A AppsFlyer, líder global em mensuração de marketing, atribuição e análise de dados, abriu durante o seu evento MAMA São Paulo (Mobile Attribution, Marketing Analytics), o inédito relatório “O Estado do Marketing de Aplicativos no Brasil: edição 2025”. O documento foi baseado numa amostra de 8 mil aplicativos – com mínimo de 5 mil instalações por trimestre -, 29,5 bilhões de instalações totais entre 2018 e 2024, e US$3,6 bilhões investidos por aplicativos móveis em aquisição de usuários entre primeiro trimestre de 2023 e primeiro trimestre de 2025. Para as empresas de aplicativos, trata-se de um apanhado de dados relevantes para entender o mercado brasileiro e direcionar estratégias.
Brasil é o 4o país em gastos com mais Aquisição de Usuários
Em 2024, o Brasil foi o 4º maior mercado em investimento em anúncios par aquisição de usuários (UA), ficando atrás apenas dos Estados Unidos, Índia e Reino Unido. Mas, enquanto EUA e Reino Unido concentram seus esforços principalmente no iOS, o Brasil, assim como a Índia, direcionou a maior parte do orçamento para o Android. 93% dos US$2,85 bilhões investidos em UA no Brasil foram destinados ao Android, que detém 82% da participação de mercado dos sistemas operacionais móveis.
Essa aposta no Android fez sentido por muitos anos. Ele oferecia escala a um custo menor e era um motor confiável de crescimento. Só em 2024, apps de categorias como redes sociais e finanças movimentaram cerca de US$500 milhões cada em UA, com a maior parte desse valor indo para o Android.
No entanto, a eficácia está começando a mudar: apesar do investimento ainda ser alto, os apps de finanças no Android tiveram uma queda de quase 10% nas instalações ano a ano, sinal de que escalar sem entregar valor já não é mais sustentável para campanhas focadas exclusivamente em Android. Enquanto isso, o iOS está ganhando espaço. Em 2024, o investimento em UA no iOS cresceu 168% em relação ao ano anterior, enquanto o Android sofreu uma queda de 22%. Isso indica mais do que uma simples mudança de plataforma: reflete uma mudança estratégica mais profunda, focada em valor de longo prazo.
Segmentos de alto valor transferem orçamentos para o iOS
Ao observar de perto os principais segmentos, a tendência se repete. Apps de finanças e de compras triplicaram os investimentos em iO, sendo que o setor de e-commerce sozinho representou 17% de quase US$400 milhões investidos. Já os apps de alimentação e bebidas foram além: o investimento em iOS disparou incríveis 923%. Todos esses picos apontam para um objetivo: adquirir usuários de alto valor, que convertem, se engajam e permanecem ativos.
“O Android ainda é essencial para alcançar grandes públicos, mas o iOS está se tornando a principal escolha para um crescimento baseado em valor de tempo de vida do usuário (LTV). À medida que o mercado de apps no Brasil amadurece, as estratégias de aquisição de usuários evoluem do foco em volume para um impacto mais significativo. Para os profissionais de marketing focados em retorno de longo prazo, a mensagem é clara: pode ser hora de repensar como e onde os orçamentos estão sendo investidos”, explica Renata Altemari, country manager da AppsFlyer no Brasil.
Gastos com remarketing alcançam US$ 1,67 bilhão em eventos sazonais
O Carnaval e a Copa América impulsionaram um pico de reengajamento no primeiro semestre. Os gastos no iOS cresceram 18% em relação ao ano anterior. O Android liderou em conversões, mas com forte dependência de canais pagos.
“Com uma cultura ‘app-first’ fortemente enraizada, o Brasil consolida seu papel como um dos mercados móveis mais dinâmicos do mundo. Em 2024, o país superou as expectativas de crescimento, impulsionado pelo uso massivo de smartphones, avanço das redes 4G e 5G e por um cenário digital que já vê o celular como tela principal. O lançamento do Pix em 2020, acelerou a transformação do setor financeiro e os super apps, como o WhatsApp, vêm expandindo seu papel no cotidiano dos brasileiros. Mesmo com desafios de conectividade, o mercado segue em expansão e amadurecimento, abrindo espaço para novas oportunidades em marketing mobile.”, avalia Renata.
Exposição a fraudes de instalação passa de US$ 460 milhões em 2024
Fraudes de instalação são tentativas de enganar anunciantes fazendo parecer que um app foi baixado por um usuário real, quando, na verdade, o download é falso ou manipulado. Isso pode ser feito por bots, fazendas de cliques ou até hackers que tentam ganhar comissões de forma fraudulenta. O anunciante paga uma plataforma pela instalação achando que atraiu um usuário legítimo, mas na prática, perdeu dinheiro. Essa exposição à fraude de instalação ultrapassou US$460 milhões em 2024 no Brasil, que ficou em 10º lugar no ranking global de exposição financeira, com os aplicativos de finanças e compras sendo os mais afetados. A fraude de instalação aumentou de forma generalizada: 57% no Android e 79% no iOS. Bots são o método mais usado para esse tipo de fraude.
“O que entendemos dos dados é que o mercado brasileiro de apps deve focar em oportunidades em categorias como e-commerce e finanças; migrar do volume para o valor, com estratégias voltadas ao ciclo de vida; investir em remarketing em apps de compras e finanças para aumentar retenção e fidelidade; e enquanto isso, investir em prevenção contra fraudes para proteger as campanhas e manter resultados no longo prazo”, conclui Renata.
Para acessar o relatório na íntegra, clique aqui: https://www.appsflyer.com/pt/resources/reports/state-app-marketing-brazil/
Todos os resultados são baseados em dados totalmente anônimos e agregados. Para garantir validade estatística, seguimos critérios rigorosos de volume e metodologia, apresentando apenas dados que atendem a essas condições. Quando são apresentados dados normalizados, considera-se a participação de cada mês no total do período analisado para construção das tendências.