O calendário do varejo brasileiro não é mais o mesmo. Impulsionados por gigantes do e-commerce como Shopee, Amazon e Mercado Livre, as ‘datas duplas’ ou, spike days, reconfiguram a forma como o consumidor compra e, principalmente, a maneira como nós, líderes de mercado, precisamos nos preparar para vender.
A corrida por novas frentes de vendas no e-commerce brasileiro está reconfigurando o calendário do varejo, e a estratégia por trás disso tem um nome: as “datas duplas”. Nascidas na China pela iniciativa da Alibaba, que transformou o 11/11 (Dia do Solteiro) em um evento global de vendas, essas datas se tornaram um fenômeno no Brasil.
O poder desse movimento é inegável: na última edição, o 11/11 movimentou globalmente 203,6 bilhões de dólares em um único dia, um valor quatro vezes superior ao faturamento anual do e-commerce brasileiro. Essa nova dinâmica exige uma nova postura estratégica, onde cada mês tem potencial para gerar picos de demanda.
Mas, por aqui, já temos resultados impressionantes também. No 07/07, data dupla que marca aniversário da Shopee, no nosso sistema Magis5 tivemos meio milhão de pedidos processados. O volume que superou o total de pedidos de todos os marketplaces na última Black Friday. Nas horas de pico, nossa plataforma ultrapassou a marca de 40 mil pedidos por hora, demonstrando a robustez necessária para suportar picos de demanda.
Todo esse movimento se deve à procura pela Shopee, mas por outros marketplaces também. Sabedores da ofensiva da Shopee, redes como Mercado Livre e Amazon também colocaram descontos e promoções ousadas em campo.
O Mercado Livre baixou, em julho, o valor mínimo para compras com frete grátis, de R$ 79 para R$ 19. Você deve ter visto na televisão, na internet e em outras mídias a campanha publicitária da empresa, estrelada por Neymar e Ronaldo Fenômeno.
Por sua vez, a Amazon tem instituído o Amazon Day – geralmente por volta do dia 15 de cada mês. Não é, portanto, necessariamente uma data dupla, mas o dia de ofertas especiais é definido como reação à estratégia de data dupla propriamente dita, da Shopee.
Diante dessa nova realidade, é crucial alertar os gestores de e-commerce e grandes sellers. Essa força empreendedora, composta por brasileiros e brasileiras que encontram no e-commerce uma fonte de renda significativa, precisa de preparo para aproveitar a crescente corrida dos marketplaces. A profissionalização não é mais uma opção, mas uma exigência para atender à demanda e manter a competitividade.
Chamo a atenção para a necessidade de os sellers estarem preparados para aproveitar essa corrida dos marketplaces. É preciso investir cada vez mais na profissionalização, para atender o que pedem os marketplaces e o que exige o consumidor. A gestão integrada, o controle minucioso de estoque e o cumprimento de prazos não são mais diferenciais, mas sim requisitos básicos para quem busca competitividade e escala. Em suma, uma gestão integrada que aguente o tranco dessas ondas de demanda.
Não se trata mais de aguardar e focar na Black Friday. Todo mês, agora, tem seu potencial.
Por Cláudio Dias, CEO da Magis5, hub de automação e integração de marketplaces