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Ads Share é estratégico para performance promocional no varejo

Você sabia que um lápis pode escrever uma linha reta de até 56 km? Que os tubarões entram em coma se ficarem de cabeça para baixo? Que “anatidaefobia” é o medo que um pato esteja observando você? Curioso? Pois aqui vai mais um dado surpreendente: com uma gestão inteligente do Ads Share, é possível impulsionar significativamente o market share da sua marca.

De forma simples, o Ads Share representa a participação das ofertas promocionais de uma marca dentro do total de anúncios da categoria. Por exemplo: se a marca A tem 5% de Ads Share na categoria de iogurtes em um determinado período e região, significa que 5% de todas as ofertas veiculadas nessa categoria foram da marca A.

Qual a relação entre o Ads Share e o Market Share? Vários fatores explicam as variações do market share e uma das alavancas principais é o volume de promoções. Isso é particularmente relevante no mercado de FMCG ou produtos de consumo de alto giro, como alimentos, bebidas, produtos de higiene, beleza e limpeza.

Nesse segmento, em média, de 30% a 35% do que se vende no varejo (supermercados, hipermercados e atacarejos) são através de ofertas. Ou seja, praticamente 1/3 do que se vende nesses canais são produtos promocionados. Em algumas cadeias esse percentual pode chegar a 50% e 60%! São números incrivelmente relevantes.

É sabido que ofertas eficientes geram maior fluxo na loja, além de mais vendas adicionais de outras categorias. É a chamada “elasticidade cruzada”, onde a quantidade de demanda de um ítem/categoria reage a uma mudança de preço de um outro ítem/categoria.

Do ponto de vista do varejo, o ganho é óbvio. Já do ponto de vista do fabricante, isso pode gerar um impacto positivo especialmente para aqueles que tem multicategorias no seu portfólio.

Geralmente a negociação entre varejo e fornecedor nas questões promocionais ocorre sob a ótica de categoria a categoria (e os seus respectivos SKUs). Mas, e se olhasse a interrelação entre as categorias que aquele fabricante trabalha?

Tendo as informações certas, é possível promover uma determinada categoria, relacionando-a com uma outra do seu portfólio. Nesse caso não seria necessário sacrificar a margem de ambas, pois muito provavelmente quando um shopper compra a categoria A, comprará também a categoria B.

Então para que baixar o preço de ambas? Bom, mas daí você pode perguntar: “quem garante que o shopper não vai levar a categoria B do meu concorrente e eu vendo apenas o que promovi?”.

Aqui vai um outro conceito: “Toda promoção é uma oferta, mas nem toda oferta precisa ser uma promoção”. Mas, como assim?  Uma oferta não necessariamente precisa entregar uma vantagem de preço ou quantidade (já a promoção, sim). Ela precisa é ser comunicada de forma eficaz.

Uma das ferramentas é usar de forma inteligente as mecânicas promocionais. Se eu levar, por exemplo, somente o item A, o preço é, digamos, R$ 10. Se eu levar também o item B, o preço do item A passa para R$ 6. O item B mantém o preço regular (mas, não pode ser muito mais caro que a média). Obviamente ambos os itens de um mesmo fabricante. Pois já é sabido que existe uma elasticidade cruzada muito forte entre os itens A e B.

Com isso, esse fabricante alavanca a venda de dois itens, podendo elevar o market share e ainda proteger a margem (para o fabricante e para o varejista). Tudo isso é possível através da colaboração entre o varejo e indústria e também do uso intensivo de dados.

Dados internos dos varejistas (através dos seus CRMs, por exemplo) para entender a elasticidade cruzada, dados de preços do mercado (afinal, o preço de promoção do varejista parceiro não pode estar mais alto que os seus concorrentes diretos), meteorologia (se o seu produto é afetado pela variável tempo/temperatura), definição clara e conhecimento do seu público-alvo para adequar a linguagem e a mídia a ser utilizada para divulgar a oferta/promoção, entre outras informações, são essenciais.

Como dizia Peter Drucker: “O que não é medido, não pode ser gerenciado”. O Ads Share, portanto, torna-se um indicador estratégico de performance promocional. Ele ajuda marcas a entenderem sua exposição relativa e a ajustar ações para ganhar espaço frente aos concorrentes.

No final, a promoção não é só um gatilho de venda — é uma ferramenta de construção de marca e conquista de market share, quando bem pensada, executada com inteligência e medida com rigor.

Minoru Wakabayashi
Minoru Wakabayashi
Minoru Wakabayashi é CEO da Shopping Brasil.
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