AccueilArticlesRippling vs. Deel : la cupidité est-elle une bonne chose dans le monde des startups ?

Rippling vs. Deel : la cupidité est-elle une bonne chose dans le monde des startups ?

Recentemente, o mercado global de tecnologia e recursos humanos acompanhou um escândalo digno das grandes histórias de espionagem corporativa: a Rippling, gigante avaliada em mais de US$ 13 bilhões, abriu um processo judicial acusando diretamente a concorrente Deel, avaliada em US$ 12 bilhões, de espionagem industrial. Não bastasse a acusação grave, o caso veio acompanhado de detalhes surpreendentes – e, diga-se, cinematográficos – sobre como o suposto espião teria sido descoberto.

Segundo a Rippling, um funcionário localizado na Irlanda estaria acessando ilegalmente canais internos no Slack, buscando informações sensíveis sobre estratégias comerciais e planos de expansão, especialmente relacionados à Deel. Para confirmar a suspeita, a Rippling montou uma armadilha – conhecida no jargão da segurança digital como honeypot – criando um canal fictício no Slack onde os funcionários supostamente discutiam negativamente a Deel. A rápida reação do suspeito, que teria visitado o canal falso poucas horas após a armadilha ser montada, foi suficiente para convencer a empresa da existência de uma operação de espionagem orquestrada pela rival. 

A situação ganhou contornos ainda mais dramáticos quando, ao receber uma ordem judicial para entregar seu telefone, o funcionário suspeito correu ao banheiro e teria tentado destruí-lo, inclusive tentando dar descarga no aparelho. Tal comportamento, que lembra uma cena típica de filmes policiais, serviu apenas para reforçar as suspeitas e agravar ainda mais o escândalo.

Esse episódio remete a outros casos famosos de espionagem corporativa, como a disputa histórica entre Coca-Cola e Pepsi, que envolveu funcionários trocando informações sigilosas sobre receitas e estratégias comerciais, ou ainda o caso recente envolvendo executivos da Uber, que foram acusados de espionagem industrial contra o Google na corrida por carros autônomos. O escândalo da Enron, embora não diretamente ligado à espionagem, também serve como um exemplo marcante de falhas éticas e de compliance que derrubaram uma gigante e transformaram definitivamente o mercado financeiro.

Em termos culturais, é impossível não lembrar do clássico filme Wall Street (1987), onde Gordon Gekko eternizou a frase “a ganância é boa”, refletindo uma visão distorcida sobre ética nos negócios. Mas, se algo pode ser aprendido da ficção – e dos casos reais mencionados – é que negligenciar controles internos e boas práticas de governança traz consequências reais e muitas vezes desastrosas para as empresas envolvidas.

O que o conflito Rippling vs. Deel escancara é justamente a necessidade urgente de fortalecer controles internos em empresas de todos os portes. É fundamental que organizações estabeleçam políticas claras de segurança da informação, limitação de acessos internos e que implementem sistemas robustos de monitoramento e auditoria. Mais do que apenas prevenir a espionagem corporativa, essas práticas são pilares de uma cultura organizacional sólida e ética, reduzindo drasticamente os riscos legais e reputacionais.

Un conformité estruturado, apoiado por uma governança corporativa sólida e eficaz, torna-se mais do que nunca indispensável. Controles internos bem definidos, alinhados às melhores práticas internacionais e com mecanismos claros de denúncia e investigação interna são ferramentas valiosas não apenas na proteção contra ações indevidas, mas também para evitar conflitos jurídicos dispendiosos e crises de imagem.

A lição deixada pela disputa entre Rippling e Deel é clara: ignorar a importância do compliance e da governança não é mais uma opção viável para empresas que desejam prosperar de maneira sustentável – inclusive startups. É hora de reconhecer que boas práticas não são apenas obrigações legais, mas investimentos estratégicos que garantem a integridade e longevidade das empresas no mercado global.

Como Gekko descobriria décadas depois, a ganância não é boa quando vem desacompanhada da responsabilidade e da ética corporativa. No mundo real, negócios sustentáveis são construídos sobre confiança, transparência e respeito às regras do jogo – algo que todas as empresas, não importa o seu tamanho, fariam bem em lembrar, pois no mundo dos negócios, ao contrário do cinema, nem sempre há uma segunda chance de reconstruir uma reputação perdida.

*Matheus Martins é especialista em Direito Empresarial pela Fundação Getúlio Vargas (FGV) e em Private Equity, Venture Capital e Investimentos em Startups, também pela FGV. Além disso, é sócio do Barcelos Martins Advogados, escritório focado em soluções jurídicas para startups.

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