O marketing digital, como reflexo da sociedade, está amadurecendo. O público já não se satisfaz com mensagens genéricas ou desconectadas de suas aspirações. As pessoas buscam relações significativas, tanto no consumo quanto nas interações online. Isso exige que marcas e influenciadores repensem seu papel: mais do que comunicar, é preciso cocriar.
No início da era dos influenciadores, o alcance era tudo. Grandes celebridades com milhões de seguidores dominavam campanhas publicitárias. No entanto, números impressionantes não garantem conversões reais. O público começou a questionar a autenticidade das parcerias, resultando em engajamentos cada vez menores. Hoje, micro e nano influenciadores, com nichos bem definidos e públicos altamente engajados, vêm ganhando espaço. O sucesso deixou de ser uma questão de quantidade e passou a ser sobre qualidade. O foco está no impacto que a mensagem causa em um grupo específico de pessoas – e não no volume de visualizações.
A mudança no marketing de influência reflete uma tendência maior: a valorização das conexões humanas. Como disse o autor Seth Godin: “As pessoas não compram produtos; elas compram histórias, relações e mágica.” Influenciadores que conseguem transmitir vulnerabilidade, autenticidade e propósito estão no centro dessa transformação. Marcas como Patagonia, que já adotam um posicionamento claro de sustentabilidade, têm liderado essa nova fase ao se associarem a influenciadores que compartilham de seus valores. Assim, campanhas deixam de ser transacionais e tornam-se movimentos.
A grande revolução no marketing de influência está no formato. Mais do que uma relação pontual, a construção de comunidades cria laços duradouros entre marcas, influenciadores e seus públicos. Plataformas como Discord, Telegram e até o metaverso oferecem espaços para experiências mais imersivas e colaborativas. Influenciadores fitness, por exemplo, não apenas compartilham conteúdos motivacionais, mas organizam desafios que unem seus seguidores em torno de objetivos comuns. Como bem observou Simon Sinek: “As pessoas não compram o que você faz, elas compram por que você faz.” No marketing de comunidades, o “por quê” é compartilhado e amplificado, gerando impacto emocional e fidelidade genuína.
Em meio à obsessão por algoritmos e automações, o marketing de influência resgata algo essencial: as conexões humanas. Influenciadores não são mais apenas veículos de publicidade; eles são catalisadores de conversas. As marcas que se destacam hoje são aquelas que saem do pedestal e entram na roda de conversa. A nova influência não se mede apenas por vendas, mas pelo legado deixado – um legado de relações transformadoras. Assim, mais do que parcerias, criamos comunidades. E mais do que campanhas, deixamos histórias que realmente importam.