A Black Friday é o período mais movimentado do comércio eletrônico brasileiro, oferecendo oportunidades significativas para marcas e lojistas Segundo a Pesquisa de Intenção de Compra – Black Friday 2025, realizada por Tray, Bling, Octadesk e Vindi, cerca de 31% dos consumidores planejam realizar compras por meio de marketplaces, evidenciando a relevância desses canais para marcas e lojistas que atuam no comércio digital.
O desempenho de cada plataforma varia conforme o perfil do consumidor, a categoria do produto e a estratégia adotada pelo lojista. Com públicos distintos, ferramentas de promoção e estruturas logísticas variadas, escolher o marketplace certo pode ser decisivo para o sucesso das vendas durante a Black Friday.
“Não existe um marketplace universal que funcione para todas as marcas. Cada plataforma tem características próprias que afetam vendas, visibilidade e logística. Avaliar o público, a categoria de produto e os recursos disponíveis é essencial para definir a estratégia mais adequada para a Black Friday”, afirma Rodrigo Garcia, diretor-executivo da Petina Soluções, consultoria especializada em marketplaces e retail media.
Nesse sentido, é possível analisar os principais marketplaces do país, considerando público, logística, categorias de produtos e oportunidades de vendas:
Mercado Livre (MeLi)
O Mercado Livre lidera em volume de transações, com ampla base de consumidores e soluções de pagamento integradas, como o Mercado Pago. A plataforma é versátil para diferentes categorias e permite parcelamento flexível. O sistema de reputação do vendedor influencia diretamente a visibilidade dos anúncios, enquanto o Mercado Envios oferece solução logística integrada para otimizar entregas e reduzir custos.
“No Mercado Livre, manter uma boa reputação é tão importante quanto a logística. Avaliações positivas aumentam confiança e exposição, tornando essencial monitorar o atendimento e cumprimento de prazos”, comenta Rodrigo.
Amazon
A Amazon se destaca pela logística avançada e pelo programa Fulfillment by Amazon (FBA), que permite delegar armazenamento, embalagem e envio à própria plataforma. Além disso, oferece ferramentas robustas de SEO interno, exigindo o uso estratégico de palavras-chave para melhorar o ranqueamento dos produtos. O público busca produtos com avaliações confiáveis, e a concorrência internacional exige diferenciação clara por parte dos lojistas. A plataforma é forte em eletrônicos, livros e utilidades domésticas, com alto potencial de vendas, mas requer padrões rigorosos de performance e excelência operacional.
“Para quem vende na Amazon, o desafio não é apenas listar produtos, mas compreender como otimizar a visibilidade usando SEO e análise de concorrência. Estratégias de ranqueamento bem planejadas podem aumentar significativamente as vendas”, orienta.
Shopee
A Shopee se diferencia por campanhas agressivas de marketing, cupons de desconto e presença ativa em redes sociais, atraindo consumidores sensíveis a promoções. A plataforma possui baixa barreira de entrada, facilitando novos vendedores, mas aumentando a competitividade. A participação em grandes campanhas sazonais gera picos de tráfego, exigindo planejamento cuidadoso de estoque e logística, especialmente porque prazos de entrega e rastreabilidade podem ser mais desafiadores que em marketplaces mais estruturados.
“Na Shopee, o foco está em aproveitar campanhas e aumentar a visibilidade de forma estratégica, planejando estoque e logística para não perder oportunidades nos picos de tráfego”, explica.
Magazine Luiza (Magalu)
O Magalu combina vendas digitais e físicas, favorecendo estratégias omnichannel. Lojistas podem integrar ofertas online com pontos de retirada e devolução em lojas físicas, aumentando a confiança do consumidor. A plataforma é tradicionalmente forte em tecnologia, eletrodomésticos e itens de casa. Possui curadoria mais rígida para entrada de vendedores, beneficiando marcas consolidadas, e oferece o Magalu Ads, ferramenta interna de publicidade para impulsionar produtos com segmentação precisa.
“O diferencial do Magalu está na integração entre canais e na possibilidade de usar publicidade interna para alcançar público segmentado, algo que exige planejamento e acompanhamento constante das campanhas”, finaliza.
À medida que a Black Friday se aproxima, escolher o marketplace certo vai além de olhar números ou alcance. Compreender o comportamento do consumidor, os recursos de cada plataforma e os diferenciais estratégicos permite que marcas e lojistas aproveitem o período de maior movimento do comércio eletrônico com mais segurança e eficiência, aumentando as chances de vendas consistentes e de qualidade.

