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StartSe AI Festival reúne líderes globais e antecipa o futuro da inteligência artificial no Brasil

Enquanto você dormia, seis mil pessoas participavam do primeiro festival de inteligência artificial do Brasil. Nos dias 15 e 16 de outubro, o AI Festival, realizado pela StartSe, escola internacional de negócios que conecta líderes aos principais polos de inovação do mundo, reuniu executivos e desenvolvedores em torno de um mesmo propósito: compreender, aplicar e liderar a revolução da Inteligência Artificial nos negócios e na sociedade. Durante dois dias de programação intensa, o festival promoveu palestras, workshops e experiências imersivas com especialistas nacionais e internacionais.

Ponto de partida

“Pessoas que são do mundo de negócios terão que entender cada vez mais de tecnologia, e as pessoas de tecnologia terão que entender cada vez mais de negócios, para não entrarem na marcha da irrelevância”, alertou Junior Borneli, CEO da StartSe e apresentador do evento, que abriu o festival questionando a forma como o trabalho e a produtividade são estruturados. “Durante décadas usamos as mesmas ferramentas, da mesma forma. Agora, precisamos reescrever nossa cultura de produtividade e reconstruir a maneira como trabalhamos. Enquanto a gente dorme, o mundo muda. O futuro pertence a quem escolhe estar acordado. Aprendendo, criando e lutando pela própria relevância.”

Em seguida, Ricardo Alem, líder de GenAI e Machine Learning da AWS para a América Latina, projetou o impacto da próxima onda tecnológica. “Em 2026 teremos uma explosão de agentes de IA. A escala vai quebrar tudo. Experimentar é fácil, mas levar para o modelo corporativo é o verdadeiro desafio. A dinâmica de trabalho será híbrida. Os humanos continuam sendo os criativos de plantão.”

Maurício Benvenutti, sócio e head de Produtos Internacionais da StartSe, discutiu a irreversibilidade da inteligência artificial. “A Revolução de Gutenberg afetou uma profissão. A Revolução da Inteligência Artificial afeta todas. Quem negar o novo, corre o risco de se tornar o copista do século XXI. O futuro não será elegante, nem fácil, será exigente. Mas vai valer a pena. Porque um futuro promissor não aguarda quem ignora a realidade.”

“Em 10 anos, qual será o valor do que você sabe?” – Cristiano Kruel, Sócio e CIO da StartSe

Cada ano na IA equivale a sete anos na vida real. O conceito reforça a importância cada vez mais latente do aprendizado constante e da atenção aos sinais da transformação proporcionada pela IA. O paradoxo da janela do avião foi a metáfora utilizada por Junior Borneli para explicar a desconexão entre a velocidade real da transformação e a capacidade real dos seres humanos de percebê-la. O avião está voando a 900 km/h, mas na visão que os passageiros têm pela janela, o mundo exterior passa em velocidade lenta. “Temos que começar a exercitar a nossa melhora da conexão entre a velocidade real e a percepção que temos sobre as mudanças”, explica Borneli.

O segundo dia do IA Festival consolidou a discussão sobre a IA como força motora das transformações em curso. De acordo com Borneli, “estamos olhando para a IA como ferramenta, mas ela já é o sistema. A base sobre a qual os próximos anos da economia e do trabalho serão construídos”. Segundo Piero Fransceschi, sócio da StartSe, os humanos nunca deixarão de ter importância nesse contexto. “Gente nunca seguirá máquinas, gente seguirá gente relevante”, ele ressalta.

Pela primeira vez presente no Brasil, a chinesa Manus AI, representada por Fangzhou Chen, head de estratégia corporativa, ampliou a visão sobre a próxima fronteira tecnológica. Segundo ela, o futuro da IA passa por uma transição em que os modelos deixam de ser apenas “cérebros” e passam a ganhar “mãos”, isto é, autonomia para agir. Fangzhou se referia aos LLMs (Large Language Models), sistemas de inteligência artificial treinados com enormes volumes de dados textuais capazes de compreender, gerar e interagir em linguagem natural. “Nos últimos três anos, vimos modelos muito avançados da OpenAI, Anthropic, Google Gemini e outros, que talvez já sejam mais inteligentes do que muitos humanos, mas ainda são apenas o cérebro. Agora precisamos construir as mãos para todos esses LLMs. O futuro da IA não é sobre quanto tempo os humanos passam no produto e sim quanto tempo a IA trabalha pelos humanos.”

Na sequência, Ted Gola, Performance Creative Product Lead do Google, apresentou a “Criatividade Avançada com Google AI”, mostrando como a inteligência artificial, especialmente com o modelo Gemini, está redefinindo o desenvolvimento tecnológico e abrindo novas possibilidades para a experimentação criativa. “O Gemini é a inovação mais potente que lançamos, porque nos dá a capacidade de pensar muito além do que já existe. Ele processa informações para criar texto, áudio, imagens, vídeo, som e música, tudo sob um mesmo guarda-chuva.” Para ele, o potencial criativo da IA depende da forma como os profissionais reorganizam seu tempo e práticas de trabalho.

Outro destaque foi a apresentação da IBM, com o case “Cliente Zero: Como a IBM Economizou USD 3,5 bilhões em Produtividade com IA Generativa e Agentes Autônomos”, que evidenciou os impactos concretos dessa ferramenta em larga escala. “A tecnologia é um habilitador, mas a essência da transformação está no negócio, em olhar para os processos, eliminar o que não faz sentido e automatizar o que realmente melhora a experiência do cliente”, destacou Joaquim Campos, vice-presidente de Data, AI & Automation para a América Latina na IBM. Ele ressaltou que a IA já é parte da rotina da companhia. “Mais de 70% dos nossos processos já têm alguma forma de inteligência artificial embarcada. Esse é o caminho para transformar a produtividade em impacto real para o negócio.”

A mentalidade de aprender fazendo

Cristiano Kruel, sócio e CIO da StartSe, provocou o público a transformar o discurso em ação. Em sua palestra “AI Tinkery: Chega de falar, já passou da hora de começar a fazer”, explicou que o termo tinkery, inspirado no conceito de AI Tinkery desenvolvido pela Universidade de Stanford, representa a mentalidade de aprender fazendo. “Tinker é a disciplina de aprender fazendo. É experimentar para testar hipóteses, descobrir o que funciona e transformar o aprendizado em ação”, afirmou, reforçando que a nova era da IA exige mais prática, com líderes dispostos a errar pequeno, acertar grande e gerar impacto real.

O StartSe AI Festival também trouxe a StackSpot, plataforma multiagente de GenAI da Zup, como parceira e principal patrocinadora. A marca participou de diversas frentes de conteúdo, incluindo a palestra “IA Agêntica: a nova fronteira da IA”, apresentada por André Palma, CEO da Zup. A parceria reforçou o compromisso da StackSpot em apoiar grandes organizações na criação de soluções tecnológicas robustas e responsáveis, com governança, orquestração e uma abordagem AI first.

Tudo, ao mesmo tempo

Com plenárias simultâneas, mais de 40 workshops certificados, feira de negócios, mentorias exclusivas e um ambiente de conexão constante, o festival consolidou-se como um espaço de aprendizado e troca genuína entre profissionais de diferentes áreas. A estrutura foi desenhada para proporcionar uma experiência completa, combinando conteúdo técnico, inspiração e networking de alto nível.

Oficinas práticas mostraram, durante os dois dias do evento, como a inteligência artificial pode impulsionar negócios e criatividade sob diferentes perspectivas. Em um dos encontros promovidos pela Oracle, o AI Engineering Senior Manager Vitor Vieira conduziu o workshop “Oracle AI Workshop: Criando Agentes de AI”, sobre o uso de agentes inteligentes para automatizar processos e transformar empresas em estruturas orientadas por dados. Já Alexandre Messina, da Lovable, apresentou “Como criar negócios 10x mais rápidos com IA e Lovable”, introduzindo o conceito de vibe coding e mostrando como a plataforma permite criar softwares completos sem conhecimento técnico.

Representando a FIAP + Alura para Empresas, André Maluf ministrou a oficina “Amplificando sua criatividade: como criar vídeo e voz com IA” destacando o papel da tecnologia como parceira do processo criativo e demonstrando ferramentas como o Google NotebookLM. O Google também marcou presença com Ted Gola na oficina “Mentoria Exclusiva: AI Journey with Google”, que explorou como o Gemini e o NotebookLM podem ser usados para desenvolver campanhas audiovisuais completas a partir de prompts detalhados.

Uma nova jornada de aprendizado

A data também marcou o lançamento do AI Journey, novo curso da StartSe que inaugura uma jornada de capacitação executiva em inteligência artificial. Exclusivo apenas para os participantes presentes no festival, o programa foi criado para preparar lideranças diante das transformações aceleradas trazidas pela tecnologia, promovendo o domínio estratégico e o uso eficiente das novas ferramentas.

Mais do que um evento, o StartSe AI Festival simboliza um movimento de transformação. Ao reunir mentes inquietas e líderes de diversas indústrias, a StartSe reforça sua missão de provocar novos começos, antecipar tendências e conectar pessoas, preparando o Brasil para competir globalmente. A jornada da inteligência artificial está apenas começando, e o festival mostrou que o país está pronto para ser protagonista dessa nova era.

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