Nesta terça (13), a influenciadora Virginia Fonseca compareceu ao Senado Federal após ser convocada para depor na Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) das Bets. Entre outras declarações, a influenciadora disse que não se arrepende dos anúncios que fez para empresas de apostas.
Uma pesquisa realizada pelo Centro de Estudos Aplicados de Marketing (CEAM) da ESPM identificou que, apesar da demanda por BETs seguir em alta, mesmo com a regulamentação por parte do governo, a reputação das celebridades vai em sentido oposto. A má reputação da categoria faz com que as celebridades associadas a essas marcas sejam percebidas como “menos confiáveis” por 68% dos entrevistados. A pesquisa, realizada em novembro de 2024, analisou o comportamento do consumidor em sites de apostas online.
A reputação, no entanto, não afeta a percepção dos clubes de futebol patrocinados por marcas de BETs. Inclusive, entre os entrevistados, há uma tendência de aumento de apostas no futuro: caso a BET venha a patrocinar o clube do respondente, 39% dizem que irão apostar frequentemente, enquanto 41% dizem que pretendem apostar mais no futuro, caso isto ocorra. Entre os respondentes, 43% afirmam gostar destas marcas como patrocinadoras de seus times.
“Com a pesquisa, conseguimos ter a percepção de como as BETs são percebidas dentro de diferentes aspectos. Um tema que tem sido alvo de muitas discussões no país atualmente. Nosso objetivo é identificar o comportamento destes consumidores e caminhos a serem seguidos pelas marcas”, diz Evandro Luiz Lopes, diretor acadêmico de pesquisa e Pós Stricto da ESPM, escola de referência, autoridade em Marketing e Inovação voltada para negócios.
Ainda de acordo com a pesquisa, 23% dos entrevistados gastam 10% ou mais do orçamento mensal e pretendem seguir “investindo”. Para 44% dos respondentes, a percepção é de que as BETs são reguladas, porém não são honestas.
Apesar do contraste entre a alta demanda e a percepção de não ser um canal confiável, o que mais mantém e motiva as pessoas de diferentes faixas etárias a persistirem como usuárias dessas plataformas é a expectativa de ganhar dinheiro. Quando questionados abertamente sobre a motivação para apostar em BETs, 24% responderam ganhar dinheiro. Não à toa, a pesquisa também identificou que a modalidade já ocupava o 2º lugar entre o consumo de jogos dos entrevistados, com concentração de cerca de 25%, ficando atrás apenas da Loteria.
Metodologia
Com nível de confiança de 95%, a pesquisa, conduzida pelo CEAM – Centro de Estudos Aplicados de Marketing, ouviu 400 usuários de sites de apostas em todo o Brasil durante o mês de novembro de 2024. Além de aspectos atitudinais, o Centro avaliou aspectos de lembrança de marca, relação com clubes patrocinados e celebridades no contexto das empresas de apostas online.