A Black Friday começou antes no Brasil. De acordo com o ICVA (Índice Cielo do Varejo Ampliado), o varejo total cresceu 4,2% entre 1º e 15 de novembro, na comparação anual, confirmando a tendência de antecipação das compras para o início do mês. O movimento foi impulsionado por um consumidor mais estratégico, digitalizado e atento às promoções longas do período pré-evento.
O e-commerce segue como destaque absoluto: cresceu 10,6% na pré-Black Friday. Já o Varejo físico, que avançou 2,7%. A leitura é reforçada pelo comportamento horário: o online mantém vendas durante toda a madrugada, enquanto o varejo físico concentra seus picos no final da manhã e início da noite. No geral, os consumidores gastaram em média R$ 110,44 por transação.
Esses números confirmam a força do consumo antecipado. E consolidam o período como um dos mais relevantes do calendário do varejo.
SETORES EM DESTAQUE
Na análise setorial, Turismo & Transporte liderou o crescimento, com alta de 11,5%, seguido por Drogarias e Farmácias (+8,8%) e Supermercados e Hipermercados (+4,6%). O desempenho reforça a preferência por categorias ligadas a planejamento, rotina, bem-estar e experiências. No sentido oposto, o segmento Vestuário e Artigos Esportivos recuou 4,0%, indicando maior seletividade no consumo.
DESEMPENHO REGIONAL
Todas as regiões cresceram no período. O Sul apresentou o melhor resultado, com avanço de 3,7%. Em seguida, estão: Norte (+2,7%), Nordeste e Sudeste (ambos +2,6%) e Centro-Oeste (+1,3%).
Entre as unidades da federação, Minas Gerais liderou, com alta de 5,1%, seguida por Paraná (+4,3%) e Bahia (+4,0%). No sentido oposto está o estado do Amazonas com uma queda de 3,7% do faturamento do Varejo.
QUEM É O CONSUMIDOR DA PRÉ-BLACK FRIDAY 2025
De acordo com o Perfil do Consumidor, há uma participação masculina ligeiramente superior no faturamento (55% vs 45%), mas com tickets médios quase idênticos: homens gastaram em média R$ 112,97 e mulheres, R$ 111,29 no período do levantamento.
Em relação à forma de pagamento, o grande destaque é o crédito parcelado, com ticket médio de R$ 647,71, altíssimo na comparação com os demais. No PIX, a média foi de R$ 63,46. Já quando a opção foi pagar no débito, o valor médio foi de R$ 69,76.
Sobre o perfil de renda, a maior concentração de vendas foi entre consumidores de baixa e média renda, que juntos representam 82% das transações. Contudo, esse público representa apenas 66,1% do faturamento, já que compram produtos mais baratos que os consumidores de alta ou altíssima renda.
O perfil de consumo na pré-Black Friday 2025 mostra um predomínio de públicos ligados às compras do dia a dia. As personas mais presentes no período são aquelas que concentram seus gastos em supermercados, responsáveis por 25,6% do faturamento, seguidas pelos gastronômicos, que representam 13,7%, e pelo público fashion, com 10,8%.
“O perfil do consumidor na pré-Black Friday 2025 revela um varejo cada vez mais digital, diverso e dinâmico. Com forte presença do e-commerce, vemos o brasileiro buscando conveniência, parcelamento e experiências em supermercados e gastronomia. A alta participação do crédito parcelado e o crescimento do ticket médio entre consumidores de alta renda evidenciam tendências de consumo”, afirma Carlos Alves, vice-presidente de Negócios da Cielo.
METODOLOGIA
A análise considera as transações processadas pela Cielo entre 01 e 15 de novembro de 2025, comparadas ao período 02 a 16 de novembro de 2024, conforme metodologia do ICVA. O índice inclui vendas do varejo físico e digital e é uma das principais referências para acompanhamento em tempo real do comércio brasileiro.
SOBRE O ICVA
O Índice Cielo do Varejo Ampliado (ICVA) acompanha mensalmente a evolução do Varejo brasileiro, de acordo com as vendas realizadas em 18 setores mapeados pela Cielo, desde pequenos lojistas a grandes varejistas. O peso de cada setor no resultado geral do indicador é definido pelo seu desempenho no mês.
O ICVA foi desenvolvido pela área de Business Analytics da Cielo com o objetivo de oferecer, mensalmente, uma fotografia do comércio varejista do país a partir de informações reais.
COMO É CALCULADO
A unidade de Business Analytics da Cielo desenvolveu modelos matemáticos e estatísticos aplicados à base da companhia com o objetivo de isolar os efeitos do mercado de credenciamento — como variação de market share, substituição de cheque e dinheiro no consumo, bem como o surgimento do Pix. Dessa forma, o indicador não reflete somente a atividade do comércio pelo movimento com cartões, mas, sim, a real dinâmica de consumo no ponto de venda.
Esse índice não é, de forma alguma, prévia de resultados da Cielo, que são impactados por uma série de outras alavancas, tanto de receitas quanto de custos e despesas.
ENTENDA O ÍNDICE
ICVA Nominal – Indica o crescimento da receita nominal de vendas no Varejo Ampliado do período, comparado ao mesmo período do ano anterior. Reflete o que o varejista de fato observa nas suas vendas.
ICVA Deflacionado – ICVA Nominal descontado da inflação. Para isso, é utilizado um deflator calculado a partir do Índice de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA), apurado pelo IBGE, ajustado ao mix e aos pesos dos setores contidos no ICVA. Reflete o crescimento real do Varejo, sem a contribuição do aumento de preços.
ICVA Nominal/Deflacionado com ajuste de calendário – ICVA sem os efeitos de calendário que impactam determinado mês/período, quando comparado com o mesmo mês/período do ano anterior. Reflete como está o ritmo do crescimento, permitindo observar acelerações e desacelerações do índice.
ICVA E-commerce – Indicador do crescimento da receita nominal no canal de vendas online do Varejo, no período em comparação com o período equivalente do ano anterior.

