O Brasil encerrou 2024 com 26,54 milhões de empresas em atividade, das quais 19,2 milhões — o equivalente a 72,5% do total — estão enquadradas no Simples Nacional. É o que aponta o novo estudo do Instituto Brasileiro de Planejamento e Tributação (IBPT), que mostra a força do regime simplificado. O dado confirma o papel central que o modelo ocupa na sustentação da economia nacional, especialmente no que diz respeito ao estímulo ao empreendedorismo e à geração de empregos.
A pesquisa também revela o perfil das empresas que integram o Simples. Os Microempreendedores Individuais (MEIs) continuam sendo a maioria, respondendo por 57,35% dos negócios cadastrados, seguidos pelas microempresas, com 34,27%, e pelas empresas de pequeno porte, que representam 8,31% do total. Já as empresas de médio porte ainda têm presença marginal nesse regime, somando apenas 0,07%, o que demonstra que a adesão ao Simples é predominantemente de micro e pequenos negócios.
Do ponto de vista setorial, o setor de serviços concentra 63,3% das empresas do Simples, evidenciando sua relevância para a economia brasileira. O comércio aparece em seguida, representando 27,4% das empresas, enquanto a indústria corresponde a 6,7% e o agronegócio a 2,2%, com o setor financeiro registrando 0,3%.
Esses números indicam que os empreendimentos de menor porte têm papel determinante na diversificação e na manutenção da atividade econômica em diferentes áreas.
O levantamento ainda aponta que a região Sudeste concentra mais da metade (51%) de todas as empresas ativas do Simples, o que representa mais de 9,8 milhões de negócios. Dentro desse cenário, São Paulo se destaca com 5,6 milhões de empresas, equivalente a 29,22% do total nacional, seguido de Minas Gerais, com 2,1 milhões (11,01%), e pelo Rio de Janeiro, com 1,6 milhão (cerca de 8,5%).
对于 Carlos Pinto, diretor do IBPT, o crescimento constante das adesões demonstra a relevância do Simples, mas também reforça a necessidade de atenção no contexto da Reforma Tributária:
“Estamos monitorando o crescimento das empresas que optam pelo regime simplificado, como também aquelas outras empresas de pequeno porte, como a EMEI, justamente para entender o impacto que a reforma vai ter neste elo intermediário, já que muitas das empresas que prestam serviços ou vendem produtos para outras empresas, principalmente as que optam pelo lucro real presumido de hoje, precisarão estar adequadas às mudanças que a reforma trará e que os seus clientes exigirão mudanças comportamentais.”
O dirigente ainda reforça que, embora os resultados mostrem a força do modelo simplificado, o acompanhamento deve ser constante. “O estudo, na verdade, é importante para estar comparando o período anterior e o presente e demonstrar que a preocupação deve ser contínua, porque não houve uma diminuição das empresas que optam por este regime. Muito pelo contrário, houve um crescimento sensível. Nós, do IBPT, estamos acompanhando de perto, principalmente, quando falamos dos impactos que a reforma vai ter e das mudanças que ocorrerão para as empresas que estão no elo intermediário e optam por este regime simplificado.”
Com mais de cinco décadas de presença no Brasil e um portfólio abrangendo desde biocombustíveis, exploração e produção de petróleo, energia solar e eólica até lubrificantes e combustíveis de aviação e marítimos, o setor empresarial nacional é fortemente influenciado pelas regras tributárias. Nesse cenário, o estudo do IBPT contribui para o debate público ao oferecer informações consistentes sobre a base empresarial do país e os impactos das mudanças em curso.