InícioArtigosFlexibilidade que engaja: por que o e-commerce precisa repensar seus benefícios?

Flexibilidade que engaja: por que o e-commerce precisa repensar seus benefícios?

Atrair bons profissionais no e-commerce já não depende apenas de salário ou prestígio da marca. Em um setor onde a disputa por talentos qualificados é diária — especialmente em tecnologia, logística e marketing —, oferecer benefícios flexíveis deixou de ser diferencial e passou a ser questão de sobrevivência. Afinal, ninguém permanece onde não se sente reconhecido.

A lógica é simples: quanto mais individualizado o pacote de benefícios, maior a chance de engajamento. Uma pesquisa da Paycor com mais de 7 mil profissionais revelou que 15% apontam a “jornada flexível” como fator decisivo para permanecer na empresa, ao lado de salário e plano de saúde. Já um levantamento da CUPA-HR mostrou que modelos de trabalho adaptáveis, como home office parcial ou horários flexíveis, reduzem significativamente a intenção de pedir demissão.

No e-commerce, onde as equipes operam sob alta pressão e ritmo acelerado, essa adaptabilidade faz diferença. E não se trata apenas de onde ou quando se trabalha, mas de como o colaborador pode moldar sua experiência: escolher entre vale-cultura ou auxílio-creche, priorizar bem-estar ou cursos técnicos. A mensagem que a empresa transmite com isso é clara: “sabemos que você é único e queremos que fique”.

O impacto é mensurável. Um estudo publicado no ResearchGate sobre empresas espanholas mostrou que aquelas com sistemas flexíveis de benefícios conseguiram reter mais talentos estratégicos, mesmo em setores de alta rotatividade. Já pesquisas recentes sobre vagas em tecnologia indicam que empresas que oferecem benefícios não monetários mais amplos — como jornada flexível ou licença parental — têm o dobro de sucesso em reter profissionais especializados em IA.

Flexibilidade também gera pertencimento. Quando o colaborador percebe que tem voz na construção da própria jornada, seu engajamento aumenta. E engajamento não é apenas discurso: traduz-se em produtividade, colaboração e criatividade. Empresas que flexibilizam atraem e retêm equipes mais diversas — mães solo, profissionais em transição de carreira ou talentos de diferentes regiões. Essa diversidade, quando bem acolhida, transforma-se em vantagem competitiva, especialmente no digital.

É claro que oferecer esse tipo de estrutura exige esforço: tecnologia, gestão ativa de RH, escuta contínua e uma cultura que valorize autonomia. Mas os resultados compensam: menor turnover, mais produtividade e uma reputação capaz de atrair os melhores talentos — um diferencial decisivo em um setor tão competitivo quanto o e-commerce.

Benefícios flexíveis não são um mimo. São estratégia. São cultura. São, no fim das contas, a prova de que cuidar de pessoas continua sendo o melhor caminho para fazer negócios crescerem.

*Andre Purri é CEO e cofundador da Alymente, uma HRTech especializada em soluções flexíveis e personalizadas para gestão de benefícios corporativos.

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