O varejo digital iniciou 2025 em meio a margens pressionadas e custos de aquisição mais altos. Nesse cenário, o Retail Media ampliou as possibilidades de monetização, enquanto a Inteligência Artificial ganhou força como ferramenta central da produtividade. A combinação dessas tecnologias vem reforçando a sustentabilidade financeira do e-commerce e elevando a precisão na tomada de decisão.
A adoção do Retail Media mantém ritmo acelerado. Na América Latina, o segmento deve movimentar US$ 2,6 bilhões em 2025, segundo a eMarketer, com o Brasil representando 40% desse total, o equivalente a US$ 1,06 bilhão. O avanço reflete a estratégia de varejistas que utilizam dados proprietários e audiências qualificadas para ampliar receitas e aumentar a relevância das campanhas ao longo da jornada de compra.
Para Alexandre Mendes, sócio-CMO da Lope Digital Commerce, o movimento deu início a uma nova etapa no setor. “O varejo, antes visto somente como um canal de vendas, atua agora como um veículo de mídia robusto, monetizando inventário e dados. Quando essas informações são integradas às campanhas, a comunicação ganha precisão e o retorno aumenta”, afirma.
O modelo também aproxima marcas e consumidores nos momentos mais determinantes da jornada. O uso combinado de comportamento de navegação, histórico de compras e disponibilidade de estoque permite ações mais assertivas e fortalece a influência do varejo na decisão final.
Paralelamente, a Inteligência Artificial progride com impacto direto nas operações. Um estudo da consultoria Strand Partners, encomendado pela AWS, aponta que 40% das empresas brasileiras já utilizam IA e, dessas, 96% registraram ganhos de produtividade, enquanto 95% reportaram aumento de receita. A tecnologia já orienta a gestão de estoque, as previsões de demanda e o atendimento, reduzindo rupturas e ampliando a eficiência.
“A IA se tornou uma ferramenta estruturante, que ajusta níveis de inventário, melhora previsões sazonais e conecta toda a operação às expectativas do consumidor. Esse alinhamento é decisivo para gerar fidelização”, explica Mendes.
Com consumidores menos tolerantes a falhas, a integração entre Retail Media e IA passa a moldar diretamente o desempenho do e-commerce. As ferramentas permitem redesenhar calendários promocionais com base em dados reais, sincronizando disponibilidade, campanhas e comunicação para diminuir riscos e melhorar a experiência.
A expectativa para 2026 é de amadurecimento do setor, sustentado por dados proprietários, eficiência operacional e monetização de audiência. Varejistas que consolidarem estratégias tecnológicas robustas devem conquistar vantagem competitiva em um ambiente cada vez mais pressionado por resultados.

