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Inclusão e velocidade: a revolução do e-commerce Brasil – Ásia

O comércio eletrônico deixou de ser tendência para se tornar motor econômico global. E, na rota Brasil – Ásia, segurança, velocidade e inclusão financeira são os pilares de uma integração que redefine mercados e aproxima consumidores de dois continentes.

A China segue como potência absoluta do setor. Em 2024, o país movimentou cerca de US$ 1,9 trilhão em e-commerce, ditando padrões de eficiência logística, carteiras digitais e superapps que se tornaram referência mundial. Esse peso não é apenas numérico: é cultural e tecnológico, um modelo de como pagamentos instantâneos e integrações digitais podem sustentar consumo em larga escala.

O Brasil, por sua vez, desponta como promessa e liderança regional. O mercado nacional de e-commerce superou US$ 346 bilhões em 2024, com expectativa de ultrapassar US$ 586 bilhões até 2027. Outro estudo projeta quase US$ 1,5 trilhão em 2033, consolidando o país como hub digital da América Latina. O motor dessa expansão é o Pix, que já responde por cerca de 40% das compras online e cujas iniciações de pagamento saltaram de R$ 624 milhões em 2023 para R$ 3,2 bilhões em 2024, crescimento superior a 400%.

Mas onde há escala, surgem riscos. A integração Brasil – Ásia só será sustentável se o tema da cibersegurança ocupar o centro da agenda. Vazamentos de dados, fraudes e ataques digitais crescem na mesma proporção que o volume de transações. A resposta exige mais do que leis e regulação: é preciso investir em APIs seguras, criptografia ponta a ponta, monitoramento em tempo real e machine learning para detecção de fraudes. 

A LGPD no Brasil e o avanço do Open Finance, que já reúne mais de 103 milhões de autorizações de compartilhamento de dados, oferecem bases sólidas para consumidores comprarem de lojistas asiáticos com confiança.

A velocidade é outro diferencial. Se antes o cartão internacional era sinônimo de burocracia e tarifas altas, hoje Pix e carteiras digitais oferecem liquidação instantânea, reduzindo barreiras cambiais e aumentando a conversão. Essa experiência aproxima o consumidor brasileiro da realidade asiática, onde pagar com QR code ou via superapp é rotina.

A inclusão financeira completa o tripé. Cerca de 40 milhões de brasileiros ainda vivem em condição de sub-bancarização, mas já usam o Pix e carteiras digitais em seu cotidiano. Ao permitir que esses consumidores participem do comércio internacional sem depender de cartão de crédito, criamos um mercado inédito, democratizando o acesso a bens e serviços globais. Para empresas asiáticas, aceitar métodos de pagamento locais é mais que adaptação: é estratégia para conquistar milhões de novos clientes.

Estamos diante de uma oportunidade histórica. A China mostra o caminho da escala e da eficiência; o Brasil demonstra como inovação regulatória e diversidade de meios de pagamento podem gerar inclusão. O desafio é manter a ponte sólida, combinando segurança robusta, transações em segundos e acesso para todos.

Na integração Brasil e Ásia, não estamos apenas falando de transações digitais. Estamos falando de confiança, de futuro econômico compartilhado e de um mercado global que, cada vez mais, acontece em tempo real.

Semana do Cliente impulsiona vendas online com alta de 13,94%, revela Getnet

Levantamento feito pela Getnet, fintech global de meios de pagamento do Grupo Santander, durante a Semana do Cliente (15 a 21 de setembro de 2025) mostra que o comércio brasileiro registrou crescimento de 13,94% no faturamento em relação ao mesmo período de 2024.

O resultado foi impulsionado principalmente pelo varejo digital, que teve alta de 12%, enquanto o comércio físico cresceu 9%.

No recorte por segmento, os Materiais Duráveis Não Classificados lideraram o crescimento geral, com um incremento de 25,52% no faturamento, demonstrando maior apetite do consumidor por produtos de maior valor agregado. Outro destaque foi o setor de calçados, que registrou crescimento de 7,58% no período. No varejo on-line, a categoria Venda de Roupas para Família também apresentou desempenho positivo, com aumento de 11,12%, reforçando a importância do vestuário no comércio eletrônico.

“A análise dos dados da Semana do Cliente mostra que as iniciativas promocionais, aliadas à ampliação dos canais digitais, contribuíram para o aumento das vendas no período. O desempenho observado em diferentes segmentos e canais reforça a importância de estratégias integradas para atender às novas dinâmicas de consumo”, afirma Rodrigo Carvalho, Superintendente de Analytics da Getnet.

Digitalização e tokenização marcam discussões no StartSe Payment Revolution Day 2025

Especialistas e executivos do setor financeiro se reuniram nesta quarta-feira (24/09) no Distrito Anhembi, em São Paulo, para o StartSe Payment Revolution 2025, evento sobre o futuro dos meios de pagamento no Brasil. Ao longo de dez horas de programação imersiva, os debates evidenciaram que vivemos a maior transformação desde o surgimento do dinheiro físico. A digitalização, a tokenização e a integração de diferentes métodos, estão remodelando tanto a experiência do consumidor quanto a operação das empresas, embora ainda existam barreiras a superar para que esse ecossistema se torne totalmente fluido.

Um dos destaques foi a palestra “Do real ao digital: O Impacto do Drex, Bitcoin e Blockchain”, conduzida por Lia Maura de Freitas, Gerente de Soluções de TI no Banco do Brasil. “A tokenização traz a democratização do sistema financeiro ao permitir fracionar ativos, como títulos e imóveis, tornando-os acessíveis a um público muito maior. Investimentos de alto valor, antes restritos a poucos, passam a ser viáveis, quando divididos em partes menores. Um título de R$ 1 milhão, por exemplo, pode ser transformado em mil cotas de R$ 1.000, ampliando o acesso ao mercado. Estima-se que, até 2030, a tokenização represente até 10% do PIB mundial, o que reforça a importância de acompanharmos esse movimento e repensarmos nossos modelos de negócio”, destacou.

Outra atração foi a apresentação “Stable e Tokenização no Mercado de Capitais”, com Eric Altafim, Diretor de Produtos e Corporate Sales no Itaú Unibanco. “Hoje, 99% do mercado de stablecoins está lastreado em dólar, concentrado em três grandes emissores, e já movimenta entre 270 e 280 bilhões de dólares, um crescimento de 30% apenas neste ano. A projeção é que, até 2030, cerca de 10% do mercado global de pagamentos, que hoje soma aproximadamente 200 trilhões de dólares, seja transacionado por meio de stablecoins”, explicou. O executivo também destacou a perspectiva para o Brasil: “Quando olhamos para o país, o Drex deve ter um papel importante nesse avanço, mas a retirada da tecnologia blockchain pelo Banco Central abre espaço para que outras stablecoins em reais se consolidem. Esse será um passo essencial para viabilizar a tokenização de ativos e acompanhar a transformação que já acontece em escala global.”

No período da tarde tivemos “A Barreira Invisível: Navegando no Cenário de Pagamentos Brasileiro”, apresentada por Nathan Marion, Senior Director no NuPay. “Tivemos um dado que nos surpreendeu muito: pagamentos com NuPay no varejo têm 23 pontos percentuais a mais de aprovação do que os feitos com cartão de crédito. Porém, nosso objetivo não é substituir os outros meios de pagamento, mas melhorar o processo existente, reduzindo ineficiências como fraude, cartões inválidos e falta de limite, deixando a experiência mais fluida, tanto para o cliente quanto para o lojista”, afirmou Marion.

Ele ainda ressaltou os impactos das chamadas barreiras invisíveis. “São fricções que o consumidor não enxerga, mas que representam enormes perdas para o mercado. No Nubank, conseguimos aumentar o poder de compra do cliente com modalidades como, limite adicional e crédito emergencial, que já evitaram que até 68% das vendas de um grande varejista fossem perdidas. Isso mostra que é possível unir experiência e performance, reduzindo perdas e aumentando a conversão.”

A palestra “O Futuro dos Pagamentos: A Visão da Mastercard para os próximos 5-10 anos”, conduzida por Mario Rocha, Diretor de Produtos e Soluções para PMEs e B2B da Mastercard Brasil, trouxe perspectivas para o setor corporativo. “Pagamentos B2B sempre existiram, mas o que muda e nos leva ao futuro é a forma como eles acontecem. E o Brasil já está nesse futuro: cerca de 90% das empresas possuem conta PJ e adotam ferramentas digitais de gestão, o que nos coloca em vantagem em relação a países semelhantes, como o México, onde 90% das transações ainda são em dinheiro. Esse grau de digitalização cria condições únicas para acelerar a transformação nos pagamentos corporativos”, disse Rocha.

Para concluir, o executivo destacou as tecnologias que devem impulsionar essa mudança. “Soluções como os cartões virtuais (VCNs) e a integração via APIs tendem a ganhar cada vez mais espaço, trazendo automação, controle e eficiência para empresas de todos os portes. O futuro dos pagamentos B2B é brilhante e a oportunidade está em transformar processos manuais e complexos, em operações digitais mais seguras, rápidas e escaláveis.”

O evento contou também com a participação de Gustavo Carvalho, diretor executivo de Value Added Services da Visa do Brasil, que avaliou de forma positiva o encontro. “Foi uma experiência muito enriquecedora participar do StartSe Payment Revolution neste ano. Tivemos acesso a conteúdos relevantes, diversos insights e ainda a oportunidade de realizar um networking de alto nível com os participantes. Agradeço o convite e espero continuar contribuindo nos próximos anos. É sempre um prazer debater temas como prevenção à fraude e cibersegurança, que exigem colaboração constante. Essa troca de informações é fundamental para que todo o ecossistema esteja mais protegido.”

Ao final, o Payment Revolution Day 2025 reafirmou o papel da StartSe e de seus eventos como plataformas de conexão entre tendências globais e a realidade brasileira. Mais do que apresentar novas tecnologias, o encontro deixou claro que a revolução nos meios de pagamento já está em andamento. Para empresas e consumidores, o desafio não é apenas acompanhar, mas liderar essa transformação, porque em um mundo cada vez mais digital, quem dominar a infraestrutura de pagamentos terá em mãos uma das principais alavancas de competitividade e crescimento.

PL Connection 2025 reúne líderes do varejo e reforça compromisso com sustentabilidade e inovação

A edição 2025 do PL Connection, realizada no Pavilhão Amarelo do Expo Center Norte, foi histórica, consolidando o evento como o principal ponto de encontro para o mercado de marcas próprias na América Latina. Durante três dias, mais de 4.000 profissionais passaram pelo espaço, incluindo líderes do varejo alimentar, farmacêutico, setores especializados como pet e perfumaria, além de representantes da indústria, distribuidoras e agências de branding.

Com mais de 100 expositores, 50 palestrantes e cerca de 70% das empresas já confirmando participação na próxima edição, o evento gerou oportunidades de negócios e parcerias entre as empresas, networking qualificado e conhecimento sobre tendências, inovações e estratégias do setor. A cerimônia de premiação do PL Connection reuniu mais de 400 participantes, celebrando cases de sucesso do segmento em diferentes categorias.

O impacto do PL Connection 2025 vai além da movimentação do evento, fortalecendo todo o ecossistema de marcas próprias no país. Para Fernando Ruas, CEO da Francal “cada edição do PL Connection reforça nosso compromisso em conectar o setor, criar oportunidades de negócios reais e gerar conhecimento que impulsiona toda a cadeia de marcas próprias. Ver a participação ativa de líderes e profissionais do setor é a prova de que estamos construindo um mercado mais sólido e inovador”. 

Já Antônio Sá, sócio-fundador da Amicci ressalta: “O evento não é apenas uma vitrine de produtos, mas um hub de tendências, inovação e relacionamento. O engajamento do público mostra a maturidade do setor e como podemos evoluir juntos, fortalecendo toda a indústria de marcas próprias no Brasil e na América Latina”.

Parceria com a Eu Reciclo e impacto socioambiental

A sustentabilidade foi um dos pilares da edição, consolidada por meio da parceria com a Eu Reciclo. Segundo o Relatório Técnico de Gestão Ambiental, o evento gerou 7.470 kg de resíduos, sendo 3.422 kg reciclados e 4.048 kg destinados à compostagem. O processo envolveu cooperativas cadastradas na Prefeitura de São Paulo, promovendo inclusão social e geração de renda. Os resíduos orgânicos foram transformados em composto para uso agrícola, fechando o ciclo sustentável do evento.

Além disso, a gestão ambiental contou com educação ambiental junto a expositores, montadores e visitantes, supervisão de profissionais qualificados, uso de EPI para segurança no trabalho e destinação adequada de todos os resíduos, garantindo conformidade com legislações federais, estaduais e municipais de resíduos sólidos.

“O PL Connection demonstra que é possível unir inovação, negócios e sustentabilidade. A participação ativa de expositores e visitantes nas práticas ambientais evidencia a maturidade do setor e reforça nosso compromisso com responsabilidade socioambiental. Além disso, o conteúdo extremamente rico e educativo sobre os temas relevantes que conseguimos trazer para o palco, para todos que estiveram no evento só evidencia o quanto o mercado está maduro para lidar com o tema marca própria.”, destaca Sá.

Mais de 40 patrocinadores e apoiadores estiveram presentes, reforçando a importância estratégica do PL Connection no calendário do mercado. Entre expositores, palestrantes e público qualificado, a combinação de conteúdo, networking e práticas sustentáveis consolidou a edição 2025 como um marco de resultados e impacto positivo, elevando ainda mais o padrão para os próximos anos.

“Encerramos esta edição com a certeza de que o PL Connection é muito mais do que um evento de apresentação de produtos. Ele se consolidou como uma plataforma estratégica para aprendizado, conexão e inovação, fortalecendo o desenvolvimento de todo o setor de marcas próprias na América Latina”, finaliza Ruas.

Geração Z ensina colegas mais experientes a usar IA e ajuda a aumentar produtividade e colaboração nas empresas, aponta pesquisa

Novo estudo global da International Workplace Group (IWG), líder global em soluções de trabalho híbrido e proprietário das marcas Regus, Spaces e HQ, revela que os profissionais da Geração Z estão desempenhando um papel fundamental na adoção de inteligência artificial (IA) dentro das empresas, ensinando colegas mais experientes e ajudando a liberar ganhos de produtividade e colaboração em ambientes de trabalho híbrido.

A pesquisa, baseada em entrevistas com mais de 2.000 profissionais nos Estados Unidos e no Reino Unido, mostra que a IA está se tornando um pilar central na forma como as equipes — especialmente as híbridas — operam. Oito em cada dez trabalhadores já experimentaram ferramentas de IA, e 78% afirmam que elas economizam tempo, com uma média de 55 minutos poupados por dia, o equivalente a quase um dia inteiro adicional de produtividade por semana.

Os trabalhadores relatam que esse tempo está sendo realocado para atividades de maior valor agregado, como trabalhos criativos ou estratégicos (41%), aprendizagem e desenvolvimento (41%), colaboração presencial (40%) e networking (35%). O percentual dos que afirmam que a IA os ajuda a executar tarefas de forma mais eficiente chega a expressivos 86%, enquanto 76% dizem que o uso da tecnologia está acelerando seu avanço na carreira — número que chega a 87% entre os profissionais da Geração Z.

Colaboração entre gerações: a chave para liberar os ganhos da IA

A colaboração intergeracional é central nessa transformação. Quase dois terços (59%) dos jovens profissionais estão ativamente ajudando colegas mais experiences a adotar e aprender a usar ferramentas de IA. Como resultado, 80% dos diretores sêniores afirmam que esse suporte permite focar em tarefas de maior valor, enquanto 82% relatam que as inovações em IA introduzidas por colegas mais jovens abriram novas oportunidades de negócio.

Dois terços dos executivos C-Level dizem que as habilidades em IA dos funcionários mais jovens melhoraram a produtividade de seus departamentos. Além disso, mais de 80% dos diretores sêniores acreditam que as inovações em IA trazidas por colegas juniores abriram novos caminhos de crescimento.

No geral, 86% dos entrevistados afirmam que a IA os tornou mais eficientes, e 76% acreditam que ela está acelerando o avanço em suas carreiras, quesito que chega a 87% entre os respondentes da Geração Z.

Automação libera tempo para atividades de maior impacto

Trabalhadores abraçam o potencial da IA para eliminar tarefas administrativas demoradas. As áreas mais citadas em que desejam aplicar automação incluem: redação de e-mails (43%), registro e resumo de reuniões (42%), organização de arquivos (36%) e preenchimento de formulários ou entrada de dados (36%).

Com essas tarefas automatizadas, os profissionais estão realocando tempo para atividades mais significativas. Dentre os entrevistados, 55% agora se dedicam a projetos de alto impacto, 54% a iniciativas de desenvolvimento profissional e 40% a fortalecer relacionamentos com colegas e clientes ou investir em bem-estar pessoal.

Benefícios para trabalhadores híbridos

A influência da IA na colaboração remota também é evidente: 69% dos trabalhadores híbridos dizem que ela está facilitando o trabalho em equipe entre diferentes locais, com benefícios como melhor preparação para reuniões (46%), acesso ampliado a informações compartilhadas (36%) e maior eficácia nos acompanhamentos pós-reunião (36%). A pesquisa também revelou que 40% dos profissionais híbridos dizem que a IA liberou tempo para investir em comunicação e atividades de fortalecimento de equipe.

Ainda no modelo híbrido, a IA também está redefinindo a forma como o tempo de escritório é utilizado. Com a automação cuidando do trabalho rotineiro, os dias presenciais passaram a ser dedicados a pensamento estratégico (41%), aprendizado e desenvolvimento (41%), colaboração face a face (40%) e networking (35%). Mais da metade dos trabalhadores (53%) afirmam que a IA está ajudando a alcançar melhores resultados, e 64% acreditam que está tornando o trabalho híbrido mais eficiente e eficaz.

Os trabalhadores também reconhecem os riscos de não acompanhar essa transformação: 63% temem que não aprender a usar ferramentas de IA possa atrasar seu crescimento na carreira, e 61% acreditam que quem não adotar IA corre o risco de ficar para trás. Ainda assim, o movimento é de aprendizado compartilhado: 51% dizem que a IA está ajudando a reduzir a distância entre gerações, e mais da metade afirma compartilhar regularmente conhecimentos de IA com colegas — índice que chega a 66% entre os profissionais de 25 a 34 anos.

“O mundo do trabalho está evoluindo rapidamente. Os avanços da tecnologia, em especial da inteligência artificial, estão aumentando a produtividade, abrindo novas oportunidades de carreira e conectando diferentes gerações de conhecimento. Esses ganhos significativos de produtividade viabilizados pela IA estão ajudando a criar equipes mais conectadas e ágeis, prontas para o futuro do trabalho. As novas gerações estão desempenhando um papel essencial ao compartilhar suas habilidades digitais com colegas, o que melhora a performance e abre novas oportunidades de negócio”, diz Mark Dixon, fundador e CEO da IWG.

Como adaptar uma central de atendimento à Geração Z? Especialista aponta caminhos para conquistá-los

Marcada pela hiperconexão e por elevados padrões de exigência, a Geração Z cresceu com a tecnologia integrada ao seu cotidiano, o que moldou expectativas mais rigorosas em relação às marcas. Para eles, o atendimento deve ser imediato, eficiente e sem atritos, acompanhando o ritmo acelerado com que se comunicam e tomam decisões. A paciência com filas e esperas praticamente não existe: se a resposta não chega em poucos minutos, a alternativa é buscar outra opção.

Um estudo do InstitutoZ em parceria com a MMA Latam, publicado pelo Meio & Mensagem, mostra que 60% das empresas ainda encontram dificuldades para dialogar com esse público, inclusive nas redes sociais.

Segundo Marcio Verderio Tahan, CEO da VTCall, empresa especializada em atendimento corporativo com inteligência artificial e automação, ignorar essas expectativas significa perder relevância. “Esse grupo valoriza agilidade e espera que as marcas estejam presentes em múltiplos canais, prontos para oferecer soluções imediatas. Nascidos entre 1997 e 2010, devem responder pela maior parte das compras nos próximos anos, além de influenciar o comportamento de outras gerações”, ressalta Marcio.

Como atendê-los de forma inteligente?

Comportamentos digitais já transformaram a forma de consumir, exigindo novas estratégias para a gestão da experiência do cliente. O que antes parecia impossível, unir tecnologia a um atendimento humanizado, hoje é realidade graças ao avanço das ferramentas. Softwares são capazes de interagir, responder dúvidas e até antecipar necessidades, criando experiências mais práticas e consistentes. Hoje, a Geração Z também está presenciando essa nova era que só se aperfeiçoa.

“O erro mais comum é acreditar que a tecnologia torna o atendimento impessoal. Quando bem aplicada, ela faz justamente o contrário: aproxima e torna a jornada mais fluida para quem está do outro lado”, explica Marcio. Hoje, plataformas omnichannel e recursos de automação permitem atuar 24 horas por dia com rapidez e eficiência, conectando canais como WhatsApp, Telegram e redes sociais. Assim, a experiência se mantém contínua e integrada, garantindo eficiência e proximidade ao mesmo tempo, algo essencial para esses consumidores que valorizam exclusividade e odeiam esperar.

Para Marcio, o segredo está no equilíbrio “Esses nativos digitais querem que cada interação seja eficiente e, ao mesmo tempo, humana. O tempo deles precisa ser respeitado em cada contato”, reforça.

Além disso, os consumidores jovens valorizam a praticidade e objetividade, e esperam que seu tempo seja respeitado e que essas soluções antecipem suas necessidades. Cada interação deve ser pensada como uma oportunidade de engajamento, fortalecendo a confiança e a percepção positiva da marca.

10 tendências para marcas na Black Friday 2025, segundo especialistas

Com projeção de R$ 7,1 bilhões em vendas online, a Black Friday 2025 promete acelerar uma nova fase no varejo digital brasileiro. Impulsionadas por inteligência artificial, mudanças no rastreamento e um consumidor mais exigente, as marcas precisarão ir além dos descontos para se destacar e encontrar no marketing de afiliados uma das principais alavancas de performance.

Parte dessa virada passa pelo marketing de afiliados e pelo papel cada vez mais estratégico dos criadores de conteúdo nas decisões de compra. Segundo levantamento da EY-Parthenon, 54% dos brasileiros seguem influenciadores digitais (acima da média global de 45%) e 61% dizem que suas escolhas são moldadas por essas recomendações. Durante a Black Friday, esse comportamento se intensifica: uma pesquisa da MField com o Opinion Box mostra que 59% dos consumidores se lembram de campanhas com influenciadores em edições anteriores, e 56% já compraram após serem impactados por esse tipo de ação.

“Criadores de conteúdo trazem senso de urgência, exclusividade e, principalmente, credibilidade. Eles ajudam a traduzir a oferta em benefício real para o consumidor”, destaca Rodrigo Genoveze, diretor regional da Awin para a América Latina. “Ao integrar essa influência com o modelo de afiliados, conseguimos campanhas mais eficientes, com maior conversão e menor desperdício de mídia”.

De olho nesse novo cenário, a Awin, uma das maiores plataformas globais de marketing de afiliados, elencou 10 tendências que devem moldar o desempenho de marcas e anunciantes na Black Friday 2025. “Estamos vivendo uma mudança profunda na forma como o consumidor descobre, compara e decide comprar. As marcas que combinarem influência, rastreamento inteligente e conteúdo de valor estarão mais preparadas para vencer a disputa pela atenção e pela conversão”, afirma.

Entre os 10 destaques para a Black Friday 2025, a Awin aponta que:

  • 1. IA redefine o topo do funil: menos tráfego, mais conversão – Com o uso crescente de ferramentas de inteligência artificial como ChatGPT, Gemini, Claude e outras, parte das buscas de ofertas deve migrar para ambientes de IA, reduzindo o tráfego geral de topo de funil. No entanto, isso tende a elevar as taxas de conversão, uma vez que os usuários chegam com intenção clara de compra.
     
  • 2. Google Shopping: CSS vira trunfo contra gigantes – Clientes de CSS (Comparison Shopping Services) podem ganhar visibilidade quando gigantes como Amazon reduzem ou pausam anúncios no Google Shopping. Essa movimentação torna os css parceiros importantes para varejistas que buscam manter impressões e diminuir o custo de aquisição.
     
  • 3. Rastreabilidade ganha força com a IPC da Awin – A Iniciativa de Proteção de Conversão (IPC) da Awin trouxe avanços no rastreamento: mais de 1 milhão de vendas recuperadas, US$ 100 milhões atribuídos em receita e US$ 8,5 milhões redirecionados em comissões para afiliados.
     
  • 4. Apps revelam o verdadeiro impacto das redes sociais – Marcas que possuem app transacional que adotaram rastreamento por aplicativo notaram saltos expressivos nas métricas de vendas, como incremento de 26% na receita de influenciadores em campanhas específicas. Essa prática ajuda a revelar a contribuição de criadores que promovem produtos via redes sociais.
     
  • 5. Pressão econômica exige promoções mais inteligentes – Com tarifas internacionais aumentando, cadeias de suprimento afetadas e inflação pressionando custos, espera-se que promoções menos agressivas prevaleçam. Marcas precisarão ajustar descontos e manter margens, tornando a estratégia de afiliados ainda mais relevante para ampliar o retorno sobre investimento.
  • 6. Tech partners assumem protagonismo no e-commerce – Ferramentas de otimização de conversão, recuperação de carrinho e parceiros CSS mostraram desempenho sólido em 2023-2024 e devem ser ainda mais relevantes nesta Black Friday.
     
  • 7. Conteúdo de terceiros vira diferencial competitivo – Investir em conteúdo patrocinado de qualidade, como resenhas, guias e recomendações baseadas em IA, eleva o engajamento e a credibilidade, com resultados perceptíveis no tráfego e nas conversões.
     
  • 8. Ferramentas de custo e conversão entram no radar – Recursos como comissionamento flexível e inteligência de abandono de carrinho se tornam essenciais para proteger margens e manter performance em cenário de incerteza econômica.
     
  • 9. A jornada até a compra está mais longa – A confiança abalada do consumidor torna a decisão de compra mais lenta. As marcas precisam revisar janelas de atribuição e reconhecer todas as etapas do funil para otimizar resultados.
     
  • 10. Pequenas marcas brilham com criatividade e influenciadores – PMEs aumentaram em 45% o uso de influenciadores via Awin Access. Com modelos de CPA e sub-redes segmentadas, pequenas empresas conseguem competir com grandes players durante a Black Friday.

Agentes de IA conduziram 90 mil conversas comerciais no último ano no Brasil

De acordo com o Chat Commerce Report 2025, o WhatsApp se consolidou como principal canal de vendas do varejo brasileiro. O estudo mostra que 95,21% das interações entre marcas e consumidores ocorreram no aplicativo e que o desempenho das campanhas de marketing garantiu a conversão em compras de 55%.

Refinada e aprimorada cada vez mais, a adoção de Inteligência Artificial na jornada do consumidor também faz toda a diferença nos negócios digitais. Sobre isso, a pesquisa do Chat Commerce mostra que, em 2024, agentes autônomos conduziram cerca de 90 mil conversas comerciais e resolveram 80% delas sem qualquer intervenção humana.

“O marketing e as vendas mudaram depois que os agentes de IA entraram em cena. Nos últimos anos, isso tem ajudado as empresas a transformar suas vendas e atendimento. E não é mais sobre campanhas frias… é sobre conversas inteligentes, relevantes e fluidas”, destaca Luan Mileski, Head de Produto & Negócios no Irrah Tech, cofundador da Stoicweb Marketing e mentor na EVOA Aceleradora.

Luan é um dos palestrantes confirmados para a edição 2025 do Summit Iguaçu Valley, evento que conta com expositores, palestras com especialistas, painéis, rodadas de negócios e inovação, oficinas e workshops. No evento, o profissional mostra como o marketing e a venda conversacional, junto aos agentes de IA, estão mudando a forma de atrair e converter clientes, ajudando empresas a vender mais, atender melhor e manter proximidade humana.

Como exemplo prático do que o mercado já oferece em soluções, Luan apresentará ao público o desempenho de um dos produtos do grupo Irrah que traz esse efeito agregador: o Dispara Aí. A plataforma atingiu recentemente a marca de 16 milhões de mensagens por mês. Ela é utilizada em mais de 15 países por mais de 650 mil usuários.

“É uma solução que potencializa a comunicação entre empresas e clientes em tempo real, unindo automação inteligente, personalização avançada e mensuração rigorosa de resultados, tudo integrado de forma fluida às operações comerciais. A Dispara Aí permite que empresas mantenham a personalização em larga escala sem perder o toque humano, garantindo interações mais próximas e relevantes com seus clientes”, destaca.

A tecnologia responde dúvidas, qualifica leads, automatiza agendamentos e permite o envio de campanhas ilimitadas e segmentadas.

“Com base nesses dados, a plataforma envia mensagens personalizadas via WhatsApp, incluindo lembretes de carrinho abandonado, ofertas especiais e atualizações de status de pedidos”. 

O profissional destaca que a qualidade, que não acompanhou a explosão dos chatbots, hoje é diferencial para os negócios digitais. “Estamos em uma nova era, onde apenas seguir comandos como ‘aperte 1’ para isso ou ‘clique aqui para continuar’ não basta. Com os avanços dos agentes de IA, as empresas conseguem retomar conversas e executar tarefas. Tudo isso com tons de humanização impecáveis”, alerta o Head.

SERVIÇO

Palestra – IA Conversacional: A Nova Era do Marketing e das Vendas
Horário – 16h
Data – 9 de outubro de 2025
Local – Quinta das Marias, Foz do Iguaçu (Av. João Paulo II, 2703 – Jardim Manaus)
Sobre a plataforma – https://dispara.ai/

Agentes de IA aceleram atendimento ao cliente: setores de saúde, varejo e finanças lideram inovação

Os agentes de inteligência artificial (IA) surgiram como uma alternativa para modernizar o atendimento e otimizar processos nas empresas. De acordo com uma pesquisa que acaba de ser realizada pela Infobip e Opinion Box, o uso por parte dos consumidores já é uma realidade: o setor de saúde lidera essa tendência, com 39% dos usuários utilizando agentes para tarefas como agendamento de consultas e exames.

Mais avançados que os chatbots tradicionais, os agentes de IA são capazes de interpretar solicitações, tomar decisões e executar ações de forma autônoma. Isso significa que, diante de uma demanda, eles conseguem identificar o problema, sugerir uma solução adequada e até escalar a questão para um atendente humano, quando necessário.

“Os agentes de IA representam uma evolução significativa no relacionamento entre empresas e clientes. Eles não apenas respondem perguntas, mas compreendem o contexto da interação, avaliam possibilidades e entregam a solução mais adequada de forma imediata. Essa capacidade torna o atendimento mais ágil, preciso e próximo da expectativa do consumidor atual”, explica Caio Borges, country manager da plataforma global de comunicações em nuvem Infobip.

De acordo com a Estratégia Brasileira de Inteligência Artificial (EBIA), conduzida pelo Ministério da Ciência, Tecnologia e Inovação, a adoção de IA já é prioridade nacional, com 73 ações estratégicas previstas para estimular inovação, capacitação e aplicação da tecnologia em serviços públicos e setores produtivos. Esse movimento confirma que o uso da IA não é apenas uma tendência, mas parte essencial da agenda de competitividade e transformação digital do país.

Do atendimento automatizado à tomada de decisão autônoma

De acordo com o levantamento, o setor de varejo é um dos que mais vem ganhando com os agentes de IA, já que Brasil é o segundo país das Américas que mais utiliza IA para fazer compras, atrás apenas do México. Nessa direção, o Mercado Livre implantou a automação de mensagens por meio de APIs, conectando sistemas de rastreamento a canais como WhatsApp, SMS, RCS e e-mail. 

“Assistentes virtuais com IA oferecem suporte contínuo para consultas sobre status de pedidos, prazos de entrega e reagendamentos. Plataformas omnichannel mantêm o histórico de interações, permitindo transições rápidas entre chatbots e atendimento humano. Essas soluções agilizam a comunicação, tornam os processos escaláveis e reduzem dúvidas, evitando sobrecarga nos centros de atendimento”, conta o executivo da  Infobip, que integrou os serviços ao marketplace.

As expectativas dos consumidores atuais, como disponibilidade 24 horas, interações naturais e suporte em diferentes canais, pressionam empresas a investir em soluções tecnológicas. Um levantamento da Microsoft com micro e pequenas empresas brasileiras mostrou que 74% delas já utilizam algum tipo de inteligência artificial, sendo os assistentes virtuais para atendimento ao cliente a aplicação mais comum (69%). Isso demonstra que a tecnologia já está consolidada não apenas em grandes corporações, mas também em negócios menores que buscam eficiência.

“Estamos vendo uma mudança significativa no comportamento do consumidor. A urgência deixou de ser apenas sobre a velocidade da entrega e passou a ter um componente emocional, ligado à necessidade de se sentir informado. Isso faz com que as empresas revisem os investimentos na operação logística. Em vez de focar só em reduzir o tempo de entrega, muitas agora priorizam manter uma comunicação clara e constante com o cliente. O efeito é que o consumidor sente mais controle, mesmo quando os prazos são mais longos”, detalha Borges.

No setor financeiro, agentes de IA são utilizados para prevenir fraudes, esclarecer dúvidas sobre transações e apoiar estratégias de retenção de clientes. Já com empresas de telecom e serviços digitais, eles reduzem o tempo de espera em centrais de atendimento e oferecem suporte em múltiplos idiomas.

Segundo pesquisa do Banco Interamericano de Desenvolvimento (BID) em parceria com o governo federal, 66% da população adulta brasileira já utilizou pelo menos um serviço público digital em 2024, e 77% avaliaram esse acesso como fácil. O dado reforça como a digitalização da relação entre cidadãos e instituições acelera a necessidade de soluções automatizadas e inteligentes de atendimento.

Para a Infobip, empresa global de comunicações omnichannel, a expansão dos agentes de IA é um reflexo direto dessas transformações. “Observamos um movimento em que os agentes de IA deixam de ser apenas ferramentas de automação para se tornarem parceiros estratégicos das empresas, capazes de prever necessidades e oferecer soluções de forma proativa”, finaliza Caio.

O Futuro do Pix e dos Meios de Pagamento no Brasil

Desde seu lançamento, o Pix modernizou a forma como os brasileiros lidam com o dinheiro. Rápido, gratuito e disponível 24 horas por dia, o sistema instantâneo do Banco Central já se consolidou como o principal meio de pagamento do País. Mas o futuro promete ainda mais transformações. A introdução do Pix Parcelado, do Pix Garantido e do Pix Internacional marcam a próxima etapa dessa jornada de inovação.  

Ocorre, no entanto, que o Pix é apenas uma espécie de “ponta de lança” de uma verdadeira revolução atualmente em curso nos meios de pagamentos do País, com benefícios em termos de praticidade e segurança para toda a população e para a economia, em geral.  

Mas comecemos por ele, o Pix. A modalidade garantida (em desenvolvimento pelo Banco Central e que possibilitará agendar ou parcelar pagamentos via Pix mesmo sem saldo disponível) permitirá realizar, como já mencionamos, pagamentos parcelados com garantia para o recebedor, democratizando o crédito e eliminando a necessidade de cartão. Falamos, ainda, do Pix Internacional, que viabilizará transferências entre países, ampliando fronteiras para o comércio, turismo e serviços. É evidente que, para que a novidade passe a funcionar, será essencial superar desafios regulatórios, como a harmonização entre diferentes sistemas cambiais e políticas de compliance. Em outras palavras, os sistemas de pagamentos do país que irá enviar o Pix terão de “conversar” com o sistema que irá receber esses recursos.  

Por fim – e mais imediatamente -, teremos, agora em setembro, o início das operações do Pix Parcelado, solução que beneficiará empresas de serviços recorrentes (ex. academias, escolas, streaming, internet), de consumo (água, telefonia, gás, luz), associações, condomínios e outras entidades. Para as empresas, a novidade irá trazer benefícios como redução da inadimplência e melhora no fluxo de caixa com recebimentos. Na ponta dos consumidores, os ganhos estão associados à conveniência, transparência e flexibilidade para autorizações a cancelamentos.  

Ao lado dessa evolução, o mercado assiste à ascensão de carteiras digitais (pagamento por cartão diretamente pelo celular, por sistemas como Apple Pay e Google Wallet) e dos super apps, que combinam funcionalidades como conta, cartão, cashback e crédito em uma única interface. Esses modelos entregam uma experiência fluida, centrada no usuário, e colocam os bancos tradicionais diante de uma necessidade urgente de adaptação, especialmente em relação à integração tecnológica e ao uso de dados em tempo real. Vale destacar que hoje, segundo uma pesquisa da Chroma Consultoria, 54% dos brasileiros já usam esses sistemas de pagamento por celular.  

No varejo físico, tecnologias como o NFC (sigla em inglês para Near Field Communication, ou, em bom português, o pagamento por aproximação) e o QR Code seguem ganhando espaço. O NFC, popularizado por carteiras digitais, transforma celulares em maquininhas de cartão, enquanto o QR Code continua sendo uma alternativa acessível, especialmente para transações de baixo valor (inclusive para o Pix) e no transporte público. Ambas as tecnologias impulsionam a inclusão financeira e reduzem o custo transacional.  

Resumindo, você pode até não estar familiarizado com a sigla “NFC” ou com o termo “carteira digital”, por exemplo, mas, muito provavelmente, já utilizou essas tecnologias.  

Outro protagonista silencioso nessa transformação dos meios de pagamento é o Open Finance. Ao permitir o compartilhamento de dados financeiros entre instituições autorizadas, o sistema viabiliza experiências hiperpersonalizadas, com limites e condições dinâmicas e crédito contextualizado. O impacto direto disso se reflete em maior conversão, menor inadimplência e satisfação do consumidor.  

Falando de maneira mais simples: quando, na hora de conceder um empréstimo ou oferecer um cartão, o banco tem acesso, por exemplo, ao perfil da dívida de um determinado cliente junto a todo o sistema (se possui um crediário junto à instituição X ou se financiou um veículo no banco Y), e não olha apenas para o seu “quintal”, fica mais fácil enxergar os eventuais riscos e, portanto, calibrar a oferta. Todos ganham.   

Big Techs como Apple, Google e Samsung também estão cada vez mais presentes no universo de pagamentos. Com infraestrutura global e integração nativa em dispositivos, essas empresas aceleram a inovação. No entanto, ainda enfrentam barreiras regulatórias e precisam se adaptar às exigências locais, como a LGPD (Lei Geral de Proteção de Dados) e às regras do Banco Central.  

Outro modelo que deve ganhar força é o Buy Now, Pay Later (BNPL, uma espécie de crediário digital rápido e simplificado, pensado para a experiência online). Focado especialmente no público jovem e desbancarizado, o BNPL combina flexibilidade e praticidade. Para ser sustentável, no entanto, exige ferramentas de análise de risco em tempo real, que evitem o superendividamento e promovam o uso responsável do crédito.  

O futuro reserva ainda a integração dos pagamentos com tecnologias emergentes como o 5G e a Internet das Coisas (IoT – pense no seu smart watch, que além de funções de relógio e celular, provavelmente incorpora funcionalidades como monitoramento dos batimentos cardíacos e sono, por exemplo). Carros que pagam o pedágio automaticamente, geladeiras que fazem pedidos sozinhas e máquinas de venda inteligentes fazem parte de um cenário em que o pagamento se torna quase invisível — incorporado à jornada do usuário de forma natural.  

Mesmo as criptomoedas, apesar da volatilidade e da falta de regulamentação clara, começam a ganhar espaço. A evolução das stablecoins (criptomoedas geralmente atreladas à variação de ativos menos voláteis, como ouro, dólar e euro) e a integração com carteiras digitais criam condições mais favoráveis para seu uso no varejo, desde que acompanhadas de regras estáveis e mecanismos de segurança.  

Tema importante na questão da evolução dos meios de pagamento é a biometria, que se apresenta não apenas como um recurso de segurança, mas como parte de uma jornada mais fluída (na medida em que impõe menos etapas) e com maior conveniência para o usuário. Um bom exemplo é o da C&A Pay, da rede varejista de moda, que permite realizar o pagamento apenas usando biometria facial – com reconhecimento prévio via aplicativo no celular, que, a partir daí, associará os traços do rosto ao perfil do cliente.  

O brasileiro é, por definição, um early adopter de novas tecnologias e não é exagero imaginar que, em horizonte de cerca de cinco anos, essa tecnologia já esteja bastante disseminada – como sugerem alguns relatórios de consultorias especializadas.   

Por fim, em meio a tantos avanços, a segurança segue sendo prioridade. O caso recente de fraudes envolvendo o Pix – com prejuízos bilionários – escancarou a necessidade de processos robustos, monitoramento inteligente e cultura de prevenção. Instituições precisam investir não apenas em tecnologia, mas em treinamento, controle de acessos e canais de resposta rápida, incluindo comunicação direta com o Banco Central para bloqueios emergenciais.  

O Brasil vive um momento único de transformação nos meios de pagamento. A combinação de tecnologia, regulação e experiência do usuário promete um ecossistema mais acessível, competitivo e seguro, colocando o país num cenário positivo de vantagem da inovação financeira global.  

* João Santos, CEO da Treeal

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