmio Inovativos.

Serviço:

Prêmio e Fórum Inovativos 2025

Prazo para inscrições: até o dia 05 de agosto

Cerimônia de reconhecimento: dia 16 de outubro, na Unibes Cultural, em São Paulo

Link de cadastro para o Prêmio: https://inscricao.premioinovativos.com.br/awards/

Link de inscrição para o Fórum: https://encurtador.com.br/BjgnE.

Pix e Drex: a revolução silenciosa do dinheiro

O Brasil se tornou referência mundial quando o assunto é inovação no sistema financeiro. O lançamento do Pix em 2020 foi um divisor de águas: permitiu transferências instantâneas, gratuitas e disponíveis 24 horas por dia, substituindo velhos hábitos como o uso de dinheiro em espécie, TEDs ou boletos bancários. Agora, com a chegada do Drex, a versão digital do real emitida pelo Banco Central, nosso país se prepara para mais uma transformação, um pouco mais silenciosa, mas ainda assim com um potencial de impacto gigante em nossa jornada financeira.

O Drex, que está sendo desenvolvido como a moeda digital oficial do Brasil, não é apenas uma “versão virtual” do real, como muitos pensam. Trata-se de uma infraestrutura baseada em tecnologia de registros distribuídos (blockchain), que permitirá contratos inteligentes, mais segurança e novas possibilidades de automação em transações financeiras. Diferentemente do Pix, que apenas transfere valores entre contas bancárias, o Drex permite que o próprio dinheiro tenha regras programáveis, o que abre espaço para inovação em áreas como crédito, seguros, pagamentos condicionais e muito mais.

À medida que o sistema da moeda digital se desenvolve, o Banco Central pretende reforçar políticas de segurança e proteção de dados dos usuários. Essa medida realmente se faz necessária visto que dados apontam que o Drex já movimentou R$ 2 bilhões em transações piloto até dezembro de 2024, com uma adesão inicial de 20 instituições financeiras. Já em 2025, a expectativa é que esse número ultrapasse R$ 50 bilhões, com a participação de mais de 100 bancos e fintechs. De acordo com o levantamento da Swiss Capital, o uso do Drex pode reduzir em até 40% os custos operacionais das instituições financeiras, devido à eliminação de intermediários nas transações e ao uso de contratos inteligentes.

Impacto do dia a dia

Com a integração entre Pix e Drex, o consumidor poderá experimentar uma experiência financeira ainda mais fluida. Imagine pagar o aluguel mensal por meio de um contrato inteligente que transfere automaticamente o valor na data certa, ou então obter um empréstimo instantâneo com garantias programadas via Drex. A burocracia será substituída por automação, e a confiança deixará de depender apenas de instituições intermediárias.

Além disso, acredito que a moeda digital pode ser uma aliada poderosa na inclusão financeira. O Pix já deu os primeiros passos nesse sentido, ao oferecer um meio de pagamento simples para milhões de brasileiros desbancarizados. O Drex pode ampliar ainda mais esse acesso ao permitir que fintechs e outras instituições criem produtos mais acessíveis, personalizados e seguros, aproveitando o potencial dos contratos inteligentes e da descentralização.

Naturalmente, nem tudo são flores. A digitalização completa do dinheiro levanta questões importantes sobre privacidade, vigilância estatal e segurança de dados. Há também o risco de exclusão digital, especialmente para camadas da população com pouco acesso à tecnologia ou à internet. Será fundamental garantir que o Drex seja intuitivo e acessível, e que políticas públicas acompanhem sua implementação com foco na educação financeira e digital.

O Brasil está na vanguarda da transformação no sistema financeiro. Com o Pix já consolidado e o Drex em desenvolvimento, caminhamos rumo a um ecossistema em que o dinheiro será mais inteligente, eficiente e inclusivo. No entanto, o sucesso dessa jornada dependerá da capacidade de equilibrar inovação com responsabilidade, assegurando que os benefícios dessa nova era cheguem a todos.

Renan Basso é co-fundador e diretor de negócios da MB Labs, uma renomada empresa especializada em consultoria e desenvolvimento de aplicativos e plataformas digitais. Com uma sólida carreira no setor de tecnologia. Com uma formação em engenharia da computação pela PUC Campinas e MBA na DeVry Educacional do Brasil, Basso é especialista em tecnologia, engenheiro de software e desenvolvimento de sistemas para grandes companhias. Especialista em construção de tecnologia para as indústrias financeiras e super apps. Com vasta experiência no setor de tecnologia e finanças, com objetivo de impulsionar a inovação e criar soluções para fintechs.

99Food pode ser responsabilizada judicialmente caso descumpra ofertas, aponta especialista

A chegada da 99Food a São Paulo movimentou o setor de delivery com uma campanha de grande impacto, que inclui cupons de R$ 99, entregas gratuitas e incentivos agressivos para atrair consumidores, restaurantes e entregadores.

Com um perfil que remete ao Marketing de Guerrilha – que consiste em uma estratégia criativa buscando causar grande impacto no público por meio de ações inesperadas ou até provocativas – a estreia do serviço de delivery em São Paulo contou até mesmo com um Taxômetro Urbano, fazendo referência ao iFood, seu concorrente direto.

Diante do volume de benefícios anunciados, surgem dúvidas sobre os limites legais dessas práticas e a possibilidade de responsabilização da empresa em caso de descumprimento das ofertas. De acordo com o advogado Paulo Bonilha, sócio do Ambiel Bonilha Advogados e especialista em Direito do Consumidor Empresarial, as empresas devem ter cautela ao veicular promoções deste porte. “O Código de Defesa do Consumidor, em seu artigo 31, estabelece a obrigatoriedade de que a oferta seja veiculada de forma correta e clara, de modo que, caso ela não detenha tais predicados, o fornecedor pode ser responsabilizado, inclusive, no que concerne à obrigatoriedade de seu cumprimento. Ou seja, o fornecedor será obrigado a cumprir a oferta na forma que veiculou, pouco importando uma eventual intenção contrária de sua parte. É o princípio da obrigatoriedade da oferta”, explica.

No caso das entregas gratuitas, também é preciso uma atenção especial na forma de divulgação. Conforme Bonilha, “a empresa só pode restringir a oferta se tal situação estiver claramente especificada em sua apresentação”. Isso significa que condições ocultas ou pouco transparentes podem configurar prática abusiva perante o consumidor.

As responsabilidades se estendem também à precificação anunciada nos aplicativos. “A 99Food pode, nestas situações, inclusive ser obrigada a cumprir a oferta na forma veiculada. Tal situação só não se observaria na hipótese de erro grosseiro”, afirma o especialista, ao comentar sobre possíveis divergências entre os valores divulgados e os efetivamente cobrados.

Em relação a danos morais ou coletivos decorrentes de eventuais frustrações de expectativa dos consumidores, a análise é mais restritiva. “Não me parece que, no contexto atual, o Ministério Público seguiria com uma demanda desta natureza. Isso aconteceria apenas na hipótese de uma situação de extremo dano ao consumidor, cuja prática tenha se dado de forma reiterada, o que não conseguimos vislumbrar no momento”, avalia o advogado.

A entrada da 99Food no mercado paulista sinaliza uma disputa acirrada no setor de aplicativos de delivery. No entanto, especialistas alertam que a sustentabilidade dessas campanhas dependerá não apenas da estratégia comercial, mas também da observância rigorosa ao Código de Defesa do Consumidor, que garante transparência, clareza e cumprimento das ofertas anunciadas.

Fonte:

Paulo Bonilha – sócio do Ambiel Bonilha Advogados e especialista em Direito do Consumidor Empresarial. Pós-graduado em Direito pelo CEU Law School. Atuação especializada em Metrologia Legal e procedimentos juntos ao CONAR.

Impulsionado pelo Pix, mercado de SaaS na América Latina vai dobrar de tamanho até 2027, revela EBANX

Dados exclusivos revelados hoje pelo EBANX, empresa global de tecnologia especializada em serviços de pagamento para mercados emergentes, mostram que o mercado de Software como Serviço (SaaS) da América Latina vai dobrar de tamanho até 2027. Em ritmo de crescimento acelerado, o valor movimentado pelo setor vai saltar de USD 22 bilhões em 2023 para USD 46 bilhões daqui a dois anos, segundo dados do instituto de pesquisa Payments and Commerce Market Intelligence analisados pelo EBANX.

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“O rápido crescimento do setor de SaaS reflete uma grande mudança na forma como os latino-americanos trabalham, aprendem e vivem na economia digital”, afirma Marie-Elise Droga, CRO do EBANX. “Empresas de todos os tamanhos estão adotando SaaS para aumentarem sua competitividade e crescerem com eficiência. Os consumidores recorrem cada vez mais a esses serviços digitais para produtividade, entretenimento, educação, gestão financeira e muito mais”, acrescenta.

O mercado de SaaS da América Latina é o que mais cresce no mundo, registrando uma taxa de expansão de quase 23% em 2024, acima da média global (17%), Europa (19%), América do Norte (17%) e Ásia (16%). A análise do EBANX baseia-se em dados da Statista e PCMI.

Marie-Elise Droga explica que a chave para o sucesso na América Latina está em oferecer a combinação certa de opções de pagamento, juntando métodos tradicionais como cartões de crédito e débito com soluções alternativas como carteiras digitais e sistemas de pagamento instantâneo, como o Pix. “As empresas que entendem quais são as preferências locais e oferecem uma diversidade de métodos de pagamento a seus clientes são as que estão conseguindo capturar melhor todo o potencial deste mercado em expansão”.

Cartões de crédito, por exemplo, geram a maior frequência de pagamento entre as empresas de SaaS parceiras do EBANX que operam no Brasil, México, Colômbia e Peru. Nestes países, os usuários realizam cerca de quatro compras por ano usando esse método. Com boleto bancário, as empresas de SaaS alcançam os maiores valores médios de pedido no Brasil e Chile. Outros meios de pagamento alternativos como Pix, no Brasil, e Nequi, na Colômbia, possuem uma maior fidelidade do cliente, com 95% dos usuários desses sistemas utilizando exclusivamente esses meios para compras de SaaS.

Canva, plataforma global de comunicação visual, adotou uma estratégia de negócios para a América Latina com as soluções de pagamento localizadas do EBANX em 11 países da região, incluindo Brasil, México, Colômbia, Chile e Peru. Com a parceria, o objetivo da plataforma é oferecer uma experiência personalizada aos clientes de cada um desses países, com opções como carteiras digitais, pagamentos instantâneos, e cartões de crédito e débito, incluindo parcelamentos e cartões de bandeiras nacionais.

A América Latina desempenha um papel importante no crescimento da Canva, representando uma parcela significativa de nossa base global de usuários e resultados. É por isso que estamos redobrando esforços para entregar uma experiência verdadeiramente local — desde idioma até modelos de design e opções de pagamento. Ao oferecer métodos de pagamento flexíveis e localmente relevantes, estamos aumentando o acesso das pessoas aos nossos recursos premium e desbloqueando todo o valor da Canva”, diz Felipe Godoy, Líder de Marketing de Crescimento Internacional LATAM na Canva.

Outra gigante de SaaS que reconhece a América Latina como oportunidade de crescimento de negócios é a monday.com, empresa global de software que transforma como os negócios funcionam. Dados do EBANX mostram que oferecer um mix de pagamento com parcelamento no cartão de crédito e boleto bancário impulsionou a presença da monday.com no Brasil, com ticket médio acima de USD 9.000. Nos últimos três anos, a empresa registrou um crescimento médio anual de 41% no Volume Total de Pagamentos (TPV) através do EBANX.

Pix impulsiona crescimento de SaaS e inclusão digital no Brasil

A expansão de SaaS na América Latina é impulsionada pelo Brasil e a rápida adoção do Pix, usado por 93% de sua população adulta. O sistema de pagamento instantâneo e gratuito desempenhou um papel central na promoção da inclusão financeira, permitindo que milhões de pessoas pudessem usar serviços digitais. Atualmente, o Pix é responsável por 61% da receita das empresas de SaaS que processam pagamentos no Brasil através do EBANX.

Pix Automático, nova funcionalidade que entrou em operação em junho, deve impulsionar ainda mais as vendas das empresas de SaaS ao permitir pagamentos recorrentes, método de cobrança amplamente usado no setor. Assim como a América Latina, o Brasil também deve dobrar seu mercado até 2027, atingindo sozinho USD 22 bilhões, com taxa de crescimento de 15% ao ano, baseado em dados do PCMI.

Pinterest Shop Brasil: plataforma lança a segunda edição do projeto

O Pinterest anuncia o lançamento da segunda edição do Pinterest Shop Brasil, iniciativa inovadora na América Latina que conecta marcas, criadores e consumidores durante o período mais relevante do varejo: o fim do ano, marcado por datas como Black Friday e Natal.

A ação, que em 2024 já impactou milhões de brasileiros, volta como produção original da plataforma, promovendo tendências e produtos das principais categorias buscadas pelos usuários: moda, beleza, decoração e gastronomia. Os impactos alcançados mostram como é vantajoso para as marcas estarem no Pinterest, já que durante o fim de ano os usuários da plataforma gastam, em média, 20% a mais do que os de outras plataformas.

A última edição ressaltou o potencial da iniciativa: foram mais de 130 milhões de visualizações de vídeo, que resultaram em 18% a mais de retenção em relação a conteúdos não produzidos pelo Pinterest, entre setembro e dezembro do último ano.

“A cada três segundos, uma comemoração de fim de ano é planejada no Pinterest. É nesse momento que nos tornamos o principal destino para ideias de presentes e celebrações, criando oportunidades únicas para conversão”, afirma Rogério Nicolai, diretor de negócios do Pinterest no Brasil. “Seguimos trabalhando para conectar marcas e consumidores, inspirando escolhas e facilitando a jornada de compra na plataforma.”

Em 2025, o Pinterest Shop Brasil ganha um novo cenário externo em São Paulo, com espaços imersivos pensados para dar vida ao universo da plataforma e potencializar a criação de conteúdo orgânico e inspirador.

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