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Flores, presentes e algoritmos: o impacto das redes sociais nas decisões de compra

O gesto de presentear com flores, que por séculos foi guiado por emoção e tradição, agora também é influenciado por algoritmos, métricas de engajamento e conteúdo visual. As redes sociais transformaram a maneira como consumidores descobrem, escolhem e compram flores e presentes, um fenômeno que reflete não apenas mudanças no comportamento do público, mas uma nova fase do comércio digital no Brasil.

De acordo com o Brazil Social Commerce Market Intelligence Report 2025, publicado pela Research and Markets, o comércio social, aquele que ocorre dentro das plataformas de mídia, vem se consolidando no país. A tendência é impulsionada pelo aumento do uso de smartphones, pela integração de meios de pagamento instantâneo e pela busca dos consumidores por experiências de compra fluidas, envolventes e personalizadas. Os números confirmam a força desse movimento: em fevereiro de 2023, cerca de 65% dos consumidores familiarizados com o social commerce afirmaram já ter feito compras diretamente pelas redes sociais. E com o Brasil ocupando o posto de terceiro maior consumidor de mídias sociais do mundo, segundo levantamento da Comscore, o potencial desse modelo é ainda mais expressivo. O país soma 131,5 milhões de pessoas ativas nessas plataformas, número que ajuda a explicar por que as floriculturas têm investido cada vez mais em estratégias voltadas a esse ambiente.

Para o setor da floricultura, as redes sociais tornaram-se vitrines digitais. O apelo visual dos buquês e vasos florais, com suas cores, texturas e simbolismos, combina perfeitamente com a lógica de plataformas como Instagram e TikTok, onde a estética e a emoção guiam a atenção do público. Fotos bem produzidas, vídeos curtos mostrando os bastidores da montagem de arranjos e enquetes interativas fortalecem o engajamento e aproximam marcas e consumidores.

Além disso, campanhas sazonais e promoções exclusivas em datas comemorativas ampliam o alcance das floriculturas e estimulam o consumo. A estratégia é clara: transformar curtidas em conversões. Ao unir emoção, experiência sensorial e praticidade digital, as redes sociais redefiniram o ato de comprar, agora muito mais instantâneo, compartilhável e conectado.

Em um contexto em que o consumidor busca autenticidade e conexão, as flores representam algo que as plataformas digitais ainda tentam reproduzir: a emoção genuína de um gesto simples. Ao mesmo tempo, a tecnologia potencializa essa experiência, tornando-a mais acessível e personalizada. A união entre os arranjos florais e os algoritmos é o retrato do novo comportamento do consumidor brasileiro, digital, visual e emocionalmente conectado, que transforma o feed em vitrine, o clique em presente e o impulso em experiência.

Clóvis Souza
Clóvis Souzahttps://www.giulianaflores.com.br/
Clóvis Souza é fundador da Giuliana Flores.
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